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História Nosso Amor - Confissões


Escrita por: ElizabethEliane

Notas do Autor


Está um pouquinho atrasado para o horário que costumo postar sempre, mas ainda bem que deu tempo de sair no final de semana.
Espero que gostem da leitura e ficou um pouco mais curto que os outros. Eu estiquei ao máximo a conversa dos dois sem ficar repetitiva, no final achei tudo muito fofo e comovente.
Espero que me perdoem pelos erros de português e concordância.


Em algumas partes estava ouvindo está musica, se quiserem é muito linda, e trás uma tranquilidade incrível, combinou super com os dois.
My Father's Favourite - Patrick Doyle: https://www.youtube.com/watch?v=WxuULEIZAl0

Capítulo 21 - Confissões


Fanfic / Fanfiction Nosso Amor - Confissões

Após se acalmarem Anastácia segurou seu rosto gentilmente e deu um beijo carinhoso em um dos lados antes de retirar-se dele.

Pancrácio ficou tocado por esse gesto tão afetuoso dela e sentiu-se mais culpado por trair a confiança da mulher. Enquanto ela ajeitava sua saia ele abotoou sua calça e sentou-se corretamente enquanto esperava para falar com ela.

- Anastácia nós podemos conversar agora? – perguntou meio sem jeito após terem este momento de amor.

- Claro! – respondeu Anastácia feliz, mas quando viu a expressão séria em seu rosto seu coração deu um aperto e ela engoliu em seco antes de sentar-se com ele.

O Professor olhou para ela e notou que ela havia se sentado muito rígida, certamente estava nervosa pele expressão de seu rosto.

- Não precisa ficar nervosa. – disse o Professor com um meio sorriso enquanto embalava as mãos dela nas suas.

- Me perdoe. – respondeu sinceramente. – Mas quando olhei para você senti que me contaria algo terrível.

- De certo modo não é terrível, apenas estranho. – respondeu ponderando sobre sua vida.

- O senhor não está doente, ou está? – perguntou preocupada.

- Doente! Não! Apenas envelhecendo. – disse em tom brincalhão para tentar aliviar um pouco o clima pesado que havia se instaurado.

- Somos dois então! – respondeu entrando em seu jogo.

- Quando olho para você não vejo o tempo passar. Ainda continua bela como o primeiro dia em que a conheci. – respondeu enquanto passava a mão gentilmente pelo seu rosto.

Anastácia sorriu e beijou gentilmente a palma de sua mão.

- Ainda me recordo com carinho do dia em que o conheci na porta da igreja. O senhor se lembra, estava acompanhado do Pirulito. – falou Anastácia pensando em cada palavra que dizia com cuidado.

- Me lembro perfeitamente. – disse triste. – E esse é precisamente o assunto de nossa conversa.

Anastácia arqueou as sobrancelhas assustada e esperou que ele continuasse.

- Essa não foi a primeira vez que nos encontramos. – disse olhando seriamente em seus olhos.

Anastácia apenas respirou fundo e esperou que ele continuasse, sem nunca desviar sua atenção dele.

- Muito antes de eu conhecer a senhora, eu era professor de filosofia em algumas escolas e universidades de São Paulo. Mas com o avanço da guerra entre os Países Aliados e Os Países do Eixo, muitos brasileiros foram enviados para Itália afim de ajudar os norte-americanos a libertar os italianos, que na época, ainda estava parcialmente nas mãos do exército alemão. Neste tempo passou a ser algo impensável ficar pensando em filosofia. O certo e errado? Aprender com os erros do passado? Planejar o futuro? Não; o importante era sobreviver. – disse tristemente. - Em consequência fui demitido de várias escolas, e em todos os lugares que tentei entrar diziam que minhas aulas não eram necessárias no momento. – falou tudo muito calmamente e levantou-se para distanciar-se dela e organizar as ideias para continuar.

- Quando o pouco que havia sobrado do meu salário de professor começou a acabar, eu pensei em vender alguns livros raros meus de história, e no meio deles encontrei um sobre o teatro grego, e foi precisamente este livro que trouxe um pouco de luz para minha vida! – disse com o pensamento longe ao se lembrar deste dia. – A ideia que me veio à mente foi fantasiar-se de personagens, como se estivesse mesmo em um enorme palco de teatro. E assim com a minha arte receber algum trocado, como se fosse um pagamento pelos ingressos. Com o passar do tempo passei a inventar causas humanitárias pois isso amolecia mais o coração das pessoas, então além de pagar por minha arte poderiam praticar uma boa ação.

Anastácia ouvia tudo com um enorme aperto no coração. Em toda sua vida ela nunca havia passado dificuldades com nada, tudo foi lhe dado com muita facilidade. Embora ela pudesse enumerar inúmeras restrições que uma mulher era obrigada a passar e erguer a cabeça como se nada tivesse acontecido; nada se comparava a ter que de certo modo mentir para sobreviver.

- Quando encontrei a senhora a primeira vez, você estava com Sandra. Me lembro perfeitamente como ela desconfiou de mim ao se lembrar de outro personagem que estava sem as muletas também na porta da igreja. – disse envergonhado. – A senhora como sempre sendo muito bondosa, deu-me uma quantia muito generosa e disse para sua sobrinha me deixar em paz, repreendeu-a dizendo como ela poderia acusar um homem neste estado? – falou suas as últimas palavras tentando conter a emoção que estava surgindo.

