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História Nosso Segredo - Exposto


Escrita por: IchygoChan

Notas do Autor


Então, cheguei...

Deus me perdoe, mas eu tenho um fraco pelo Kiri de cabelo grande ❤️

Capítulo 12 - Exposto


Fanfic / Fanfiction Nosso Segredo - Exposto

Como havia previsto, foi melhor passar o resto do dia patrulhando ao invés de voltar para casa, até porque não fazia a mínima ideia de como explicaria o motivo de ter que fazê-lo em meio ao expediente.

Felizmente estava patrulhando com Iida, que apesar de ser um sujeito sistemático e deveras inoportuno com sua mania de seguir todas as regras a risca, era também uma ótima companhia para se passar o dia, sempre disposto a manter a boca fechada quando não tinha um tagarela ao seu lado, e Bakugou não era exatamente do tipo de puxa assunto com todo mundo, e principalmente naquela manhã estava indisposto e chateado demais consigo mesmo para agir de maneira atenciosa ou mesmo cortês.

A parte chata de trabalhar com Ingenium era que ele ligava para cada infração, por menor e mais insignificante que fosse. Havia abordado até mesmo os transeuntes que jogaram lixo no chão, dando-lhes um intenso e memorável sermão da montanha que os deixou ofendidos e chateados. Em dado momento considerou fortemente explodir aquela irritante mão robótica que não parava de acenar.

Houve apenas um momento em que se sentiu mal e teve que usar uma desculpa qualquer para poder sentar e se recompor, tendo Iida ao seu lado a tagarelar sobre a importância de se alimentar direito e ser bem específico quanto aos sintomas ao conversar com um médico.

— Apenas senta aí, merda, e me deixa em paz! Não preciso de instruções para lidar com um mal estar. — reclamou deitando a cabeça sobre os braços enquanto aguardava o intenso enjoo passar. Era a primeira vez se sentia indisposto daquela maneira.

— Não antes de ter certeza de que o meu parceiro esta em condições de continuar a patrulha comigo. — lá vinha ele ajeitando o óculos e gesticulando infinitamente com a mão de mola.

— Se continuar a me encher o saco daqui há pouco não vai sobrar nada de você para... patrulhar — conteve por pouco a vontade de vomitar.

— Está pálido, Ground Zero, deveria ir a uma farmácia medir sua pressão.

Realmente havia sido uma boa dica que Katsuki não se importou em seguir, descobrindo que estava com a pressão baixa.

— Qual foi a última vez que se alimentou, senhor? — a enfermeira questionou enquanto retirava o aparelho.

— Não me lembro, talvez algumas torradas no café da manhã.

— Provavelmente seu índice glicêmico está baixo. — ela concluiu, se erguendo e pedindo que ele aguardasse

— Não se levante ainda, ou pode ter uma tontura. Vou te dar um medicamento para regular sua pressão antes que saia daqui ou pode acabar desmaiando.

Definitivamente desmaiar estava fora de cogitação, ainda mais ao lado de Iida que com certeza iria querer lhe aplicar primeiros socorros.

Como prometido, a enfermeira retornou com um pequeno copo contendo uma substância gelatinosa de gosto peculiar. Mesmo que Iida não estivesse na sala, Bakugou hesitou por alguns segundos antes de engolir os pensamentos negativos e perguntar sem jeito.

— Vocês oferecem esse tipo de medicação a alguém gestante? - a mulher o encarou sem compreender.

— Acho que não compreendi a pergunta, senhor. Poderia ser mais específico?

Katsuki respirou fundo, indeciso. Era difícil, constrangedor e perigoso permitir que mais pessoas conhecessem seu segredo, mas que opção tinha? Não podia simplesmente tomar algo que pudesse lhe fazer mal. Explicou sua situação, sem se surpreender com o olhar surpreso e abismado da mulher.

— Eu posso tomar isso? — tentou acordá-la de seu estado de torpor, observando-a piscar duas vezes antes de ajeitar a postura para lhe responder.

— S-Sim, na verdade... não, tem que ser uma dosagem menor, ainda bem que me avisou — saiu trocando por outro copo, com uma quantidade menor, assistindo ele tomar em silêncio — Mas o senhor disse que sua última refeição foi a horas atrás, certo? Acredito que seu médico já lhe informou sobre os riscos de ficar tanto tempo sem se alimentar, ainda mais gestando gêmeos.

