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História Not Safe - Refletindo


Escrita por: carollt

Notas do Autor


Oiiiii genteee <3

Nossa estava morrendo de saudade de vocês. Sei que demorei, mas espero que entendam. Minha semana foi uma bagunça por causa das festas de final de ano, e isso fez com que eu ficasse sem tempo para postar, eu não parei em casa, fiquei pra cima e pra baixo ajudando minha familia a fazer as coisas, nem tive tempo de mexer no pc.
Me desculpem mesmo. Mas hoje eu estou aqui e espero que vocês gostem do capitulo <3

Obrigada pelos 188 favoritos e 31 comentarios do ultimo capitulo. Vocês não tem noção do quanto eu pulei aqui de felicidade.

Bom, o capitulo de hoje está mais calmo, ele focará no Carl e na Caroll.

Boa leitura <3

Capítulo 28 - Refletindo


Fanfic / Fanfiction Not Safe - Refletindo

Prometi que se acontecesse algo que nos fizesse bem eu não interromperia. E isso me faz bem.

Pov – Caroll

Somos praticamente obrigados a parar o beijo por conta do folego que se fez necessário. Nos encaramos por alguns segundos e Carl esboça um sorriso em seus lábios, retribuo o mesmo. Voltamos a olhar para a escuridão a nossa frente, apoio minha cabeça no ombro de Carl e permanecemos em silencio durante um tempo. As horas parecem estar passando cada vez mais devagar, e a claridade do dia parece estar cada vez mais longe de chegar. Noto que Carl está inquieto, ele olha atenciosamente para a floresta escura que temos como paisagem, parece procurar algo. Fico curiosa e forço minha visão para tentar enxergar alguma coisa assim como ele também faz, mas a única coisa que consigo ver são as pequenas luzes de alguns poucos vagalumes que tem por aqui.

—Você está inquieto – constato.

—Só estou preocupado – ele retira o chapéu e começa a regular o aro do mesmo.

—Seu pai vai voltar, todos vão. Eles já passaram por varias coisas e conseguiram escapar de alguma maneira de cada uma delas, então dessa vez também será assim. Seu pai é esperto Carl, ele sabe o que faz – digo tentando ajuda-lo.

—É, você tem razão – ele diz concentrado em seu chapéu.

—Esse chapéu tem uma historia? – pergunto a ele, mudando de assunto.

—Sim – ele solta um riso curto e anasalado, é como se lembrasse de algo nesse exato momento – mas é uma longa história.

—Ainda temos uma boa parte da madrugada – digo e fico o encarando, esperando que continue.

—Meu pai era xerife na cidade de King County, e por isso usava esse chapéu. Depois que o surto começou passamos por muitas coisas, no começo de tudo eu não estava com meu pai, pensávamos que ele havia morrido, pois levou um tiro e ficou em coma durante o surto, mas depois de um tempo nos reencontramos.  Um dia estávamos procurando pela minha amiga Sophia na floresta e eu acabei levando um tiro por engano, meu pai desesperado atrás de ajuda foi até a fazenda onde o homem que atirou em mim morava, o dono de lá era o pai de Maggie, e por sorte ele tinha conhecimentos médicos e pôde me salvar. Quando estava me recuperando disse ao meu pai que eu era igual ele, porque ambos havíamos levado um tiro. Ele então disse que eu fazia parte do clube, e que eu podia usar o chapéu. Ele tirou o distintivo e colocou o chapéu em minha cabeça. Perguntei a ele se não sentiria falta e ele respondeu que talvez eu iria ter que emprestar de tempo em tempo. Concluí que iriamos dividi-lo, e ele aceitou. Depois disso, conforme o tempo foi passando ele nunca mais usou sua roupa de xerife e nem esse chapéu, ele adotou uma mudança de personalidade obscura e tirânica... Me fazendo adotar o seu antigo abito de usar o chapéu frequentemente.

—Nossa... Vocês devem ter passado por muitas coisas, durante todo esse tempo lá fora – digo olhando para ele – e esse chapéu deve ser importante pra você...

—Sim, ele é. Sabe... Eu me espelho bastante no meu pai, ou pelo menos tento. Pode parecer um tanto quanto estranho, mas esse chapéu faz com que eu me sinta como ele. Tento ser como ele para que ele tenha orgulho de mim.

