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História Nosso estranho amor (2doc mpreg) - Família quase completa


Escrita por: LeonDeTyphon

Notas do Autor


Muito obrigado por desejarem melhoras, minha mão já está realmente muito melhor kkkk. Desculpa pela demora, é que além de alguns problemas pessoais eu estou com umas 72 horas registradas no GTA 5 foi mal esse jogo é muito bom. Só uma coisa, eu quero que vocês me avisem se acharem que eu estou indo rápido demais no desenrolar da história, tipo, se eu continuo nesse ritmo ou desalero com mais diálogos mais palavras por capítulo. Boa leitura :D

Capítulo 9 - Família quase completa


Fanfic / Fanfiction Nosso estranho amor (2doc mpreg) - Família quase completa

—Então... Você está dizendo que alguém decepou minhas mãos, a Liane se afogou e o Stuart foi devorado por uma baleia enquanto você se escondia como um covarde? —Perguntou Stanley cinicamente enfatizando o quanto achava ridículo toda essa situação. —Eu nem estou preocupado com as minhas mãos porque é o de menos, também não me preocupa saber que o papai foi engolido por uma baleia porque eu conheço o suficiente dele pra saber que ele não morre fácil... Mas a Liane... —Riu como se estivesse perdendo a sanidade mental. —Ela só tem 6 anos, eu não acredito que você viu uma criança de 6 anos se afogar e não fez nada.
—A culpa não foi minha seu merdinha! —Murdoc estava claramente triste por seu filho estar se comportando assim depois de ter feito de tudo para salvar sua vida mas precisava manter sua raiva acima das outras emoções, não podia fraquejar em frente ao filho. —O que você queria? Que eu ganhasse super poderes e teletransportasse todos pra casa? Hein caralho? Você não passa de um pentelho mal-educado isso sim! —Esbravejou.
—Eu preferia que todos tivessem morrido incluindo eu do que viver sabendo que por sua culpa nossa família de merda se reduziu a nada! Os únicos vivos são provavelmente são você, o vovô Jacob, a Rachel e aquele seu irmão Hannibal, sinceramente vocês são todos uns merdas e podiam ter morrido no lugar da Liane e do papai que nunca fizeram nada de mal pra ninguém diferente de vocês! —Levantou bastante o tom de voz, ele estava realmente bravo.
Murdoc poderia até ser paciente com o filho e na maioria das vezes preferia conversar com ele a respeito do mal comportamento do que tomar qualquer medida drástica mas aquilo era demais. Ele acabou respondendo à atitude com um soco na boca do menor...
Seu pai nunca tinha o batido tão forte, ele nem sequer deveria bater nele. Com isso os dois ficaram profundamente magoados mas, como parecia ser de família, escondem qualquer sentimento do tipo com raiva. O moreno encarou seu progenitor com ódio e cuspiu um pouco de sangue fora limpando a boca com a manga da roupa logo em seguida.
—Tem sorte de não ter quebrado nenhum dente. —Falou em desgosto ainda fazendo contato visual com o pai que agora parecia pior do que antes.
Ele queria se desculpar por ter sido tão impulsivo mas seu orgulho não o permitiria pedir desculpas tão cedo e seu filho o encarando daquele jeito contribuia mais ainda para o pensamento de que ele mereceu aquilo, o baixista não queria ser igual ao Jacob mas não sabia como proceder naquela situação e Stuart não estava lá pra ajudá-lo como sempre fazia.
—Quer saber? Foda-se moleque, foda-se!
Passando a ignorar completamente o filho, subiu com o submarino até a superfície e decidiu esvaziar a bexiga no mar, ficou em pé no teto do veículo abrindo o zíper da calça e se aliviando ali mesmo. Estavam em alto mar, não é como se alguém fosse aparecer do nada... Ou pelo menos era o que ele pensava.
Logo viu uma sombra projetar-se atrás dele, apesar de receoso se virou para ver o que estaria causando aquela sombra e se deparou um um navio gigante da indústria fonográfica EMI.
—Fodeu.
...
Finalmente acharam o líder de Gorillaz depois de tanta procura, acabaram levando Stanley junto pois não podiam simplesmente deixá-lo no submarino para morrer.
...
—Ouça bem Murdoc, vamos ter que te levar para uma prisão em Londres. O motivo você já sabe muito bem. Mas você nunca disse que tinha um filho, o que vamos fazer com o garoto? —Perguntou um homem alto com roupas formais.
