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História Nós - Mensagens


Escrita por: Pettrov

Capítulo 5 - Mensagens


Sasuke ficou no banho por mais tempo do que pretendia. Quando saiu do banheiro apenas enrolado em uma toalha e pronto para tirá-la, assustou-se com a presença de certo indivíduo sentado na mesma cadeira giratória que ele estava antes.

Itachi fez um giro de 180° e parou exatamente de frente para o irmão, seus olhos transbordando de expectativa. Ao observar isto, Sasuke constatou que ou ele queria lhe contar algo, ou esperava que lhe contasse. Optou pela primeira opção, Itachi era bastante fofoqueiro e linguarudo para uma pessoa da sua idade.

— O quê? — O Uchiha mais novo gesticulou antes de dar as costas para o outro e seguir para o guarda-roupa. Pegou uma cueca na gaveta e a vestiu junto com uma calça que estava devidamente dobrada em um cabide na porta ao lado, depois se voltou novamente para o irmão que agora andava pelo quarto e mexia em suas coisas.

'Pelo menos ele teve a decência de vestir algo' pensou percebendo que agora Itachi se encontrava vestido em um short de moletom cinza, ele havia levantada da cadeira e agora mexia no microscópio que estava sobre outra mesa no lado contrário da do computador. Por um momento, a visão o lembrou Sakura mais cedo no laboratório observando o local como se estivesse em outro mundo, e automaticamente seus olhos desviaram-se para o postite grudado em seu mural de ideias. No mesmo instante, em sua visão periférica, viu Itachi chamando sua atenção e voltou os olhos para ele.

— Hoje mais cedo eu tive um caso muito importante para resolver e estava atrasado — começou ele, gesticulando calmamente. — Então, para cortar caminho decidi passar por sua faculdade...

Sasuke o interrompeu com um gesto de mãos.

— Aquela via não é particular?

Itachi abanou a mão para ele, fazendo pouco caso da observação do irmão em relação ao fato de ele, um advogado, ter quebrado regras graves de trânsito e continuo:

— Percebi muitos olhares ardentes de universitárias mais ardentes ainda enquanto manobrava por lá. — Ele trazia um sorriso presunçoso na face.

Sasuke revirou os olhos ao imaginar a cena do irmão passando devagarzinho na rua com o teto de seu conversível abaixado e aquele mesmo sorriso estampado na cara. E claro, conseguindo em dois minutos o que ele mesmo não conseguira em dois anos: chamar a atenção das garotas da faculdade.

E pensar que as pessoas comentavam que eles eram parecidos...

Ignorando também o revirar de olhos do irmão, Itachi continuou:

— Eu já estava quase no fim da rua quando uma garota muito bonita se aproximou e perguntou se eu não queria dar uma carona para ela. É claro que eu dei, quando uma garota pedir uma carona você deve dar sem pensar duas vezes.

Sasuke sabia que aquilo se tratava de mais um conselho, mas decidira não mencionar o fato de que não dirigia e que, portanto, a possibilidade de uma garota pedir carona para ele estava vetada.

— Então? — O rapaz não estava entendendo onde o irmão queria chegar contando uma aventura amorosa dele.

— Então nós conversamos um pouco e ela me convidou para sair.

O Uchiha mais novo não pode evitar um arquear de sobrancelhas e um olhar cético em direção ao irmão. Então era isso? Ele só queria passar na cara de Sasuke que tinha um encontro com uma colega de faculdade que provavelmente fazia parte dos 96% de garotas que sequer sabiam de sua existência, ou, talvez, das 4% que o ignoravam?

— Você não estava doente? — Foi tudo o que perguntou, pois decidira que Itachi era um caso perdido.

— Você não está me entendendo, irmãozinho. Ela é muito bonita! — Gesticulou e deu de ombros, como se isso explicasse tudo.

— E o que exatamente eu tenho haver com isso? — Perguntou prontamente e o advogado desviou os olhos novamente para o microscópio achando-o de repente muito interessante.

— É... Você sabe como são as garotas. Elas são... estranhas. Ela perguntou minha idade e quase pulou do carro quando eu disse. Então... — pausa e mais uma olhadela para o microscópio — Eu meio que disse que meu irmão estudava ali e que provavelmente vocês se conheciam. Ela se animou e disse que seria ótimo se nós... tivéssemos... um... encontro duplo.

