História Not by the moon - Hyunin - Vai te deixar querendo mais

Yang Jeongin

Eram mais ou menos 6 da manhã quando eu terminava de arrumar as coisas para viajar com Hyunjin, precisávamos sair cedo para chegarmos a tempo dele resolver as pendências que tinha e conseguirmos aproveitar o fim de semana. Conferi uma última vez a pequena mala que se encontrava sobre a cama, aparentemente, não estava esquecendo nada. Peguei meu celular e vi que tinha uma mensagem de Hyunjin, avisando que havia saído de casa, a mensagem era de meia hora atrás, então ele logo chegaria. Fechei a mala e a levei para a sala, indo em seguida até o quarto de Chan, para avisá-lo que estava indo, como o mesmo me solicitou na noite anterior.

— Hyung? — abri a porta de seu quarto com cautela, colocando apenas a cabeça para dentro do cômodo. Chan apenas falou um “hm?” sem abrir os olhos ou se mover.

— Estou saindo, já vieram me buscar. — havia dito a ele que ia passar o fim de semana com uns amigos da minha turma. Por sorte, Chan não viu problema nisso.

— Está bem. Me ligue quando chegar lá, tome cuidado e divirta-se. — ele falou ainda sem abrir os olhos. O deixei dormir e voltei para a sala. Olhei pela janela e pude ver o carro da irmã de Hyunjin estacionado na frente do meu prédio. Saí de casa tentando fazer o mínimo de barulho possível, entrei no elevador impaciente, estava ansioso e empolgado, me sentia um adolescente fugindo dos pais para fazer algo errado.

Saí do prédio e dei de cara com Hyunjin, tranquilamente encostado no carro, que veio ao meu encontro com um sorriso, eu apenas suspirei irritado.

— Eu disse para você ficar no carro! — reclamei, não podia arriscar que Chan o visse.

— Bom dia para você também. — ele pegou minhas coisas e as colocou no porta malas do carro. — Está animado? — perguntou ao entrarmos no veículo, balancei a cabeça confirmando. Ele me olhou e inclinou seu corpo em direção ao meu, nos deixando a poucos centímetros um do outro. Me mantive imóvel, não havia motivos para eu recuar, afinal já estivemos muito mais próximos que isso. Porém fui surpreendido quando ele puxou o cinto de segurança do banco e o encaixou no fecho, voltando para seu lugar com um olhar satisfeito. Tentei conter minha expressão de desapontamento, não acreditava que pensei que ele iria me beijar. O mais velho percebeu que eu havia ficado sem jeito e voltou a se aproximar, me dando um breve, porém doce selar e acariciando minha bochecha em seguida.

— Teremos muito tempo para isso. — foi a última coisa que ele disse antes de voltar completamente sua atenção para a rua e dar partida no carro.

— Tem certeza que sabe como chegar lá? — eu estava preocupado, afinal Hyunjin não estava acostumado a dirigir na Coreia. Temia que ele pegasse um caminho errado e se perdesse.

— Certeza eu não tenho, mas já viajei para lá muitas vezes quando era mais jovem, mesmo que não estivesse dirigindo naquela época, sei o caminho. E também irei me guiar pelo GPS. — ele parecia saber o que estava fazendo, então procurei me tranquilizar.

A viagem não era tão longa, mas o tédio que eu senti fez parecer que estava demorando uma vida para chegarmos ao nosso destino final. Conversei muito pouco com Hyunjin, já que o mesmo estava concentrado em dirigir e não podia me dar muita atenção, então o que fiz foi ficar jogando no meu celular para passar o tempo, mas até isso me entediou.

— Por que não tenta dormir um pouco? — falou o mais velho ao perceber minha inquietação ao seu lado. Resolvi fazer isso, havia acordado muito cedo e dormindo o tempo passaria mais rápido. Peguei o casaco que Hyunjin vestia mais cedo, que estava jogado no banco de trás e o usei como travesseiro, apoiando a cabeça na porta do carro. Não era a posição mais confortável do mundo, mas estava bom. Consegui adormecer rapidamente, já que tinha dormido poucas horas na noite anterior.

