História Nossa Relação - Conta tudo!

Narrador

A rosada abriu a porta e virou-se para trás, acenando em despedida antes de entrar em casa. O rapaz acenou de volta e se certificou que ela estava em segurança já dentro de casa antes de ligar o carro e partir.

Ao fechar a porta, Sakura se escorou na madeira, fechou os olhos e suspirou como uma boba apaixonada. Apesar de estar triste por Sasori ter ido embora, estava satisfeita e feliz com tudo que aconteceu nas últimas horas. Se divertiu muito com o ruivo na casa de sua avó. Depois que Gaara foi embora, claro. Só então tanto ela quanto Sasori se sentiram mais a vontade.

Eles assistiram juntos um filme de comédia e Sakura se divertiu bastante, tanto com as piadas do filme quanto as observações engraçados que Sasori fazia. Dona Chiyo dava algumas risadas, apesar de não gostar muito do gênero do filme. Ela preferia seus clássicos romances em preto e branco.

Quando o filme acabou, se despediram de Dona Chiyo, a mesma ao abraçaou Sakura e pediu para a jovem voltar na próxima. Sakura olhou para Sasori, que sorriu, demonstrando que a vontade da avó também era a sua.

Os dois então partiram para casa de Sakura. Sasori alegou que precisava voltar a trabalhar nos quadros, antes que inspiração enfraquecesse. A rosada teve que aceitar, ainda mais porque a inspiração, aparentemente, era ela própria, então não era mais que sua obrigação compreender.

Mas no fundo lamentou não poder passar mais tempo com ruivo. Agora já estava ansiosa para vê-lo novamente.

Sua mente estava divagando quando percebeu o silêncio que dominava a casa exceto pelo som da tv. Abriu as pálpebras e se deparou com três pares de olhos curiosos sob ela. Sakura gritou de susto.

— Meu Deus. — levou a mão ao coração tentando acalmar o ritmo cardíaco.

Ino riu da amiga.

— Nossa testuda, você estava no mundo lua. Acho que esse encontro foi melhor do eu pensava.

A três riram, zombando da rosada, que resolveu relevar pois estava de bom humor. Konan estava sentada na poltrona com os pés esticados sob a mesinha de centro, Ino e Hinata dividiam o sofá, a primeira estava usando o braço do sofá  como apoio enquanto fazia as unhas, e Hinata tinha um livro em mãos e usava seus óculos de leitura.

Sakura se surpreendeu ao encontrar todas ali, em pleno fim de tarde de um domingo. Estava acostumada a ficar praticamente sozinha aos fins semanas pois suas amigas sempre estavam fora. Konan e Hinata não desgrudavam de seus namorados, enquanto Ino saia para vadiar. Como Sakura não tinha nenhum namorado e não curtia tanto as festas que Ino frequentava, a maioria das vezes ela ficava sozinha em casa.

Porém, logo hoje todas estavam presentes, e a julgar pelo brilho de curiosidade em seus olhares, estavam prontas para encurralar a rosada.

— Saky! Finalmente! Achei que não voltaria mais. — exclamou Konan.

— Com ruivo daquele, eu certamente não voltaria. — disse Ino com um sorriso malicioso fazendo todas rirem, até Sakura. — Vem aqui, testuda! — chamou dando abrindo espaço no sofá entre ela e Hinata e deu leves batidinhas no assento, indicando que era para a rosada sentar ali.

— Estávamos ansiosas esperando você chegar. — se pronunciou Hinata, largando o livro sobre a mesinha de centro, tirando os óculos e fixando os olhos impacientes em Sakura. — Queremos saber como foi.

— Isso. Desembucha logo. Conta tudinho. — completou Ino, seu tom autoritário não deixava brecha para recusas.

Sakura suspirou. Estava cansada e só queria se deitar em sua cama e relaxar. Porém, não seria possível, constatou analisando o semblante ansioso de cada uma e suspirou, percebendo que não havia outro jeito. Tinha caído na arapuca das amigas.

