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História Non, Je Ne Regrette Rien - Esperançar


Escrita por: Zekken e FMA_Dimension

Notas do Autor


Olá! O tema desta vez desse projetinho lindo, o @FMA_Dimension é Akai Ito (Almas Gêmeas). Essa história tem um peso diferente para mim, então apenas desta vez, deixarei as referências históricas e culturais da fanfic aqui nas notas iniciais, capa da diva @Potter_Uzumaki e betagem da Michele, vamos lá...

Primeiro a história se passa na cidade Colmar, cidade medieval francesa na região da Alsácia, a imagem da capa é uma excelente ilustração da cidade!.

Na história estamos no contexto dos anos 70-80, no contexto da chamada "Revolução Sexual", movimento hippie e de várias outras vertentes que revolucionou a sexualidade na sociedade europeia. Dentre os quais participantes podemos citar William Godwin, um estudioso da sexualidade na Inglaterra, pioneiro na luta contra a igreja, monogamia, casamento e aborto no séc XIX.

Bem como o magnifico Tchaikovsky, europeu do grupo LGBTQIA+ do séc XX que compôs obras clássicas do ballet: Lago dos Cisnes e o Quebra Nozes, meu pianista favorito! Assim como todas as melodias citadas são de artistas que admiro muito e gêneros musicais que tem meu coração, Jazz, Blues... Vale uma conferida!

A flor que ornamenta o quarto Ylang Ylang, são flores cujo óleo pode ser considerado afrodisíaco no tantra indiano. E a flor mais conhecida o girassol, é referencia a obra do pintor impressionista Vincent Van Gogh, meu pintor impressionista favorito ao lado de Monet.

Por fim, temos uma referência ao nosso Alquimista das Chamas, Roy Mustang, denominado aqui de Baco/Dionísio, o deus romano/grego, respectivamente, do sexo e do vinho. Finalmente, a cidade de Weimar é local de morada de alguns parentes distantes!

Bom chega de enrolação! Vamos logo para a leitura!

Capítulo 1 - Esperançar


Fanfic / Fanfiction Non, Je Ne Regrette Rien - Esperançar

Para Thais, Marharati

O céu claro banhava o quarto do hotel de Hawkeye, em Colmar.

A vista das várias casas de cunho medieval e coloridas da cidade engataram o espírito criativo da jovem escritora, que havia escolhido aquele local da França para viajar em suas férias.

A janela ornamentada com flores de Ylang Ylang, tão amarelas quanto seus curtos cabelos, enchiam o quarto com seu perfume. A cama disposta com lençóis de cetim brancos, o espelho refletia o jeans azulado e camisa social da mulher. Seus lábios vermelhos de tanto Riza morder sua própria carne de nervosismo. Ela se perguntava como havia chegado dentro daquele quarto esperando o piloto de avião que havia conhecido naquela viagem.

Depois do término com o poeta Jean Havoc na Itália, ela estava deixando tudo para trás e voltando para sua terra natal, Alemanha. Estava se permitindo um recomeço, pousando na França para um descanso antes de começar a escrever um novo livro. Que seria totalmente inspirado na cidade da Alsácia que havia escolhido como destino, porém um par de olhos havia interpelado seu caminho no aeroporto de Roma e nunca mais abandonou seus pensamentos.

A figura imponente do francês Roy Mustang, piloto comercial que realizou a viagem, aguardava todos os passageiros com um uniforme impecável, saudoso e sorridente com seus dentes brancos, olhos escuros e cabelos negrumes. As conversas que trocaram brevemente nos corredores da livraria, na qual Riza saía para escrever, eram divertidas, sérias, mas principalmente, genuínas em respeito. Quando decidiram por se encontrar em um local mais reservado, a loira sentiu-se bem em compartilhar com o moreno brincalhão sua trajetória.

Prestes a lançar um best seller para os leitores italianos, o poeta havia encontrado na jovem uma boa aspiração para a escrita e o trabalho, dedicando atenção desmedida a ela. Entretanto, quando ambos engataram convictos em um relacionamento, Hawkeye viu todos os seus textos e escritos do seu mais novo material serem roubados pelo antigo colega e amante, além, claro, de outros roubos que a vida afetiva da alemã havia sofrido. Depois de ser ressarcida do prejuízo da publicação de sua obra erótica "Triste, Louca Ou Má", decidiu estreitar novamente os laços com sua amiga hippie, Rebecca. Ela estava namorando com o antropólogo inglês  William Godwin, que havia comentado com Hawkeye da importância do trabalho da amante no que chamou de "Revolução Burlesca de 60".