—Não levem ele pra longe... Eu mal tive tempo de me desculpar pelo que eu fiz, aconteceram coisas terríveis além da conta em Plastic Beach, a última coisa ele precisa é ir para um orfanato ou algo do tipo. —Disse Murdoc lacrimejando.
—Se você quisesse tanto ficar com o filho não teria feito tantas coisas estúpidas... Mas talvez ele possa ser levado para morar com algum parente próximo, nós ficamos sabendo que o Hannibal está na prisão por homicídio qualificado então já não vai ser possível deixar o garoto com ele.
O esverdeado não aprovava de modo algum a ideia de deixar seu, provavelmente único, filho com algum parente já que os únicos disponíveis eram seu pai alcoólatra e a mãe de Stuart mas ele não tinha escolha.
—Ele tem uma avó em Crawley chamada Rachel Tusspot. O monstrinho provavelmente vai reclamar e fazer birra quando descobrir que está indo morar com a avó mas não escutem as reclamações dele, eu prefiro morrer do que deixar o Stanley pra ser criado pelo meu pai.
...
Pelo jeito Murdoc tinha razão, Stanley fez um escândalo quando soube que seria levado pra viver com a avó, ele mordeu algumas das pessoas responsáveis por levar ele até Crowley e os xingou de todos os palavrões que conhecia, e pra uma criança de 8 anos não eram poucos, por fim cansaram de aturar o moreno e atiraram um dardo tranquilizante no pescoço dele, por sorte foi o suficiente para ele dormir a viagem inteira.
[...]
Stanley acordou deitado em uma cama de um quarto estranhamente familiar, colocou aquela mão robótica no pescoço onde foi atingido pelo dardo sentindo um pontada de dor e uma sensação horrível de todos os músculos dormentes. Aquelas mãos novas eram muito estranhas como se ele as tivesse mas ao mesmo tempo não, não conseguia sentir elas mas ainda tinha o sentido do tato pela palma delas então tudo que conseguiu sentir foi que seu pescoço estava inchado no local onde foi atingido.
Rachel entra no quarto com um sorriso doce trazendo uma bandeja com sanduíches e suco. Aquele quarto foi o quarto de Stuart até os 19 anos, nada a trazia mais lembranças boas do que cuidar do neto naquele quarto. Era tudo tão perfeito antes de Murdoc aparecer na vida dos Tusspot.
—Seu pai ligou e explicou o que aconteceu, eu sinto muito querido. —Deixou a bandeja em cima do criado-mudo e abraçou o neto tentando deixar o mais confortável possível, Murdoc provavelmente não contou a verdade sobre o que aconteceu com Stuart e Liane. Além de tudo isso, Rachel se sentia solitária desde que seu marido morreu em um acidente de carro em 2001, por mais que a situação não fosse boa ela estava feliz por ter a companhia do neto e cuidaria com prazer dele.
Stanley se sentiu muito mal por ter feito tanto escândalo para não ficar na casa da avó e ela estava sendo tão gentil. Na mente do garoto muitos pensamentos que ele era uma pessoa horrível e mal agradecida o atormentaram, vozes em sua mente contribuíram sussurrando frases que faziam com que ele pensasse que de fato era uma criança desprezível que não merece nem metade do amor que Rachel estava oferecendo. Na maioria das vezes quando não era Boogieman era uma voz aguda e um tanto distorcida que sussurrava algo para confundir mais ainda a cabeça do garoto.
O Niccals Pot agora estava profundamente arrependido por ter dito que seu pai merecia morrer mas não tinha como pedir desculpas, ele estava prestes a explodir por dentro em mágoas e pensamento confusos mas ninguém estava lá para ajudar e Stanley nunca iria em um psicólogo nem que arrastassem ele até lá, então quem iria ajudá-lo?
Estava difícil fingir estar bem naquela situação, mas ele preferiu esconder todos os seus problemas e descontar a raiva de outra forma.
[...]
A mídia sempre falou de Liane como sendo filha de 2D com alguma mulher que preferia manter o anonimato, ao saberem sobre os eventos de Plastic Beach a notícia de que Liane morreu logo se espalhou, vários repórteres tentavam ir atrás de mais informações nem que isso significasse infernizar a vida de Rachel e Stanley por meses, mas logo a notícia parou de ser manchete por falta de informações e foi esquecida.