Por um momento Sasuke imaginou que o irmão havia sinalizado de forma errada. Mas aos poucos a ficha foi caindo.

— Eu não vou a lugar algum. — Gesticulou virando-se de costas, dando o caso como encerrado. Por coincidência acabou ficando de frente para o espelho onde podia ver o reflexo de Itachi gesticulando freneticamente.

— O quê? Como assim 'não vou a lugar algum'? Você sabe que—

Mas Sasuke não esperou para saber sabe-se lá o que. Desviou os olhos do espelho e se dirigiu novamente ao guarda-roupa para pegar uma camisa.

Itachi percebeu que estava sendo ignorado, mas não ia perder um encontro por causa do irmão. Aliás, Sasuke estava mesmo precisando sair com uma garota, há muito tempo que não o via ir a um encontro.

Vinte anos, mais ou menos.

É, Sasuke precisava sair. E ele iria ajudar seu irmãozinho nessa questão.

Decidido, Itachi levantou-se e aprumou os ombros, assumindo a mesma postura que usava no tribunal em um caso em que precisaria convencer as pessoas. Ele era bom nisso.

Aproximou-se do outro enquanto o mesmo voltava para frente do espelho e regulava a camisa social e a abotoava com ânsia, sempre reclamara que aquela camisa em particular era complicada de abotoar, pois tinha duas camadas de tecido onde ficavam as casas e os botões eram mínimos.

— Sasuke. — gesticulou. O Uchiha mais novo continuou abotoando a camisa tentando não olhara para seu reflexo, mas Itachi viu um leve desviar de olhos em sua direção e continuou: — Sasuke, eu sei que você está me vendo, só quero que me responda uma coisa...

Mais um botão. Mais uma olhadela. Itachi viu aquele gesto como que um pedido para ele fazer a pergunta.

— Qual foi a última vez que você saiu?

Sasuke não precisou pensar muito para responder. Ora, ele ia ao centro da cidade todas as quintas e passava o dia pulando de loja em loja de artigos laboratoriais à procura de novos materiais para novas experiências. Aquilo contava como sair, não é?

Não para Itachi. Sasuke sabia a que tipo de sair o irmão se referia, mas não ia cair na dele.

— Não sou um dos seus casos, Itachi. E não vou a lugar algum.

Mais um botão, mais uma olhada para ver a reação do mais velho. Itachi não havia movido um músculo. E ele tinha muitos músculos.

— Não, você é um rato de laboratório. Não tem um grupo de amigos, nem números de garotas no seu telefone... — Sasuke desviou minimamente os olhos para o postite grudado em sua parede. — ... E nunca teve uma namorada! Acho que ainda é BV, na verdade. Então concluo que você não é uma pessoa feliz. E eu, como um bom irmão que sou, te mostrarei o caminho da felicidade, seu bocó.

Pois é, Itachi gesticulara tudo isso com uma cara de tacho que só ele sabia fazer. Acabara de ferir o ego do irmão e nem sequer se dera conta disso.

Sasuke não levou a sério, Itachi ficava estranho quando seu lado advogado-fodão-e-sem-sentimentos estava no modo on.

A essa altura ele já havia terminado de abotoar a maldita camisa e estava agora dobrando as mangas da mesma. Itachi começou a massagear seus ombros. Sim, ele estava apelando.

Sasuke não pôde evitar refletir sobre as supostas besteiras do irmão, pois, apesar de tudo, Itachi tinha sua parcela de razão. Quer dizer, é claro que ele estava exagerando em alguns pontos, como a coisa do BV e infelicidade, mas, infelizmente, o resto era verdade.

Sasuke Uchiha era um rato de laboratório que não tinha amigos e tampouco uma namorada. Não que isso fosse importante, no entanto.

O Uchiha mais novo estava agora dobrando a manga do braço direito e seus olhos bateram na parte interior de seu pulso onde havia uma pequena marca.

Uma tatuagem.