Anastácia notando que ele explodiria em lágrimas, aproximou-se dele e o abraçou ternamente por trás enquanto secava suas lágrimas delicadamente com os dedos.

- Professor não chore. – disse Anastácia com a voz carregada tentando acalmar o homem. – Eu nem consigo imaginar como foi difícil para o senhor passar por tudo isso sozinho.

- Eu trai sua confiança. – disse completamente derrotado.

Enquanto Anastácia secava suas lágrimas, as palavras que o Professor disse martelavam incessantemente em sua cabeça. Ela precisava diminuir um pouco de sua dor e culpa com toda essa situação.

- Professor eu também tenho algo a lhe contar. – falou Anastácia seriamente após afastar-se dele.

O Professor olhou atentamente para ela, pronto para ouvir o que quer que fosse.

- Eu... eu... eu já sabia que era o senhor por trás dos personagens. – disse Anastácia com o pouco de coragem que lhe restava.

- O quê? – indagou Pancrácio sem acreditar no que estava ouvindo.

- Eu sabia que era o senhor Professor Pancrácio, por trás de todos os personagens na porta da igreja. – falou Anastácia engolindo em seco.

- E por que a senhora nunca me contou? Oh céus, agora me sinto ainda mais envergonhado. – falou desesperado enquanto se virava para esconder-se dela.

- Não, não fique. – disse Anastácia tentando se aproximar novamente dele. – Sinceramente eu não sei por que nunca lhe contei. Acho que talvez por medo de ferir seus sentimentos? Ou talvez por medo de estragar tudo pelo qual havíamos lutado para construir.

- Isso só prova que sou um fracasso! – disse com raiva de si mesmo.

- O senhor nunca será um fracasso! – disse seriamente o fazendo virar e olhá-la nos olhos. – Os seus personagens são encantadores, mágicos, carismáticos. Eu apenas o reconheci pois tenho um olhar especial para o senhor. – disse Anastácia sinceramente enquanto andava sonhadora pelo cômodo. – Quando o vi pela primeira vez de soldado com a muleta, eu olhei atentamente no fundo de seus olhos, creio que o senhor se lembre. E quando nos encontramos com Sandra na porta da igreja foi impossível não o reconhecer, eu já havia guardado cada detalhe, cada ruga, cada cicatriz do seu rosto. E os olhos, ahh o brilho dos olhos! Eram os mesmos brilhos dos olhos que me pediram ajuda no outro dia.

- Eu me lembro. – disse após ouvi-la atentamente.

- O senhor se lembra que eu até tentei dizer-te com meias palavras aquele dia na praça?

- Como me esquecer? Sua sobrinha quase me colocou em uma enrascada.

- Por isso eu a mandei para Europa. Assim Sandra poderá viver sua vida como bem entender. Só espero que ela não se meta em nenhuma encrenca. – falou Anastácia temerosa e aflita ao se lembrar da sobrinha.

O Professor apenas lhe deu um sorriso como se entendesse seu ponto. Ele conhecia muito pouco sobre Sandra, mas sabia que não era nenhuma flor delicada.

- Anastácia as vezes quando estou com você, penso que não a mereço. – disse o Professor cabisbaixo.

- Não diga bobagens. – disse Anastácia pegando sua mão. – O senhor é a melhor surpresa que aconteceu na minha. Sou eternamente grata por estarmos nos acertando.

Quando Anastácia não recebeu nenhuma resposta do Professor, pensou que talvez tivesse mudado de ideia após toda esta discussão.

- Nós ainda temos um compromisso, certo? – perguntou Anastácia com o coração nas mãos.

Pancrácio gentilmente se aproximou dela e lhe deu um beijo delicado enquanto sentia suas lágrimas e as delas molharem o beijo dos dois.

- Se eu pudesse lhe daria o mundo. – disse Pancrácio após afastarem-se do beijo.

- Professor. – disse sorrindo. – Eu não quero o mundo, e sim o senhor. – disse apaixonada ao homem.

- Anastácia este seria o momento perfeito para pedi-la em casamento. – disse nervosamente. – Mas eu não posso impor que a senhora se case comigo e abandone toda sua vida de conforto e luxo. Como vê é isto que eu tenho. – disse apontando para os objetos antigos e simples da sua casa simples. – Se eu conseguisse arrumar um emprego verdadeiramente, eu me casaria com você. A senhora sabe, com todo respeito, que não sou homem para ser sustentado.

Anastácia ouviu suas palavras enquanto pensava em algo para dizer que não ferisse o seu orgulho de homem.

- Bem Professor. Se o que o senhor precisa é de um emprego, eu lhe ofereço um na Fábrica de Sabonetes Aroma. – disse Anastácia seriamente.

O Professor a olhou estupefato. Nunca que ele imaginaria que ela falaria tão francamente assim com ele.

- E então Professor, o que me diz?


Notas Finais


Espero que tenham gostado :)
Se quiserem de dar ideias para o cargo do Professor estou aberta a ideias kkkk.
Um beijo a todos e até o próximo capitulo!


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