2013

Os anos foram cruéis, fazia muito tempo que Murdoc não dava notícia alguma por raramente conseguir permissão para ligar pro filho ou pra Rachel. Não tinha um dia que Stanley não passasse pelo menos uma hora chorando e se lamentando em segredo, sentia muito falta dos pais e da irmã mas tinha certeza quase absoluta que nunca mais veria eles.
A avó não conseguia ajudar porque o garoto sempre escondia a tristeza e ansiedade com raiva e xingamentos, seu comportamento só piorava a cada dia. Depois de um tempo ele começou a matar aula com frequência e algumas semanas depois a direção da escola descobriu que ele e um grupo de mais quatro alunos de 13 a 16 anos matavam aula para beber e fumar, todos foram suspensos por uma semana como uma forma de dizer que a direção estava dando uma segunda chance e foram todos forçados a assistir uma palestra sobre os perigos do fumo e os efeitos negativos da bebida, a repercussão foi algo como entrou em um ouvido e saiu em outro, na semana seguinte o moreno perdeu a virgindade com uma menina ruiva de 13 anos chamada Daisy.
Ele também voltou a matar aula mas fazia isso com menos frequência e apenas com um amigo, Michael Tucker de 14 anos. Stanley havia contado muitas coisas a seu amigo, sobre quem são seus pais de verdade, o que aconteceu com sua irmã, sobre suas mãos biônicas, sobre seus tios e sobre Haru. A parte mais absurda para Michael era ele ter nascido de dois homens e ainda por cima famosos, mas observando as características físicas e o jeito de agir parecia ser verdade, às vezes era lesado e chegava a cantava bem como 2D, outras era um pequeno pervertido e dava em cima de todas as meninas com aquele sorriso mostrando sua língua enorme.
Os dois estavam no quarto de Michael matando aula, Michael estava fumando e Stanley mexendo no celular. A casa ficava vazia a maior parte do tempo, os dois estavam deitados na cama do mais velho.
—Ei cara. —Chamou Tucker. —Me fala de novo sobre essa coisa toda que aconteceu com os teus pais.
—Ah, bom. —Se ajeitou na cama sem tirar os olhos do celular. —Pelo que me disseram, meu pai foi preso e meu outro pai foi engolido por uma baleia.
—Você não parece preocupado.
—Ah por favor, você sabe como eles são, vão acabar voltando alguma hora como se nada tivesse acontecido.
Era mentira, ele estava preocupado 24 horas por dia, tinha medo de seu pai e sua irmã terem morrido e seu outro pai nunca mais sair da prisão.
—Sinto muito por tudo. Deve ser difícil lidar com isso.
—Você não faz nem ideia. —Colocou o celular de lado e começou a refletir.
—Me diz, qual era a sua relação com aquele tal de Haru. —Ficou curioso, Stan costumava falar sobre o loiro mas nunca era muito direto.
—Ele meio que foi meu primeiro amigo, mas ele é diferente de qualquer outro amigo que eu já tive. Eu sempre me senti estranho em relação a ele.
—Cê gosta dele? —Parou para dar uma tragada indo direto ao ponto. —Tipo, mais que um amigo.
—Acho que... Sei lá.