A colega era apresentadora de um show burlesco e foi a primeira a incentivar Riza a prosseguir com seu desejo e, logicamente, ensinar a amiga de modo bem constrangedor a arte de seu trabalho.

Fechando os olhos e embalada por Tchaikovsky, que tocava no toca discos que havia dentro do quarto, se permitiu rir, lembrando-se das várias cartas e ligações com a mais velha. Seu corpo tombou para os lençóis, seu coração encontrava-se disparado e ansioso, os pés descalços cortando o ar. Nervosa. Tensa. Frígida. Muitos adjetivos passavam pela sua mente, contudo o bater suave na porta, trancada, a levantou de supetão.

Suspirando fundo, virou a chave com as mãos trêmulas e suadas, mas a visão a deixou levemente bamba.

Mustang estava do outro lado da soleira da porta, a bolsa de couro presa no ombro, a camisa branca impecável sobre o abdômen, a calça social escura combinando com os fios negros e, principalmente, os olhos tão carinhosos, as bochechas levemente rosadas e a pele alva. E a boca leve e naturalmente avermelha lhe indaga:

— Olá, Riza! Será que posso entrar? — Ela fica estática durante alguns segundos, mas permite sua entrada. Vendo Roy analisar o quarto que a loira havia escolhido, olhando por entre a janela para a colorida cidade que ganhava vida naquelas primeiras horas da manhã de outono. Enquanto isso, a loira havia se sentado na cama apoiando as costas na cabeceira macia, vendo o outro colocar a bolsa que trazia consigo em um aparador. — Da última vez que nós conversamos pelo telefone me disse que havia tido problemas com alguns exemplares em Berlim, o que de fato ocorreu? — Ele lhe perguntou também sentando-se ao seu lado, apoiando as costas na cabeceira e olhando para ela através do espelho.

—Na verdade alguns estudantes de biblioteca pública estavam ameaçando alguns funcionários… — Ela também se permite relaxar um pouco ao lado dele, chegando alguns centímetros mais perto, passando o braço pelos ombros do piloto, enquanto a canhota dele vai para seu braço, dedilhando de leve seu braço descoberto pela camisa social curta.

— Nossa sociedade está indo pelo ralo com algumas atitudes… — Ele havia continuado sua fala, Riza porém decide olhar para o perfil de Mustang, bem marcado pelo maxilar, dentes alinhados, e cabelos brilhantes. Finalizando sua fala, ele virou-se para ela, novamente usando do espelho, porém desta vez Hawkeye havia deixado sua perna direita sobre a coxa forte de Roy. E a mão dele, de modo bastante tímido, vai até a calça que a outra utiliza, passando de leve a ponta dos dedos na sua pele exposta pelo estilo da peça rasgada nas coxas. — Me fale de você, Hawkeye.

A fala a deixa levemente tensa, a jovem sabia o que deveriam fazer durante aquelas horas, porém ela não havia imaginado que seria indagada por Roy antes de qualquer movimentação. Ela porém reúne toda a coragem de seu ser, e começa a explicitar sua vida passada contando através de seu corpo. A voz grave dela captura Mustang, que a vê comentar com dor, cada cicatriz, marca e experiência negativa. E suas mãos tentam transparecer a ela um sentimento genuíno: Aqui e agora, esqueça tudo. 

O toque nela vai ganhando alguma intensidade a medida em que a escritora coloca seu coração nas mãos dele, e ele o acolhe finalizando suas carícias em suas coxas perguntando com gentileza:

— Você me contou tudo isso, esses traumas… — Os dedos fortes dele desenharam pequenos círculos na pele, e olha nos olhos dela. — Tudo que você passou… Como você se sente agora? Comigo lhe tocando? — Sua canhota aperta de leve seu braço em uma massagem. —  Está tudo bem? Você está confortável?

As perguntas novamente aquecem seu coração, e ela simplesmente assentiu, fechando os olhos, sentindo a destra do moreno viajar mais para o interior de suas coxas. Ele porém, questiona baixinho:

—Eu posso conduzir? Você me deixaria massagear seu corpo? — A proximidade do nariz dela com o pescoço do outro a permite sentir o cheiro amadeirado que se desprende da pele clara. Respondendo com um "Claro" viu o bonito sorriso adornar a face alheia. — Deite-se de bruços. 

