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História Nossas Estações - Qual a cura daquilo que chamam de amor?


Escrita por: Shampoo04

Notas do Autor


Sinopse: O meu maior sonho é curtir a vida, do jeito que eu quiser, ser livre. Mas há algo que me impede... Um problema cardíaco. Felizmente tenho maravilhosas pessoas pra cuidar de mim! E um deles é um enfermeiro de lindos olhos cor de mel

Gênero: Amizade, Comédia, Enfermeiro (pra quem tiver fetiches).

Oii! Falei que ia postar todo dia vinte e um né? Desculpem atrasei por causa da mudança T^T
Então gente eu mudei! Tenho ar condicionado agora *O* ksoapskopa
Fiquei sem net alguns dias e finalmente vou poder atualizar a fanfic bonitinha na data certa - mas eu nem atualizo essa fic toda semana...

Capítulo 2 - Qual a cura daquilo que chamam de amor?


Fanfic / Fanfiction Nossas Estações - Qual a cura daquilo que chamam de amor?

Desde pequeno era assim: as flores da primavera devem ser admiradas de longe, os aromas eram proibidos e tocar nas pétalas era uma ofensa à minha vida. As privações iam além do jardim, claro que ele era distante, mas sequer me permitiam caminhar pelo corredor sozinho ainda mais com minhas próprias pernas. Sonho em testar meus limites, correr até acabar o fôlego, pular de algum lugar alto, gritar pela casa, andar com meus irmãos, mas elas não me permitiam nada além de um passeio, de cadeira de rodas, até o pátio para tomar Sol pela manhã. Gosto dos dias chuvosos da primavera, eles têm uma certa nostalgia para mim. Antes de mais nada, fico feliz em conhece-los. Chamam-me, os íntimos, de Artur; meus irmãos apelidaram-me de Fraco, Projeto de Cadáver e Sem Vida, ainda que maldosos todos são verídicos. Tenho alguns 167cm de altura, cabelos castanhos lisos e os olhos verdes da minha mãe, nada digno de atenção. Completei, há alguns meses, meus dezoito.
Isolado, vivo no fundo da minha própria casa, na solidão do quarto com as enfermeiras azedas Sueli, Amélia e Maria, esta última era minha favorita ainda que também fosse um carrasco. 
Esta será minha primavera.
E ela tinha começado tranquila até que apareceu o novo enfermeiro.
-Maria que dia é hoje?
-Dia oito, senhor.
-Algum compromisso? 
-O Dr. Pedro virá vê-lo, senhor.
-Ah, sim. - Dr. Pedro é o único que não é totalmente rígido comigo, digo isso porque ele costuma mudar minha dieta para coisas mais gostosas, brinca comigo e traz livros bons, hora ou outra traz escondido algumas revistas adultas e nós jogamos videogame. Ele é o mais próximo que tenho de um amigo.
Hoje, pela primeira vez, ele veio acompanhado. 
Trazia um rapaz da sua altura com uma máscara no rosto e roupas claras como as enfermeiras, o cabelo negro preso em uma touca e óculos de grau com lentes grandes sobre os olhos cor de mel.
-Artur, como está?
-Ainda vivo - cumprimentei.
-Ótimo, mais um mês de salário! - ele riu. - Seu coração tem funcionado normalmente? Algum mal-estar anormal?

