P.o.V Boomer
Assim que Bubbles sai de casa eu arrumo o Bruno para sair comigo, iria fechar negócio com aquele senhor e um dos nossos problemas seria resolvido. Coloquei no Bruno um macacão marrom, uma camisa listrada verde e laranja e sapatinhos azul bebe. Arrumei sua bolça com fraudas, mamadeiras e alguns brinquedinhos, coloquei o pequeno no carrinho e tranquei a casa.
Reviro os olhos ao avistar o vizinho da Bubbles, por Deus! Sempre tenho que encontrar ele?! Será que nunca terei sossego? Relaxa Boomer... É só por alguns dias, logo, logo vocês vão se mudar e tudo vai ficar bem.
- O Bruno ainda não tem um berço... Será que tem algum em promoção? – Ia falando comigo mesmo, pensando em voz alta é uma coisa que comecei a adquirir com o tempo, desde que o loirinho entrou em nossas vidas algumas coisas veem mudando e isso foi uma delas.
- Foi bom fazer negócios com você – Disse-me o senhor ao fecharmos contrato – A casa já estará vazia depois de amanhã à tarde.
- Muito obrigado por tudo, e uma boa mudança para o senhor!
- Igualmente meu jovem.
Pronto! Agora só falta nos mudarmos e nossa vida irá melhorar. Na volta para casa passei em uma loja onde comprei um berço, uma cama de casal, uma Tv, mesa (com as cadeiras claro) e mais algumas outras coisas que faltava para a nossa nova casa. Eu quase me preocupei se o dinheiro daria para tudo mas me lembrei que o Brick não colocou justa causa quando fui demitido, então devo ter mais dinheiro guardado; Também devo arrumar logo um emprego pois quando o meu dinheiro acabar... Não quero nem pensar.
Assim que termino de comprar tudo eu volto para a casa da avó de Bubbles sem me preocupar com os moveis pois eles levariam tudo para o apartamento depois de amanhã. Chegando já em casa vejo o carro de Brick estacionado em frente a ela.
- Oi, como você está? – Brick fala ao sair do carro.
- Eu estou bem... Queria agradecer por tudo o que fez por mim – Digo meio envergonhado por ele ter me visto de uma forma tão humilhante como ontem.
- A Bubbles te contou não foi?
- Sim...
O convido para entrar na casa e ele aceita, porém antes de me seguir ele diz que tem alguém ou alguma coisa dentro do carro, não entendi direito por estar concentrado em qual seria a chave certa para abrir a porta. Assim que coloco o carrinho de bebê ao lado do sofá, dou uma checada* em Bruno que dormia profundamente e me volto para a porta aonde levo um susto ao avistar um Butch de braços cruzados e cara emburrada.
- O-Oi... – Minha voz falha pelo o susto. A primeira coisa que penso é, o que ele faz aqui? A segunda coisa é, ele vai me bater de novo?
- Oi – Responde ignorante. Agora tinha certeza de que ele veio para me bater.
- Deixe de ser ranzinza Butch – Fala Brick dando um tapa nas costas do moreno o fazendo quase cair para a frente.
Os dois me dão espaço para fechar a porta e eu os indico o sofá. Butch parece feliz em ver Bruno, acho que estava com saudades, ele era o que mais paparicava* Bruno.
Dou uma tosse falsa para chamar atenção de Butch, o mesmo tenta ignorar porém com um beliscão de Brick ele se vira em minha direção, dando uma pausa curta para respirar fundo e dizer:
- Eu te perdoou.
- Oi?
Estava surpreso, será que eu ouvi bem?
- Eu disse que te perdoou! – Ele parecia irritado ao repetir – Te perdoou por não ter dito sobre a Brat – Ele começava a elevar o tom de sua voz – Te perdoou por ter nos feito acreditar que o Bruno era seu filho, Te perdoou pelas merdas das suas mentiras!
Eu realmente não sabia o que fazer, não sabia se ficava feliz ou se ficava em alerta pela a sua repentina (mas não incomum) agressividade.
- Obrigado – Disse por fim, decidindo ficar feliz pela nova chance que estava tendo.
- Nós te perdoamos Boomer, não só a você como também a Bubbles – Brick falou ao se ajeitar no sofá – Mas isto não quer dizer que confiamos cem por cento em vocês.
- Entendo.
P.o.V Bubbles
Na saída da escola eu sou parada por Buttercup, ela parecia bem mais de mau humor do que todos os dias.
- O-Olá – Eu estava apreensiva em falar com ela.
- Oi, Você demorou lá dentro, vamos logo antes que eu desista – Ela se virou e começou a caminhar.
- Como? – Confusa corri para alcançar ela.
- Eu vou para a sua casa, Butch está lá com o Brick – Sem olhar para trás ela continuava a andar mais rápido enquanto me respondia.
Fiquei em silêncio, não tinha nada a dizer, não sei se era por estar surpresa por saber que Brick e Butch estavam na minha casa, ou se era de felicidade por Buttercup estar me acompanhando hoje.
- Bubbles posso te fazer uma pergunta?
- Sim, claro.
- Por que vocês mentiram?
Não fiquei surpresa admito, esperava que ela disse-se algo deste tipo, porém com um pouco mais de brutalidade, ignorância até mesmo com gritos. Mas não foi o que aconteceu, ela estava tranquila e curiosa.
- Você sabe – Comecei a falar entristecendo o olhar ao lembrar de domingo – Tudo o que fizemos foi para proteger o Bruno, ele pode não ser meu filho de sangue, mas ele é meu filho, eu criei ele, eu o amo. Eles são a minha família, sempre tentamos proteger a nossa família, até você – Falei ao lembrar de que um dia ela quase foi presa por entrar sem permissão no hospital aonde seu irmão estava internado. Ela também faria tudo pela a família dela.
Ela ficou mexida com o que eu falei, pude perceber ao vê-la enrijecer mais o ombro.
- Vocês sabem que para os policias isso não será nada não é? – Ela continuou – Vocês serão presos de qualquer jeito.
- Sabemos dos riscos.
Ela suspira pesadamente. Ficamos em silêncio por mais alguns quarteirões.
- Você sabia que eu colocaria a mão no fogo por você, você era a pessoa que eu mais confiava.
- Desculpe – Fora a única coisa que pude dizer, nada mais me ajudaria a amenizar ou apagar meus pecados, minhas mentiras.
- Estou te perdoando. Não me faça repetir isto de novo! – Ralhou quando percebeu que eu iria perguntar se havia ouvido certo – Vamos te dar está chance, eu o Butch e o Brick. Por favor, não estrague ela, não quero perder nem uma amiga.
Me emocionei, não esperava por isso. Enxuguei as lagrimas de felicidade e lhe agradeci tanto que ela teve que me mandar fechar a boca. Após um tempo me lembrei:
- A Blossom não quis nos perdoa não é?
Buttercup pareceu nervosa, mas ao mesmo tempo triste.
- Você sabe como ela é.
- Sei sim.
- Ela só está confusa e com bastante raiva – Riu sarcástica, provavelmente por ela também ter ficado assim – De um tempo a ela.
E por fim chegamos em minha casa. Os meninos pareciam bem, estavam assistindo a um jogo de futebol aos berros, Bruno não parecia incomodado, ele até ria quando eles reclamavam do juiz. Buttercup passou direto pelos meninos e abraçou o loirinho que estava no carrinho. Sorri, tudo estava começando a voltar ao normal.
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