História Nothing Is What Seems HIATOS - A Garota da Capa Vermelha

Vênus Smith P.O.V

Exausta, este era meu sentimento após uma semana inteira de provas, eu tenho quase certeza que vou me ferrar em pelo menos duas dessas matérias, não é que eu não estudei só que estou desconcentrada, é praticamente impossível me concentrar em qualquer coisa sabendo que Damien ainda está solto.

Michael não fora nenhuma vez falar comigo, a semana inteira. Nem ir às aulas de corais estava indo, ele era estranho e confuso e eu só precisava entender porque ele me salvou e não quis que soubesse, queria entende-lo mas era tão difícil!

E nisso tudo tem Luke que também está estranho e desaparecido, ele é outro que está me enlouquecendo, eu não entendo o que está acontecendo com esses garotos. E agora tem o Calum que está sendo tão protetor e fofo comigo, é claro que não quero nada com ele além de amizade mas mesmo assim tê-lo por perto me confunde.

Mesmo com todo o cansaço neste dia não poderia me deixar abater, hoje era o melhor dia do ano. Não, não é natal, ou ano novo, é simplesmente Halloween o dia onde Amanda Johnson faz a melhor festa do ano. Não estou falando por falar é só que a mãe dela por ser estilista mega famosa e rica consegue produzir praticamente um filme de terror na casa dela É insano e todos do colégio estão convidados, até os “banidos” de todas as festas podiam entrar, então pode imaginar essa festa é uma loucura.

Depois de muita pesquisa decidi que minha fantasia seria de chapeuzinho vermelho, não qualquer uma não é mesmo? A mais sexy garota da capa vermelha.

Meus cabelos loiros caiam sobre meus ombros em cachos volumosos, mas não era possível vê-los por causa do capuz avermelhado, a cor da capa combinava com o tom de meus lábios, em meus olhos vermelhos decidi apenas realçar com uma sombra prata e delineador tanto em cima como em baixo. Por baixo da capa usava um cropped preto com rendas bordo e para não ficar apenas de lingerie usei um shorts jeans curto e também preto, e é claro meia-calça rendada da mesma cor que o cropped. Nos pés como um ultimo toque sapatos vermelhos com o famoso salto invisível.

Desci do taxi na frente da casa macabra, meu carro estava na oficina o que me obrigava a andar de taxi, daí você me pergunta “ah porque não vai de ônibus?”, EU NUNCA VOU ANDAR DE ÔNIBUS, sou Vênus Smith não ando de ônibus!

Teias de aranha falsas estavam penduradas pela frente inteira da casa, e algumas enfeitavam as paredes com aranhas gigantes grudadas como se estivessem prontas para nos atacar. Todos os arbustos e flores estavam enroladas em luzinhas vermelhas, negras e laranja, é claro que todas florescente. Algumas abóboras e cadáveres sem cérebro estavam jogados pelo jardim.

Fiquei em frente á casa observando, aquilo me causava arrepios o que era até que legal. Ao meu lado senti a presença de alguém o que me perturbou, olhei para o lado encarando Michael Clifford vestido com roupa de época, sangue falso manchava sua camiseta branca, que estava atraentemente um pouco aberta, e nos cantos de seus lábios também escorria um pouco de sangue. Seus cabelos antes azuis estavam em um tom loiro o que me fez sorrir lembrando que quando eu e ele nos conhecemos e nos odiamos, em uma festa dessas, ele também estava com o cabelo loiro.  

                                               TRÊS ANOS ATRÁS

Mordi o lábio com força esbarrando em milhares de pessoas sobre a luz fraca da casa gigantesca, aquela casa era impressionante parecia aquelas que se entra em parques de diversão, a cada canto havia alguém te assustando, fazendo uma cena macabra de filme de terror ou simplesmente aqueles espelhos que distorcem as coisas e pessoas.

Passei as mãos pelo meu vestido branco com apenas algumas rendas azuis escuras o salto azul em meus pés combinava totalmente com a roupa. Estava acostumada com essas festas, Belinda sempre me levava mas aqui em Sidney é diferente. Meu único pensando era “tente fazer amigos”.

Fazia uma semana que estava nesta cidade e colégio diferente, eu estava tentando ao máximo não ser eu, digamos que o meu eu de verdade não consegue ser a rainha do colégio ou coisas assim, antigamente, em Los Angeles eu era invisível mas agora as coisas estão mudando um pouquinho, a convivência com Belinda me ensinou muitíssimo!

A festa estava totalmente lotada, era aquelas festas comemorativas de primeira semana de aula o que não via motivos para comemorar mas não contrariei, a anfitriã da festa era uma tal de Amanda Johnson, a garota mais esnobe que já conheci e olha que eu já conheci muitas patricinhas babacas mas ela se superou ao nem me conhecer e já tratar mal, dando um aviso que ela mandava ali, até parece que eu ia me deixar intimidar e ser humilhada por uma garota assim. Sou Vênus Smith e todos vão respeitar um dia meu nome!

Fui até o bar pedindo uma água digamos que não sou muito de beber, o barman riu da minha cara e encheu meu copo com vodka com energético, acabei bebendo fazer o que.

