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História Nothing Really Matters, Anyway The Wind Blows - (Scorose) - A Dor Precisa Ser Sentida


Escrita por: SrtaSchreave17

Notas do Autor


Heey gente. Desculpe pelo drama de ontem ( mas eu adoro um drama mesmo haha) e estamos aqui... mais um capítulo. Visão da Rose agora, ok? Boa Leitura!

Capítulo 16 - A Dor Precisa Ser Sentida


Fanfic / Fanfiction Nothing Really Matters, Anyway The Wind Blows - (Scorose) - A Dor Precisa Ser Sentida

Pov’s Rose

Rose abriu os olhos lentamente. Eles ainda ardiam depois de ter chorado por horas sem parar. A luz do sol entrava pelas janelas do dormitório da Grifinório e refletiam nos lençóis vermelho que a cobriam.

Sua mente não se demorou muito pelo quarto e logo seus pensamentos se voltaram para os acontecimentos daquela manhã de setembro.

Ela sentiu uma dorzinha no peito que a acompanhava desde o momento em que Scorpius lhe dissera aquelas palavras tão duras.

Ele não parou de repetir que não poderiam ficar juntos enquanto conversavam. Parecia perturbado depois de ter visto aquelas lembranças, e ela não o culpava. A própria Rose ainda estava mal depois ter feito um mergulho no passado e observado a crueldade dos Malfoy. Crueldade tal que ela não conseguia ver uma gota em Scorpius. E também não conseguia acreditar que aquele garoto doce e gentil por quem ela havia se aproximado na última semana pudesse descender de gente como aquela.

Porém, ficar longe de Scorpius doía tanto quanto ver sua mãe sendo torturada.

Ela ficou com raiva dele na hora e o achou estúpido por dizer que era parecido com o pai. Sua vontade era de xingá-lo naquele momento por estar desistindo de tudo que havia prometido a ela. Mas tudo que ela conseguiu fazer foi chorar.

Depois que ele foi embora ela sequer conseguiu sair do lugar. Então Alvo chegou e perguntou o que havia acontecido. Ela não conseguia formar uma sílaba sem desabar em lágrimas. Felizmente o primo a conhecia muito bem e não tentou fazer mais nenhuma pergunta. Apenas sentou-se ao seu lado e permitiu que ela chorasse em seu colo. Ela chorou e soluçou até não poder mais. Achava até que estava um pouco desidratada.

Seus pais tentaram falar com ela, mas ela pediu que eles fossem embora. Principalmente o pai. Ela estava com raiva dele pelas idiotices e estupidez que ele havia demonstrado naquela manhã. Hermione também não estava nada feliz com as atitudes do marido e saiu dando bronca nele enquanto iam embora.

Ela não se lembrava de muita coisa depois daquilo. E agora estava ali. Na sua cama confortável e quente na torre da Grifinória.

Ela virou-se para o lado olhando para a escrivaninha onde a rosa branca envolta na redoma repousava e a luz do sol refletia em seu vidro, tornando-a mais bonita ainda. O rosto de Scorpius invadiu sua mente mais uma vez e ela lutou para não derramar mais lágrimas.

- Rose? – ouviu alguém chamar baixinho.

Ela virou-se para encara o rosto pálido de Dominique.

- Você está se sentindo melhor? Esteve com febre.

- Febre? – ela pigarreou pois sua voz soou roca. – Eu não me lembro.

- Pois, é. Você ficou muito mal.

- Mas eu estou bem agora, Domi. Obrigada.

Mentira. Ela não estava nada bem. Sentia-se como um viciado em fase de abstinência de drogas. E a sua droga, ela podia dizer, era Scorpius Malfoy.

Quando ele lhe deu aquele beijo, enquanto chorava, ela sentiu como se aquilo fosse uma despedida. E Rose pareceu morrer um porquinho por dentro. Como se ele tivesse arrancado um pedaço do seu coração e levado com ele, para nunca mais voltar.

Pensamentos como esse invadiam a mente da garota a toda instante. Tudo que ela queria era ficar sozinha. Quer dizer, ficar com Scorpius. As lágrimas voltaram a brotar e ela se virou para que a prima não a visse chorar.

Ela ouviu passos e Dominique se aproximou.

- Rose... – ela murmurou colocando a mão em seu ombro.