Assim que as tonturas cederam, a primeira coisa que Katsuki fez foi se alimentar como a farmacêutica havia recomendado, e nem havia se dado conta de que estava com tanta fome até sentir o aroma da comida, surpreendendo-se com as comidas e misturas exóticas que estava tentado a experimentar .

— Udon com Takoyaki... ok... — a atendente anotou o pedido um tanto confusa — Tem certeza de que quer que misture?

— Se não quisesse não tinha pedido. — resmungou pensando em mais combinações estranhas que estavam lhe dando água na boca de pensar.

— Tudo bem, vou trazer em breve — a garçonete virou o rosto e saiu.

Como era de se esperar o senhor quadrado logo quis expor sua inútil e nada desejada opinião.

— Que tipo de pessoa mistura alimentos tão diferentes? É quase um pecado. 

— O tipo de pessoa que não lhe deve satisfações. Agora pare de querer controlar o que eu como porque só tem lugar para um cara dando pitaco na minha vida e ele já foi ocupado pelo Eijiro.

Katsuki nunca salivou tanto na vida quando na hora que fitou o prato a sua frente, adiantando-se e pedindo mais uma porção ao perceber que aquela seria insuficiente. Era estranho como uma combinação bizarra daquela lhe trouxe prazer ao paladar de um jeito que nem mesmo percebeu que estava fazendo barulhos satisfeitos até olhar para o esgar de incompreensão de Iida.

— O que foi? Vai ficar me encarando?

— Não. Mas isso explica o motivo da sua silhueta estar menos esguia.

O sangue de Katsuki gelou ao ouvir aquilo e ele teve que se conter para não espirrar a comida na cara do parceiro. Felizmente conseguiu se recompor rapidamente.

— Escuta aqui, Ingenium, que tal você cuidar da tua vida? O meu manequim não lhe diz respeito.

— Foi apenas uma observação, não precisa se irritar.

— Pois aprenda a guardar para si as opiniões e observações que não lhe pedem! — cortou-o azedo — Eu não sou a porra do Deku para aceitar e nem te dou intimidade para isso, entendeu?

Terminou suas porções e ainda comeu mais alguns dangôs de sobremesa, encarando o parceiro com um semblante azedo.

Felizmente as perguntas terminaram ali, e Iida não mais o interrompeu, mantendo o foco no trabalho, embora a mente de Katsuki estivesse fervilhando de teorias que ele, em nome de sua saúde mental, resolveu ignorar.

Assim que terminou de se trocar na agência, mal deu meia volta para sair, topou com o esposo, com o olhar preocupado, encarando-o como se não o visse há anos.

— Por acaso perdeu algo na minha cara? — brincou com um meio sorriso enquanto recebia um satisfeito.

— Perdi duas coisas na verdade, mas estão dentro de você, e eu gostei muito de tê-las colocado aí — brincou levando uma bolsada na cabeça — Calma, amor, eu estou apenas brincando. Como foi o seu dia?

— Um saco. Andar com Ingenium é o mesmo que patrulhar com a avó, toda hora uma observação ou pergunta. — avançaram pelos corredores, em direção a saída. — Pelo menos é melhor do que andar com o Deku ou o Denki.

Antes que pudessem sair foram parados por Mina, Denki e Sero que traziam Shoto quase arrastado, cumprimentando-os com sorrisos amplos e sapecas, com exceção do último que mantinha o olhar entediado.

— Falando no demônio ... — Katsuki começou, suspirando profundamente — ... digam logo o que querem e saiam da minha frente de uma vez.

— Não seja assim Kazinho, a gente só quer convidar vocês para saírem conosco — Mina começou animada — A galera vai em uma churrascaria e viemos chamar você e o Kirizinho para participarem conosco.

— Passo — respondeu prontamente, louco para se ver livre da trupe de pentelhos, sendo interrompida pela amiga que se pôs a sua frente de novo —  ... Mina, tá ficando difícil te tratar com cordialidade. Sai da minha frente.

— Não antes de vocês aceitarem o nosso convite.

— Eu posso abrir caminho a força, sabia?

— Você não faria uma maldade dessas, não é? Pode acabar machucando o Denki — colocou o colega a frente que automaticamente tentou se esquivar.

— Não oferece a minha cara não, ele vai me matar — o loiro pediu estrangulado de pavor.

- Calma, Denki, ele não vai te machucar.

— Vou sim.

