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História Nobody knows - Internal conflicts.


Escrita por: Bjf

Notas do Autor


Hey, people! What's up?
Então, leram Catharsis? Se não leram, vou dizer uma última vez: não sabem o que estão perdendo!
Demorei um pouquinho, mas já estava avisado que de agora em diante as coisas estão um tanto mais complicadas. Ainda assim, é possível um novo capítulo lá pra domingo, eu acho! Fiquem felizes. XD
Esse capítulo não tem muita "ação", são meio que alguns monólogos dentro da própria mente dos personagens (como o título sugere), mas é necessário. Algo que chamo de capítulo-ponte.
BitchKisses, e vão ler logo. XD

Capítulo 33 - Internal conflicts.


Liam POV

Sai do banho enrolado em uma toalha, indo em direção ao meu guarda-roupa e procurando algo para vestir. Inevitavelmente, cada vez que eu pegava uma toalha me lembrava de Harry; aquele filho da mãe provocador tinha conseguido me fazer associá-lo justo com isso, e agora todas as vezes que eu me enrolava numa toalha começava a ficar excitado.

Sorri ao pensar naquilo. Era realmente estranho como eu estava encarando bem aquilo. De certa forma, eu sempre soube da minha sexualidade, mas nunca quis admiti-la. Não era só a reação da minha família que me impedia de me assumir, mas eu mesmo, a minha própria aceitação. Durante anos eu neguei essa parte de mim insistentemente, me forçando a acreditar que era passageiro, que era alguma espécie de impulso que eu ainda aprenderia a controlar. Besteira.

Depois de um tempo, já incapaz de usar essas desculpas, eu simplesmente passei a ignorar qualquer espécie de auto-avaliação. Eu via garotos bonitos por todos os lados, e sempre que algum deles atiçava minha imaginação – e meus hormônios –, eu me continha e me forçava a pensar em outras coisas, até que aquilo passasse. Ou até que a pessoa saísse da minha vida; às vezes era só assim que passava. Algumas vezes eu me apaixonei por pessoas que conviviam comigo, e essas foram as piores, porque simplesmente não dava para ignorar. E eu tinha de sofrer em silêncio, tentando colocar rédeas em meus sentimentos e desejos.

Andrew tinha sido o mais intenso desses casos. Ainda era difícil pensar nele. Em como eu cheguei ao ponto de me declarar, em como ele me recusou, depois de ter me beijado. De certa forma, eu não conseguia culpá-lo; o medo de tudo aquilo vir à tona suplantou seus sentimentos, como diversas vezes aconteceu comigo, antes e depois dele. Mas nenhuma nunca fora tão profunda...

Com Harry não foi tão intenso; eu gostava muito dele, e me sentia atraído por ele também, mas não era amor. Era algo forte, com certeza, já que ele me fizera perder o meu tão resistente autocontrole, mas acho que isso se devia em parte à insistência dele. Só o que eu sabia com certeza é que era bom, e que eu iria curtir enquanto durasse.

Desci as escadas, indo para a sala. Eu não tinha o costume de assistir TV, mas meu pai tinha ficado fora por duas semanas, e eu queria passar algum tempo com ele. Então sentei ao seu lado e fui assistir ao jornal. Nós conversávamos sobre assuntos diversos entre uma reportagem e outra, ora falando sobre o que estava sendo noticiado, ora sobre assuntos do dia a dia. Minha relação com meu pai não era o tipo “melhores amigos” ou algo muito íntimo, mas não precisávamos disso para sermos próximos; eu tinha meus assuntos particulares e ele não tentava ser o conselheiro ou ouvinte para mostrar que se importava. Mesmo que estivéssemos conversando sobre política e não sobre meu último namoro, sabíamos que tínhamos laços estreitos e muito bem estabelecidos. E eu gostava disso, já que nunca fui o tipo que revela tudo o que pensa ou sente.