- Pode me deixar sozinha? – ela pediu.

- Prima, se você quiser conversar... Nós podemos falar sobre isso. Me conte o que aconteceu.

Rose balançou a cabeça em negação. Não estava pronta para tocar naquele assunto ainda.

- Olha, todo mundo está preocupado com você. – ela insistiu. - Fred e Rox estão segurando o Hugo lá em baixo porque ele quer subir a todo custo.

- Eu quero ficar sozinha. – ela disse baixo.

- Tem certeza?

- Só me deixa sozinha. Por favor. – ela chorou.

- Olha, os amigos podem ajudar nessas horas...

- Dominique, me deixe sozinha! Vocês não podem me ajudar agora. Só tem uma pessoa que pode fazer isso e ela... ela... - sua voz foi morrendo aos poucos.

Rose voltou a enterrar a cabeça no travesseiro e chorou mais. Ela sentiu Dominique se afastar da cama e poucos segundos depois a porta do quarto se fechou.

- Que droga Scorpius! – ela disse olhando para a rosa branca, como se ela pudesse lhe responder. – Você disse que me ama, mas por que me deixou?

Ela enterrou o rosto no travesseiro novamente e sentiu o tecido ficar úmido pouco a pouco. Uma dor de cabeça horrível começava a invadi-la e só crescia a medida que ela chorava. Mas ela não conseguia parar. Doía demais, física e emocionalmente. Não havia remédio, poção, ou feitiço que fizesse com que aquela maldita dor passasse. Apenas uma coisa serviria como antídoto para toda aquela dor e pensar nela também fazia doer.

As horas se arrastaram até que ela conseguisse pegar no sono. Mas quando conseguiu dormir nada a acordou. Nem viu quando as meninas chegaram ao dormitório a noite para se deitar. Despertou apenas depois de ter tido um pesadelo horrível.

No pesadelo ela corria por uma floresta escura, parecida com a que ela e acampou com os primos no verão. Alguém a perseguia, mas ela não conseguia ver quem era. Então apenas corria gritando por ajuda. Gritava o nome de Scorpius como se ele estivesse em algum lugar por ali, mas ele nunca parecia. Ela podia apenas ouvir sua voz, mas ela soava distante como se nunca fosse possível alcançá-lo. Por fim Rose tropeçava em um galho grosso no meio de uma clareira e Scorpius aparecia dizendo:

- Desculpe Rose, não posso fazer isso. – então ele desaparecia.

A pessoa que a perseguia tomava seu lugar e apontava a varinha paro o rosto dela. A última coisa que ela se lembrava era de ter visto foi uma luz branca. E então ela acordou. Sentou-se respirando pesadamente e com o rosto pingando de suor.

Ela levantou-se com as pernas trêmulas e foi até o banheiro. Quando acendeu a luz e virou-se para mirar o próprio reflexo no espelho e levou um susto com sua aparência. Sua pele estava pálida e seus lábios também, os olhos estavam fundos e com manchas escuras. Ela estava abatida e aparentava até ter emagrecido.

Ela molhou o rosto para despertar e depois disso não conseguiu mais dormir. Apenas sentou-se em sua cama com a rosa na mão olhando para a lua que enchia o quarto com uma luz prateada. E ali ficou até amanhecer.

***

Rose se arrumou antes das meninas acordarem. Tomou banho e prendeu o cabelo em um rabo de cavalo. Pegou sua mochila com o livro e desceu as escadas em direção ao Salão Comunal, que estava quase vazio, exceto por uma pessoa.

- Sabia que iria acordar cedo. – Hugo disse se levantando de uma poltrona num salto que fez com que Godofredo, antes dormindo em seu colo, caísse para o chão no susto. Hugo a olhou preocupado – Você está bem? – perguntou.

- É... acho que sim. – ela disse baixo.

- Não está nada. Está horrível.

Rose revirou os olhos. Ignorando-o, se dirigiu ao buraco do retrato.

- Ei, eu também vou. – Hugo tratou de pegar a própria mochila e a seguir. – Mamãe disse para ficar de olho em você. – disse enquanto caminhavam.

- Não precisa. Eu estou bem.

- Aham, estou vendo. – ele colocou a mão no ombro dela.

- Meu rosto está tão ruim assim?