-Nada aconteceu.
-Ótimo. 
Ele colocou aquele troço gelado, estetoscópio, para ouvir meus batimentos e a enfermeira tirou um pouco do meu sangue. O jovem que acompanhava o doutor apenas observava.
-Bem, então não terei muito a fazer hoje. As dosagens estão corretas e tudo funcionando, do melhor jeito possível. Maria você já contou à ele as novidades?
-Senhor Artur, a partir desta semana eu deixarei de desempenhar minhas funções. O Dr. Pedro trouxe seu filho, que cursa medicina e é técnico em enfermagem para cuidar de você enquanto não encontramos outra enfermeira para me substituir.
-Prazer em conhecê-lo Artur! Eu sou o Geovanne.
-Que incrível você cursa medicina? Dizem que é um dos mais disputados!
-Isso não é nada! Eu “ainda não” curso medicina.
-É incrível sim, ele passou em primeiro lugar, a nota dele no ENEM foi maravilhosa! Ainda não começou a estudar porque a faculdade está de greve. Mas foi em primeiro!! - disse o pai orgulhoso.
Terminamos os processos de sempre de conferir medicações, medir pressão, tirar sangue... Blá, blá, blá - hoje com um bônus de pai coruja - e o Doutor se foi, deixando o Geovanne. Maria passou à ele as instruções e no fim da tarde ela se despediu dizendo que não voltaria mais, talvez fosse impressão minha, mas ela parecia estranhamente feliz.
-Meu pai te traz algumas revistas minhas não é? - perguntou o tal Geovanne.
-Ele não se importa de você ver aquilo? - meus pais não podem nem desconfiar!
-Deveria? 
-Seria bom.
-Engraçado, ele quem comprou a minha primeira.
-Senhor, vou preparar seu banho - disse Sueli, uma das enfermeiras, interrompendo.
-Certo.
Geovanne nada mais que um pervertido que compartilha revistas eróticas com o pai, li uma vez que pessoas pervertidas são mais inteligentes, deve ser por isso que ele conseguiu passar para medicina. 
Agora sem ser muito crítico: ele é apenas um rapaz... Que parece ser esforçado.
-Por que medicina? - perguntei enquanto Sueli me ajudava a tirar as roupas.
-Perdão? - ele não me entendeu.
-Nada, esquece.
Rumo ao banheiro com meus pensamentos, cheguei à conclusão que era maravilhoso ter um cara da minha idade aqui. Que sabe enfermagem e será um futuro médico. Sinceramente não estou pensando no Geovanne, quero apenas saber como é o mundo das pessoas saudáveis, como é frequentar a faculdade fora de casa e como é o mundo!
"Inocentemente eu quis entender o Geovanne, quis me aproximar dele e ouvir suas aventuras, como uma criança escutando a época de exército do avó. Só que naqueles dias eu não pesei as consequências."
Com o passar dos dias, meio que, noto o Geovanne bem próximo de mim. Sei lá. Talvez eu só esteja incomodado, pois sempre estive com as enfermeiras e agora ele me deixa um pouco constrangido, tudo o que ele faz parece ter uma influência maior sobre mim, mesmo quando ele me toca somente para ouvir meus batimentos cardíacos parece que meu coração acelera. Ele sempre me toca suavemente, diferente do jeito bruto e rígido de Sueli e Amélia. Será que eu estou alucinando?!
-Dona Sueli não se preocupe, depois das dicas que você deu, tenho absoluta certeza que consigo! - ele falava sobre me ajudar no banho com a enfermeira.
-Eu tenho que ir hoje mais cedo. Cuide bem do senhor Artur e o senhor não se preocupe, pois o Geovanne tem a mesma competência que nós! Qualquer coisa chamem a Amélia, ela só está preparando a janta.
-Tenho certeza que sim! Ela nem será necessária - disse se prontificando.
Depois que Sueli se foi e entrei na morna e aconchegante banheira. Normalmente tenho um tempo para relaxar, Geovanne me observava e isso me constrangia. Nada de anormal, ele pegou aquela flanela de algodão com espuma e se aproximou para me lavar, eu não pude deixar de apreciar como ele me tocava e quando dei por mim, estava excitado. Rezava para que ele não notasse que eu não tinha como esconder.

-O senhor quer um pouco de privacidade? – ele perguntou de um jeito educado. Me deixando ainda mais aflito.

Me desconcertei todo. Juntando as pernas para perto do meu corpo. Deixando tudo ainda mais óbvio.

-N-não... Eu só... Ahn...

Ele com o rosto um pouco vermelho me perguntou.

-I-isso acontece sempre... Ou, talvez... Fui eu que te deixei assim?

Mergulhei um pouco na banheira, tentando sumir. Quando me faltou fôlego, pouquíssimo tempo depois, tive de encarar a realidade e responde-lo.

-Isso... Nunca aconteceu antes! Eu sinto muito, e-eu... Eu quero sumir – cobri o rosto com as mãos.

Ele se sentou na borda da banheira ao meu lado, soltou uma leve risada que me deixou ainda mais sem chão.

-Ah, como poderia dizer? Sua fragilidade, seu rosto sincero, seu charme delicado, como uma flor. Tudo isto me encanta tanto, Artur... – foi quando olhei para ele, sentindo um peso enorme me deixar após suas palavras.
Geovanne largou os óculos embaçados num canto, tocou meu ombro do seu jeito delicado de sempre e me deu um leve beijo, sem se aprofundar em minha boca. Seus lábios doces pareciam sugar todo meu ar e quando ele se separou e voltou a me encarar eu estava ofegante com o coração disparado.

