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História Noites puras de verão. - Mansão dos Bonnevilles.


Escrita por: AuroraK

Notas do Autor


Mais uma história para vocês. Eu espero de coração que gostem, estou me esforçando muito nessa nova história, e estou bem inspirada! Boa leitura ❤️

Capítulo 1 - Mansão dos Bonnevilles.


Com a cabeça escorada na janela do carro, fiquei escutando os últimos lançamentos de The Neighbourhood, enquanto balançava meu pé no ritmo da música, batendo no banco de couro que estava a minha frente.

— Vic. — Ao escutar meu nome ser chamado, tirei os fones e olhei para minha mãe.

— Me chamou?

— Pode parar de bater no banco? Está me incomodando!

— Tá... Desculpa.. — Parei de balançar meus pés na mesma hora e fechei minhas pernas, tentando manter uma postura ereta. Sem ânimo, larguei meu celular ao meu lado, e voltei olhar para o desfile de imagens que passava pela janela. Árvores, e mais árvores, encantador...

Nessas férias de verão, meus pais decidiram ir visitar nossos parentes que moram bem longe. Faz bastante tempo a última vez que meus pais foram visita-los, eu nem era nascida ainda, então vou vê-los pela primeira vez. Isso me deixa angustiada...

— Acho que chegamos.. —Meu pai parou o carro. Abrindo a janela, coloquei o corpo para fora para ver como era a casa, mas só tinha um muro alto e um portão de ferro preto, com detalhes curvados, e atrás apenas uma trilha larga de pedras bonitas. Infelizmente, na posição que eu estou não consigo ver o final da trilha, apenas algumas flores e árvores.

— Ahn... Amor, tem certeza que é aqui? — Perguntou minha mãe, desconfiada.

— B-bem, ele me passou esse endereço... — Meu pai olhou novamente seu celular, procurando o endereço no meio de suas conversas via mensagem. — É, é aqui mesmo.. — Meu pai guardou o celular no bolso e engoliu seco. — Bom... Vamos continuar! — Ele ligou o carro e continuou dirigindo até o portão, que em poucos segundos se abriu sozinho.

— Uou! Impressionante! Acho que o Robert está rico! — Minha mãe berrava animada.

Ele continuou dirigindo, seguindo a trilha. Enquanto ele seguia a trilha, a gente teve a sorte de poder desfrutar do magnífico jardim que ficava em volta, rodeado de Rosas vermelhas. Estou boquiaberta...

— Meu Deus! Essa é a casa do Robert?! — Exclamou meu pai, de queixo caído. Imediatamente, olhei para fora da janela, quando me deparei com uma enorme mansão estilo rústico.

— Nossa... — Deixei escapar da minha boca ao ver a mansão.

Quando finalmente chegamos em frente a mansão, meu pai saiu do carro e olhou em volta. Tinha um homem que estava de cabeça baixa e sentado nos últimos degraus de uma escada. Meu pai olhou para ele, se aproximou e se curvou para ver o rosto do mesmo.

— Robert? — O homem ergueu a cabeça e olhou para o meu pai, com brilho nos olhos.

— Irmão! — O homem pulou em cima do meu pai e o abraçou forte. — Que saudade! — Ele o abraçava cada vez mais forte, deixando meu pai sem ar.

Fiquei olhando sem entender, até que minha mãe começou a rir.

— Robert.. — Ela saiu do carro e caminhou até eles.

O homem, quero dizer, Robert olhou para ela e sorriu.

— Gisele... — Ele a abraçou, e ela deu uns tapinhas em sua costa.

— Oi Robert... — Ele a largou e olhou para os dois com um grande sorriso no rosto.

— Ah! Temos tanto para conversar! Eu preciso apresentar vocês para.. — Ele parou de falar quando olhou para mim. — Quem é ela? — Perguntou, enquanto olhava para mim. Abri um sorriso forçado e acenei.

— É a Victória! Sua sobrinha! A gente tinha avisado, não lembra? — Disse minha mãe.

Os olhos deles arregalaram-se.

— Victória! — Ele correu até mim, abriu a porta do carro e me puxou para fora. — Eu estava tão ansioso para te conhecer! — E ele me abraçou, forte, MUITO FORTE. Desagradável..

— Oi.. Ahn.. Tio... — Nem se quer tive coragem de toca-lo, apenas fiquei imóvel enquanto ele me apertava.