Ela obedece, e o vê se dirigir até o aparelho de vinil e trocar o disco para uma cantora francesa que ele particularmente amava, Edif Piaf. A melodia calma de La Vie em Rose, enchia os ouvidos dela quando sentiu as mãos de Roy em seu corpo. Suspiros lhe escapando automaticamente, tamanho era o cuidado de suas palmas em suas costas, pernas e pescoço. Ela poderia adormecer se o moreno não continuasse a comentar as revoluções vivenciadas pela Europa naquele século, além de cantar a melodia com uma voz abafada, que na opinião de Riza era linda. Em um dado momento, ela se esquece de relaxar, levantando o rosto para falar com ele, porém a ausência da camisa que cobria o corpo masculino a pega novamente de surpresa, revelando um corpo digno de Dionísio, o Deus do Sexo na Grécia. O moreno porém riu e abaixou a cabeça dela com cuidado de volta para os travesseiros macios:

— Continue deitada, Riza. — A mão dele acariciou de leve seu cabelo, reprimindo um riso, ele continuou seu trabalho, enquanto a loura soltava leves risadinhas e gemidos contidos de prazer ao perceber os nós de tensão serem desfeitos em suas omoplatas. — Quer ver uma habilidade? — Ele pergunta.

— O que seria? — Curiosa, porém mantendo a cabeça abaixada como foi pedido, ouviu um leve estalo, como um estalar de dedos, e sentiu a peça do sutiã que fora aberta em suas costas, gerando um incógnita em sua feição. — Como você fez isso? Com apenas uma mão? 

— É bastante fácil, na verdade. — Ele abaixou mais o rosto para falar com ela, mostrando a destra em um movimento de estalar. — Basta que você estale os dedos, e você pode até gerar faíscas se quiser. — Ele ri mais livre, estalando os dedos novamente, o som reverberando na mente dela. As mãos gentis tornando a acarinhar a silhueta feminina. Depois de alguns momentos, Roy decide perguntar para ela em seu ouvido:

— O que acha de um banho? — os dedos do caucasiano apertam suas ancas, de modo um pouco mais forte, ascendendo nela um desejo contido. Ambos se levantam, ele lhe estende a mão para ajudá-la a deixar os lençóis, e ela pergunta para ele segurando em seus bíceps:

— Você quer tirar minha roupa, Mustang? — Sua fala é um pouco mais firme, a excitação começando a se manifestar em seus pomos entumecidos. Ele se coloca diante dela risonho lhe confessando enquanto segura o botão de sua camisa:

— Eu normalmente tenho preguiça de desabotoar camisas de botão, mas… — Seus olhos escuros encontraram o castanho decorando-a. — Vou abrir uma exceção à você. — As mãos hábeis desabotoam cada botão, e coloca a roupa superior dela junto sobre a cama. Sustentando o olhar em seus seios, que são tocados de leve pela ponta dos dedos, enquanto ela explorava suas costas com as palmas. Pequenos choques chegando em todas as suas terminações, como um fio condutor. A boca feminina beija de leve a clavícula branca. Os dedos másculos abrem a braguilha de seu jeans, a onomatopeia do zíper sendo baixado é quase como o zumbir de um inseto em ambos os tímpanos, tamanho era o silêncio daquele momento de entrega. Baixando também suas vestes interiores e as deixando no chão de madeira, Roy a puxou para sua pelve, a fazendo sentir sua proeminência entre as coxas roliças. Sua canhota segurando suas costas, e sua destra se dirigindo ao seu núcleo, tocando-a levemente. Ele questiona:

— Você quer tirar minha roupa, Riza? — Ainda atordoada por ser dedilhada por ele, ela enterra sua cabeça na curvatura de seu pescoço. Levando as mãos tímidas até o cinto que o outro usa. Enquanto ele passeia pelas suas costas trêmulas. — Você está tremendo… Isso é medo, ansiedade? — Ele pergunta gentilmente, sendo ele próprio a retirar sua calça, e estendendo sua mão a ela, depois de ouvir um baixo "Ansiedade" de sua boca. — Me dê sua mão. — Roy a guia até si, ensinando a ela como seria melhor para vencer o medo de tocá-lo, tornando todos os constrangimentos mais brandos. — Vem cá, vamos tomar um banho. 