Eu o encarava pedindo mais e segurei sua camisa branca com minha mão molhada para trazê-lo novamente para perto, ele entendeu e de novo me beijou, agora sua língua molhada dançava com a minha em nossas bocas, eu parecia um pouco perdido naquilo tudo, abracei ele mais um pouco trazendo-o para mim e sua mão descia pelo meu corpo devagar, eu ainda estava excitado e notei o volume em sua calça branca, senti vontade de tocá-lo, mas um pigarro na porta me impediu, Amélia nos encarava furiosa.

-Já estão há tempo demais neste banho, saia senhor Artur!

E se foi, esperando-me para jantar.
-Eu amo você, Arthur - ele disse em um quase silêncio. Até a água inquieta da banheira encobria o som. Eu podia jurar que ouvi meu nome, mas era muito baixo.
-O que disse...? – perguntei. Mas Amélia nos gritou novamente ainda mais brava.
Ele se levantou cabisbaixo, pegou a minha toalha e a abriu para que eu me enrolasse nela. Tomei-a de suas mãos e me abracei no tecido, andando desconcertado até meu quarto.
"Mesmo com aquela bronca... Este foi só o começo..."
Desde então não tenho olhado na cara dele de tanta vergonha, Amélia insistiu sobre uma substituição, mas eu ficaria magoado com isso e por sorte ainda não havia ninguém para substituí-lo. Ela me trazia o assunto à tona sempre.