- Humm... parece que um Hipogrifo passou por cima de você. – ele riu. Mas ao ver a expressão da irmão parou imediatamente. – Desculpe. – murmurou.

- Hugo, me deixa em paz, ok? – ela disse quando chegaram a porta do Salão Principal. Ela já sabia que estava péssima, não precisava de ninguém para ficar lembrando.

- Não posso. Tenho que cuidar de você. – disse enquanto se dirigiam a mesa da Grifinória. Umas poucas pessoas já estavam por ali e Rose teve que resistir ao impulso de olhar para o outro lado do salão, onde ficava a mesa da Sonserina.

- Não tem que fazer isso só porque a mamãe mandou.

- Na verdade foi o papai...

- Pior ainda.

- Mas eu não estou fazendo só porque ele mandou. Eu realmente estou preocupado com você. – Hugo franziu a testa e a fitou com uma expressão de verdadeira preocupação.

- Eu vou ficar bem. – ela disse baixo. – Vou tentar ficar.

Eles chegaram até a mesa da Grifinória e sentaram-se. Rose não estava com muita fome (embora não houvesse comido nada no dia anterior) mas Hugo insistiu que ela comesse.

- Se não comer, vai passar mal. – ele disse. – Por favor. – ele esticou uma mação para ela.

- Que está acontecendo com você?

- Já disse. Só estou preocupado.

Ela revirou os olhos e pegou a maçã da mão dele. Hugo sorriu satisfeito. Rose mordeu a maçã e só então percebeu o quanto estava com fome.

Uma pequena agitação começou nas mesas do salão, e alguns estudantes esticavam o pescoço para o outro lado do salão e cochichavam, inclusive Hugo. Mas este virou-se rapidamente e fingiu estar muito interessado em seus ovos com bacon.

- O que todo mundo está olhando? – ela perguntou.

- Ahn nada.  – ele disse. – Não se preocupe. Não vale a pena olhar.

Tarde demais. Ela já tinha se virado. E o motivo estava bem ali, na mesa da Sonserina, sentado entre Alvo Potter e Alexis Brackenridge. E o porquê de todos estarem olhando para ele, era sua aparência.

Se Rose achava que estava péssima, se enganara. Scorpius estava horrível. Passara de pálido a um tom de amarelo meio esverdeado. Os olhos pareciam apagados e desfocados, rodeados por enormes bolsas roxas, como se ele tivesse levado uma surra. Seu rosto estava mais magro do que antes, deixando-o com um aspecto envelhecido. E os cabelos estavam com uma aparência ressecada. Ele olhava em direção as janelas como se procurasse no céu algum motivo para continuar de pé.

Era muito estranho. Parecia um daqueles filmes de zumbi dos trouxas. Era como se algo tivesse sugando toda sua força vital. Ela ficou muito preocupada com ele. Queria correr, abraçá-lo, dizer que o amava e cuidar dele.

- O que... o que aconteceu com ele? – Rose perguntou.

- Eu não sei. – Hugo disse balançando a cabeça. – Mas se eu fosse apostar, diria que ele está mal pelo mesmo motivo que você.

A maçã que Rose mastigava de repente pareceu pesar uma tonelada em sua boca. Ela perdeu totalmente o apetite e largou a fruta em cima da mesa.

Pelo menos ela não era única que estava sofrendo.

Ela não falou mais nada durante o resto do café e também não teve vontade alguma de comer nada. Algumas pessoas lhe perguntavam se ela estava se sentindo bem quando passavam por ela na mesa. Rose limitava-se apenas a sorrir e assentir levemente com a cabeça. Hugo as vezes respondia por ela se a pessoa insistisse. 

- Ela só não está se sentindo muito bem. Achamos que é uma gripe. – ele dizia.

Então a pessoa ia embora desejando melhoras.

- Acho que já vou pra aula. Tenho transfiguração agora. – ela disse ao irmão.

- Quer que eu te leve? – ele perguntou.

- Não precisa maninho. Obrigada.

- Tudo bem. – ele colocou a mão em seu ombro. – Qualquer coisa é só dizer, ok?

Ela assentiu e Hugo a abraçou. Uma qualidade que ele herdara de Hermione: Conseguir fazer com que ela se sentisse bem, mesmo que fosse por alguns instantes,  e com um simples abraço.