— Tá bom, suas intrometidas. — disse enquanto se arrastava até o sofá e se sentava. Ino, Hinata e Konan se aproximaram, rodeando a rosada de uma forma que ela se sentiu encurralada.

— Pra começo de conversa, que camisa é essa?— questionou Konan analisando Sakura de cima a baixo e estreitando os olhos ao não reconhecer a roupa que a rosada estava usando.

Sakura corou.

— É dele.

 Um coro de “hmm” em tom malicioso se sucedeu após sua declaração.

— Por que será que você tá usando a camisa dele hein..?

— A onde vocês foram?

— Vocês transaram?

— Ele te tratou bem?

Sakura quase enlouqueceu ao ser bombardeada com enxurradas de perguntas.

— Parem de falar, nossa. — resmungou alto, fazendo todas se calarem.

— Ino, deixa ela falar! — exclamou Hinata, franzindo o cenho com irritação. A loira levou a mão ao peito com indignação.

— Eu?Vocês que não calam a matraca! Fiquem quietas para que rosada possa falar, por favor. — esbravejou com falsa seriedade.

Sakura balançou a cabeça e riu.

— Cala a boca, Ino. — disse Konan. Ino mostrou a linguá e virou o rosto, emburrada. —Sakura, é melhor você contar desde o começo.

Ela assentiu, respirou fundo antes de começar a falar.

— Bom, vamos por partes. Primeiro, ele foi me buscar na festa do Yahiko...

— Tá, isso aí nós já sabemos, Konan nos contou. Pula pra parte que realmente interessa. — Ino resmungou, fazendo gestos com as mãos para que a rosada prosseguisse logo.

Elas repreenderam Ino, olhando feio para a loira e Hinata disse que ela não deveria mais interromper Sakura.

Depois dessa breve interversão, a Haruno continuou:

— Ele me levou até o apartamento dele. — revelou, deixando todas boquiabertas.

— Mas já?!— questionou Hinata.

— Claro, a testuda é das minhas, não gosta de perder tempo!

— Ino, vê-se fica quieta para eu poder gostar de você. Por que assim não tá dando. — advertiu Sakura. Depois de revirar os olhos, Ino prometei que tentaria não falar mais e pediu para Sakura continuar.

Após deixar a irritação de lado, a rosada pode se concentrar em relatar sua noite maravilha. As bochechas enrubesceram relembrar.

Suas amigas ficaram impressionadas ao ouvirem sobre os quadros que Sasori estava pintando inspirados na rosada, e ficaram ainda mais surpresas quando souberam do colar que ela ganhara de presente.

— Uau..— Hinata arfou ao analisar a joia que a amiga exibia no pescoço.

— Nossa, Saky, falar que você é sortuda é pouco.  — disse Konan.

— É verdade. — concordou Ino. — Mas e aí...— aproximou seu rosto até que ficasse a centímetros da face da rosada, e encarou de jeito questionador, sorriso sapeca. — Rolou ou não?

Sakura imediatamente soube do que a loira estava falando e seu rosto esquentou enquanto um sorriso bobo dominava seu lábios. Ino gritou, tendo sua confirmação apenas ao ver a reação da amiga e a esmagou com uma abraço de urso.

— Não acredito que você finalmente saiu da seca. — afirmou, e limpou lágrimas inexistentes, como se estivesse orgulhosa da amiga.

— Ei, eu não tava da seca. — resmungou a rosada, empurrando Ino para que se afastasse.

— Tava sim. — quando Sakura ia rebater, Ino se apressou em dizer:— O Sasuke não conta. — a loira revirou os olhos. — O que eu quis dizer é que fazia tempo que você não dormia com alguém que não fosse o Uchiha.

Sakura encarou a amiga, refletindo por um tempo antes de dar de ombros.

— Não apareceu nenhum cara legal...até agora. — sorriu ao se lembrar de Sasori.