— Vai sim! —disseram em uníssono.

— Ok, não precisa de tudo isso, é sempre esse mesmo problema toda vez Bakugou, dá pra você ao menos uma vez aceitar sem fazer esse espetáculo?

— Se vocês viessem pedir normalmente, sem usar o Pikachu como escudo, talvez.

— Ei, eu não sou um Pikachu!— protestou ofendido — Mas concordo que deveria parar de me usar como escudo.

— Pode deixar que eu vou ser mais sutil da próxima vez, ok? Mandarei até mesmo uma mensagem de texto.

— Ótimo, assim fica mais fácil dispensar.

— Bakugou, seja mais sociável! — Mina repreendeu-o. — Vamos, Bakugou, é aniversário do Shoto e queremos comemorar.

— Não, não é aniversário dele.

— Como sabe que não?

— O idiota do Deku estaria em frenesi se fosse, assim com fica sempre, por isso é um idiota.

— Ok, não deu certo a tentativa de convencimento, mas ainda insistimos que venha.

Bakugou suspirou, ciente de que ela não pararia e começando a considerar que talvez uma saída não fosse tão ruim afinal, poderia ser bom para desestressar.

— Ok, nós vamos, mas com a condição de que o Sero pague metade do meu.

— Eu, por quê?!

— Porque ainda me deve daquela vez que salvei teu rabo.

— Eu já paguei! Quantas vezes pretende me cobrar?

— O mesmo número de anos que você ainda viver graças a minha ação rápida e heróica. Agora vamos antes que eu mude de ideia.

💥💥💥💥💥

Se a intenção era descansar, havia sido um tiro que saiu pela culatra, pois Bakugou viu seu segredo ser escancarado a todos, ao vivo e cores, sem nenhuma reserva e da pior maneira possível: pelas redes sociais.

A noite estava tranquila e ele aproveitava para rir das idiotices dos colegas, tendo uma das pernas sobre a do esposo enquanto descansava a cabeça em uma almofada, contente por eles terem escolhido dessa vez um restaurante com bancos largos e confortáveis para que pudesse relaxar.

Em determinado momento, depois de ver Denki demonstrar pela enésima vez um de seus ataques que o deixava mentalmente incapacitado por concentrar uma enorme quantidade de energia em um casulo, deitou-se, após claro, rir do loiro que acenava para todos os lado como um pateta.

Confortavelmente ajeitado, ele ligou o celular, respondendo a algumas conversas, antes de encontrar um link para um post em uma rede social.

Sentou-se no mesmo instante, sentindo a mente ser dragada pelo desespero ao ver que algum desgraçado havia ouvido falar de alguma "fonte confiável" sobre sua identidade de gênero e como bom hacker que era, havia reunido informações suficientes para provar que o Ground Zero na verdade era uma mulher e, de acordo com laudos médicos, roubados direto dos arquivos dos sistemas, estava grávida de exatas doze semanas.

O problema maior foi que não apenas ele recebeu aquele vídeo, mas aparentemente todos na maldita churrascaria, e muitos o encaravam pasmos, tentando assimilar o que estava acontecendo.

Eijiro percebeu minutos depois, sacolejando o esposo para que lhe contasse.

- Amor, o que houve, está pálido, se sente bem? - indagou antes de olhar para o celular na mão dele e xingar baixo.

O mundo pareceu não ter oxigênio suficiente naquele momento, e Katsuki sentiu-se automaticamente sufocado, hiperventilando sem conseguir se controlar enquanto sentia os olhares queimarem sobre si como brasas. Não tardou para que os amigos também entrassem nas redes sociais e descobrissem o link e a notícia.

- Kacchan, isso é verdade? - Izuku interpelou-o ainda surpreso.

Pela primeira vez, todos os amigos de Bakugou o presenciaram fragilizado demais para se posicionar, sem conseguir reagir por conta do choque de ter seu segredo exposto justo daquela maneira abertamente preconceituosa. As lágrimas que correram livres assustaram.

Felizmente ainda tinha Eijiro ao seu lado que o abraçou ajudando a se levantar, ainda nervoso e trêmulo.

- E-Eu quero... ir para casa... - murmurou o pedido fracamente, quase um sussurro, sentindo todos os olhares sob si, analisando-o como se fosse uma aberração, curiosos por descobrir se o que haviam ouvido era realmente verdade.


Notas Finais


Eis que chegamos no auge.


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