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História Noir - Imagine Yuta - XXVIII - liquor lips


Escrita por: SadisticSade

Capítulo 28 - XXVIII - liquor lips


— Você acha que pode descobrir de quem é a conta para qual estavam desviando os fundos?

A pergunta de Johnny ia direto ao ponto, mas Doyoung sentia que não era isso que o amigo realmente queria saber. — Com alguns emails para o banco, acho que consigo sim, não deve ser difícil. Mas só… Saber… Acho que isso não é tudo, é?

O mais velho suspirou pesadamente, enquanto o outro já adiantava o serviço. — Não, não é. Saber mostra que temos um sonegador entre nós, não necessariamente um assassino. E ainda tem essa questão do Winwin, que anda me preocupando demais: nem sinal dele, nem dos subordinados, todo mundo… Sumiu, evaporou.

O advogado hesitou por alguns segundos antes de falar o que pretendia há algum tempo, sem saber como essa teoria seria recebida. — Sabe, hyung, já faz um tempo que eu me pergunto se você realmente falou como Huang Renjun, subordinado do Sicheng, de verdade. Sabe o que eu quero dizer? Não tem como saber de verdade por chamada de voz: forçando a voz um pouquinho, ou dando uma desculpa de que está meio gripado, a gente não desconfia, e todas as vozes se parecem um pouco se está barulhento demais no fundo, ou…

— Indo direto ao ponto, você acha que eu não falei com Huang Renjun, é isso? — Johnny concluiu.

Doyoung assentiu afirmativamente. — Não temos como provar que era ele. Pode ter sido… Outra pessoa.

Johnny levantou-se da cadeira, andando em círculos pela sala. Pelo menos alguém o compreendia, o que era um grande alívio, pois nos últimos tempos sentia como se estivesse enlouquecendo. — Talvez o responsável por tudo isso! Meu Deus, isso tem me atormentado a tempos, parece que eu estava paranoico, mas se você diz... Sabe, eu também estava incomodado com isso, afinal, desde o princípio esse Renjun mentiu para nós, e por quê? Alguém que está do nosso lado não esconderia a verdade por muito tempo, nem mesmo se estivesse com medo das consequências, mas esse cara falou comigo uma vez e desapareceu da face da Terra, quem me garante que ele era real?

— Eu não sei se ele era o assassino de fato, mas pode ser alguém trabalhando para ele: a ligação veio da China, afinal, e eu duvido que o culpado não esteja aqui na Coreia: ele está indo atrás de nós pessoalmente, não podia estar nos dois países ao mesmo tempo, considerando que o Sicheng sumiu no mesmo dia que o Taeil-hyung e o Xiaojun quase foram mortos. — Doyoung disse, cauteloso como sempre. Ele era uma pessoa de visão, afinal.

Pensando por um segundo, o líder discordou. — Não tenho tanta certeza. A arma que matou o Ten era uma calibre .38, mas a arma que usaram para atirar no Xiaojun era uma calibre .22… Armas diferentes, obviamente: nenhuma corresponde aos registros da polícia, pelo que descobri com o Jaehyun, mas se é uma mesma pessoa, por que duas armas de fogo diferentes? Já é difícil arrumar uma, que dirá duas, mesmo que ilegalmente, isso levanta algumas suspeitas.

— Dois atentados aconteceram simultaneamente naquela noite também, então dois assassinos? Ou um assassino e cúmplices?

— Minha teoria é de que o assassino verdadeiro, o mandante, foi atrás do Taeil-hyung para terminar o trabalho. O segundo, o cúmplice, foi atrás do Xiaojun para tirá-lo de lá, mas também nos despistar, como uma cortina de fumaça: se ele levasse só um susto, como realmente levou, o hyung poderia estar morrendo no apartamento e nem lembraríamos dele até o caos se dissipar, e aí já seria tarde. Enquanto isso, alguém também já estava com o Haechan, então temos múltiplos subordinados trabalhando para alguém: é uma pessoa de poder e dinheiro, sem dúvida. Nós não estamos lidando com algum ralé que se meteu a nos desafiar...