—Você fica muito gay falando dele,  com certeza gosta. —Riu zombando.
—Vai se foder. —Virou a cara pro lado envergonhado. —De qualquer forma eu provavelmente nunca mais vou ver ele.
—Eu não teria tanta certeza, mas deixa eu te perguntar outra coisa, você e o Trevor estão namorando, não estão? Tipo, o cara age bem estranho com você pra um repetente que não quer nada da vida.
—Eu prefiro não falar sobre ele, é bem mais complicado que isso... —O moreno pareceu bem triste mas rapidamente desviou o olhar para um garrafa de cerveja vazia jogada no chão. —Ainda tem cerveja?
—Deve ter, aproveita enquanto meu pai não chega e bebe tudo, pega uma pra mim também.
Stanley estava prestes a ir à cozinha quando seu celular começa a vibrar, era um número que ele conhecia bem, seu pai sempre ligava nesse número da cadeia. No momento o garoto ficou muito animado por finalmente receber uma ligação do pai mas tentou ao máximo esconder a empolgação em frente ao amigo, ele atendeu o telefone e soltou o “Alô” mais natural que conseguiu.
—Garoto. —A voz rouca familiar estava do outro lado da linha. —Como vão as coisas?
—O mesmo de sempre. —Pensou em citar que foi suspenso por uma semana, começou a beber, provavelmente está namorando um maníaco e perdeu a virgindade com uma amiga usando uma técnica digna dos anos 90 mas achou melhor ficar só com o casual. —E você, pai?
—Ah Stan eu tenho notícias maravilhosas. —Ele soava mais doce que nunca, parece que ficar três anos isolado o mudou de certa forma. —O pessoal daqui vai me dar a minha merecida liberdade e alguns cigarros em troca de um álbum novo, no final do ano eu vou ai te buscar e vamos morar em uma casa aqui em Londres mesmo, o que acha?
—Tá falando sério?! —Não conseguiu conter sua empolgação e já estava sorrindo de orelha a orelha, claro que ele até gostava do seu amigo e viver com a avó, já que ela trabalhava fora a maior parte do tempo, mas nada se comparava a poder ver seu pai de novo e também ainda precisava se desculpar pelo que aconteceu em 2010. —Isso é incrível!
—Heh, eu tenho que ir agora, até daqui alguns meses monstrinho.
Murdoc desligou e Stanley guardou o celular no bolso sorrindo como nunca antes.
—O que foi dessa vez? Ganhou uma skin nova no LOL foi?
—Quem me dera... Era meu pai, o Murdoc, eu finalmente vou poder morar com ele de novo. —Respondeu empolgado.
—Parece ótimo! Deixa que eu pego as bebidas pra comemorar, você ia acabar estourando a garrafa antes de chegar aqui de novo com essas mãos de sucata. —Se levantou da cama colocando o cigarro no cinzeiro e indo em direção à cozinha.
—É mais difícil do que parece fazer qualquer coisa com essas mãos! —Tentou se defender.
—Nem tente começar a reclamar de novo que é difícil bater punheta com essas mãos, sabe, você consegue ser bem desagradável quando quer. —Gargalhou e foi em direção à cozinha no andar de baixo.
O Niccals Pot continuou sorrindo animado, já fazia dois anos que não via seu pai pessoalmente, ele tinha um bom presentimento sobre esse reencontro.

