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POV Hermione
— Boa sorte, senhorita Granger. – Gui Weasley, que aplicou a prova para mim e Draco, desejou assim que eu entreguei o monte de pergaminhos em suas mãos. – Tenha um feliz natal.
— Você também, professor. – Respondi, com um sorriso cúmplice. Draco ainda estava fazendo a prova do outro lado da sala.
— Uma pena que você não vá passar o natal conosco na Toca.
— Prometo visitar vocês depois que eu estiver alojada na mansão. Combinei de ir ao Beco Diagonal com a Gina, de qualquer maneira.
— Então até mais. – Ele sorriu.
— Até. – Acenei com a cabeça e saí da sala praticamente saltitando. Eu tinha combinado de encontrar Draco no salão, porque ainda precisávamos fazer nossas malas para ir para a mansão. Na semana anterior, havia chegado algumas caixas com meus pertences e alguns objetos de valor que retiraram da casa dos meus pais e eu ainda precisava decidir o que eu iria levar comigo e o que eu deixaria para trás.
Assim que cheguei em frente ao quadro, sorri para os quatro fundadores de Hogwarts.
— Bom dia!
— Bom dia, senhorita Granger. Qual a senha?
— Amor! – Respondi prontamente e o quadro se abriu.
— Seja bem-vinda de volta!
Eu entrei no salão, que estava do jeito que tínhamos deixado quando saímos e fui direto para o meu quarto. Juli estava deitada em cima do armário e eu suspirei, olhando para ela.
— Nós vamos ter uma nova casa, agora. Vai ser tudo diferente, não vai?
Ela não me respondeu e, torcendo os lábios, eu abri o meu malão sobre a cama e com alguns floreios de varinha fiz tudo o que eu tinha levado comigo para Hogwarts se organizar lá dentro. Depois que eu arrumei minha mochila com as coisas que eu poderia usar durante a viagem, foi a vez de abrir caixa por caixa e ver o que tinham separado para mim antes de colocar a casa dos meus pais à venda.
A maioria das caixas vinham com vasos e itens de decoração que a minha mãe gostava de ter espalhados pela casa. Deixei tudo aquilo para trás, salvei apenas dois porta-retratos com as fotos deles, para guardar de recordação. Duas caixas vinham com livros. Todos eles, os meus e os dos meus pais. Decidi que os levaria comigo. Uma caixa vinha com algumas coisas do meu quarto, mas eu não precisava de nada daquilo e a última caixa eu já tinha aberto: eram as minhas coisas de bebê. Minha mãe havia guardado tudo e eu nem fazia ideia. Peguei uma caixinha de madeira e a abri pela milésima vez na semana, só para ver um par de sapatinhos brancos de crochê, que eram meus. O destino era mesmo irônico para fazer essas coisas todas chegarem até mim bem quando eu estava prestes a ser mãe. Instintivamente, passei a mão pela minha barriga, que já estava grandinha e senti um amor que não cabia em mim. Meus olhos se encheram de lágrimas, como se o meu corpo precisasse transbordar toda aquela avalanche de amor que eu estava sentindo. Amor pelos meus pais, pelo meu filho, pelo Draco. E eu me permiti chorar. Permiti colocar tudo aquilo para fora. E foi aquele o exato momento em que Draco escolheu para entrar no quarto, com um sorriso nos lábios.
— Acho que eu fui bem, e… – Ele se interrompeu, o sorriso morrendo pouco a pouco enquanto ele se sentava ao meu lado na cama. – Meu Deus! O que foi que aconteceu?
— Nada. – Eu sorri, me sentando em suas pernas e o abraçando com toda a minha força. – É só que eu te amo.
— Você andou tomando alguma poção suspeita ultimamente? – Ele perguntou, me abraçando pela cintura e me fazendo rir.
— Não, seu palhaço. – Rolei os olhos, escondendo o meu rosto em seu pescoço. – Eu só estou sensível. São os hormônios.
— O que é isso? – Ele pegou os sapatinhos das minhas mãos e os encarou, com uma expressão indecifrável. – Que pequenininhos. – Ele deu um sorriso paternal, enquanto avaliava a peça. – Você que fez?
— Não. – Encolhi os ombros. – Era meu, de quando eu era bebê. Estava nas coisas que vieram da casa dos meus pais.
Ele pareceu compreender imediatamente o motivo do meu choro e me abraçou com mais força, beijando o meu rosto.
— Seus pais devem estar muito orgulhosos de você, linda. – Ele sussurrou em meu ouvido e eu assenti.