— Eu não cheguei a ligar para verificar a temperatura. — Ela confessa esquecida, parada ao lado dele, que manuseia o registro para deixar a temperatura mais agradável aos dois naquela manhã mais quente. Quando ele se dá por satisfeito, a puxa de leve para entrar com ele, acariciando suas coxas e bunda, na mesma vagareza que os dedos de Hawkeye vão para seus fios escuros. Ela está de olhos fechados aproveitando a água quando sente a ereção roçar em sua barriga, e as mãos de Mustang se dirigem aos seus seios rígidos. Arrancando os primeiros gemidos baixos dela. Ele comentou risonho:

— Você está sentindo? Como meu corpo reage a você? — Ele continuou a se movimentar em seu ventre, os fluídos dele escorrendo por ela, e as mãos femininas vão de encontro aos ombros dele. Continuando a beijar o pescoço masculino, enquanto ele circunda os braços em seu corpo. — Você já chegou ao ápice alguma vez? — Ele se abaixa de leve, colocando um joelho no chão, levando sua boca a um dos seios femininos, e sua mão vai até a intimidade da outra. Desbravando-a extraindo seus sucos. As mãos dela seguraram firmes os ombros, tentando se lembrar de em algum momento anterior ter experimentado tal deleite. As memórias varrem suas lembranças, mas não encontram nada. Ele prossegue os toques, migrando para o outro bico, e seus dedos como galhas de árvore abrem veias na terra fértil de sua feminilidade. Ela porém, ainda está presa com diversas âncoras em seus ossos e carne, os dentes mordem a palidez dele com receio. — Veja como você está… — Ele movimenta novamente sua mão para que ela ouça o sonar luxurioso de suas águas. — Você mesmo me disse que trabalha com literatura… — Ele acalma os movimentos, tornando a chupar as auréolas. — São páginas viradas na sua história, siga em frente… Deixe fluir. — No instante em que a fala é proferida pela boca do piloto, seu dedos a estimulam e, decidida a se permitir, ela agarrou os ombros de Mustang novamente, deixando os primeiros uivos saírem de sua boca. Seus músculos liberam espasmos — Isso, vem… — A forma como ela é chamada a incentiva, o medo vai deixando seus poros, suas garras cravam na pele albina, ela se aproxima do precipício. Quando ela pensa que Roy havia se cansado, sua força aumenta, a cascata que molha seu corpo converge com suas águas salgadas, libertas com um som gutural, um rugido de satisfação, entrega, mas principalmente de liberdade. Frágil, Roy a segura por alguns segundos em seus braços, e a beija. Os lábios se buscam ávidos, levemente cansada pelo esforço do verbo gozar. Roy levou com aquele primeiro clímax tudo o que a prendia no chão, e a permitiu voar por alguns instantes pelos céus franceses. Ainda em seus braços, Riza ditou:

— Isso foi indescritível. — O sorriso jocoso dele, quase satisfeito, tira também a alegria dela. — Nossa… — As coxas pueris vibram ao leve roçar, denunciam sua euforia. 

— Hawkeye. — Ele a chama de novo, tornando a levar a mão dela até sua extensão, que tomada pela coragem começa a tocá-lo. - Isso, continue assim…. — Ele apoia a cabeça na curva de seu pescoço, aproximando seus lábios de seu ouvido. Levando sua mão novamente até ela, constatando sua excitação. — Você quer aproveitar o momento para tentarmos? — Ele a vira de costas, puxando seu corpo junto do seu, colando as costas dela com seu peito. — Caso você sinta algo desconfortável, alguma dor… — Continuou. — Basta me dizer, que vou parar imediatamente, está bem? — Ela afirma feliz com sua preocupação, Roy leva  sua boca até o pescoço feminino, aspirando o odor que se desprende dela e daquele vapor do banheiro abafado ao beijar. Ela profere entre arcadas:

— Adoro quando beijam meu pescoço. — Roy parece captar a mensagem, já que continua os selares na pele molhada, levando ambas as palmas até o peito da jovem, movendo-se de encontro a ela, sua tez rígida entre as nádegas dela e água inundando os corpos quentes. Ela, porém, se lembra de algo que a faz rir levemente. — Nenhum de nós dois pegou uma toalha. — Risonho, Mustang afasta sua mão de seus grandes lábios, falando com gentileza:

— Eu pego, pode deixar, termine com calma. — Ele retirou-se do espaço, deixando o tapete felpudo de camurça ensopado, e ela termina de limpar os fios curtos, levando com a água também o gozo que jazia em sua virilha. Fechando o registro, se virou e observou Mustang secar os próprios fios, enrolar a toalha sobre sua cintura, e segurar outra para ela. Quando sua canhota segura o material macio, ele percorre as costas femininas com a toalha, em um movimento tão cálido que parece ambíguo se colocado diante a força de seus braços anteriormente. Quando ele termina, as mãos dela seguram o tecido sobre o peito ainda úmido, porém ele levanta as pontas da toalha para também enxugar seus fios de sua cabeça, novamente tomada pelo deleite de apreço pelo carinho do piloto para consigo, fechando os olhos aproveitando a sensação.