Era bem discreta: um leque nas cores azul e vermelho, do tamanho de uma moeda. Aquele singelo leque representava uma espécie de brasão da família Uchiha que seu pai sempre fazia questão de usá-lo em determinados objetos pessoais. Segundo Fugaku, o símbolo pertencia aos seus antepassados de quando o 'Clã Uchiha' fazia parte da segurança pessoal de um rei-sabe-se-lá-das-quantas. Sasuke não levava esse negócio à sério como o pai, na verdade o que o levara a fazer aquela tatuagem tinha nome e sobrenome: Itachi Uchiha.

Acontecera no dia em que Itachi completara dezoito anos e resolvera que iria fazer uma tatuagem. Até aí tudo bem, Mikoto fez um escândalo, Fugaku quase bateu nele e Sasuke não deu importância.

O problema é que o mais velho não pretendia fazer isso sozinho. Não. Claro que não. No fim das contas, o que resultou foi em Itachi conseguiu convencer Sasuke a fazer a mesma tatuagem que ele. Mesmo o mais novo tendo apenas quatorze anos.

Depois de saírem do estúdio e darem uma volta pela cidade, foram para casa como se nada tivesse acontecido. E enquanto Sasuke manteve sua tatuagem discreta muito bem escondida, Itachi fez questão de tirar a camisa (sim, ele fez isso ainda na rua, e sim, Sasuke quase morre de vergonha) para exibir seu leque muito estiloso que tomava toda sua costela direita. Três dias depois, quando Mikoto pegou Itachi se entortando todo no espelho do banheiro para tirar uma foto. A mulher quase teve um infarto; Fugaku, ao ver que se tratava do leque de seu orgulho, até tentou fingir-se de bravo.

Curiosamente, apesar de ter sido diabolicamente influenciado, Sasuke nunca se arrependera de ter feito aquele estigma. Aquele dia fora divertido, talvez o dia que passara mais horas ao lado do irmão, só os dois. Sem regras e com tatuagens maneiras.

Foi a coisa mais rebelde que Sasuke Uchiha já fizera em toda sua vida.

Vendo a expressão pensativa do irmão, Itachi soltou um risinho, parou a massagem e virou-o de frente para si ganhando sua atenção. E percebendo, assombrado, que o caçula era alguns fios de cabelo mais alto que ele.

— E então? Pronto pra badalar?

Sasuke, muito lentamente, concordou com um aceno de cabeça.

Dois pensamentos passavam por sua mente naquele momento: (1) eu vou me arrepender de concordar com isso e (2) não acredito que ele usou o termo "badalar".

[...]

Já era noite e Sakura finalmente sentia-se leve.

Depois de passar mais uma hora no Free's com a galera, ela correu para casa e esperou o relógio apontar sete horas. Quando deu a hora de ir ao teatro, a Haruno foi mais que feliz. E feliz ela também estava quando saiu de lá às nove. Apesar de suada, como alguns fios de cabelo fugindo de seu coque frouxo e sua roupa simples que usava somente para as aulas.

Estava na calçada esperando o sinal abrir para atravessar a rua quando seu celular vibrou e tocou o som da notificação de uma mensagem de texto. Tirou o aparelho da bolsa rapidamente, curiosa para saber quem lhe mandava uma mensagem àquele momento. Gaara e todos os seus amigos sabiam que nos dias de teatro a mesma ficava offline das sete às dez da noite e que não adiantaria tentar contatá-la.

Desbloqueou a tela e viu que era de um número que não estava salvo em sua agenda de contatos. Abriu a janela da mensagem e leu-a, não era muita coisa:

"Sasuke aqui. Monitoria. Amanhã. Dezessete horas. O lugar você escolhe."

Sakura riu com o jeito que ele escrevera. Parecia tão mandão! E com certeza não era de palavras, nem mesmo via escrita.

Ainda sorrindo ela salvou o número dele [Sasuke Monitoria] e só depois respondeu:

"OK. Amanhã no Free's. Sabe onde fica?"

"Sim."

Agora ela atravessara a rua e depois de se ver do outro lado lera a resposta dele. Soltou uma gargalhada. Resolveu brincar.

"Ótimo, nos vemos lá então. Devo usar alguma roupa especial? Vestido de seda vermelho? Salto agulha de 15 centímetros?"