— Mas foi bom?— perguntou Konan.

Sakura viajou com lembranças da noite passadas e suspirou.

— Foi maravilhoso, gente. — admitiu. — Para vocês terem uma noção:eu tive três orgasmos.

As garotas ofegaram, o queixo caído, a boca aberta em um perfeito “O”.

— Nossa, então ele deve ser bom. — disse Hinata. Todas sabiam o quanto era dificil para uma mulher ter ao menos um orgasmo durante o ato sexual, três era mais dificil ainda.

Sakura baixou o tom de voz, como se estivesse contando um segredo muito importante:

— Ele atingiu meu ponto G. Duas vezes.

Foi então que as garotas ficaram ainda mais boquiabertas, se é que era possível.

— Não acredito. — cuspiu Konan.

— Então, ele não deve ser bom. Ele deve ser ótimo! Sakura, sabe o quanto é dificil um homem achar o ponto g?— questionou Ino, abismada.

— Eu sei. Até agora, só o Sasuke tinha conseguido e não foi de primeira, como Sasori. — Sakura confessou.

— Isso é incrível, testuda. — falou Ino, a mesma adotou uma expressão safada, que logo incomodou Sakura. — To pensando em pegar esse seu ruivo emprestado, um pouco. Tem problema?

A rosada lançou seu olhar mais mortal e mentalmente deu várias pauladas na loira com um pesado bastão de beisebol.

— Fica longe dele, sua sirigaita.

Ino riu e levantou as mãos em sinal de rendição.

— Nossa, não tá mais aqui quem falou.

Sakura continuou encarando a amiga com frieza até que Konan chamou sua atenção.

— Falando em Sasuke, o que pensa em fazer? Digo, sobre o “caso” de vocês.

Os olhos de Sakura se perderam em ponto qualquer do cômodo, sua expressão ficou indecifrável. Pensar no assunto era complicado para ela porque ainda não sabia o que iria fazer. Mentira. Ela sabia muito bem o que devia fazer, não tinha coragem. Ainda.

— Bom, eu e Sasori...estamos juntos, de certa forma. Mesmo que ele ainda não tenha me pediu em namoro oficialmente. Vocês acreditariam se eu dissesse que hoje ele me levou para conhecer a avó dele?

Elas não acreditaram, obviamente. Depois de surtarem muito e polemizarem a nova descoberta, Konan pediu para Sakura prosseguir até onde queria chegar. A rosada ficou cabisbaixa.

— Enfim, talvez esteja na hora de terminar tudo com Sasuke. Quer dizer, nem tem nada para “terminar, na verdade. — riu amargamente.

— Finalmente você percebeu isso.

— Ino!— Hinata repreendeu.

— Ela está certa, Hina. — Sakura falou, surpreendendo suas amigas. A rosada deu de ombros, sentindo um aperto no peito. — Eu sempre soube, na verdade. Mas era muito otária por que me contentava com as migalhas que ele me dava. Eu não quero mais isso. Eu não preciso mais disso. Eu devo me afastar.

— É isso ai, testuda!— Ino aplaudiu.

— Bem vinda para o lado de fora, Sakura. Você finalmente saiu da caverna. — alegou Konan usando a filosofia de Platão.

— Nossa, tinha ser a nerd para incluir Platão em uma conversa como essa. — Ino zombou. Konan fuzilou a loira com o olhar.

— Platão se encaixa em vários assuntos, para sua informação, porque a filosia dele é tão perfeita que abrange tudo que existe. Não tenho culpa se você não tem senso filosófico.

Ino revirou e murmurou: blá blá blá.

— Gente, vocês fugiram do assunto totalmente. — reclamou Hinata, a testa enrugada com irritação. — Eu quero ouvir a Sakura falar. — se dirigiu para rosada, seu semblante foi tomado por seriedade e preocupação. —Saky, você acha que Sasuke vai aceitar de boa?