— Obrigada.
— Você não está sozinha. Somos uma família, lembra? Eu, você, o nosso bebê…
— A Méro. – Completei. – A Cissa.
— A Pan, o Blas… A Gina e o Potter.
— Você acabou de colocar o Harry na lista de seus familiares? – Arregalei os olhos, brincalhona e Draco rolou os dele, contrariado.
— Ele vai ser padrinho do meu filho, ele é tecnicamente da família.
— Hum… – Sorri, o puxando para um beijo. – E você já arrumou suas coisas?
— Nem comecei. – Ele bufou. – Quer ir até lá me olhar enquanto eu faço isso?
— É… Eu posso fazer esse sacrifício. – Brinquei e logo em seguida fui erguida no colo, o que me fez soltar uma tremenda gargalhada. Olhar o meu lindo… noivo, não seria sacrifício algum no fim das contas.
POV Draco
Hermione estava deitada em minha cama e coberta por uma manta cinza enquanto cochilava tranquilamente. A viagem de trem até Kings Cross a deixou exausta, mas também, ela não pregou os olhos durante um segundo sequer, ficou todo o tempo conversando com Gina e Harry, que vieram no mesmo vagão que nós. Eu, por outro lado, me deitei em seu ombro e dormi feito uma pedra durante quase seis horas. Isso explicava a minha falta de sono. Por isso, enquanto Hermione dormia, eu lia um livro sobre bebês, sentado em minha poltrona.
Duas batidas fracas soaram da porta.
— Pode entrar. – Murmurei. Minha mãe entrou silenciosamente e se sentou no braço de minha poltrona. – E aí?
— Estão precisando de alguma coisa?
— Não. Estamos bem. Hermione está descansando um pouco da viagem longa.
— Ah, eu sei… A Mérope dormiu no sofá, pobrezinha. – Minha mãe deu um sorriso gentil. – Gostou da reforma da casa? – Ela perguntou, sorridente e eu assenti. A mansão nem parecia mais a mesma casa fria e escura de antes. Tudo estava mais claro e arejado, desde a mobília até a cor das paredes, que agora deixavam a mansão com cara de lar.
Minha mãe havia reformado todos os cômodos. Nem meu quarto escapou. Todas as minhas coisas verdes e prateadas foram substituídas por uma paleta de cor que variava entre o cinza e o bege, o que deixou o ambiente mais adulto e mais aconchegante para Hermione. Mas, com toda a reforma, os cômodos foram modificados e alguns deles foram trocados de função, o que me deixou um pouco confuso.
— Onde é o quarto da Méro? E o do bebê? – Perguntei, curioso e ela sorriu.
— O bebê ficará no antigo escritório do seu pai, na porta aqui em frente. Assim ele estará perto de vocês. A Méro dormirá no quarto que a Bella usava, ao lado do meu.
— Entendi. – Sorri, assentindo. Seria bom ter o meu filho no quarto mais próximo, assim, se ele chorasse, nós escutaríamos. – Eu já posso montar o quarto do meu filho, então? Eu andei pesquisando preços de móveis, acho que vou sair para ver isso enquanto a Mione vai com a Gina no Beco Diagonal.
— Sim, querido, pode montar a hora que quiser. – Ela beijou minha testa, se levantando. – Eu estou gostando de ver a sua dedicação à Hermione e ao bebê, acho que você será um pai excepcional.
— Obrigado, mãe. – Eu sorri, acompanhando-a com o olhar até que ela saísse do quarto. Hermione deu um gemido preguiçoso e se virou para o outro lado, colocando a mão sobre sua barriga, o que me fez sorrir antes de voltar à minha leitura. Mas antes que eu pudesse terminar de ler um parágrafo, Hermione se sentou abruptamente na cama, com as duas mãos na barriga.
— Draco! – Ela me chamou, com os olhos arregalados e eu me coloquei de pé imediatamente, correndo para me sentar ao seu lado.
— O que foi, linda? Está sentindo dor?
— Ele está se mexendo. Amor! Ele está se mexendo!!! – Ela praticamente gritou, pegando minhas mãos e colocando em sua barriga. – Sente! Consegue sentir?
Eu prestei atenção e senti um movimento suave contra as palmas das minhas mãos. Meu sorriso foi quase instantâneo, enquanto eu me inclinava e enchia aquela barriga linda de beijos, o que fez Hermione gargalhar, ao mesmo tempo em que caía no choro.
— Oi, filho! – Eu sorri, realmente emocionado quando o bebê pareceu se agitar mais ao som da minha voz. – O papai ama você, garoto. O papai te ama muito, filhão!