Enviou com alguns emojis engraçados no final, para ver se ele entrava na brincadeira. No entanto ele não respondeu, a Haruno deu de ombros, guardou o aparelho e foi para o ponto de ônibus.

 

...

 

Ela estava tomando banho quando seu celular apitou o som de mensagem, o nome [Sasuke Monitoria] estava na tela e a mensagem era tão pequena que ela não precisou desbloquear para ler:

"Boa noite." Estava escrito.

Ela secou as mãos na toalha e quando estava pronta para responder uma chamada começou, era Gaara.

Sakura atendeu, esquecendo-se totalmente da notificação do [Sasuke Monitoria].

 

[...]

 

O encontro estava sendo um fiasco total.

Pelo menos para Sasuke.

Coincidentemente a garota para quem Itachi dera carona era a loira que andava com Sakura. O Uchiha ficara surpreso de como, de repente, parecia que a Haruno e ele estavam sempre ligados de alguma forma. Se imaginasse, há uma semana, que estaria em uma lanchonete sentado à mesma mesa que uma das garotas mais bonitas da faculdade em um encontro, classificaria este pensamento como um sonho erótico.

Mas (veja só!) ali estava ele, vivenciando a situação.

Quando chegaram ao local, a garota (que ele sinceramente não sabia o nome) já estava lá. O coração de Sasuke deu um pulo ao reconhecê-la e de repente ele não sabia se queria que a amiga a qual ela levara para o encontro duplo fosse Sakura ou não.

A loira avistou-os e começou a acenar freneticamente para eles, seu irmão acenou de volta e aproximou-se sentando logo de frente para a garota. A mesma começou a falar algo para Itachi, não parecendo sequer notar a presença de Sasuke. Isso acontecia não só no âmbito da população feminina, como também com o publico em geral. Itachi parecia ter sempre um holofote sobre si.

Mas o Uchiha mais novo não se importava em ser ignorado, só queria saber onde estava sua acompanhante. Itachi pareceu querer saber o mesmo e perguntou à loira. Antes que ela respondesse uma garota, também loira, sentou na cadeira de frente para Sasuke. Não era Sakura. Era outra das que andavam com ela e que ele também não sabia o nome.

A garota estendeu a mão por cima da mesa, apresentando-se. Curiosamente (ou não tanto) ela direcionou sua mão para Itachi primeiro. Quando foi sua vez, Sasuke ficou atento aos seus lábios para poder descobrir seu nome:

— Shion. — Ela dissera.

'S-H-I-O-N' Ele soletrou em sua mente não se dando ao trabalho de dar um sinal para ela. Apenas assentiu.

A loira do irmão também tinha nome, claro: 'I-N-O' pensou.

Depois disso, nada.

Itachi deve ter avisado à Ino da situação do irmão, pois a mesma foi muito eficiente em não puxar assunto com ele. Aliás, nem ela e nem Shion. A garota parecia achar tudo muito interessante: as outras mesas, as pessoas nas outras mesas, a comida e o carinha que trouxera a comida. Menos Sasuke.

Dez minutos depois que a comida chegou, Shion já havia ido ao banheiro quatro vezes. Era evidente que ela preferiria comer no banheiro que ali à mesa de frente para ele apenas observando Ino e Itachi flertarem. O Uchiha mais novo tentava ver aquilo com bons olhos, imaginando que Shion, assim como ele, fora obrigada a ir para aquele encontro duplo ridículo.

Quando Shion acabara de ir para sua quinta viagem ao banheiro, Sasuke resolveu que era hora de ir embora. A garota não queria estar ali, ele não queria estar ali e seu irmão e sua garota pareciam ter esquecido da existência dos dois. Não havia motivos para ficar segurando Shion.

Seguiu para o banheiro a fim de avisá-la que já estava indo embora e que ela não precisava mais ficar naquele encontro duplo estúpido. Mas uma cena o fez parar antes mesmo de entrar no corredor.

O cara que tinha levado o menu para eles estava encostando uma garota na parede enquanto a beijava com vontade. A garota era Shion.

Sasuke não soube o que fazer no momento. Não era como se ele gostasse dela ou algo do tipo. O que doía era ver a garota que estava em um encontro com ele se agarrando com outro cara.

Era tão... humilhante.

