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História Noir - Imagine Yuta - IV - ética aristotélica


Escrita por: SadisticSade

Capítulo 4 - IV - ética aristotélica


Uma reunião havia sido convocada com os doze, ou melhor, agora onze membros do conselho. Reunidos em uma sala bonita e convenientemente a prova de som da sede da companhia, aqueles onze nomes discutiam o futuro e o passado bastante recente, que envolvia um assassinato bastante peculiar, e uma tentativa de homicídio ainda mais estranha. Pela bandagem no ombro de Johnny, vagamente visível pela ligeira transparência da camisa branca que ele usava, tudo havia sido real, absolutamente real, e essa era talvez a pior parte.

— Imagino que todos aqui já saibam por que estamos aqui, certo? Meus profundos sentimentos a todos pela morte de Ten, que foi completamente inesperada… Mas que não passará em branco, é claro. — Johnny explicou. Sua voz ecoava pela sala extremamente silenciosa de maneira muito grave. Ao seu lado esquerdo, estava sentada Soojung, sua irmã, responsável pelo departamento de comunicações e relações externas, e do lado direito, Kim Doyoung, responsável pela representação legal e departamento de estratégias.

— Eu vou fazer meu melhor para que nada disso vaze para a mídia, e para preservar a nossa imagem o melhor possível. A última coisa que iríamos querer agora é chamar a atenção do público, e incentivar alguém a olhar mais fundo do que o necessário. — Jaehyun, o policial infiltrado, assegurou o chefe.

Mas parecia que outras pessoas não estavam tão satisfeitas assim com esses esforços. Yuta Nakamoto, outro estrangeiro, e o responsável pelo departamento de defesa (o que era um pseudônimo para o “departamento de quem decide com quem brigar e com quem fazer as pazes”), não era tão favorável assim a essa ideia. — Não acho que devíamos ser cautelosos agora: é a hora de mostrar força, e de mostrar que ninguém mexe conosco, não sem sofrer as consequências. Vamos caçar os ratos e pronto.

— Fácil falar quando não é a sua cabeça que está em jogo. — Doyoung comentou. Ele não gostava nada dessa ideia, até porque, é muito fácil sair atirando para todos os lugares e achar que os tiros vão resultar em alguma coisa: não faziam ideia de quem estava por trás daquele homicídio, e pior, no escuro, todos os gatos são pardos. Havia um grande risco de acabarem criando uma guerra com rivais que nada tinham a ver com isso, e era ele quem acabaria tendo que resolver essa bagunça, livrar algumas cabeças e sacrificar outras. Era preciso agir com cautela.

Ele não era o único a pensar dessa maneira. Moon Taeil, que lidava com os bares e casas noturnas que operavam na ilegalidade, era o tipo que gostava de paz. Para ele, os negócios prosperavam muito mais quando amigos e inimigos se reuniam para beber e amar sob o seu teto, e era isso que lhe importava. Ten já estava morto, de qualquer maneira, era o que o mais velho de todos os membros francamente pensava, então causar uma guerra por causa disso seria um péssimo movimento. — Por que não deixamos as coisas esfriarem por um tempo? Uma pessoa morreu, e nem sabemos se foi algo relacionado a nós… Ele podia ter inimigos fora daqui, podia ter sido um roubo, coisa do tipo. Não significa que estamos envolvidos.

— E nos envolvermos seria mau para os negócios. — Lee Donghyuck, ou melhor, Haechan, do departamento de exportações e importações, concordou. Que se danem as guerras internas, era o que ele pensava; como um mero responsável pelo dinheiro, ele não dava a mínima para quem estava se matando por aí e se envolvendo nas brigas de cachorro grande, seu lugar era nos bastidores, fazendo a coisa acontecer.

Algumas pessoas não possuem lealdade alguma, Taeyong pensou, amargamente. Era sua função se importar com a vida daqueles que trabalhavam para eles, não podia apertar um botão e magicamente parar de se preocupar. — Não sei se é uma boa ideia fingir que não estamos nem aí. Você pode não ligar, mas eu ligo.

Ele e Winwin, do departamento de assuntos internos, concordavam nisso. Sicheng sentia seu sangue ferver só de pensar em não vingar a morte do amigo. Mas quem tomou a palavra, evidentemente, não foi nenhum dos dois, e sim Soojung: — Você pode até achar que não tem nada a ver conosco, mas acho difícil que dois incidentes tão próximos não tenham ligação. Noite passada alguém tentou matar meu irmão e a mim, e quase conseguiu. Alguém está especificamente atrás de nós, e não digo nem enquanto organização de maneira geral, mas membros do conselho. Éramos doze, e agora somos onze, vamos deixar para nos preocuparmos quando formos dez? Ou menos que isso?

Mark, do departamento econômico, remexeu-se, desconfortável, em sua cadeira. — Isso é verdade? Quer dizer, o atentado? Foi alguma coisa grave?

— Meu motorista está morto e eu levei um tiro, por sorte, no braço, e só não morremos porque eu consegui parar o carro antes de cairmos no rio ou batermos em qualquer outra coisa mais séria. — Johnny esclareceu. Bem, as cartas finalmente estavam na mesa, ele pensou; Soojung tinha seu próprio modo de lidar com os problemas, e não era o tipo de pessoa que media as próprias palavras antes de dizê-las; para alguém que deveria ser boa em comunicação interpessoal, ela sabia muito bem como ser petulante até mesmo com os mais velhos, como Taeil. Seu pai tinha razão em dizer que os dois precisavam trabalhar juntos na liderança, e não deixar um por conta do outro: Soojung não tinha tato, e Johnny tinha medo demais de ferir as outras pessoas; separados, não chegariam a lugar algum a longo prazo. A velha ética aristotélica entrava em prática aqui: é preciso haver equilíbrio.

Um grave silêncio tomou toda a sala, porque pela primeira vez, eles, do alto escalão, estavam em risco. Não eram mais os peões jogando na linha de frente e se sacrificando nesse tabuleiro de xadrez, mas os reis, rainhas, bispos e cavalos… Tentando quebrar o clima tenso, Xiao Dejun, do departamento médico, resolveu prestar a maior ajuda que podia: — Vou dar um jeito de conseguir os documentos relacionados à autópsia e ser muito minucioso nos detalhes. Talvez a gente encontre alguma pista, como DNA ou sangue do criminoso, talvez até digitais, se dermos sorte. — ele falou, otimista. Nem todos confiavam que isso iria acontecer.

— Obrigado. — o líder falou, bebendo um gole de água. Daria tudo para que fosse um copo de whisky, mas Soojung provavelmente o mataria se o visse bebendo às nove da manhã de um dia de semana — De qualquer jeito, Doyoung está preparando nossos próximos movimentos daqui em diante. O que ele diz, é lei. Vamos investigar mais a fundo, e saber primeiro com o que estamos lidando antes de começarmos a agir. Seja quem for, acharemos essa pessoa até no quinto dos Infernos… E iremos cumprir a nossa promessa de vingarmos os nossos.


Notas Finais


Ai, gente... Ser estudante não é fácil, viu.


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