— Gisele! Arthur! — Uma voz fina chamou atenção de todos. Uma mulher toda elegante, ruiva e alta desceu as escadas correndo para abraçar meus pais.

— Eliza! Meu amor! Cadê o Ryan? Precisamos apresentar os dois! — Ele me pegou pelos ombros e me empurrou para frente da moça bonita.

— Ah.. Ele deve estar pelo campo agora, não o vi ainda, mas que garota bela é você... — Ela me olhou dos pés a cabeça. — Victória? — Concordei e abri um sorriso. — Victória! Minha sobrinha! — Ela me abraçou forte. Muito grude para o meu gosto...

— Como está o Ryan? A última vez que eu vi ele só era um bebezinho. — Falou minha mãe.

— Virou um homem e tanto! Estou ansioso para vocês verem ele, vão ficar boquiabertos! Mas agora, fim de papo! Podem ir entrando! — Ele subiu a escada rapidamente, cheio de animação. — Venham! — Todos riram e foram atrás dele. Suspirei. É animação demais para mim. Comecei a subir a escada devagar. Parece que a cada degrau que eu piso mais pesada eu fico. Parei e olhei em volta. Nada demais, tudo que eu já vi alguns minutos antes dentro do carro, mas ainda assim, não estou com uma boa impressão desse lugar...

— Bobagem.. — Sacudi a cabeça e entrei na mansão.

Ao entrar, já nos deparamos com um grande salão, com um lustre enorme no centro da sala, quadros de artistas que eu desconheço e um tapete que parece ser melhor que minha cama. E entre outras coisas luxuosas que me deixam sem fôlego.

— Venham, vamos para a sala, vamos tomar um café ou qualquer coisa do tipo. — Falou a minha "tia". Tentei esconder meu rosto pasmo por descobrir que essa não era a "sala". Engoli seco e os segui. Ao chegar na sala, já esperava por uma estátua de ouro, mas me enganei completamente. A sala era algo bem mais reconfortante, sofás cinzas confortáveis que rodeavam uma mesinha de vidro e na frente uma televisão que eu suponho ser 50 polegadas 4k. Eu daria tudo para passar a semana inteira olhando séries e comendo besteiras nessa sala...

— Sintam-se em casa! Não se esqueçam que vocês vão passar um bom tempo aqui. — Disse meu tio, com um sorriso que chegava nas orelhas. Ele se jogou no sofá.

— Esse lugar parece um castelo.. — Disse minha mãe, acabando a frase com uma doce risada, enquanto sentava no sofá.

— Vai ser maravilhoso ter a companhia de vocês aqui, esse lugar é sempre tão silencioso e vazio, só o meu querido Ryan para animar! — Disse a tia.

— Falando nisso, ele não apareceu ainda... — Disse o tio, e imediatamente olhou para mim e sorriu. — O que acha de ir procurara-lo? Ele deve estar lá atrás.

— Eu concordo com a ideia! Vai lá filha, vai conhecer seu primo! — E mais uma vez minha mãe me colocou numa situação indesejada. Logo quando eu me sentei nessa maravilha..

— Tá.. — Me ergui e saí suspirando, de cabeça baixa.

Quando passei pela porta e fui me virar, acabei me batendo em alguém, e esse mesmo alguém agarrou meus ombros e me afastou de seu corpo antes mesmo de eu ver quem é o sujeito. Ergui a cabeça e me deparei com um belo garoto de olhos verdes, e cabelo bagunçado com cor escura, bem escura. Sem saber o que dizer, acabei me perdendo em seus olhos. Esmeralda, verde esmeralda. Estou simplesmente encantada. Ele também não falou nada, e só ficou olhando em meus olhos. Ele abriu a boca para dizer alguma coisa, mas desistiu. Me largou e passou reto por mim, indo até a sala.

— Estou aqui. — Disse ele. Engoli seco. Respirei fundo e fui atrás dele.

— Rayan querido! Esses são seus tios! Eles o conheceram quando você era só um bebê! — Disse sua mãe.

— Oh, prazer. — Ele foi até meus pais e apertou suas mãos, depois se jogou no sofá e olhou para mim. — E quem é você?

— Victória, prazer... — Ele me olhou dos pés a cabeça.