Quando ambos se dirigiram até a cama, Mustang mudou o disco para um que trouxera consigo, September In The Rain, de Dina Washington, que ecoava pelas paredes, enquanto Riza se deitava nos travesseiros macios à espera dele. O jazz acalmando seu coração acelerado em antecipação, suas mãos bagunçaram os próprios cabelos nervosa, ao observar Roy colocar uma Camisa de Vênus, novamente se excitando com a visão do Eros a sua frente. 

Ele engatinha até sua direção, o Onix de suas orbes a devoram com um cuidado que ela jamais pensou encontrar na mesma situação. Havoc usava seus olhos selvagens para subjugar, agora, Roy parecia cuidar com seus olhos escuros. Beijando a pele exposta do pescoço, seios, ventre. As mãos de Hawkeye vão até os fios negros, ele deixando ósculos molhados em seu vale, próximo de sua feminilidade. Outro gemido alto deixa Hawkeye quando Roy a chupa. Os movimentos dele são precisos, e extremamente rápidos, ela entretanto pede entre arcadas:

— Vá mais devagar, Roy. — Como a ordem de um rei, ele acalmou seus movimentos como se estivesse beijando-a, suas mãos acariciando suas coxas, seu cabelo fazendo cócegas na sua pele, a língua dele quente e suave em sua carne molhada, seu corpo deitado de lado naquela cama, refletido no espelho, os sons que escapavam da boca dela eram como música para os ouvidos dele, que depois de se acostumar a ouvir o barulho alto das turbinas do avião, estava treinando sua audição para captar os gemidos cada vez mais altos da loira, que puxava seu cabelo.

Quando ele se dá por satisfeito com o estado dela, ele alterna para usar seus dedos, ensopados pelo prazer feminino, queria que ela gozasse com ele dentro dela. Suas mãos sustentam seu peso, as mãos dela vão até seus ombros, e ele pede com carinho:

— Coloque suas pernas nas minhas costas. — ele puxa sua panturrilha esquerda, de modo que Hawkeye o prende com ambos os tornozelos em sua lombar, quando ele finalmente a adentrou, o desconforto que ela imaginou ser enorme, foi extremamente brando. O chiado que ela emite, o excita e ele começou a se mover com alguma intensidade, ela porém pediu para que a calidez tornasse a preencher o momento íntimo. Acatando seu pedido ele interrompeu seus movimentos, abaixando seu corpo, aproximando de seu rosto e pescoço, beijando a pele e indagando:

— Você está sentindo dor? — Quando Riza afirmou delicadamente com a cabeça, ele novamente a beijou, a distraindo da dor, beijando o pescoço dela, puxando a franja molhada de seu rosto, suspirando e gemendo no ouvido muliebredela, a sentindo tremer. Quando depois de alguns instantes, ela ficou mais confortável, ela pediu que continuasse, ele tornou a dançar com ela até às estrelas. A forma como os corpos se encaixam é quase cósmica, os gemidos que deixam a boca da jovem são quase que badalar de cornetas em seu coração. Entre arfadas o pedido de um beijo cala as vozes roucas e graves, que urgem ao despencar do precipício do prazer carnal. Eles uivam como lobos, exaustos e satisfeitos banhados pela luz do sol da janela de uma França que despertava. Ele se deita e a chama para descansar em seu ombro. Sua coxa direita sobre a perna masculina, Riza podia sentir seu prazer melar a pele alheia, ela sussurra trêmula:

— Isso foi maravilhoso. — As mãos masculinas ajeitam os fios colados na testa suada, a canhota acarinha a cintura coberta de marcas do tempo, estrias na pele são como as marcas de ondas sobre a areia. Ambos se afogaram no mar do prazer, porém seus corpos ainda não estavam prontos para submergir. A água dos corpos resfriam o calor humano, convictos, ofegantes e satisfeitos. Roy comenta:

— Você está gostando? — Quando ela afirma com furor a sobrancelha dele se ergue junto com seu tronco, olhando a loira de lado. — Você não tem a obrigação de me agradar, isso é o seu momento. — Ela ainda deitada observa ele pegar vários discos, e Riza aponta para o disco dos anos 70, Lili Marlene. O clássico de qualquer alemão como a loira. A canção era melodia para granadas inglesas e lençóis turcos como aquela cama. Que já estava em completa desordem. — Ainda temos tempo, você quer experimentar algo diferente? — Vestindo-se de outro preservativo, o olhar sereno espera responder, dedilhando os seios intumescidos com uma das mãos.