Ao acordar, minha visão foi tomada por uma vasta e bela paisagem natural. As árvores com as poucas folhas que possuía —  já que a maioria se encontravam espalhadas pela estrada. — tinham tons de marrom, vermelho e amarelo queimado, característico do outono que estava começando.

Fui tirado de meus pensamentos quando o carro estacionou em frente ao que parecia ser a recepção da pousada. Hyunjin pediu para que eu ficasse o esperando e entrou no local, não demorando muito a retornar. Me animei ao ver que estávamos nos aproximando de uma casa, finalmente havíamos chegado, mas fiquei confuso quando passamos direto.

— Nós não vamos ficar ali? — ele balançou a cabeça em negação.

— Nosso quarto fica um pouco mais a frente. — ele falou sem tirar a atenção do caminho. Comecei a observar o local, era realmente grande, como um condomínio. Tinham várias acomodações, todas afastadas umas das outras, provavelmente para proporcionar privacidade aos hóspedes. Entre elas um jardim repleto de plantas se destacava, trazendo a sensação de estar realmente no meio da natureza. Finalmente Hyunjin parou e eu torci para termos chegado em nosso quarto. Ele saiu do carro e eu o acompanhei, fomos recebidos por um rapaz, provavelmente funcionário do local.

— Bom dia, Senhor Hwang. Seja bem vindo. — segurei o riso ao ouvir ele tratar Hyunjin com tanta formalidade, entendia que era o trabalho dele, mas não deixava de ser estranho para mim.

— Senhor Yang. — fez uma reverência para mim antes de ir até o porta malas do carro e pegar nossas bagagens. — Senhor Hwang, devo pedir para guardarem seu carro?

— Não precisa, já vou sair.

— Como quiser. Me sigam, irei acomoda-los. — fiquei impressionado com o local, imaginando o quão caro foi reservar um lugar como aquele. Eu sabia que a família de Hyunjin era bem de vida, mas não sabia que eles eram ricos. Adentramos o enorme quarto, que tinha uma ampla janela, proporcionando uma bela vista para a área externa, onde se encontrava uma hidromassagem. Sentei na cama de tamanho exagerado, posicionada no centro do quarto, o cômodo era tão grande que parecia mais uma casa.

— Fiquem à vontade. Se precisarem de algo, não hesite em nos chamar. — o rapaz falou com um sorriso gentil no rosto, me fazendo sorrir de volta. Agradecemos e ele saiu, nos deixando sozinhos.

— Então, o que achou? — eu ainda estava imerso nos detalhes do quarto, pensando em como tudo ali era incrível. É claro que eu adorei, era perfeito. Mas me sentia um pouco mal por usufruir de algo que o pai de Hyunjin havia pagado.

 — É lindo, deve ter sido caríssimo. — falei um pouco acanhado.

— Não quero que se preocupe com isso, apenas aproveite. — assenti e fui para a janela, observando a hidromassagem, certamente a usaria mais tarde. Coloquei a mão no estômago ao sentir um leve incômodo na barriga, me fazendo lembrar que não comia a horas.

— Hyung, tem algum restaurante por perto? Estou com fome. — falei e vi Hyunjin rir brevemente, pegando um aparelho semelhante a um tablet que estava sobre a cômoda.

— Aqui. — ele me entregou o aparelho, me mostrando diversos pratos. — Escolha o que quer comer e vão trazer aqui.

— Ah, okay. Obrigado. — sentei na cama e observei todas as opções do cardápio. Estava com fome, então pedi uma refeição completa. — O que você vai querer? —  perguntei para Hyunjin que organizava uns papéis na pasta que havia trazido.

— Sinto muito, Innie. Não vou almoçar com você, mas prometo que vou agilizar isso para que possamos aproveitar a viagem juntos.

— Já vai sair? Está bem, então.

— Se precisar de qualquer coisa, pode chamar um dos funcionários. Até mais tarde. — Hyunjin saiu, levando consigo os documentos que arrumou poucos minutos antes. Eu esperaria meu almoço e depois veria o que ia fazer enquanto ele estava fora.