Dezembro

As aulas acabaram e Stan passou de ano por tirar notas muito boas na etapa final que salvaram sua média. Ele mesmo sempre dizia que podia até ser um garoto um desagradável mas não burro. Nesse meio tempo ele começou a ficar com uma menina de sua idade mas não durou mais que uma semana, a garota era nova demais para fazer o tipo de coisa que Stanley então deu bem errado e apenas agravou a reputação ruim do moreno. Trevor odiaria ficar sabendo disso. Fora isso o moreno se comportou bem até.
Ele estava agora deitado na cama do próprio quarto chorando. Lamentava o quanto não passava de uma criança carente querendo atenção que transformou a própria vida em um inferno em apenas três anos, ele precisava muito de um gole de algo ou um cigarro pra esquecer essa dor mas a ideia também o fazia refletir sobre só fazer tais coisas por sentir que não foi amado quando pequeno e agora tenta correr atrás do prazer que nunca teve através de bebidas e sexo compulsivo.
Enquanto sentia sua vontade de viver abandonar seu corpo, Murdoc chegou em seu carro ainda um pouco tenso e sem bater nem nada abriu a porta da casa encontrando Rachel pensativa apoiada na parede da sala.
—Murdoc. —Saudou o baixista sem interesse, ainda o odiava mas não tinha muito o que pudesse fazer já que agora aquele homem que ela tanto detestava era o pai de seu neto.
—Rachel. —Fez o mesmo.
—O Stanley está no antigo quarto do Stuart. —Suspirou tristemente. —Não aguento mais ouvir o choro dele.
—Huh? Por quê? Aconteceu algo?
—Você ainda pergunta?
Rachel e Murdoc sentaram na sala de estar e começaram a conversar sobre a situação de Stanley. Ninguém sabia muito bem o que estava acontecendo mas algumas coisas eram óbvias, o garoto vivia dizendo coisas como que odiava a avó quase tanto se odiava o que não era pouca coisa e de presente de aniversário queria um tiro na cabeça. Claro que todo adolescente passa por uma fase de crise existencial ou uma fase revoltada e rebelde mas com Stanley era diferente, sua fase começou cedo demais e se estende de seus 8 anos até agora com sérios riscos de depressão.
Considerando tudo que passou em Plastic Beach e os conflitos que enfrenta até hoje é fácil entender o porquê de ele ser assim.
Rachel já tentou o convencer a ir ao psicólogo ou em um terapeuta mas o Niccals Pot reagiu com raiva e gritou com a avó acusando ela de o chamar de “fodido das ideias”, após uma longa discussão o garoto sai de casa sem a permissão da avó e só voltou no dia seguinte exalando um forte cheiro de álcool e suor reclamando de várias dores e enjoo.
O baixista se culpava fortemente por isso, não só por ter causado muitos problemas em Plastic Beach mas também sabia que suas atitudes não eram muito melhores do que as do filho, sabia que era um mal exemplo desde sempre.
Talvez Rachel tivesse razão em se preocupar com o filho formando uma família com o satanista, os Niccals tinham mania de sempre curar o tédio e os problemas com álcool ou algo que eles provavelmente se arrependeriam depois. Por exemplo, o Hannibal sentia que estava ficando velho e tendo crises de meia-idade e por isso aceitou matar uma pessoa por dinheiro o que supostamente tornaria sua vida interessante de novo.
—Eu vou falar com ele. —Murdoc se levantou da mesa e foi em direção quarto onde seu filho estava, ele mal conseguia lidar com os próprios problemas quem dirá os problemas alheios, mas precisava tentar, pelo seu filho. Ao abrir a porta encontrou seu filho deitado na cama bagunçada bebendo algo que ele não identificou por estar dentro de um saco de papel mas pelo cheiro parecia ser uma bebida forte, ao perceber a presença do pai o garoto imediatamente enfiou a garrafa em baixo da cama e limpou a boca.
—Pai! Você veio cedo. —Sorriu amarelo.
—Stanley, o que você está fazendo? —Mesmo sabendo a resposta perguntou com um tom sério.
—Nada demais, e você?
—Eu falo sério garoto, você precisa parar com isso. Pelo que a sua avó me contou você está tirando ela do sério desde que chegou aqui.
Stanley imediatamente ficou emburrado, não dava pra saber para onde ele estava olhando por não ter pupilas mas provavelmente estava evitando contato visual sabendo que era verdade.