-Sinto muito pela grosseria, mas isso não lhe diz respeito Amélia.
Desde então apenas Amélia e Sueli se revezam para me dar banho.
Mas apesar de tudo tenho evitado ele, mesmo morrendo de vontade de beijá-lo de novo... Só lembrar daqueles lábios e eu...
O que mais me incomoda nisto tudo... Por que ele continua ao meu lado? Não há motivos para tal coisa. Ele não precisa de dinheiro, não seria só pra passar o tempo. Ele também fica desconfortável comigo. Então pra quê?!
Hoje uma coisa inesperada ocorreu logo pela tarde. Eu, que vivo no andar térreo nos fundos desta casa e quase não encontro com meus irmãos, recebi a visita da Garotinha-do-Papai: Izabella, a filha mais nova.
-Oi Artur-sem-vida!
-Oi Iza...
-Nosso pai pediu pra ver como você está, nunca se sabe qual será nosso último encontro! - Ela riu do comentário. - E aí como se sente?
Com inveja da sua saúde.
-Bem e você?
-Ah, você está bem! Milagre. Dizem que esta é a mentira mais contada. 
-Desta vez não é mentira.
Ela não tinha nada para falar comigo, só ficava lá trocando mensagens com os amigos pelo telefone de última geração que tinha.
-Artur eu trouxe-lhe um suco e os remédios - disse Geovanne entrando pelo quarto, ele não mais encarava os meus olhos estava sempre cabisbaixo quando se dirigia à mim.
-Nossa com um enfermeiro assim eu ficaria feliz de estar à beira da morte - comentou Iza.
Parecia tão surreal ouvir essas ofensas, ainda que rotineiras me fazem tão mal, ditas tão despreocupadas. Izabella, Rodrigo e Matheus não faziam ideia de como é sentir o corpo fraquejar, de como é sentir falta de ar e cansaço com pouquíssimo esforço ou quando estou passando mal e tudo fica escuro... E eu rezo para que seja só um desmaio.
Geovanne não riu da brincadeira dela, eu apenas a acompanhei com um falso riso que me machucava. 
-Eu sou a Izabella. Posso voltar pra você cuidar de mim?
-Com todo respeito, deseje nunca precisar de meus cuidados Srta. Izabella.
Ela tentou insistir um pouco mais nas cantadas, entretanto ele escapava de todas se fazendo de desentendido ou corrigindo-a. Cansada ela desistiu, pegou o celular e se foi, um alivio tomou conta de mim.
-Você não precisa fingir que está tudo bem Artur.
Eu o ignorei.
-Sei que não quer olhar na minha cara ou me dar atenção, mas se isso é doloroso pra você, imagine para mim! Não aguento vê-lo sofrer! Eles nunca vão entender o que é lutar pela vida diariamente enquanto só desperdiçam as deles!
Eu tentei disfarçar, sem sucesso, e comecei a chorar. Ele tinha razão. Nunca entenderiam o quanto aquelas brincadeiras doíam. Os lençóis brancos enrolados em minhas pernas me serviam de lenços. Geovanne sentou-se ao meu lado acariciando meu cabelo dizendo que eu não precisava aguentar tudo aquilo sozinho, que ele iria me proteger e que estaria ao meu lado.
Não dava para entender o que ele fazia ali. Por que ele era tão gentil comigo se eu o destratava tanto?
-Por que você está sempre aqui comigo?!
-Porque eu preciso estar aqui, para que possamos superar esta juntos.
-O que te mantém aqui?! Eu lhe trato tão mal...
-Eu não posso te obrigar a se sentir confortável comigo depois daquele flagra... Só espero a chance para poder te beijar de novo. Você não deve se lembrar, mas eu...
Amélia e Sueli entraram perguntando o porque do meu choro. Amélia acusava Geovanne e Sueli o defendia. Até todas as lágrimas que estavam guardadas saírem eu não consegui dizer nada.
Izabella que antes vinha me ver apenas uma vez ao mês, passou a vir quase que diariamente. Geovanne não fazia nada além de ignorá-la o quanto possível. Dia ou outro ele se aproxima um pouco mais de mim, sutilmente, e eu finjo não perceber ainda receoso de Amélia notar algo.
Hoje Izabella veio acompanhada de uma garota, uma jovem com um cabelo delicadamente ondulado e um sorriso tranquilo. Thaís parecia um anjo, tanto que tive medo de estar morrendo. Eu a achei muito bela, o problema era que todos achavam o mesmo...
-A Iza me fala muito de você! - comentou Thaís.
-O que ela tanto fala? 
Thaís se corou levemente, ajeitou o cabelo e respondeu.
-Ela diz o quanto se preocupa com você e o quanto você precisa de cuidados, mesmo sendo tão forte.
-Ela está exagerando - novamente ela ajeitou o cabelo.
-Não é o que parece.
Às 12h50min em ponto Geovanne anunciou que traria mais remédios e se foi acompanhado de minha irmã.
Thaís e eu aproveitamos todo aqueles longos cinco minutos para conversarmos e ela ficava mais encantadora a cada palavra que dizia. Passamos o resto da tarde conversando e ela me contou que queria fazer medicina e que se tivesse a chance queria cuidar de mim. Ela tinha sonhos tão nobres. Continuamos o assunto sobre medicina e eu comecei a falar do Geovanne sem notar. Tentei mudar de assunto para que ele não percebesse que estava falando dele e ela perguntou sobre minha doença, fui contando dos diagnósticos e tratamento e levei o nome dele novamente ao assunto. Sempre. Tudo o que conversávamos acabava nele...
-Vejo que você admira muito o Geovanne.
-Não, você está enganada. Ele é só um... Um... Bom profissional.
-Espero ser uma boa profissional como ele! Poderei voltar para visitá-lo?
-Quando quiser!
Quando ela se foi, parecia que aquele quarto tinha voltado ao cinza de sempre, porém bastava olhar para o lado e ver que as cores...
O enfermeiro percebeu que eu o encarava e perguntou se havia algo errado.
-Eu estou gostando de alguém - eu disse forçado.
-Da sua irmã?
-Não. Da Thaís. 
-Você só a viu uma tarde e já está gostando?
-Você me viu uma tarde e nós já... - só não continuei a frase pois Amélia e Sueli estavam no quarto. - De qualquer forma foi pior...
-Não confunda as coisas, foi mais de uma tarde.
Ele se sentou na cadeira ao meu lado.
-Você não pode gostar dela.
-Por que não?
-Você tem que se apaixonar por mim! – ele falou descaradamente para qualquer um ouvir.
-Não confunda as coisas. Somos amigos, só isso.
-Amigos?
-O que quer dizer?
-Sei lá, eu achei que depois daquele beijo, talvez eu tivesse alguma chance...
-O que quer dizer com isso?!
-Que eu talvez goste de você.
-Por que isso?! – eu me espantei e sinceramente fiquei em dúvida sobre mim. Thaís era linda, mas por que meu coração sempre disparava quando era ele?
Ele se levantou e voltou a se sentar, agora sobre mim, vermelho passou suas mãos sobre meus ombros, seus olhos por trás daqueles óculos fortes me hipnotizavam e ele de novo me beijou, com seu quadril sobre o meu tão próximos que eu sentia sua ereção em mim e queria tocá-la mais e mais até ele gozar. Eu tocando sua bunda e ele rebolando devagar sobre mim.
Ouvimos um raspar na garganta no fundo do quarto e uma tosse falsa, assim eu me lembrei de uma coisa...
-Saia já de cima do Sr. Artur - disse Amélia furiosa.
-Geovanne! - disse Sueli, que até agora só o defendia.
Ele também tinha se esquecido delas, que vergonha!!
-Hum... Bem. Não é o que parece. Eu juro! – ele falou quase caindo para trás.
Ambos super corados e levemente bagunçados, em um certo ponto entre um beijo dengoso e as carícias antes do ato.
-É só um bichinho na minha roupa – ele falou gaguejando. Tentei segurar o riso. 
Ele puxou minha blusa de uma vez como se fosse arrancá-la, olhou com cara de que iria me devorar, foi pavorosamente excitante, e com uma cara lerda disse que o inseto tinha saído.
-Que tal um banho para refrescar? - ele sugeriu.
-A-Acho uma ótima ideia.
Enquanto a banheira enchia eu briguei por ele ter feito aquilo na frente delas. Ele também brigou por eu ter dito que gosto da Thaís. Rebati dizendo que ele não podia mandar nos meus sentimentos e ele me calou com um argumento.
-Não posso mesmo mandar neles, mas se for pra você ficar me paquerando nas costas dela é melhor admitir que gosta de mim. 
-Não estou te...
-Então você realmente acha ruim quando eu te beijo...?
-E-e-eu... Não acho ruim, mas não sei o que eu sinto de verdade por você.
-Você é um canalha!
Ele se chateou, eu ainda mais por não saber o que sentia por ele. Então ele respirou fundo e me contou.
-Talvez você não se lembre da primeira visita do meu pai, quando éramos moleques. Naquela primavera eu fiquei te admirando enquanto meu pai cuidava de você e eu decidi fazer medicina pra poder cuidar de você... E também serei eu a curar sua doença.
-Você não pode curar um coração fraco.
-Eu posso. E vou.
Eu estava muito admirado com as palavras dele, sério. Nunca passou pela minha mente que alguém faria isso por mim. Nunca. Saber que você está mal e tem alguém se dedicando para te curar... Ele se esforçou... P-por mim e... 
-Voc... ê... fe... z...