—Eu acho muito legal você se espelhar no seu pai, isso mostra que tem admiração por ele, mas eu tenho certeza de que seu pai tem muito orgulho de você Carl. Você não precisa ser como ele para isso. Sei que Rick sempre terá orgulho do filho que tem, mesmo você sendo você mesmo. Um dia meu pai me disse uma coisa, eu nunca esqueci, mas também nunca falei isso pra ninguém, apenas guardo para mim. Ele me disse que independente do que as pessoas achem ou digam de nós, sempre temos que ser nós mesmos, pois só assim poderemos mostrar quem realmente somos, e só assim seremos dignos do orgulho de alguém, então... Não se preocupe quanto a isso – ele permanece em silencio fitando chapéu.

—É pode ser – ele diz algo depois de alguns segundos quieto.

Volto a fitar a escuridão. Penso em nós, todos nós, olha só a situação em que estamos, sei que não é uma das piores a se estar nos dias de hoje, mas pra quem viveu o tempo todo sob a proteção desses muros já é algo a se preocupar, e muito. Vários flashbacks começam a ocupar minha mente, me fazendo ter um misto de sensações dentro de mim. É como se eu estivesse passando pelas mesmas coisas novamente. São várias coisas diferentes, mas uma se destaca entre elas, o medo. É tão estranho isso, no mesmo tempo em que estou normal e com a mente limpa de lembranças, só basta uma recordação para fazer com que eu me sinta assim, perdida e com medo. Fico pensando no que faremos daqui pra frente, como serão as coisas. Pelo o que mais teremos que passar para finalmente termos momentos de paz? Mesmo isso sendo praticamente impossível num mundo como esse. Quais outras ameaças enfrentaremos daqui pra frente? Até quando iremos ter que viver com o medo diariamente, sabendo que podemos morrer a qualquer momento, de qualquer forma que exista, seja ela qual for, inclusive a maneira que antigamente seria a mais improvável de todas: Sofrer uma morte por causa da mordida de uma pessoa que morreu e depois voltou a vida, uma coisa que nem se quer podemos dar real definição ao seu estado ou ao seu ser... É, o mundo está cada vez mais irônico.

Mas o pior de tudo não é morrer. Morrer é fácil. O pior é você ter que ver todos a sua volta sofrendo e depois morrendo na sua frente, sem você poder fazer nada, sem que você possa ter uma forma de ajudar. Eu penso que o mundo tem dois destinos para nós, ou morremos e deixamos as pessoas que gostam de nós sofrendo, ou então as pessoas que gostamos morrem e nós sofremos, ou seja, sempre terá alguém sofrendo. Parece que o mundo quer tirar as pessoas que temos de mais importante, um de cada vez, para podermos sofrer com cada dor por completo. Será esse o preço que teremos de pagar para podermos merecer um lugar seguro, ou então nossos familiares juntos de nós? Até quando iremos aguentar isso?

—Quanto tempo será que esse lugar irá durar? – digo saindo totalmente do transe em que estava.

—Não podemos ter certeza disso. Talvez ele ainda dure por um bom tempo, mas teremos que nos esforçar muito para isso. Acho que temos que merecê-lo, todos nós. Quer seja esperando, sabendo que todos estão salvos, lidando com isso ou lutando com eles. Um lugar assim tem um preço, certo?

—E já não pagamos esse preço?

—Parece que não – ele diz e comprime os lábios formando uma linha reta com os mesmos – mas fica tranquila – ele segura minha mão, me passando segurança – vou fazer de tudo pra te proteger – ele conclui e eu assinto.

—Iremos passar por isso – eu tento convencer a mim mesma disso.

—Sim, mas pra isso teremos que ser fortes.

—Eu prometo ser forte – tento mostrar que estou bem.

—Sei que será. Sabe... Eu estava pensando que talvez você possa usar meu chapéu, dividir comigo, já que meu pai não fez isso. Até porque você já levou um tiro e agora faz parte do clube – ele retira o chapéu novamente e coloca em minha cabeça.

—Eu levei um tiro de raspão Carl, não foi nada comparado ao que você e seu pai passaram – eu digo sincera – será que isso vale?

—Claro que vale. Continua sendo um tiro, mesmo sendo apenas de raspão.