Antes que um dos dois notassem sua presença, o Uchiha dobrou no outro corredor e acabou indo parar na porta dos fundos da lanchonete. Havia um muro dividindo-a do prédio vizinho, Sasuke encostou as costas nele e ficou ali alguns segundos, pensando.

Não podia culpar o irmão pelo o acontecera. No momento em que aceitara o convite de Itachi sabia que algo de errado aconteceria e que ele com certeza se arrependeria de ter ido ao encontro duplo. Na verdade, fora até mais calmo do que ele pensara. Só Sasuke vira a suposta "traição" de Shion, sua falta de sensibilidade ou mínimo de respeito para com ele.

Ninguém mais sabia. Só ele.

No entanto, ainda sim... Doía, lá no fundo, a sensação de sua presença ser tão insignificante para uma pessoa que ela nem se dera o trabalho de olhar pra ele.

Certo, uma conversa seria impossível em seu caso (duvidava que Shion soubesse pelo menos uma letra em Língua de Sinais), mas parecia que Sasuke era um incapaz. Alguém que nunca poderia sair em um encontro porque a garota não saberia conversar da forma dele.

Era isso que doía.

Ele era uma pessoa normal como qualquer outra. Um jovem de vinte anos como qualquer outro. Entretanto, algumas pessoas não pareciam ver assim. Quando descobriam que ele era surdo o olhavam como se tivessem dito que ele tem alguma doença terminal ou fosse de outro planeta.

Em vez de tentar entende-lo decidiam por afastá-lo. Era mais fácil.

Sasuke desencostou-se do muro e sacou o celular do bolso da calça. Escreveu uma mensagem para Itachi:

"Vou para casa. Boa noite."

Enviou e recolocou o aparelho no bolso.

Somente quando já estava na parada de ônibus bem na esquina, pronto para subir em um, foi que a resposta de Itachi chegou. Sasuke entrou, e enquanto passava seu cartão prioritário que lhe permitia viajem grátis no leitor da catraca, ele leu o que o irmão mandara.

"Quê? Está com a garota?"

Um bip e uma luza verde piscaram no leitor e ele atravessou a catraca, sentou no primeiro banco vazio que viu, do lado da janela e digitou:

"Não. Ela está ocupada com outras coisas. Duvido dar por minha falta."

"OK"

A resposta de Itachi fora breve e Sasuke sabia porquê. Porque, diferente da maioria das pessoas, seu irmão não o via como um incapaz. Sabia que ele poderia se virar sozinho e resolver seus próprios problemas. O tratava como um igual.

O Uchiha bloqueou o celular e ficou batendo o mesmo em sua perna. Sem que percebesse já estava olhando os números em caneta marcadora preta em sua mão direita que ainda estavam vívidos.

Antes que pudesse pensar mais no assunto, escreveu uma breve mensagem e enviou para Sakura.

[...]

Antes da primeira parada do ônibus, já havia marcado a monitoria para o dia seguinte. Ele já ia responder à uma piadinha que Sakura mandara quando o aparelho acusou bateria fraca e simplesmente apagou. Que azar.

Vinte minutos depois, quando finalmente o ônibus chegou ao seu destino. A primeira coisa que Sasuke fez foi ir para seu quarto e plugar o celular no carregador.

E em mais um gesto impulsivo nada comum dele, acabara por mandar um ‘Boa Noite’ para ela.

Ele olhava ansiosamente para o celular. Jurou para si mesmo que se ela respondesse ele começaria uma conversa normal, que não envolveria monitoria. Talvez até virassem amigos. Quem sabe?

Muitos minutos depois ele desistiu. A probabilidade não estava a seu favor.

Era improvável que se tornassem amigos. E provavelmente só teriam conversas que envolviam matemática.

Mas, ora! O que ele esperava? O caso não era muito diferente do de Shion, afinal. Sasuke Uchiha estava sendo ignorado por mais uma garota. Grande coisa.

O problema era que lá dentro, em algum lugar, ele sabia que não era como Shion. Não importava que sua presença fosse insignificante para a loira. Sakura, entretanto... Bem, Sasuke queria que ela o visse da mesma forma que Itachi o via: como um cara normal. Um cara que também se apaixonava.

 



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