Sakura suspirou. Não sabia ao certo qual seria a reação do Uchiha. Ele era imprevisível. Havia possibilidades dele sequer se importar, considerando a maneira indiferente que ele trata as garotas, e isso magoaria muito ela. Tanto quanto havia possibilidades de seu ego falar mais alto e começar a teimar. Na verdade, a possibilidade era grande, pensou, lembrando-se do dia que ele viera confronta-la após receber uma recusa. A situação era inusitada pois Sakura nunca tinha dito “não” a ela, por isso não imaginava que o Uchiha fosse se incomodar tanto.

Então, se fosse acabar com tudo de vez...

Não conseguia prever qual seria a reação do Uchiha.

— Ele precisa aceitar. — murmurou sentindo certo receio.

♦ 

Sasuke levantou e foi abrir a porta, com má vontade. Lançou um olhar enviesado para o ruivo, que estampava um sorriso com segundas intenções.

— Entra logo. — resmungou dando as costas para Gaara e voltando a se jogar no chão. O ruivo fechou a porta atrás de si.

— Receptivo como sempre, né Sasuke. — Ironizou.

— Não repara, Gaara. — disse Naruto. O loiro estava sentado no chão sob o tapete e mantinha o olhar focado no vídeo game que estava jogando. — Sasuke está com TPM.

— Isso não é novidade. — zombou Gaara. Sasuke bufou, com pouca paciência para as brincadeiras inúteis dos amigos.

— Se veio aqui pra ficar de frescura, Gaara, já pode ir embora. — disse rudemente.

O ruivo sentou na outra ponta do sofá e sorriu de canto.

— Foi mal. É que eu tenho algo...para contar. Que talvez seja do seu interesse.

Fitou o ruivo, sem animação alguma.

— É bom que seja.

Não imaginava o que Gaara poderia lhe dizer que fosse de seu interesse. Sasuke só aceitou recebe-lo porque estava sem nada pra fazer. E como Naruto já estava em sua casa lhe enchendo saco, achou que a presença de mais um  não faria diferença. Entretanto, isso não significava que seria gentil com suas visitas.

— É do meu interesse também? Já tô curioso, quero saber. — disse Naruto, pausando o jogo e virando-se para Gaara com olhos ansiosos.

Gaara pegou uma das almofadas e jogou no loiro, lhe atingindo em cheio logo na rosto.

— Não, não é da sua conta. Nem sei porque você tá aqui.

— Aii. — o loiro resmungou. Pegou a almofada e tacou no ruivo de volta.— Eu estou jogando, não está vendo? A Hinata não quis sair comigo hoje então vim aqui para ocupar o tempo.

— Se nem sua namorada quer ficar perto de você, Sasuke menos ainda, néh Bocó. — zombou Gaara fazendo Naruto cerrar os dentes.

Sasuke teve que concordar com ruivo. Não se agradava com presença do amigo, mas o dito cujo iria irritá-lo muito mais se não tivesse deixado-o entrar. Do jeito que conhece Naruto, o loiro iria bater em sua incessantemente até o moreno ceder e deixar-lo ficar. Ou até ser estrangulado, o que era mais provável de acontecer, por isso Sasuke tentava evitar se aborrecer demais com o amigo. Não seria bom um futuro advogado ter passagem pela polícia por fratricídio.

Sasuke apenas observava Gaara e Naruto zombarem um do outro. Este último era seu amigo desde a infância, cresceram juntos e se consideram praticamente irmãos, apesar de Sasuke nunca ter admitido isso. Conheceram Gaara assim que entraram na faculdade, o ruivo era da mesma turma que Naruto-ambos faziam engenharia. Se deram bem logo de cara e o loiro logo trouxe Gaara para fazer parte do circulo de amizade deles. Sasuke não se opôs, acabou gostando de Gaara também, se identificando com a personalidade fria do ruivo.