O fraco coração de Arthur, neste momento, fraquejou mais que em outros. Preenchido pelo Geovanne, sequer se lembrava de Thaís ou de seus encantos, seus últimos pensamentos eram simples: Quero respondê-lo. Sequer tinha forças para continuar a respirar, mandar o ar pelo resto do corpo então... 
Geovanne gritava em desespero chamando as enfermeiras, fazendo o que lhe era possível até que a ambulância chegasse. Eram respirações boca-a-boca e massagens cardíacas, mas Arthur não reagia. Seus olhos verdes ficavam ainda mais sem vida a cada segundo e encaravam o desespero do enfermeiro como em um sonho...

Naquele sonho eu estava com o Geovanne. Por que sonhei com ele?
Acordei num quarto branco com a Amélia sentada ao meu lado, Geovanne cochilando no sofá e Sueli não estava. Meu corpo estava pesado e eu recebia ar por uma máquina, não era a primeira vez, mas era a primeira em que o Geovanne estava lá comigo e tinha alguém por quem eu queria viver e superar minhas fraquezas, mais que antes, correr até acabar o fôlego de mãos dadas a ele, pular de algum lugar alto em seus braços, gritar pela casa procurando-o, andar com meus irmãos e ele...
Ainda que seja uma grande novidade para mim colocá-lo em meus sonhos!
-Ge... O... - disse com voz de quem acaba de acordar, toda falha.
Amélia o acordou surpresa, nos deixou a sós e foi buscar meus pais.
Ele em prantos me disse algo que fez o meu coração bater de verdade pela primeira vez...
-Eu te amo, muito, muito, muito.
-Eu estou morrendo, sabia? Não posso fazer isso com você.
-Já disse que vou te curar! E não importa quanto tempo nós ainda temos, vou te amar até que o meu coração pare de bater.
Ele me abraçou tentando não se enroscar nos fios.
-Eu estou apaixonado, sabia?
-Mas você só me viu por algumas tardes.
-Foram suficientes pra fazer meu coração bater mais forte.
Eu agarrei ele pelo uniforme branco de sempre e senti seu óculos cair sobre o meu rosto enquanto o beijava, com todo meu amor.
-E se depender de mim, teremos várias e várias outras tardes para eu fazer seu coração disparar.



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