— Filha deles? — Ele apontou com a cabeça para meus pais. Concordei com a cabeça. — Prazer em te conhecer, priminha. — Disse ele, terminando com um sorriso no rosto. Senti uma ponta de sarcasmo nessa frase...

— Então.... O que acham de um café? — Disse sua mãe, enquanto olhava para todos sentados.

— Eu não estou com fome agora, muito obrigada mesmo assim. — Falei.

— Eu também não, passo. — Disse o Rayan. Meus tios se olharam.

— O que acham de ir passear pela casa? Bem que o Rayan poderia mostrar para ela onde fica tudo, não é Rayan? — Disse seu pai sorrindo. Ele olhou de cara feia para os pais e revirou os olhos.

— Tá... — Ele se ergueu e passou por mim. — Vem. — Fui atrás dele, e nós nos retiramos da sala. Quando nos afastamos um pouco da sala, ele se virou novamente para mim. — Então, o que você quer ver? — Fiquei quieta por alguns segundos, sem saber responder. — Por favor, facilite meu trabalho...

— É-é que eu não sei! Não sei nem mesmo onde é o banheiro...

— Bom... Vou te mostrar os quartos então, pode ser? — Concordei com a cabeça. — Ok, venha. — Ele subiu as escadas que davam para o segundo andar, e eu o segui. Caminhamos por um corredor que tinha muitas portas, mas nem sequer prestei atenção nos detalhes. Ele parou na última porta do corredor e a abriu.

— Esse quarto é dos hóspedes, para casais, a princípio será dos seus pais. — Olhei em volta do quarto. Grande e luxuoso, nem estou surpresa. Ele fechou a porta e olhou para mim. — E você? Prefere quarto para solteiro ou casal?

— Ahnnn, qual a diferença?

— Na verdade, nenhuma.

— Quê? Por que perguntou então?!

— Para saber se você tinha um namorado. — Fiquei paralisada diante a afirmação dele. Ele simplesmente ignorou e passou por mim, indo a outra porta, e a abrindo. — O que acha desse quarto? — Me aproximei e entrei. O quarto era simplesmente lindo, luxuoso, uma cama com milhares de travesseiros e lençóis, um mini lustre no centro do quarto, a mesma televisão que tinha na sala, flores, e uma varanda simplesmente maravilhosa!

— É um paraíso! — Me joguei na cama e olhei para ele, abrindo um sorriso.

— Ótimo, então pode ficar com esse quarto. — Disse ele, enquanto sentava na ponta da cama. Olhei para ele com os olhos brilhando.

— É sério?! — Ele concordou com a cabeça, sem transparecer nenhuma expressão diferente. — Nossa! Valeu! — Voltei a me afundar naquela cama maravilhosa.

— Imagino que não quer ver o resto da casa, certo?

— Certo!

— Bom, boa tarde então. — Ele se retirou do quarto e fechou a porta. Novamente olhei em volta do quarto, e a televisão chamou minha atenção.

— Vamos testar essa belezinha... — Depois disso, fiquei o resto da tarde tentando achar algum filme interessante no catálogo da Netflix. Aposto que só foi o meu tédio tentando se distrair... 

Ao anoitecer, teve um grande jantar em família com diversos tipos de pratos, um mais delicioso que o outro. Surpresa fiquei ao descobrir que tudo isso não foi feito por um cozinheiro profissional e sim pela minha tia Eliza, fiquei chocada! Depois todos foram para a sala, acompanhado por algumas bebidas alcoólicas. Apenas papeamos um pouco e bebemos. Só os jovens, digo, eu, tive que moderar, pois tenho apenas "16 anos", como meus pais disseram. Enquanto os adultos extravagaram na bebida, e ficaram todos bêbados, berrando e rindo alto. Tirando o Rayan, que realmente bebeu muito, mas não ficou bêbado nem nada do tipo, apenas se abriu um pouco e ficou fazendo piadas e sendo irônico, mas ainda assim um pouco "quieto", como no jantar...

— Um dia eu estava em um avião, aí o piloto foi falar no microfone, falando que já estávamos chegando na Índia, mas ele esqueceu de desligar o microfone e disse assim para o copiloto "Sabe o que eu queria agora? Uma chupetinha e um café!" Todos no avião riram, aí uma aeromoça arregalou os olhos! Aí ela saiu correndo para falar com o piloto, eu me ergui e disse bem assim "só não se esquece do café!" — E meu pai, mais uma vez contando suas piadas de velhos, e como esperado, meus tios e minha mãe caíram na risada, quase derrubando a própria bebida. Admito que ri um pouco também. Olhei para o Rayan, e consegui ver a sombra de um sorriso em seus lábios. Parece que ele tem senso de humor, que surpresa...