— A mamãe também! – Hermione completou, enxugando as lágrimas de sua bochecha. – Ah, meu Deus, isso é tão incrível! Ele está se mexendo!
— Eu sei. – Sorri, erguendo meu corpo para beijar minha mulher apaixonadamente. Ela retribuiu o beijo, me abraçando pelo pescoço e me puxando até que nós dois caíssemos no colchão, rindo de tanta felicidade.
POV Hermione
Eu estava começando a me acostumar com a vida na mansão. Aquele lugar era enorme e eu ainda me perdia nos corredores, mas era apenas uma questão de tempo até que eu memorizasse onde ficava cada cômodo. Tudo ali estava bem diferente de antes, nem parecia a mesma casa. Narcisa havia deixado tudo mais aconchegante para a nova família que foi se formando ao longo dos últimos meses. O jardim era a minha parte preferida, embora estivesse coberto de neve. Nas estações mais quentes eu poderia passar algumas horas lá fora com o bebê, para que ele tomasse um pouco de sol e respirasse ar puro. Eu mal via a hora.
Draco também estava empolgado com a chegada do nosso menino. Só não estava mais empolgado que eu, que estava eufórica.
A comemoração do natal foi mágica. Trocamos presentes, comemos uma deliciosa ceia e depois devoramos uma mesa inteira de sobremesas. Depois disso todos foram dormir e eu fiquei abraçada com Draco por um bom tempo, em frente à lareira, que nos aqueceu. Nós ficamos brincando de escolher nomes para o bebê e decidindo as cores da decoração do quarto e depois Draco preparou um chá bem quentinho para nós, e ficou fazendo carinho em minha barriga até que o bebê parasse de se mexer e nós todos dormíssemos.
Scorpius foi o nome escolhido para o nosso filho, a propósito. E eu achava um lindo nome.
Na manhã seguinte ao dia de natal, eu tateei a cama à procura de Draco antes mesmo de abrir os olhos, mas ele não estava lá. Franzi o cenho e suspirei, enquanto sentia uma leve movimentação em meu ventre.
— Bom dia, meu amor. – Sussurrei, afagando a minha barriga. – Você dormiu bem, meu anjinho? Descansou? Vamos procurar o papai pra ele te dar o seu beijo de bom dia? Vamos!
Me levantei da cama e vesti o robe por cima do pijama de frio. Fui até o banheiro fazer minha rotina matinal de higiene e depois saí pela casa à procura de Draco. O encontrei na sala de estar, sentado no sofá ao lado de sua mãe. Ele estava tão concentrado em seu jornal que nem percebeu minha chegada, então eu resolvi me aproximar e me sentar ao seu lado.
— Bom dia!
— Já se levantou? – Ele sorriu, selando os nossos lábios. – Eu ia preparar um café da manhã para comermos na cama.
— Seu filho queria te ver… – Dei meu sorriso mais inocente, piscando um olho para Narcisa, que riu.
— Meu filho, né? Sei… – Ele se inclinou e deu dois beijos em minha barriga. – Bom dia, campeão do papai! A mamãe malvada levantou cedo, né? Você queria dormir mais…
— Ei! – Reclamei, dando um tapinha em seu ombro. – Eu não sou malvada! O que você estava fazendo acordado tão cedo?
— Lendo o jornal. Tenho boas notícias!
— Ah é? O quê?
— Daphne e Astória foram condenadas a trinta anos de prisão. Foram levadas hoje cedo para Azkaban e vão ficar lá por um bom tempo. Nós teremos paz…
— Graças a Deus! – Suspirei, colocando a mão em minha barriga protetoramente.
— Vamos subir um minuto, barrigudinha? – Draco entrelaçou nossos dedos das mãos. – Preciso te mostrar uma coisa.
— Ok. – Encolhi os ombros. – Cissa, eu já volto para conversarmos!
— Não precisa ter pressa, querida. Eu vou ajudar Mérope com uns deveres da escola.
Eu assenti e segui Draco até o corredor do nosso quarto, estranhando ele não querer tomar café da manhã. Geralmente ele fazia tudo para me fazer comer o máximo possível depois que eu fiquei grávida.
— Amor, o que você está fazendo?