— Chan hyung! — lembrei que deveria ligar para ele, avisando que havia chegado. Peguei meu celular no bolso, e observei descontente a tela escura do aparelho que tinha descarregado, já que passei parte da manhã jogando nele. Fui até minha mala, a revirando por inteira. Um gemido frustrado saiu de meus lábios ao notar que havia esquecido o carregador em casa, eu conferi diversas vezes a bagagem para ter certeza que não esquecera de nada, e ainda assim, aconteceu. Mas não era algo para me preocupar, Hyunjin certamente havia trazido o dele e não se importaria em me emprestar. Peguei sua mala e a abri em cima da cama, desta vez com cuidado para não bagunçar suas coisas. Apalpei um dos bolsos e senti algo que parecia ser um carregador, abri o zíper e coloquei a mão ali, agarrando o fio e o puxando para fora, junto com outras coisas que estavam no mesmo bolso. — o hyung não era muito organizado. — Sorri ao ver o carregador em minhas mãos, mas meu sorriso sumiu imediatamente ao ver o que caiu sobre a cama quando puxei tudo o que tinha do bolso. Meus olhos se arregalaram, meu corpo todo enrijeceu e minha alma saiu do corpo, quando senti que ela havia voltado novamente, conectei o carregador na tomada ao lado da cama, tarefa que foi um tanto difícil, por causa da tremedeira que havia tomado conta de mim.

— Vai, vai, vai… — implorava ao celular que ele ligasse o mais rápido possível. Felizmente isso não demorou a acontecer e eu logo entrei na minha conversa com Felix, ligando para o mesmo.

— Oi Innie, já chegou?

— Hyung… — meu tom desesperado preocupou Yongbok.

— Vocês estão bem? Aconteceu alguma coisa?

— Sim, aconteceu.

— Você está me deixando nervoso. Foi alguma coisa com o Hyunjin?

— Mais ou menos...

— Yang Jeongin, fala logo! — pobre Felix, não queria deixar ele nervoso com minhas loucuras.

— Eu fui pegar um carregador na mala do Hyunjin e…—  eu mal conseguia falar de tão envergonhado que estava, sentia minhas bochechas queimarem cada vez que olhava para o que estava ao meu lado na cama.

— E o que?! — ele gritou do outro lado da linha.

— Hyung… E-eu achei preservativos na mala dele. — disparei totalmente desconcertado, ouvindo como resposta uma grande gargalhada do loiro. — Para de rir, Yongbok!

— Por que você está tão surpreso?

— Estamos ficando há uma semana, não achei que ele já pensasse nisso. — ele continuava rindo da minha inocência, compreensível, eu também iria rir mais tarde.

— Amigo… Provavelmente ele pensa nisso desde quando te conheceu. O Hyunjin poderia levar qualquer pessoa, mas escolheu você. Pelo o que eu soube, é um lugar muito bonito, imagino que seja romântico e vocês têm o fim de semana inteiro sozinhos. Eram bem óbvias as intenções dele. — Yongbok tinha razão, era tão ingênuo da minha parte achar que Hyunjin se contentava em ficar só nos beijos.

— Eu sei, mas… Ah, sei lá! Pensar nisso me deixa nervoso.

— Ué, por que? Você não é mais virgem, já pegou gente que nem sabia o nome. — fiquei um tanto ofendido pela maneira que ele falou, mas era verdade.

— É diferente agora. Não é qualquer pessoa, é o Hyunjin.

— Olha, se vocês estiverem juntos e rolar um clima, você vai conseguir relaxar e aproveitar. Mas se não, tudo bem. Sabe que não precisa fazer isso.

— Eu sei, mas não é sempre que temos a oportunidade de estar em um lugar como esse, Hyunjin quis me trazer e deve ter criado expectativas, não quero decepcioná-lo. — não quis dizer que Hyunjin me levou para um lugar luxuoso e queria algo em troca, ele nunca faria nada parecido. Só achei que ele queria aproveitar o fim de semana de todas as maneiras, como casais fazem.

— Você não tem obrigação de satisfazer os desejos dele. Se o Hyunjin ousar te forçar a fazer qualquer coisa que você não queira, pode avisa-lo que não precisa se preocupar com o Chan, porque eu vou matá-lo primeiro. — falou ríspido e nós dois rimos de sua falsa coragem. — Estou brincando, o Hyun jamais faria isso, ele te trata como um príncipe.