— Eu não tinha nada em mente, você quer sugerir? O que quer fazer? — Ele para alguns segundos, pensativo. Porém ele solta um sorriso lascivo:

— Eu quero você de quatro.

A forma mais luxuriosa de pedir a ela mostra um lado mais selvagem de Mustang, e isso a embriaga. O hálito dele dança em suas narinas, assim como o cheiro erótico de suor e sexo que desprende das dermes suadas naquele quarto. Ela se vira e se deita na cama, exibindo seu corpo para o outro novamente lhe adentrar, desta vez com mais facilidade, e mais veloz.

A melodia de seus corpos se chocando são como tambores de uma escola de samba, o suor como pequenas estrelas que brilhavam na pele das costas de Hawkeye, que se misturavam às gotas de água que caíam dos cabelos desgrenhados de Roy. Este que dançava, metendo com profundidade, ela podia sentir toda sua extensão, suas carnes molhadas o engoliam, levando o corpo do homem, incansável como sátiro, a prender as omoplatas alheias. Sentindo o tremor dos seus ombros, as unhas dela arranharam a cabeceira, extravasando o fogo transcendendo a pérola entre suas coxas, o botão pulsava inchado com o atrito diante do lençol. Ela rugia, uivava, pedido por mais, mais e mais.

E ela recebeu tudo o que merecia. Roy parecia ter sido feito pelo êxtase, seu corpo parecia ter sido moldado para ela, ele era como Baco, e o sexo delicioso que partilharam era a mais linda definição de bacanal. Riza havia se tornado uma bacante, uma virgem entregue àquele Deus romano que secava o suor de suas costas, com as mãos. O cuidado e a luxúria dele convergindo dentro dela, o som do disco havia parado, o quarto estava silencioso, mas os quadris batendo um no outro são a lembrança de que a oferenda ao prazer, o preço havia sido pago por ela, ao novamente gozar.

Arfantes, eles novamente se deitam, Roy a puxa para seu braço, para que ela se deitasse no seu bíceps forte:

— Descanse, deite-se no meu braço. — Cansada, ela simplesmente aceita, não se importando com o carinho feito em seu cabelo, ela estava incrivelmente calma e silenciosa. Se o corpo fala, o dela apresentava uma palestra conectada ao corpo dele. Depois de alguns minutos de descanso, ela se acende de novo, como uma brasa ininterrupta, como o fogo e a vida de uma mulher selvagem. Porém, Mustang a indaga gentilmente sobre algo que a toma de relance:

— Você já fez um oral em alguém?

Ela reflete em seus braços por uns instantes, ouvindo sua respiração pesada. Ela, como todas as suas iguais, foram constantemente deprimidas acerca da sua potência sexual. Ela nunca teve a chance de experimentar aprazer outro alguém. Como ela poderia o fazer sem que fosse ruim para ele? Como ela se sairia? Como fazer? Os vários "Como" que correm por sua mente são dissipados quando ela pensa no que Roy havia feito por ela até aquele instante. Ele a havia escutado, beijado, ele a fez gozar. Ele merecia o mesmo respeito que ofereceu a ela. O pensamento de cuidar e retribuir, em uma troca genuína, não submissa como algumas mulheres experimentam o sexo oral, a faz colocar uma palavra na sua mente: Coragem.

— Eu não tive experiência, então você terá que me ensinar… — Se levantando, mirou o negro. As mãos dele vão até os ombros, fazendo uma carícia leve, sorrindo divertido. Quando a sente beijar novamente sua boca, as línguas mais cansadas apenas se experimentam com calma, esquentando novamente os corpos para outra rodada. Ela desce seus beijos, mirando a virilidade de Mustang, rósea e convidativa, pulsante.

Suas mãos se dirigem a sua base, e tomada pela lascívia ela o prova. Beijando seu falo, sentindo as veias como escultura de mármore, mas não como o Davi de Michelangelo. Roy era como sátiro, rijo, molhado. Sua mão sincrônica e a sua boca são guiadas por ele, sempre com palavras doces, considerando a promiscuidade daquelas circunstâncias. Ele a ensinava e ela, como aprendiz ávida, decorou as dicas ao abocanhar a tez. 