— Você já vai saber. – Ele me deu um selinho e tirou uma chave de seu bolso, mas ao invés de ir para o nosso quarto, ele abriu a porta em frente à nossa. – Vem, entra aqui…
Com o cenho franzido eu o obedeci, entrando no cômodo e arfando de surpresa assim que vi o que tinha lá dentro. O quarto do bebê estava pronto. Com todos os móveis e a decoração em branco e verde oliva, como tínhamos pensado. Era lindo e eu, mais uma vez, não pude conter as lágrimas.
Draco me abraçou por trás, rindo da minha emoção causada pelos hormônios e beijou o meu pescoço demoradamente.
— Gostou, mamãe?
— Eu amei, lindo! – Respondi, me virando para abraçá-lo forte. – Eu amei! Obrigada!
— Ainda falta algumas coisas. Roupas, brinquedos, coisas de higiene… mas pensei em vermos isso juntos algum dia desses e aí aproveitamos para comer em algum lugar legal.
— Está me chamando para um encontro, Malfoy? – Ergui as sobrancelhas, brincalhona. Ele riu, me abraçando pela cintura.
— Linda, eu acho que ainda vou te chamar para muitos encontros ao longo da nossa vida.
— Espero ansiosamente por cada um deles. – Eu sorri, acariciando o seu rosto. – E torço para que todos terminem com um beijo, como manda a tradição.
— Vão terminar com bem mais que um beijo, pode acreditar. – Ele deu o seu melhor sorriso ladino e eu, fingindo estar ofendida, dei um tapinha brincalhão em seu ombro.
— Seu safado!
— Você gosta, que eu sei. – Ele acusou, me puxando para mais perto e roubando um beijo. – Seus olhinhos até brilham quando eu dou em cima de você.
— Agora você está sendo convencido. – Brinquei e ele gargalhou. Suas mãos escorregaram para a base da minha coluna e eu, instintivamente o abracei pelo pescoço, aproximando nossos rostos, mas ao invés de me beijar, ele encostou sua testa na minha e suspirou, fechando os olhos. – Não, não faz isso, amor.
— O quê? – Ele perguntou, confuso.
— Não feche seus olhos. – Sussurrei. E lá estávamos nós de novo em nossa bolha de amor.
— Por quê? – Ele perguntou, os abrindo e olhando diretamente nos meus.
— Porque seus olhos são lindos. – Respondi, fazendo-o sorrir. – É injusto você me privar da visão deles quando eles estão tão perto de mim.
— Você vai ter o resto da vida para ver meus olhos, Mione. – Ele sussurrou, me abraçando com mais força.
— Eu espero que sim. – Sorri, encostando nossos lábios em um beijo casto que, pouco a pouco foi se tornando um beijo apaixonado e cheio de sentimentos que jamais poderíamos descrever. Então eu percebi que nós dois não éramos grandes o suficiente para abrigar tanto amor, por isso, fizemos mais um. Scorpius se mexeu em minha barriga e Draco, que estava com o corpo colado ao meu, deu uma risada, interrompendo nosso beijo e se ajoelhando em minha frente.
— Ei, seu ciumento. – Ele deu um beijinho na minha barriga, cutucando-a em seguida, como se estivesse chamando Scorpius. – Eu vi sua mãe primeiro, viu? Pode ir parando com a palhaçada.
Scorpius chutou em uma resposta mal educada, me fazendo rir. Draco sorriu e deu mais um beijo demorado em minha barriga antes de se levantar e me puxar para um abraço apertado.
— Eu amo o que nos tornamos, barrigudinha. – Sussurrou em meu ouvido e eu abri o meu melhor sorriso quando ele beijou o meu ombro.
— Eu também. – O abracei com ainda mais força, subindo na ponta dos pés. – Obrigada, Draco.
— Eu que agradeço, linda. Você me deu a chance de ser uma pessoa melhor, me deu seu coração e agora vai me dar um filho. – Ele se afastou, para olhar em meus olhos. – Eu jamais vou poder retribuir isso tudo.
— Você já retribui me amando de volta. – Respondi, acariciando sua bochecha. – Somos uma família, Draco.
— Somos. – Ele sorriu, deslizando uma de suas mãos para a minha barriga. – E nós seremos felizes, não seremos?
— Com certeza, lindo. – Mordi meu lábio inferior, na tentativa falha de conter mais um tsunami de lágrimas. Ele riu de mim, como sempre, e beijou a minha testa.
— Nós seremos muito felizes, meu amor. Nós três.
— E mais os que vierem depois. – Brinquei e, pelo sorriso que eu recebi, Draco se animou com a ideia.
— Eu, você e o nosso time de quadribol infantil. – Brincou, me fazendo gargalhar e abraçá-lo com ainda mais força.
Seríamos felizes.
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