— Fala logo o que você veio contar, Gaara. — esbravejou interrompendo a troca de gentilezas entre amigos. Não estava curioso, nem nada do tipo, mas só queria os dois calassem a boca para o Sabaku falar. Quanto mais cedo ele falasse, mais cedo iria embora.

O ruivo olhou para ele e logo sorriu de lado novamente, fazendo Sasuke arquear as sobrancelhas em questionamento.

— Eu acabo de vir de um almoço muito agradável na casa de minha avó.

— Foi almoçar com sua vovozinha, Gaara? Que fofinho. — zombou Naruto. Gaara preferiu ignorar para não perder o foco do assunto principal.

— Idaí.— Sasuke rosnou.

O Sabaku não se abalou com o tom rude e continuou falando:

— Não foi tão agradável assim, na verdade, porque meu primo estava lá.— disse a palavra “primo” com certo desdém.

— Aquele você odeia e vive reclamando dele?— Naruto indagou.

Gaara assentiu.

— Ele mesmo. Mas o que foi interessante é que ele não estava sozinho. — fixou o olhar em Sasuke. — Ele e a garota pareciam estar em uma bolha de felicidade. Se eu não a conhecesse, poderia até acreditar que estava apaixonada pelo sonso do Sasori.

— Você conhece ela?— questionou o loiro.

— Sim. — sorriu. — O Sasuke também.

O coração do Uchiha bateu mais rápido de repente. Sua mente conectou os acontecimentos  recentes. Associou os cabelos ruivos de Gaara com outra pessoa, e não foi dificil juntar dois+dois. Sua expressão se contorceu com desagrado.

— Já sabe de quem estou falando, não é? — o ruivo disse com tom sarcástico.

— Sakura.

Gaara não se surpreendeu por Sasuke ter acertado em cheio. Enquanto Sasuke sentia uma curiosidade aflorar, mas se controlou para não fazer pergunta alguma. Adotou uma expressão indecifrável e continuou ouvindo Gaara.

— Pois é. Imagina a surpresa que tive ao ver essa garota chegando com meu primo. Ele apresentou ela à minha avó como se fossem namorados há tempos. Se olhavam como se um fosse a razão de viver do outro.

Uma risada ecoou pelo cômodo.

— Não é possível. — disse Naruto, ainda aos risos. — A Haruno é apaixonada pelo teme.

— Bom, eu também acredito nisso. Ou não. Sei lá, ela realmente parecia muito envolvida com Akasuna.

Sasuke cerrou os punhos, inconscientemente.

— Seu primo é ruivo?— perguntou.

— Sim. O tom dele é um pouco mais claro que o meu. E eu sou mais bonito, claro.

Sasuke já desconfiava mas agora teve a confirmação definitiva. Agora sabia quem era o homem que vira ontem com Sakura. O homem que estragou todos seus planos. Sentiu um gosto amargo descer por sua garganta. Após se recuperar do choque, na noite passada, Sasuke ficou extremamente irritado e nem quis voltar para festa de Yahiko. Ao chegar em casa, ficou andando de um lado para o outro, refletindo sobre o que tinha acabado de acontecer.

Logo ele se obrigou a se acalmar. Se recusava a perder as estribeiras por causa disso. Ele tinha certeza que não era nada demais, só um cara aleatório com quem Sakura resolveu se divertir. Porém, pensar nisso não fez passar a sensação de ter levado um soco no estômago.

— Eu não tenho nada a ver com a Sakura. — disse com tom neutro. — Ela pode ficar com quem quiser.

Gaara estreitou os olhos.

— Não foi isso que me disse dois anos atrás.

Sua memória voltou ao passado e Sasuke logo entendeu sobre o que o ruivo estava se referindo. Lembrou-se da festa dos calouros, a surpresa que sentiu quando viu Sakura depois de meses afastados sendo substituída pela raiva ao perceber que Gaara estava beijando-a. Ele não conseguiu aceitar isso. Mandou Naruto chamar o ruivo de forma discreta e quando o mesmo chegou ao seu lado, não perdeu tempo em atacar:

— O que pensa que está fazendo?— rosnou.