— Robert? — Uma voz masculina interrompeu todos. Olhei para trás e era um homem gordinho, negro, e vestia roupas de um guarda noturno.

— Ah! Carlos! Sente-se com a gente e beba um pouco! — Disse Robert, meio chapado por causa da bebida. O homem riu.

— Não, Robert... Não se esqueça que eu vim para trabalhar.

— Ah é! Hahaha!

— Então, só vim avisar que eu cheguei, posso começar a trabalhar?

— Claro! Mas meu convite ainda está de pé, hein! — O homem abriu um sorriso e se retirou da sala, indo para rua.

— Quem é? — Perguntou minha mãe.

— É o nosso guarda noturno.

— Que chique! 

— Amor... Acho que eu não estou bem...— Minha tia se ergueu e começou a cambalear, e por fim, caiu em cima do Rayan. — Tô enjoada!

— Mãe... — Rayan a ergueu, meio desconfortável e colocou os braços dela em redor ao seu pescoço.

— Acho que eu vou vomitar... Bebi demais..

— Daqui ela para mim filho, irei levar ela para o banheiro. — Ele a pegou e a ergueu com seus braços. — Desculpe gente, mas minha rainha aqui está mal, vou ter que abandonar vocês, podem continuar se quiserem.

— Claro que não! Já está na hora mesmo, e a Vic já está começando abusar.. — Disse minha mãe enquanto olhava para mim. Eu nem vou me esforçar para tentar contrariar-la, se ela diz que é assim, então é assim.

— Vamos amor. — Minha mãe puxou meu pai, que estava quase dormindo no sofá, e eles foram para o quarto, deixando eu e o Rayan a sós. Olhei para ele e ele estava juntando os copos e as garrafas vazias que rolavam pela sala.

— Deixa eu te ajudar.. — Me agachei para ajudá-lo.

— Não precisa, pode ir para o seu quarto, eu gosto de fazer as coisas sozinho.

— Ah, okay. — Me ergui e caminhei até a porta, parei e olhei para ele novamente. Ele continuava de cabeça baixa, juntando as coisas. Sem exitar mais, fui tomar um banho quente para tirar aquele cheiro de álcool. 

Ao sair do banheiro, já vestida, ainda conseguia sentir o cheiro de sabão e shampoo preso em meu corpo. Maravilha, não tem nada melhor que isso. Me dirigi até a porta do meu quarto, alegre e distraída em meus pensamentos. Ao abrir a porta, lancei o olhar para o outro lado do corredor, e me encontro com o Rayan, de frente para o quarto dele, imagino.

— Boa noite. — Disse e abri um sorriso. Ele só notou minha presença quando eu falei com ele. Ele fez um gesto com a mão e depois entrou no quarto, e eu entrei no meu. Ao entrar, segui para a varanda, e imediatamente, o vento bateu contra minha pele, mas não me incomodou, o contrário disso, só me deixou mais relaxada ainda. Soltei um leve suspiro. 

A noite estava linda hoje, essa mansão é realmente afastada da cidade, e aliás, a cidade mais próxima é uma cidade pequena, enfim, muita pouca luz, deixando as estrelas do céu mais aparente, é um espetáculo ver, e hoje era dia de lua cheia, nem precisava da luz do quarto para iluminar, só a luz do luar já bastava. Olhei para baixo e encontrei o Carlos, que estava andando para lá e para cá, enquanto olhava para todos os lados atentamente. Ele parece bem profissional no que faz... Quando finalmente notou minha presença, abriu um sorriso gentil e acenou com a mão, e eu retribuí. 

Quando começou esfriar mais, entrei para dentro do quarto e fechei as portas da varanda, mas deixando as cortinas abertas para a luz da lua entrar. Me joguei na cama e mais uma vez suspirei. Um suspiro cansado. Nem tive tempo para pegar o controle, estava tão cansada que acabei adormecendo rapidamente.

Eu só me pergunto... Por que não fiquei acordada só mais um pouco?!


Notas Finais


Espero que tenham gostado do primeiro capítulo! Até a próxima ❤️


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