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História Noir - Imagine Yuta - XV - montando as peças do quebra-cabeças


Escrita por: SadisticSade

Capítulo 15 - XV - montando as peças do quebra-cabeças


Soojung, porém, pensava no significado por trás das ameaças: se eles eram o Dii Consentes, então era apenas questão de montarem as peças e verem onde cada um se encaixa, não? Três já estavam confirmados, ela mesma, Mercúrio; seu irmão, Júpiter; e Ten, Vulcano. Restavam apenas os outros nove, e com um pouco de esforço, não seria muito difícil arrumar um papel para cada um.

— Quem pensou nessa metáfora realmente tem bons olhos… — ela murmurou, distraidamente, enquanto retirava o quadro da parede.

Yuta a acompanhou até a mesa de centro, os dois sentando-se lado a lado sobre o tapete cinza, sem entender o que ela pretendia. — O que foi?

— O assassino está baseando isso na mitologia romana, certo? Por isso se intitula “Plutão”. Na Roma Antiga, existia algo que se chama Dii Consentes, o que seria o Conselho dos Deuses, ou Deuses Harmoniosos, coisa assim: doze deuses e deusas que compõem uma forma de conselho para auxiliar Júpiter, que é o “presidente” disso tudo. Soa familiar, não é? — Soojung explicou, enquanto pegava uma caneta e o bloco de notas sobre a mesa de centro e começava a rabiscar uma lista de nomes — Júpiter, Juno, Neptuno, Minerva, Marte, Vênus, Apolo, Diana, Vulcano, Vesta, Mercúrio e Ceres: cada um deles representa um aspecto da vida cotidiana a qual comandam; Vulcano, por exemplo, era reconhecido como o deus dos vulcões, desertos e também da metalurgia.

Yuta não precisou pensar muito para completar o raciocínio. — …Como o Ten, que era especialista em fabricação de falsificações, inclusive de joias e peças metálicas, como a fivela do cinto que ele usava e que o assassino roubou, que foi ele mesmo quem fez. Acho que entendi aonde você quer chegar.

A moça concordou com a cabeça. — Alguns já sabemos: meu irmão é Júpiter, deus do céu, dos trovões e líder dos outros deuses. Eu sou Mercúrio: deus do comércio e da comunicação, dentre outras coisas; faz todo o sentido, sendo que eu sou responsável pelo departamento de comunicações e relações externas. Ten era Vulcano, como responsável pelo departamento de falsificações. Os outros, pouco a pouco, começam a fazer sentido quando a gente pensa mais um pouco…

— Taeil-hyung pode ser Vênus, como chefe das casas noturnas, combina com ele. É ele quem comanda o prazer, vamos assim dizer, não é? Como a deusa do amor. E eu devo ser Marte, afinal, briga é a minha especialidade. — o japonês deu um meio sorriso de uma certa satisfação desconcertante.

Nisso ele tinha toda razão… — O departamento de defesa com certeza é Marte, o deus da guerra, porque é quem está pronto para brigar a qualquer momento, mas vive em embate com o departamento jurídico e de estratégias, não é? Minerva é a deusa da guerra defensiva e estratégica, Marte da violência impetuosa e indiscriminada. Faz sentido para você e Doyoung, é claro.

— Taeyong deve ser Juno, não é? Ele é meio… Mãe. — Yuta disse, rindo. O departamento de manejamento de pessoal combinava com alguém que estava sempre pensando nos outros como ele.

— É, ele e o Sicheng, que poderia ser Vesta, deusa do lar e da família, faz todo sentido para o departamento de assuntos internos, os dois estão sempre trabalhando juntos. E ainda temos os que são menos óbvios, mas que restaram… — a cada deus listado em sua folha, Soojung escrevia o seu correspondente real ao lado, e apenas quatro nomes restavam — Haechan e o departamento de importações e exportações só pode ser Neptuno… O deus do mar e da água doce, é pelos rios e mares que nosso comércio é feito, principalmente. Para Jaehyun, acho que talvez Diana, a deusa solitária, da caça: ele é o policial infiltrado no meio dos legítimos, e se Diana transformou em um cervo um caçador que a viu nua, não sei o que Jung Jaehyun faria com quem descobrisse que ele é um agente duplo…

Apesar da aparência de príncipe, Jaehyun sabia muito bem ser o contrário disso quando a situação pedia, o Nakamoto pensou. — Ainda faltam dois na lista, e não vejo como você vai encaixar o Mark e o Xiaojun nessa.

— Para o Mark, só vejo Ceres para ele e para o departamento da economia, o que não é tão mal assim: não sei se já ouviu falar, mas a palavra “cerveja” deriva do latim, do nome de Ceres, assim como “cereal”, e é também o nome do fungo que faz a fermentação da bebida, o Saccharomyces cerevisae.

— Faz todo sentido, considerando que contrabando de bebidas é uma das atividades mais lucrativas que temos. — ele respondeu, com um suspiro — Pelo menos alguém aqui ainda lembra de alguma coisa que aprendeu no ensino médio, eu acho que se me colocassem para somar qualquer coisa com mais de três dígitos hoje eu precisaria de calculadora, Soojung… Mas você sempre foi assim, não é? Boa em lembrar e reparar nas porcarias que ninguém mais se importa. Doyoung era bom em estudar também, sempre o presidente da turma e o responsável entre nós, e eu era bom em arrumar encrenca.

Algumas coisas mudam, outras permanecem sempre iguais… Lembrar daqueles tempos mais simples fez com que sentissem saudades de quando a maior preocupação que tinham era estudar para passar em uma prova, ou dar um jeito de matar o último horário da manhã de sexta e conseguir almoçar fora do colégio.

— Ainda falta um. — o japonês disse, retomando o assunto, antes que se perdesse nas lembranças.

Lendo novamente sua lista, ela retomou o raciocínio com facilidade. — Certo… Essa é um tanto mais óbvia… Dejun é Febo, ou Apolo, como era conhecido mesmo pelos romanos: deus da música, apropriado para um excelente pianista como ele, da beleza, para alguém tão bonito, e também da medicina… Temos aí nossos doze deuses. Só resta saber se existe alguma ordem nos ataques, e aí teremos uma maneira de nos prevenir.

— Bonito, huh… Não imaginava que o Xiaojun fosse o seu tipo de homem.

Yuta percebeu, com uma certa satisfação agridoce, que pela primeira vez em muitos anos fez Soojung ficar envergonhada. — Não acredito que depois de toda a minha explicação, é nisso que você está se concentrando. — ela disse, com o orgulho ferido.

— Não, eu ouvi tudo, mas diferente de você, meu cérebro não consegue ir muito além disso. Talvez você devesse apresentar essa teoria para o Doyoung, ele te ajudaria muito mais que eu… — respondeu, levantando-se do chão e afrouxando a gravata, que mais lhe parecia uma coleira às vezes, símbolo dessa vida regrada e elegante de um membro do alto escalão da máfia — O que acha de jantarmos logo? Estou morto de fome.


Notas Finais


E então finalmente temos as cartas na mesa: um desses aí pode ser Plutão, é claro, mas quem?


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