—Olha só Stanley, eu só estou te pedindo pra parar porque eu sei perfeitamente que agora você pensa que é muito legal beber, ficar doidão e coisas do tipo. Mas no futuro isso pode causar muitos problemas. —Acariciou os cabelos azuis do garoto. —E acredite em mim, a última coisa que eu quero é ver você sofrendo daqui alguns anos por ter feito escolhas erradas. O álcool não vai resolver nenhum dos seus problemas mesmo que você pense que sim.
Era muito incomum ver seu pai falando daquele jeito, chegava a ser emocionante. O garoto só conseguiu responder a tudo abraçando seu pai com força.
—Desculpa por isso pai, eu senti tanto a sua falta. —Algumas lágrimas desceram e acabaram molhando a camisa do baixista.
—Eu também senti sua falta monstrinho, vamos voltar para Londres e esquecer esses anos, tudo bem?
Os dois continuaram envolvidos no abraço por algum tempo e logo depois Stanley começou a fazer suas malas.
Após se despedir da avó e do amigo, Stan e seu pai entraram no carro em direção à Londres. Com um pedido para Murdoc dirigir feito uma pessoa normal uma vez na vida, os dois passaram a viagem escutando músicas. Os dois gostavam de bandas em comum como The clash, The Beatles, The rolling stones, Black Sabbath, etc, mas Murdoc também descobriu alguns gostos pessoais do filho como a paixão pelas bandas Studio Killers e One Direction. Ele cantou uma música de Studio Killers enquanto estava tocando e Murdoc se impressionou, nunca tinha ouvido o garoto cantar mas ele chegava a ser bem afinado e conseguia deixar sua voz idêntica à da cantora Cherry.
Ao chegar na casa, não era nenhuma Kong Studios mas tão desorganizada quanto, tomara que não tivesse nenhum portal pra outra dimensão dessa vez, Stanley logo escolheu um quarto e dedicou o resto da tarde a arrumá-lo a sua maneira, nesse meio tempo uma caixa endereçada para Murdoc chegou pelos correios, era Noodle dentro dessa caixa vinda diretamente de uma vila japonesa que fedia a peixe, era uma longa história, o pequeno Niccals nunca ficou tão feliz em ver sua tia depois de tanto tempo e logo correu para um abraço pedindo para que ela contasse tudo o que aconteceu lá no Japão. Algumas horas depois Russel também chegou em seu tamanho normal voltando da coreia do norte onde teve uma das experiências mais loucas de sua vida.
Após muita conversa e explicações a noite finalmente tinha chegado, todos estavam bastante cansados dos 3 anos de pura loucura então pegaram no sono rápido, com exceção de Murdoc que ficou bebendo vodka na sala assistindo a um progama de TV qualquer.
[...]
Já era em torno de 3:00 AM, Murdoc finalmente cansou e estava pronto para tentar dormir até ouvir alguém tocar a campanhia.
—Puta merda, quem é o retardado mental que toca a campanhia de alguém essa hora? —Resmungou consigo mesmo. Mal-humorado foi atender a porta contra sua vontade, seja quem estivesse lá não parava de tocar a campanhia um segundo.
Ao abrir a porta estava pronto pra dar um soco em seja lá quen fosse mas toda sua raiva e mal humor desapareceram em um passe de mágica ao ver quem era.
—Oi Muds... —Um 2D tímido e mais desnutrido que o normal estava lá parado em sua frente agarrando o próprio braço em sinal de insegurança.
Seu namorado estava ali são e salvo em sua frente, fazia muito tempo que Murdoc achou que o azulado tinha sido morto pela baleia mas não, ele estava logo ali à menos de um metro de distância. O satanista em um ato repentino abraçou o pescoço de Stuart e ficou na pontas dos pés o puxando para um beijo. Meu deus! Como aqueles lábios finos fizeram falta ao baixista, as línguas dos dois se entrelaçavam deliciando aquele momento e matando a saudade.
Após se separarem pela falta de ar os dois logo se abraçaram.
—Você não faz ideia do quanto eu senti sua falta, você precisa me contar o que aconteceu.
[...]
Os dois se sentaram na mesinha quadrada que havia na cozinha, ambos com um cigarro na mão. Murdoc havia contado o que aconteceu depois que os dois se separaram em Plastic Beach e o vocalista estava contando sua parte da história.