Ao me virar para ir dançar sinto alguém em colisão com meu corpo e logo depois um líquido gelado escorrendo, olho para meu vestido e ele está totalmente manchado por uma bebida adocicada vermelha.

-Foi mau... -Ergo meus olhos encontrando aquelas íris verdes o que me irrita mais ainda.

-Ah você só pode estar brincando!

-Olha só, a garota do banheiro- O menino disse debochado.

-Cala a boca!-Exclamo relembrando o dia que nos encontramos no colégio-Pensei que você tinha sido atropelado por um trem e eu não precisaria mais te ver.

-Infelizmente eu estou bem, não é mesmo- Deu de ombros.

-Infelizmente- Sorri maldosamente.

-Nunca mais tive o prazer de te encontrar no colégio, o que aconteceu?-O garoto de cabelos loiros me perguntou

-Eu tomei uma poção que me esconde de babacas maníacos como você- Falei o fazendo rir. Peguei minha bebida que o barman acabou de fazer e então comecei a me esquivar entre as pessoas.

-Espera-O menino persistiu segurando meu pulso.

-O que foi?-Bufei

-Eu sou amigo da anfitriã da festa se quiser arrumo uma roupa para você.

-Ah é você arruinou meu vestido, bem lembrado-Fechei a cara para ele que riu, me irritando.

-Não seja tão birrenta, você pode simplesmente me agradecer pela roupa... De outras maneiras- Um sorriso cafajeste apareceu em seu rosto, o que me deixou com mais raiva ainda, ele achava que eu era piranha? Que é só me emprestar uma roupa que eu vou transar com ele? Se ele pensa assim está bem enganado.

Sorri olhando meu copo e segundos depois despejei todo o liquido na cabeça do garoto que em minha frente ficou boquiaberto, todos ao redor pararam para ver a cena, intrigados e também sem acreditar.

-Eu não preciso de nada que venha de você, e eu não sou suas putinhas então cuidado-Digo sorrindo para o menino loiro que continuava paralisado- Ah alias meu nome é Vênus, Vênus Smith!

Viro-me para ir embora com um ar glorioso de vencedora, me sentia poderosa! Mas antes de ir ainda consegui ouvir o grito do garoto de cabelos bagunçados “Você vai se arrepender de ter mexido com Michael Clifford”. Eu naquele momento ri mas deveria ter escutado, porque depois daquilo uma guerra se prolongou.

DIAS ATUAIS!

Continuo a encarar Michael com a mente longe dos dias atuais, ele no entanto também me observa, intrigado, passeando os olhos por meu corpo coberto pela capa, seus olhos verdes são tão profundos que me faz parecer nua. Ao perceber meu desconforto Michael ri virando o rosto e voltando o olhar para frente.

-Boa noite mademoiselle- Clifford se curva me surpreendendo, com delicadeza segura minha mão a beijando, estou estupefata pelos seus atos, petrificada sem reagir.

-Do que está fantasiado?-Questionei o fazendo sorrir.

-Não é obvio pelo sotaque? Klaus Mikaelson-Ele responde pomposo, solto uma risada escandalosa que não se faz necessidade e o rodeio gravando cada parte da fantasia.

-Arrogante, frio, calculista, egocêntrico- Seu sorriso vai desaparecendo enquanto o meu aumenta, em pensamentos digo “irritantemente bonito”, mas não deixo isso em evidência, que bom que ele não é realmente o Klaus porque poderia me hipnotizar e saber o que realmente sinto em relação a ele- Oh e solitário, escolheu bem a fantasia, isso é um clássico Michael Clifford.

Com desprezo no olhar o deixo parado sozinho em frente a casa, talvez fosse um pouco cruel com ele sabendo que me salvou de Damien mas ele não merece piedade, Michael assim como Klaus é cruel e irá acabar sozinho se não mudar. Eu poderia ter agradecido pelo seu ato de herói mas não acho que valha a pena, se ele se preocupasse tanto comigo teria me perguntado como estou, ao invés disso fingiu a semana inteira que não existo, talvez ele só me tirou de Damien por pena, talvez não tivesse o que fazer, ou quem sabe não fez isso para cobrar algo em troca futuramente, vindo de Michael Clifford nada me surpreende, ou talvez, as vezes, tudo me surpreenda, pois a cada dia ele me mostra que eu não sei realmente quem ele é!

Michael Clifford P.O.V

Continuei parado em frente á casa ouvindo as músicas altas, não tinha vontade mais de entrar lá. Como que eu conquistaria essa garota? Sua frieza me congelava mais do que esse vento que passava por mim.

Percebi a presença de alguém ao meu lado mas não me importei até ouvir aquela voz irritante de Calum Hood.

-Depois de um tempo você se acostuma com a frieza dela.-O garoto disse evidentemente ele ouviu a nossa conversa.

-Não me compare a você Hood-Digo com repugnância no olhar- Não sei como  Amanda deixa gente da sua laia entrar aqui.

-Da minha laia?-Calum fecha os punhos mas em segundos relaxa e ri-Vênus não tem nenhum problema com gente da minha “laia”.