Sua boca não consegue engolir toda sua extensão, mas suas mãos fazem o que podem, o ritmo que ela impõe é brando e calmo, os elogios que Roy profere enchem seu ego. Ela queria fazê-lo gozar. A mão carinhosa dele faz um cafuné em seus fios, e Riza, ainda beijando a pele, pergunta em um sopro:

— Sou uma boa aprendiz, Mustang? — A pergunta não surge por acaso, seu hálito se choca com a masculinidade dele, fazendo-o se arrepiar, e simplista arcar:

— Nossa, que boca deliciosa! — A maneira embriagada com que ele diz, a constata que ele está perto. Muito perto. Tanto que depois de alguns momentos ele simplesmente pede agarrando os lençóis, quase os rasgando como um lobo. Ele estava se segurando para não gozar. E Riza amava isso, ela não só sentia capaz de levar alguém ao orgasmo.

Antes do clímax, ela sobe sobre ele, contudo exausta pelo crime do pecado da luxúria, Hawkeye ri sobre sua pelve, descansando ainda conectada a ele:

— Desculpa, Roy, mas eu não consigo, estou exausta… - Ela mexe no cabelo dele, olhando para seu próprio reflexo em suas íris, ela está radiante. A loira o beija calma, mais pelo cansaço do que pela calidez. Ele fala lambendo seu pescoço:

— Segura na parede, eu vou ir para você. 

Quando as palavras são ditas, os quadris dele vão de encontro a ela, esta que tenta manter seus olhos castanhos abertos, os dedos estão pousados sobre os girassóis do papel de parede. São os Girassóis de Van Gogh. Eles estavam tão vivos e ao mesmo tempo tão mortos quanto aquelas flores, murchando a cada estocada, mais próximo do Nirvana

Antes que eles novamente cheguem aos céus, o piloto pede para que a escritora se deite. Suas mãos apertam a cintura feminina, memorizando suas curvas, cicatrizes e fissuras como o radar da cabine do piloto. Vivendo entre suas coxas ele quer ver o castanho de inundar de ouro, ele quer olhar em seus olhos ao gozar pela primeira vez naquela manhã, e ela é perspicaz o bastante para saber o que ele deseja, a loira pede, apertando os ombros másculos e olhando em seus olhos:

— Goza comigo, Mustang.

A voz dele em seu ouvido está alta, ele ruge, como homem, como o Minotauro de Minos, rugindo ao levar ela ao ápice e chegando logo em seguida. Selando o acordo deles com um beijo voraz, mais cheio de carinho e entrega. Ele estava pousando, como as enormes máquinas que transportava passageiros, chegando na terra fértil da mulher naquela cama, satisfeito. E Riza, estava alcançado vôo, chegando ao nirvana da sua potência, e ela com certeza não iria jamais deixar alguém a puxar para baixo, ela se tornou águia que havia aprendido a voar. Eles voaram juntos, gozando, beijando, chupando. Seus braços tremiam naquela cama, sua visão embaçou, mas ela estava inteira, completa na sua nudez animal. Mulher.

***

A cidade de Weimar estava recebendo Hawkeye de braços abertos na Alemanha .

As ruas de pedras e casas antigas do império alemão enchiam os olhos da mulher, a bolsa de couro presa no ombro, seus rascunhos pesavam, entretanto o peso dos papéis e das canetas era minúsculo se comprados a sua importância. O vestido leve que a moça usa dançava ao vento de verão, e o papel com a caligrafia bonita de Mustang estava deixando a loira confusa para encontrar o café que o outro havia comentado que sempre visitava em Weimar.

Os aromas da vila onde nasceu eram acolhedores, entretanto parecia ser mais difícil encontrar, talvez pelo fato da jovem nunca ter descoberto o lugar outrora. Contudo, depois de perguntar para alguns moradores na praça do castelo, ela finalmente encontrou a cafeteria Amestris.

O cheiro de café era divino, bem como os ladrilhos amarelos atraíam a atenção para as mesas dispostas com girassóis. "Malditos girassóis", ela pensou. Riza passou a amar a flor depois de conhecer Roy, e se lembrar da decoração do quarto no qual se despediram dias atrás, depois que Roy foi embora, apenas lhe restaram os girassóis como confidentes naquela cama.

Adentrando o local, tomou uma mesa na calçada. Logo depois um rapaz chegou alegre para anotar seu pedido.

Seu uniforme é tão dourado quanto seus olhos e cabelos, ele se apresentou como Edward, a face jovem anotou o café gelado da moça enquanto ela retirava seus vários cadernos e canetas, e começava a revisar seu texto para publicar um novo livro.

