História Nossa vida - Em trampos, part 2

POV Bakugou

_ Fala de uma vez..

_ O sr. Midoriya não passa bem, precisará de transfusão de sangue por ter perdido muito até ser trazido até aqui, por conta disso ficará desacordado pelo menos uma semana, mas se ele não responder bem aos medicamentos e a transfusão, eu temo por sua vida..

Eu fico estático, não consigo ouvir ninguém, nem me mexer, meu cérebro só consegue processar a parte que Deku ficará desacordado e corre risco de vida. 

_ Qualquer nova notícia, eu os aviso, com licença.. 

Depois de uns minutos absorvendo a notícia e de extremo silêncio por parte dos presentes, meus pés me comandam em direção a saída.

_ Bakugou..

_ Me deixa sozinho Eijirou..

_ Querido..

_ Sai mãe, não quero falar com ninguém..

_ Ele me chamou de mãe, ele está pior do que eu imaginava..

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Não sei quanto tempo fiquei sentado em um banco que eu encontrei do lado de fora do hospital, só despertei da transe em que eu me encontrava quando senti um toque tão delicado quanto o do meu esverdeado, e eu já sabia quem era..

_ O médico liberou a visita dele..

_ Deveria ir primeiro..

_ Eu sei o quanto você tem se culpado, mas não faça isso, você sempre o protegeu quando eram pequenos, eu sei que se tivesse chances de protege-lo dessa vez, você o faria, tire esse peso de você.. Vá vê-lo primeiro, eu sei que precisa disso.. Meu Izuku precisa disso também..

Ela afaga meus cabelos e eu fungo por conta do recém choro, choro pela culpa que está me matando, pela incerteza de ver aqueles olhos novamente abertos um dia, pelo jeito que o tratei na adolescência e mesmo ele nunca ter desistido de mim, choro por medo de perde-lo.

_ Vá Katsuki, ele precisa de você..

Me levanto, ainda meio incerto sobre ir até ele.. Paro na recepção de cabeça baixa e não preciso dizer nada, a enfermeira apenas me fala o número do quarto e o andar. 

Paro em frente a porta com a mão na maçaneta, com dúvida se é o certo, se estou pronto pra isso, mas deixo as dúvidas de lado e giro o objeto em minha mão empurrando a porta de madeira clara e adentro o quarto branco com uma cama posicionada no meio, perto de um sofá, com o meu anjo de cabelos verdes deitado nela, desacordado.. Sinto minhas pernas mais pesadas do que o de costume mas me forço a seguir em frente fechando a porta atrás de mim.

Chego até a cama e a primeira coisa que eu faço e passar meus dedos sobre a pele delicada com um cuidado que eu nem sabia que existia em mim, mas era sempre assim, Izuku era capaz de despertar em mim coisas que eu nunca fiz e imaginei fazendo por ninguém, ele desperta o melhor de mim, ou, o único bom que há em mim..

_ Não sabe o quanto eu queria poder trocar de lugar com você, o quanto eu gostaria de que tivesse sido mais cuidadoso, como você sempre diz.. 

Puxo a poltrona e me sento segurando a mão que não possuía agulhas e me permito chorar como nunca chorei na vida, choro em silêncio pelo desespero, pelo medo, pela culpa.

_ Não é justo seu infeliz - me levanto - por que? VOCÊ NÃO PODE DEIXAR DE LUTAR, TÁ ME OUVINDO SEU NERD? Você vai sair dessa, você não vai me deixar, você não pode.. 

E desmorono, caio no chão e abraço as minhas pernas como uma criança indefesa, mas é assim que eu realmente estou me sentindo, indefeso, sem o meu gerador de energias.

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Uma semana se passou e não teve um dia que eu não dormi aqui nesse hospital na esperança de que Deku ficasse bem.. Estava sentado no sofá, com olheiras profundas de noites mal dormidas, e ossos aparecendo com um pouco mais de nitidez pelas péssimas alimentações - se é que pode ser chamado assim - que fiz.

_ Bom dia Sr. - diz uma enfermeira entrando no quarto - trago boas notícias, o Sr. Midoriya respondeu bem aos procedimentos, deixaremos de aplicar anestesia e esperamos que ele acorde em breve.. 

Não respondo nada, apenas deixo um sorriso discreto, mas de felicidade, escape por meus lábios..Após duas horas que a enfermeira passa no quarto, Izuku acorda, e so noto isso pela frase que escuto e que eu não espereva ouvir..

_ MINHAS ROUPAS FICARAM NO VARAL!