As notícias sobre esporte finalmente acabaram, e surgiu uma matéria sobre um grupo de skinheads que agrediu um casal homossexual; tentei prestar atenção à notícia, mas não consegui me apegar aos detalhes: raiva e tristeza tomaram minha mente. Lembrei-me de Louis, na ocasião em que o conheci, e também de ofensas que assisti na escola a colegas que aparentavam ser gays, ofensas que me fizeram me esconder com mais empenho.

– Esse é o tipo de coisa horrível que nos faz perceber que o mundo ainda precisa de muita mudança. – Meu pai falou, em tom solene, comentando o que via na televisão.

– É... – eu concordei, sem conseguir dizer nada no momento.

– Eu não acho que seja algo assim tão grave. – Minha mãe falou, me levando a virar a cabeça na direção dela.

– Como assim? – Perguntei.

– Ora, filho – ela começou, como se fosse algo óbvio –, como eu posso dizer? Não é que eu seja a favor disso, entende, violência nunca se justifica, mas nem todo mundo é tão tolerante. Se esses homossexuais fossem um pouco mais... discretos, isso ocorreria ainda menos.

– Ainda menos? – Repeti, ironizando, mas não era aquela a pior parte. – A senhora fala como se eles devessem agradecer pela tolerância que recebem, como se não fosse obrigação do restante da sociedade respeitar a liberdade deles.

– Bom, se a liberdade deles não atingisse outras pessoas, certamente essas reações seriam menos frequentes. – Ela rebateu, com uma naturalidade que me causou asco.

– Eu não acredito que você possa pensar assim, Karen. – Meu pai disse, com tom decepcionado. Se ele não acreditava, eu não podia descrever como é que eu me sentia.

– E por que não? – A indiferença em sua voz me deixava enjoado, e tive que sair dali.

– Vou pro meu quarto. – Falei, sem maiores explicações, e subi.

Passei pela porta e a fechei, me apoiando nela. Era para aquela pessoa que eu teria que revelar minha identidade, quem eu realmente era e como realmente me sentia? Era dali que eu esperava apoio e compreensão? Se era, eu estava em péssimas condições.

Me joguei na cama e fechei os olhos, tentando entender melhor o que se passava em minha cabeça. Eu estava me sentindo bem melhor comigo mesmo, mas estava pronto para aquele tipo de reação, especialmente vinda de dentro de casa? Não, eu sabia que não.

Eu precisava de um pouco mais de tempo, tempo para me preparar pra enfrentar pessoas com esse tipo de mentalidade – e do choque de que minha mãe fosse uma delas. Eu tinha vivido todo esse tempo negando a mim mesmo, e era isso que me deixava em tamanho conflito; superado isso, eu poderia suportar mais algum tempo até deixar essa identidade vir a público. O único problema era o controle que minha mãe impunha sobre mim, e sua curiosidade acerca da minha vida amorosa.

Meu celular vibrou, e ao pegá-lo vi que havia uma mensagem:

"Não esqueça os relatórios que tem de levar amanhã para o escritório... Ok, eu sei que você não vai esquecê-los; só checando, e aproveitando pra mandar boa noite. Beijos! :)"

Era um recado de Daniele. Ela vinha insistindo em nossa proximidade desde o primeiro dia em que pisei naquele escritório. Tínhamos ficado algumas vezes, quando eu precisava aliviar a tensão causada por Harry, antes de parar de resistir e começar a fazer isso com o próprio Harry. Mas ela era uma boa pessoa e eu conseguia sentir atração por ela também. Eu andava sentindo atração por gente demais ultimamente, mas era uma realidade...

Ela seria a candidata perfeita para prolongar meu disfarce. Eu me sentia meio culpado por isso, por estar planejando usá-la, mas era a melhor aposta pra mim, se eu realmente queria isso. Eu achava que queria. Peguei novamente o celular e me certifiquei em mandar uma mensagem bastante sugestiva.