— É… — fui interrompido por batidas na porta, meu almoço tinha acabado de chegar. — Lix, tenho que desligar, vou almoçar.

— Está bem, depois manda mensagem para contar como vão as coisas.

— Okay, tchau Hyung. — deixei o celular sobre a cama e fui abrir a porta, um funcionário bem atencioso, igualmente aos outros, entrou e colocou o que eu havia pedido na mesa, saindo logo em seguida. Voltei ao celular para ligar para o Chan, avisando que tinha chegado. Me fez mil perguntas, mas consegui escapar dele dizendo que precisava desligar, pois estava cansado e morrendo de fome, com isso, ele me deixou em paz.

Almocei e fiquei assistindo TV para o tempo passar, queria passear, mas não tinha graça fazer isso sozinho. Era cerca de 15h da tarde quando Hyunjin finalmente voltou.

— Como foi lá? — perguntei o vendo tirar os sapatos e se jogar no canto da cama.

— Bem. — falou simples. Ele em nenhum momento disse o que tinha vindo fazer aqui e eu sabia que não era da minha conta, mas estava curioso.

— Pode me dizer o que você tinha para resolver? Ou eu não posso saber?

— Claro que pode. Era uns documentos antigos da empresa da minha família que um dos sócios precisava. Eles estavam guardados na casa da minha avó, então meu pai pediu para que eu fosse buscar e os trouxesse, ele não podia mandar qualquer pessoa fazer isso. Nem eu sei do que se trata e também não me interessa, mas deve ser importante. — Hyunjin saiu de onde estava e veio engatinhando na cama até mim, se deitando ao meu lado e acolhendo todo meu corpo no dele. Senti o nervosismo tomar conta de mim novamente.

— Nossa, você realmente parece ser de família rica. De que ramo é a empresa deles? — tentei manter a conversa nisso, tudo para estragar qualquer clima que viesse a surgir.

—  É uma empresa de cosméticos. Inclusive, meu pai e Yoona se conheceram quando ela foi modelo de um dos lançamentos nos Estados Unidos.

— Uau! Sua madrasta é modelo?

— Sim. E é a mulher mais linda que eu já vi, sem brincadeira.

— Nossa, me mostra! — Hyun pegou o celular que estava em seu bolso traseiro e abriu o perfil dela no instagram. Estava mais aliviado por ter conseguido distraí-lo com isso. Fiquei impressionado vendo as fotos da mulher, Hyunjin não estava exagerando, ela era extremamente bonita.

— Ela é perfeita.

—  Não disse? E essas fotos nem se comparam a beleza real dela, parece até um anjo. Parece não, é um verdadeiro anjo, você vai amar ela. — eu achava muito bonita a relação que Hyunjin tinha com sua madrasta, ele encontrou um bom apoio nela.

— Ela deve ser incrível mesmo.

— É sim, mas… — Hyunjin me puxou mais para perto, depois de eu ter discretamente me afastado aos poucos. — Vamos parar de falar disso. — senti um leve selar em meu pescoço, fazendo com que eu me arrepiasse da cabeça aos pés. Hyunjin riu ao perceber o que sua simples ação provocou em mim. Pôs seu corpo sobre o meu e me encarou profundamente, com um pequeno sorriso em seus delicados lábios cheinhos.

— Você é lindo, sabia? — virei o rosto para o lado, totalmente envergonhado com a situação e o elogio. Ele colocou seus dedos em meu queixo, me fazendo olhar para ele novamente. Antes que eu pudesse dizer algo, o Hwang uniu nossos lábios, senti sua língua áspera procurar a minha com um certo desespero. Todos os nossos beijos eram bastante intensos, mas aquele era bem mais libidinoso. Hyunjin apertava minha cintura com possessão, enquanto se movia lentamente, me fazendo arfar em seus lábios, sentindo suas coxas entre as minhas. Desde que nos conhecemos, eu era facilmente envolvido pelos toques do mais velho e odiava o fato dele poder me ter quando quisesse. Mas isso mudou de tal forma que eu passei a adorar cada nova emoção que Hyunjin me proporcionava…