O moreno provoca fazendo aspas com os dedos, eu queria arrancar aquele sorriso de deboche mas não queria estragar minha noite. Seu tom irônico me deixa a cada segundos mais irritado, ele quer mesmo levar umas porradas?!

-Se você a magoar novamente eu juro que irá se arrepender!

-E o que fará?-Ele pergunta se aproximando desafiador.

-Apenas cuidado, Hood- Essas são minhas ultimas palavras antes de começar a caminhar pelo caminho até a entrada da casa de Amanda.

Vênus Smith P.O.V

Por onde passo tem pessoas assustando a todos, se escondendo em pequenos lugares e do nada aparecendo, era parte da festa de horrores. Teias de arranha caiam do teto e luzes vermelhas brilhavam acima, iluminando as paredes com frases horripilantes que pareciam terem sido escritas com sangue. Onde geralmente fica o piano estava um caixão, não queria nem abri-lo. Pelo que eu soube tinha quartos espelhados que “refletiam” monstros. Estas são as festas de Amanda, cheia de surpresas.

Parei na mesa de aperitivos e fiquei apreciando aqueles doces maravilhosos, um barman me trouxe uma bebida colorida em um copo esquisito, não perguntei que bebida era só virei o copo já esperando a ardência.

Minha mente rodava, não pela bebida mas pela simples conversa que tive com Michael. Ela não durou nem 5 minutos mas só de ficar na presença dele já me sentia abalada, pensava que tinha superado tais sentimentos mas pelo jeito não.

-O que uma linda jovem faz sozinha?-Com seu sorriso sedutor Michael Clifford me encara.

-Eu não quero brigar Clifford-Solto um suspiro, a minha semana foi uma loucura.

-Eu também não- Ele diz sincero olhando para os próprios pés.

-Então o que quer?-Pergunto e ele sorri para o chão.

-Me concede uma dança?-Diz estendendo a mão para mim, fico alguns minutos o encarando apenas pensando no que deveria fazer mas como um imã minha mão foi atraída para ele e lá estávamos dançando com o corpo próximo um do outro, apoiava meu rosto em seu peito, ele é muito mais alto que eu e só agora percebi.

No ritmo de “Purpose” ele me rodopiava pelo local, todos os casais ali dançavam em plena sincronia e era tão belo. Fechei por alguns segundos meus olhos só sentindo a música, respirando seu perfume me segurando nisso, neste momento, nessa música. E seu toque passava algo eletrizante pelo meu corpo, como se tivesse levado um choque.

-É tão irônico que seus lábios dizem para me afastar mas quando eu te toco seu corpo se entrega a mim-Michael sussurra em meu ouvido me deixando arrepiada.

-Você é...um babaca nojento sabia?-Digo sem me alterar, ele tinha razão mas nunca poderia admitir aquilo.

-Tem certeza disso?-Ele se afasta um pouco para me encarar, engulo em seco e balanço a cabeça, seus olhos me hipnotizam.

-Te... Tenho-Afirmo gaguejando, malditos olhos verdes.

-Quando você gagueja não é o que parece...

-E o que parece?

-Que você é fraca-Diz desafiador.

-Não sou fraca!-Protesto

-Então prove-Eu não sabia o que estava fazendo, em um minuto de loucura grudei nossos lábios, e sentir seu gosto novamente era devastador, era vibrante poder explorar cada canto da sua boca. Parecia como se fogos de artifícios explodissem dentro de mim.

Uma de suas mãos pressionava minha cintura contra seu corpo enquanto a outra puxava meus cabelos perfeitamente ordenados antes cobertos pela capa, as minhas se enrolavam em sua nuca me fazendo ficar nas pontas dos pés, mesmo de salto. Em meio ao beijo ele mordiscou meu lábio me fazendo sorrir mas então eu percebi o que fazia. Me entregava mais uma vez a ele, me deixava enganar novamente, e assim ele ganharia mais uma vez esse jogo. Com todas as forças que tenho o empurrei para longe, o encarei, ele não entendia nada, e então como uma boa covarde corri empurrando todos em meu caminho.

Parei apenas ao chegar no jardim, estava difícil respirar, o ar ali estava gelado mas não impedia todas aquelas pessoas de ficarem na piscina. Sentei em uma cadeira vazia e puxei meus cabelos. O que tinha acabado de fazer?! Realmente eu sou fraca!

Meu celular apita e imagino que seja a querida Gossip Girl falando do meu beijo com Michael mas me surpreendo em ver como remetente “Anônimo”, solto um suspiro, e lá vamos nós outra vez, abro a mensagem que a semanas não recebia.

“Você me parece tão inocente com esta sua capa vermelha. Oh, chapeuzinho vermelho eu sou o lobo mau e estou aqui pronto para atacar. Irei cortar dedo por dedo me deliciando com seus gritos e depois arrancar sua língua e como o grande final seus olhos, oh seus lindos olhos, serão substituídos por buracos negros.

Você é um monstro assim como eu pequena V.

Sentiu minha falta? Não precisava amorzinho, eu estou de volta e cheia de surpresas para você...

Aproveite sua noite Smith!”