História Nosso motivo - Presos

P.o.V Buttercp

- E agora vamos ao vivo com a repórter End que está na delegacia aonde o casal que chocou o país está chegando. End é com você.

A reporte aparece na Tv em frente à delegacia aonde não só ela mas assim como tantos outros repórteres estão à espera dos presos.

- Obrigada Damião – A repórter faz uma cara séria – Olha só, já está para chegar o casal que chocou o nosso país, eles ficaram com uma criança que não era deles e ainda por cima esconderam a morte da mãe biológica. Para o delegado eles podem estar sim envolvidos com a morte de Brat que era a mãe biológica da criança...

Encaro Blossom sentada na poltrona um pouco afastada de nós. Todos assistiam juntos no sofá o desfecho da história de Bubbles e Boomer.

- Eles não queriam entregar o nosso sobrinho, tivemos que tomar algumas medidas – Dizia Brute em uma gravação feita ontem à noite quando tudo começou. 

- A criança estava recebendo maus tratos? – Pergunta um outro repórter na gravação.

- Não, ela estava bem, acredito que eles só sejam doentes mesmo – Berserk responde enquanto balançava Bruno que tinha o rosto coberto por um pano -  Só consigo pensar que eles estavam obcecados pela criança e como minha irmã não deixou com que eles ficassem com o bebê, eles a mataram.

Me levanto do sofá puta da vida.

- Cachorra mentirosa de uma figa! – Grito chutando o ar.

- Ela sabe muito bem que quem matou foi o Buddy – Diz Brick furioso enquanto apertava com força uma almofada.

- Eu queria que elas estivessem aqui na minha frente... Eu iria rasgar – Seguro uma almofada – Estraçalhar, desfigurar a cara delas! – Bato várias vezes na almofada imaginando que seria a cara das irmãs de Brat.

- Tudo é possível, a Berserk está certa de desconfiar deles dois... – Comenta Blossom chamando a nossa atenção.

- O que ela ainda está fazendo aqui? – Butch pergunta para Brick.

- E eles acabam de chegar! – A repórter fala chamando a nossa atenção, o que faz pararmos de brigar por um momento.

P.o.V Bubbles

Passamos o dia todo na delegacia, eu já nem chorava mais pois tinha certeza que as minhas lágrimas já haviam secado. Depois de inúmeras perguntas fomos levados até uma sala com algumas celas aonde fomos separados, cada um ficou em uma sela diferente, um ao lado do outro.

- Meu amor... Você está bem? – Boomer pergunta preocupado.

- Como posso estar bem?! – Quase grito ao responde-lo – Desculpe... – Logo me arrependo por descontar minhas frustações nele.

- Sei que é difícil acreditar depois de tudo que já passamos... Mas Bubbles, tudo vai ficar bem.

Eu não podia vê-lo mas tinha certeza que estava com a cabeça encostada na parede que nos dividia. Fiz o mesmo como se isso pudesse nos conectar.

- Eu acredito em você... – Coloco minha mão na parede e tenho a impressão que ele fez o mesmo.

- Eu vou nos tirar daqui, deixe-me só pensar... – Escuto ele bater as costas na parede, se apoiando nela por estar cansado – Acho que tem uma forma de nos tirar daqui...

- Boomer, não faça nem uma loucura! – Ele não fala, apenas me dá sua respiração pesada como resposta. Encosto as costas na parede e vou descendo até alcançar o chão. E as lágrimas que eu jurava não puder mais ter começa a voltar aos poucos.

- Bubbles...

Alguém me chama ao longe.

- Bubbles...

A voz que antes era fraca e distante começa a ficar mais alta e irritante.

- Bubbles!

Me acordo assustada. Me levanto do chão sujo da cela, olho ao meu redor, nada de estranho tudo continua como estava, exceto pela a porta da minha cela estar aberta.

- Bubbles! – Boomer praticamente grita para chamar a minha atenção – Vamos Bubbles, não temos muito tempo!

- Boomer? Co-Como conseguiu escapar? – Estava surpresa.

- Eu disse que pensaria em alguma coisa – Ele sorri estendendo a mão. Seguro sem pensar duas vezes.

Logo começamos a correr, ele sempre na frente me puxando por corredores que pareciam não ter fim. Estranho, não me lembrava de ter tantos corredores assim. Ao fim da correria chegamos a floresta que havia atrás da casa da Brat.

- Como viemos parar aqui? – Me solto dele assustada. Ouço gritos de agonia e desespero, ao me virar me deparo com a cena que fez meu estomago revirar e minha garganta fechar de tal forma que quase não consigo respirar – Brat...

A garota estava no chão tentando proteger seu filho recém-nascido de Buddy que avançava cada vez mais com o machado em sua direção. Ela protege o garotinho de uma investida a recebendo toda, vejo o sangue espalhar pelo o chão. Um diálogo começa entre eles porém meus ouvidos apitam tão forte que não consigo escutar. Me sinto fraca e até cambaleio caindo algumas vezes no chão, as lágrimas me impediam de ver qualquer cosia a minha frente, os soluços não me deixavam respirar e minha cabeça doía tanto que já nem conseguia mais raciocinar.

- Bubbles...

Escuto uma voz macia falar meu nome, procuro Boomer com os olhos porém me surpreendo com o local que agora eu estava. Uma praia. 

- Bubbles....

Arregalo os olhos, perco a voz e até tremo um pouco. Não pode ser aquela é a...

- Brat...

- Hey amiga, como você está? – Ela se senta ao meu lado.

- E-Eu...

- Eu sinto muito que as coisas tenham chegado a este ponto.

Fico em silêncio apenas esperando que ela continuasse.

- Bruno é um ótimo nome, eu adorei... – Ela sorri olhando as ondas ir e vir – Vocês são ótimos pais.

- Obrigada.

- Não deixem o Buddy pegar o filho de vocês Bubbles. Ele está querendo vende-lo para alguma família em outro país – Brat me olha severa.

- Mas como eu posso fazer isso? Boomer e eu estamos presos na delegacia e amanhã mesmo seremos levados para o presídio.

-  Não se preocupe, o Boomer vai dar um jeito. – Ela se levanta e eu faço o mesmo – Não desista do meu filho.

- Eu nunca desistiria do Bruno! – Afirmo com toda a certeza do mundo.

Brat sorri, em um ato rápido me abraça. Fico surpresa de inicio, mas após alguns segundos eu retribuo.

- Obrigada por tudo e perdoe minhas irmãs. Elas apenas estão em choque com tudo o que aconteceu.

- Elas nunca foram boas com emoções – Rio para tentar aliviar a preocupação dela.

- Adeus minha amiga... – Me abraçando aos poucos ela vai sumindo e me vejo sozinha na praia. Olho para o horizonte, o sol começa a ficar forte o que me obriga a fechar os olhos com força.

Ouço vozes e algo como a cela sendo aberta bruscamente. Minha visão esta embaçada mais aos poucos começa a focar. Estou novamente no chão sujo da minha cela. Vejo no relógio de parede que são quase seis da manhã.

- Boomer? – Me levanto e sinto meu pescoço dolorido – Você está dormindo?

Silêncio. Me aproximo das grades e fico a observar o relógio.