Um email foi recebido por Doyoung naquele momento, do banco, o toque do celular o assustando pelo momento tenso. Eles estavam fazendo o melhor para encontrarem o dono da conta e, com algumas ligações, detalhando o porquê desse pedido (não entrando em detalhes, mas mencionando a possibilidade de um desfalque na empresa), ele conseguiu o que tanto queria. — Hyung, eles me mandaram os dados. A conta pertence a...

(...)

Longe dali, Yuta apenas se preocupava em dirigir, com Soojung abraçada a ele na moto: em algum momento ela vai perder o medo e eu vou sentir falta disso, foi o que pensou, com certo pesar; enquanto essa hora não chegava, ele aproveitava um pouquinho mais, as migalhas que fossem. Tinha sido sempre assim, afinal: migalhas, o que conseguisse arrancar... O trânsito estava difícil, porque havia voltado a nevar, e ainda haviam passado em um restaurante para comprar o jantar da noite, mas não reclamava da demora, de maneira alguma.

O prédio continuava ali, a visão familiar de sempre, sua segunda casa. — Chegamos. — ele anunciou a Soojung, descendo da moto.

— Eu não sei como você conseguiu tirar carteira, dirigindo assim desse jeito… — ela resmungou, pensando em quantas vezes quase morreram naquele percurso, e milagrosamente se salvaram no último segundo. A sorte estava ao seu lado hoje, ao que parecia.

O japonês gargalhou. — Falou quem não tem carteira, não pode nem me criticar. Além do mais, você que quis vir aqui, e quis comida francesa também, sabe o tanto que é difícil achar um restaurante francês que faça comida para levar aqui em Seul? Eu juro que parece que você gosta de complicar…

— Foi mesmo tão difícil assim? — a jovem indagou, enquanto subiam as escadas no escuro, usando apenas a iluminação natural da lua e das estrelas para se guiarem: o prédio podia estar abandonado, mas era melhor não serem vistos por aí, por quem quer que fosse… Chamar a atenção não era o ideal, ainda mais nas atuais circunstâncias.

— Tive que ligar em uns cinco restaurantes diferentes, e o quinto só aceitou porque ofereci vinte mil won a mais pela “embalagem”. — eles devem ter embolsado essa porcaria, mas quem liga? Não é como se esse dinheiro fosse fazer alguma diferença, e se tivesse que colocar numa balança todo o dinheiro do mundo e a satisfação de uma pessoa terrivelmente caprichosa assim, bem, a escolha era óbvia. Sempre havia sido.

— Então espero que valha o preço. — foi o que a garota respondeu: ela havia preparado talheres, evidentemente, pensando já no jantar, e agora sentia uma pontinha de culpa por fazer Yuta se esforçar tanto assim por um capricho seu. Ele sempre se esforçava muito em tudo que fazia: Yuta Nakamoto não era o tipo de pessoa que fazia algo nas coxas, pelas metades... Era sempre oito ou oitenta, ou faz absolutamente tudo ou nem tenta. — Me desculpe por sempre te dar trabalho… Eu tenho uma tendência péssima a ser egoísta, e não penso muito nas outras pessoas, mesmo quando gosto delas.

— Esquece isso: se você gosta de mim, pode me usar o quanto quiser, eu não ligo, fico até feliz com isso. — o Nakamoto respondeu, com uma certa firmeza que não deixava espaço para reclamações, e já colocando uma copo descartável meio cheio de um líquido escuro próximo aos lábios de Soojung — Agora prova isso daqui, isso é licor de quê?

Bebendo um gole, ela pensou por um momento, antes de responder. — Crème de cassis.

— Cassis, huh… Essa é nova… — Yuta respondeu, meio perdido em seus pensamentos, e quase por um momento se arriscando mais do que deveria. Ele segurou o rosto de Soojung por alguns segundos, com um sorriso de satisfação — Boa menina. Agora vamos comer.


Notas Finais


Todo mundo: nossa, capítulo que vem tem sangue, morte, massacre, esse jantar vai virar um enterro

Eu, quietinha, escrevendo um capítulo boiolinha e deixando no ar o suspense de quem é a conta para a qual estão desviando o dinheiro: :)


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