—Então, resumindo... —Falou 2D. —Eu não morri quando fui engolido pela baleia e ela encalhou em um lugar meio deserto, como eu não tinha como caçar nem nada eu fui obrigado a comer a baleia pra sobreviver e durante muito tempo eu fiquei comendo só carne de baleia e passando o resto do meu tempo procurando a Liane como podia, minha esperança de achar ela não tão cedo. Um dia um helicóptero passou pela ilha e eu resolvi seguir ele gritando por ajuda... E na verdade eu descobri que onde eu estava não era exatamente uma ilha isolada, era Guadalupe. Depois de muitas coisas estranhas e de tanto vender pulseiras da amizade eu consegui dinheiro o suficiente para passagem e vim pra cá com a ajuda de um cara muito estranho que ficava me chamando de punheteiro.
Murdoc não sabia como reagir, não sabia se ria da estupidez do parceiro ou só ficava feliz pela sua volta, provavelmente deveria fazer os dois. Mas agora ele precisava dizer algo muito mais importante.
—É uma pena mesmo que você não tenha encontrado a Liane. —Agarrou as mãos do namorado antes de continuar. —Eu também procurei por ela como pude no submarino, mas eu acabei tendo que passar a maior parte do tempo parando o sangramento no que restou dos pulsos de Stanley e colocando aquelas novas mãos. Eu acabei tendo que começar a me distanciar da ilha rápido e não consegui nem encontrar o corpo dela.
O baixista ficou com os olhos marejados mas continuou falando tentando conter os soluços.
—Foi uma pena perder a nossa princesinha desse jeito. M-Mas, você e o nosso filho estão vivos, a Noodle e o Russel chegaram bem também, a Liane vai sempre morar nos nossos corações e você sabe disso. E eu... —Parou por um momento para evitar que o soluço atrapalhasse sua fala. —Eu prometo que eu nunca mais vou sair do seu lado, vou te ajudar a superar isso.
Murdoc selou sua promessa com um beijo rápido nos lábios de 2D, o vocalista estava encantado, a atitude e as palavras dele eram incríveis. Mesmo com o coração apertado por não ter sua filha de volta tentaria seu melhor para superar isso de modo saudável sem precisar se drogar, a última coisa que ele queria era preocupar o Niccals ainda mais. O clima da conversa foi cortado por passos pesados e lentos no corredor, alguém tinha acordado.
—Ei pai! —Stanley saiu do quarto e andou até a cozinha ainda sonolento. —Não me pergunte como mas um demônio com um laçinho no pescoço meio que entrou no meu quarto e-... —O garoto interrompeu a si mesmo ao perceber seu pai azulado logo ali, só podia ser algum tipo de milagre, o pequeno mal conseguia acreditar em seus olhos, sem pensar duas vezes o Niccals menor correu e abraçou seu pai com força, todos esses anos teve tanto medo de nunca mais vê-lo com vida mas ali estava seu pai, inteiro e consciente, não existia alegria maior do que a que o pequeno sentia. Stuart não estava esperando por aquilo, nem quando o garoto era pequeno ele o abraçava daquele jeito. Também não sabia se estava fraco de fome ou o que mas aquelas mãos de metal do garoto o apertaram com muita força o que fez ele ficar todo dolorido, mesmo assim receber um abraço do seu filho depois de tanto tempo era tudo que 2D precisava.
—Eu senti sua falta pra caralho papai. Por favor nunca mais some desse jeito.
O vocalista ficou completamente emocionado ao ouvir Stanley o chamar de papai, a última vez que foi chamado assim pelo filho o pequeno tinha 6 anos, o pai emotivo retribuiu o abraço e acariciou os cabelos do menor. Mesmo assim era bem ruim imaginar que perdeu 3 anos da infância do filho que agora estava se transformando em um adolescente, e ao pensar nisso logo se lembrou da filha menor, lembrou-se bem da sensação horrível que foi não ter feito nada para salvá-la e o quanto foi terrível ter que finalmente aceitar que ela não teve a mesma sorte que os outros que sobreviveram aos eventos de Plastic Beach.
E em meio aquela cena de reencontro tão emocionante todos ali sentiram os olhos ficarem marejado em instantes como se suas consciências estivem conectadas lembrando da mesma pessoa.

Liane deixou um vazio que jamais poderia ser preenchido.


Notas Finais


Espero que tenham gostado, qualquer opinião podem comentar sem medo.


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