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Louis POV

Eu me olhava no espelho do quarto, dando os últimos retoques no cabelo e na roupa, me certificando de que estava no meu melhor visual. A calça justa, tornando mais desejáveis as melhores partes do meu corpo; uma camiseta mais simples, nem larga nem muito colada, e a jaqueta preta. Eu adorava as possibilidades que a sobreposição me dava, então não conseguia evitar meu gosto pelas jaquetas; eram ótimas para sensualizar, no melhor estilo “estou pronto para tirar isso, e tudo o que está por baixo”.

Comecei a fazer algumas poses e caras sexys em frente ao espelho, ensaiando, parando bem a tempo de não ser flagrado por minha mãe, que veio em direção ao meu quarto com passos ruidosos.

– Louis, você sabe onde está aquela... Oh, filho, você vai sair hoje? – Ela perguntou, deixando a outra questão no ar.

– Sim, mãe. Eu não comentei mais cedo? – Falei, ainda olhando para o espelho, mais comportadamente.

– Não que eu me lembre... – Ela falou pensativa. – Vai encontrar Niall?

Minha mãe tinha conhecido Niall dias depois de eu ter contado pra ela sobre minha sexualidade, e eles se adoraram. Ela não parava de falar pra que eu o trouxesse aqui mais vezes; parecia que estava gostando mais do genro do que do filho. Uma vez ela brincou que não ter nenhuma nora era um dos melhores presentes que eu dera a ela.

– Aham, vou pra casa dele, e vamos a uma festa.

– E onde você vai dormir?

– Ainda não sei, mãe. Mas eu te aviso.

– É bom mesmo. – Ela disse, saindo da porta do quarto.

– Mãe! O que é que a senhora queria saber? – Perguntei, curioso.

– Eu me esqueci. Mas não era nada importante. – Ela gritou de volta.

Dei de ombros e voltei ao espelho. Mas o celular tocou, me tirando a concentração. Peguei-o e vi uma nova mensagem; percebi que tinha também uma mensagem de alguns minutos atrás, que provavelmente chegara quando eu estava no banho.

Olhei a primeira. Era de Niall: “Não vai poder vir mesmo? :(”

“Infelizmente não, amor... Compensaremos isso depois”, digitei. Senti uma pontada de culpa enquanto digitava minha resposta, demorando um longo instante antes de clicar em Enviar. Mas enviei assim mesmo. Já tinha planejado minha noite, e já tinha enfrentado essa culpa horas antes. Na verdade, vinha enfrentando-a a vários dias, sempre que cogitava fazer o que eu estava prestes a fazer.

Eu tentava controlar aquilo, aquele desejo todo que não parecia ser satisfeito estando somente com Niall. Eu sempre me remoia de remorso, e sempre me convencia de que nem ao menos voltaria a pensar em traí-lo, mas era mais forte do que eu. Eu me sentia uma pessoa horrível por conta disso, mas não conseguia parar, e muito menos deixar Niall. Quando estava com ele, me sentia uma pessoa diferente; ele emanava uma alegria contagiante. Mas quando ele estava longe, sentia que voltava a ser o mesmo Louis de sempre, tão horrível ao ponto de trair o namorado perfeito que tinha...

Fui até a caixa de entrada do celular e abri a mensagem anterior, de um não registrado porém já conhecido número: “Você vem hoje? Quero muito te ver”. Esqueci todos os pensamentos de momentos atrás, enquanto um sorriso malicioso percorria meus lábios.

Digitei uma resposta curta: “Já estou saindo de casa”.


Notas Finais


Mais uma coisa: estou reunindo e lapidando algumas crazy ideas que surgiram na minha cabeça madrugadas atrás e... Quem gosta de Ziall? E Zosh? E quanto a colocar o Josh na cama do Liam ou do Harry (no melhor sentido que vocês imaginaram, claro)?
Ah, e não se preocupem, essas ideias (e perguntas) não têm nada a ver com Nobody Knows. São novos projetos.
Kisses, XD


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