Gaara fitou-o sem compreender.

— Ficando com uma gata, até vocês me atrapalharem. Falem logo o que querem, ela está me esperando.

Ele se aproximou de Gaara.  

— Você não vai voltar lá, de maneira alguma. — decretou com tom autoritário.

— Por que? Por acaso ela é sua namorada ou alguma coisa assim?

— Alguma coisa assim. — determinou Naruto, encolhendo os ombros. — Olha, Gaara, você ainda não sabe sobre a melhor peguete do Sasuke.

— Idaí? Só porque você pegava ela nós não podemos ficar? Ela nem é sua ex.

— É claro que não é minha ex porque nós ainda ficamos. — Sasuke disseram, uma veia saltava em sua testa devida a irritação.

— Ela me disse que é solteira. Sol-tei-ra. Não falou sobre compromisso algum com ninguem.

O Uchiha bufou.

— Você não está entendo. — gritou. Claro que foi por causa do som alto da música, não porque estava exaltado demais. — Ela é minha, você não pode se aproximar dela. Nós ficamos há muito tempo, então não vai querer se intrometer nisso.

A discussão se estendeu mais do deveria até Sasuke fazer o ruivo entender e faze-lo prometer que se afastaria da rosada.

Sasuke desviou os olhos depois de breve flashblack.

— É diferente. Você é meu amigo, não pode se meter com meus esquemas.

— Você teve medo de que eu fosse roubá-la para mim, admita.

— Tsc...não viaja.

— É que é um pouco dificil de acreditar que naquela época você quase me bateu porque beijei ela e agora está me dizendo que não liga se Sasori tá comendo ela ou não.

Algo no interior do moreno se contorceu.

— O que você quer que eu faça? — subiu o tom. — Se você não gosta do seu primo, bata nele você mesmo. Não precisa ficar procurando motivos.

— Não seja estúpido, eu só vim te avisar porque eu sei que você tem predileção por essa garota e ela parecia muito caidinha pelo almofadinha do Sasori, se os dois ficarem juntos, ela não vai mais querer saber de você.

— O teme não precisa se preocupar com isso, tô certo. Esse tal de Sasori não chega nem aos pés do Sasuke.— disse Naruto, defendendo o amigo.

Gaara balançou a cabeça, não tão confiante quanto o loiro.

— Se bobear, esse ultrapassa o Sasuke. Ele é mais rico, mais simpático, e, como tem o mesmo sangue que eu, é bonito também, não vou negar. As mulheres tontas sempre caem no papinho furado dele.

Sasuke cerrou os dentes e rosnou. Um sentimento desconhecido tomou conta de seu ser, parecia raiva misturada com agonia e um incomodo em seu estomago.

Sabia que a rosada, vez ou outra ficava com outras pessoas, mas ele achava isso normal, já que não possuíam um relacionamento. Mas, exceto aquela vez com Gaara, Sasuke nunca tinha presenciado. E também nunca se sentiu ameaçado e tão incomodado com a ideia. Diferente de agora.

E então, tudo passou a fazer sentindo. A mudança repentina no comportamento dela, a frieza em seus olhos ao olhar para ele, o dia que ela lhe deu as costas em seu quarto e, acima de tudo, a pergunta desconexa que fez certo dia:”O que você faria se alguém se declarasse para você? Estou gostando de um cara...” Agora Sasuke compreendia. E agora sabia quem era esse cara.

Não gostava de pensar que Sakura estava se afastando por causa de outro. Não aceitaria. Ele não deixará isso acontecer e estava na hora de reagir. Ele faria o que fosse preciso para não ter que ceder o espaço reservado que tinha no coração da rosada para outro qualquer.

— Me conte tudo que sabe sobre esse cara.