Ela passeia pelas páginas quando encontra um objeto que faz seu coração inchar e seu ventre tremer. Uma carta de Mustang. Os dedos passam sobre a dedicatória escrita a caneta tinteiro, para Hawkeye. O papel pardo não dizia mais nada, exceto um número de telefone escrito abaixo do nome. Porém, antes de rasgar o papel, o garçom lhe entrega seu pedido:

— Um café gelado especial, Floresta Negra é nosso carro chefe. Mercy! — Edward se curva brincalhão, porém a fala em francês enche a loira de boas recordações. Bebericando a bebida indicada por Roy antes de deixar a escritora para trás, o piloto tinha razão, ela era de fato estupenda.

O leve aroma de cereja silvestre lhe recordou a boca de Mustang, sua vermelhidão associada ao seu sangue quente, sua vitalidade. Fechando os olhos para experimentar mais profundamente a bebida gelada, ela identificou a presença de nibs de cacau, o mais amargo dos chocolates alemães, o predileto dela. E por fim, a combinação dos ambíguos leite e café eram a culminância da perfeição, tanto quanto em paladar, sensações e memórias. Sobretudo para Hawkeye, que havia deixado muitos euros com Mustang, entretanto o vazio em sua carteira era compensado pela completude em seu coração.

Instruída a abrir a carta somente quando chegasse ao local, assim ela o fez, soltando um riso ao ler a primeira linha:

"Hawkeye, você está em uma posição favorável?"

A lembrança da brincadeira que trocaram quando Riza se espreguiçou na cama como leoa e recebeu um tapa brincalhão de Roy, justificando sua "Posição favorável" para um tapa em suas coxas. Ela continuou sua leitura:

"Saiba que o que vivemos foi intenso e lindo, mas eu não cheguei para ficar na sua vida. Você sabe disso, mas saiba que dentro daquele quarto, naquela cama, cada palavra, toque ou beijo foi maravilhoso."

Riza desde o momento que combinou com ele aquele encontro ela estava certa de que ele não passaria de algo casual, ela o havia escolhido para se curar e se libertar. Mas ele lhe entregou muito mais. As lágrimas caindo sobre o donut de maçã verde na mesa, lhe embaça a vista, que retira os óculos para respirar após ler o último fragmento deixado por ele:

"Nunca mude nada por ninguém, você é perfeita. Você vai encontrar alguém que mereça a mulher que você é. Eu não serei o homem que a terá em meus braços, mas fui àquele que te abriu o coração para sentir. Viva Hawkeye, só seja prisioneira da sua própria liberdade. E quando ouvir um avião passando por Weimar, lembre-se de mim. Roy Mustang"

No momento em que ela terminou de ler, fechou os olhos e se permitiu olhar para cima, ouvindo um avião passar ao longe. Se ela fechasse os olhos podia sentir os beijos dele, seu cheiro em sua pele. Mas ele não a pertencia, ele era a pura liberdade. E ela, a vida e potência para criar. Com ou sem ele.

Decidida a dar vida a sua história com Mustang, pegou sua caneta tinteiro e escreveu em uma folha vazia a frase que estava para sempre tatuada em seu coração e na sua pele: Non Je Ne Regrette Rien.

A frase na língua francesa apenas expressava o que o coração de Riza estava sentindo depois daquela manhã com Roy. Ela não lamentava mais nada.


Notas Finais


Eu nem sei como deixar uma dedicatória aqui depois de tudo que aconteceu para essa história nascer, essas três mulheres, cada uma a sua maneira fez mais do que participar de um projeto de fanfics, elas deram vida a um sentimento de liberdade, força, intuição e coragem.
Como cada uma delas sabe, essa história e seus personagens tem sim seu fundo de verdade, existiu um Roy, Havoc, e sobretudo, existe uma Riza Hawkeye. Obrigada por fazerem disso algo bonito e possível de nascer como literatura e como arte, como poema que imitando a vida, as palavras ganharam vida e sentimento próprio, me levaram mais de uma vez as lágrimas escrevendo.

Thais, eu não sei nem mesmo mensurar em palavras curtas o que eu estou sentindo com essa história e como a realidade por trás dela foi surreal e indescritível, você é parte dela e marcou minha trajetória para sempre!

Marharati, amiga como fiquei feliz com sua vibração e sua sonoridade, sua luz é divina e você é uma ótima ouvinte, que ainda quero chamar para um café. Nossa cidade não pode ser maior que essa amizade, ela só é pequena perto do seu talento!

Obrigada a todes! Zekken


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