Ele acerta o chapéu em minha cabeça e fica me encarando com um sorriso em seus lábios. Seus olhos incrivelmente azuis brilham, e sua expressão é tão serena que faz com que eu me sinta bem. Ele desce a mão levemente pelo meu rosto e coloca uma mecha de minha franja que caía sobre o mesmo atrás de minha orelha. Por incrível que pareça suas mãos estão quentes, mesmo com o vento gélido que passa frequentemente por nós. Sinto o calor de sua mão em meu rosto enquanto ele afaga levemente minha bochecha com o seu polegar. Estou ciente do que poderá acontecer dentro de instantes. Mas eu quero isso, então não recuo, apenas deixo acontecer. Nos aproximamos devagar e nossos lábios se cerram levemente uns nos outros, fazendo com que o desejo por esse beijo seja ainda maior. Finalmente os mesmos se encontram, dando inicio a um beijo lento e suave. Nossas línguas parecem dançar em perfeita sincronia. Carl morde levemente o meu lábio inferior, me causando um pequeno arrepio e me fazendo sorrir durante o beijo. O beijo continua por mais um tempo. Mas o barulho de alguém pisando sobre as folhas secas na floresta chama a nossa atenção e então nos separamos. Empunhamos nossas armas rapidamente e apontamos para onde vem o barulho, tudo está escuro diante de nós, até a luz de uma lanterna aparecer e nos revelar Rick e Michonne entre as arvores. Abaixamos as nossas armas e esperamos eles se aproximarem. Os dois passam por cima do capo de um dos carros e entram novamente na comunidade.

—Pai! – Carl desce e abraça Rick.

—Carl! – Rick diz aliviado e retribuindo o abraço – que bom que estão bem.

—Fiquei preocupado – Carl diz.

—Não precisa mais se preocupar, eu estou aqui agora – Rick passa a mão pela cabeça do filho – estou vendo que você encontrou alguém para poder dividir seu chapéu – ele sorri para mim e eu fico sem graça.

—Eu só estava experimentando ele – sinto minhas bochechas corarem, desço do carro, tiro o chapéu e devolvo para Carl – vocês conseguiram afastar os zumbis? – mudo totalmente de assunto.

—Os levamos para o mais longe que conseguimos, mas amanhã talvez teremos que continuar com isso – Michonne responde.

—E aqui, está tudo bem? – Rick se aproxima de mim.

—Sim, vasculhamos todo o lugar e matamos os últimos zumbis que tinha aqui – eu digo e ele assente.

—Tenho que conversar com todos, principalmente com você – Rick diz e coloca a mão em meu ombro – mas vamos deixar isso pra amanhã, vocês precisam dormir, podem deixar aqui por nossa conta.

—Vocês também precisam dormir, ficaram todo esse tempo lá fora, estão cansados – eu me imponho.

—Pode ficar tranquila, nós ficamos aqui – Michonne sorri calmamente – tenho certeza que também tiveram um dia difícil e precisam descansar.

—Amanhã será um longo dia – Rick continua – e eu vou precisar de vocês dois.

—Ok – assinto.

—Eu te levo até sua casa – Carl diz e nós saímos andando.

Caminhamos em silencio até chegar em minha casa. Paramos em frente à mesma enquanto eu a encaro. Olho para Carl e ele assente para que eu entre, ele sabe que precisamos descansar. Concordo e selo nossos lábios rapidamente em um sinal de despedida, dou as costas e entro em casa. Olho para aquela sala vazia, o que me faz lembrar de meus pais que já não estão mais aqui. Respiro fundo e contenho as lágrimas. Prometi ser forte. Vou direto para meu quarto e me jogo na cama, realmente estou cansada e preciso dormir um pouco, pelo menos esse restinho da madrugada.

Hoje eu pude refletir, sobre tudo, e chegar à conclusão de que ainda precisamos lutar muito mais pelo o que realmente queremos.


Notas Finais


Gente espero que vocês tenham gostado <3

Essa lembrança do Carl foi algo legal para a Caroll saber um pouco mais sobre a história dele e do chapéu que ele praticamente não vive sem, e isso foi importante para o desenvolvimento da conversa...
Terminarei de responder os comentarios do capitulo anterior daqui a pouco.

FELIZ NATAL (atrasado) PARA TODAS VOCÊS MEUS AMOREES <33

Bjooos <33


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