Depois de se despedir do irmão ala se dirigiu a saída do Salão Principal andando rapidamente para não ter que olhar, topar, esbarrar ou fazer qualquer outra coisa que significasse contato com Scorpius. Porque se pensar nele já doía, imagine olhar para ele. Mas ela sabia que uma hora ou outra aquilo iria ocorrer, principalmente nas aulas, em que quase todas eram juntas.

- Ei, Rose! – ela ouviu a voz familiar de Sophie chamando-a – Espere!

Rose parou e deu um sorriso fraco para a amiga. Sophie a alcançou já abrindo os braços e a puxando para perto.

- Como você está? – ela perguntou.

- Indo. – Rose disse.

- O Alvo me contou o que houve. Não fique brava com ele. – ela acrescentou rapidamente.

- Sem problemas. Você é minha amiga, não é?

- Claro que sim. – ela a abraçou mais uma vez.

- Transfiguração?

- Sim.

- Vamos juntas.

Ela segurou o braço de Rose e acompanhou a amiga na caminhada.

- Eu fiquei tão preocupada com você. – ela disse com um suspiro. – Seu irmão disse que você estava com febre ontem e eu nem consegui te ver, porque você estava na Torre da Grifinória.

- É, eu não estava bem. Você sabe por que, né? O Alvo te contou.

- É. – ela olhou preocupada para a amiga. – Eu sei, Rose. Sinto muito.

- Ele achou que fosse melhor assim. – ela sentiu os olhos começarem a arder novamente e até se surpreendeu com a quantidade de lágrimas que conseguira derramar nas ultimas 24 horas. Se fosse uma fênix já teria curado todos os casos de Varíola de Dragão na Grã-Bretanha.

Ela esfregou os olhos tentando afastar a possibilidade de mais choro.

- Está sendo difícil, né? – Sophie passou o braço por suas costas deixando que ela colocasse a cabeça em seu ombro.

- Eu sabia que não ia ser fácil. Mas também não sabia que seria tão difícil. – ela desabafou sem conseguir segurar algumas lágrimas.

- Não tem nenhuma possibilidade de vocês voltarem?

- Por mim, todas. Por ele, eu não sei. Ele parece estar... perturbado. Não sei bem.

- Mas por que?

- Eu não quero falar sobre isso. Mas entendo a preocupação dele, embora eu ache que se afastar de mim seja uma solução radical demais e nada eficaz.

- Ele ainda te ama Rose.

- Eu sei. – ela sussurrou.

Elas se aproximavam do Pátio de transfiguração, onde alguns alunos estavam sentados na grama aproveitando o sol da manhã.

- Vamos sentar ali. – Sophie indicou um lugar vazio em um banco. – Só enquanto a aula não começa.

Rose assentiu.

Antes que pudessem de fato chegar a área do gramado do pátio tiveram o caminho bloqueado por Kiera Le Vill.

Ótimo. Rose pensou. Meu dia não poderia começar melhor.

- Rose querida! - ela disse inclinando a cabeça levemente para o lado – Nossa! O que aconteceu com o seu rosto? Está péssima.

- Deixa ela em paz Kiera? – Sophie defendeu.

- Ah Sophie, eu só ia oferecer um pouco de maquiagem para dar uma corsinha a esse rosto.

- Ela está muito bem, obrigada. Vamos Rose! – Sophie a puxou em direção ao pátio, mas Kiera não desistiu.

- Tem certeza? Por que ela não parece nada bem. E pelo que vejo não consegue sequer se defender sozinha.

Rose estava começando a pensar numa resposta para dar, mas Sophie foi  mais rápida.

- Você não tem o que fazer? – Sophie disse.

- Ah Sophie, não seja estraga prazeres. Só estou tentando conversar com a Rosinha. Mas parece que hoje ela não está muito bem, não é mesmo? Será que é uma virose? O Scorpius também está péssimo. Eu fui vê-lo hoje pela manhã e está com uma aparência tão horrível quanto a sua, Rose. Sabe o que eu acho que vocês tem? – ela fuzilou Rose com o olhar e disse lentamente: - Dor de cotovelo. E sabe como se cura isso? – ela se aproximou do ouvido de Rose e disse:  – Substituição. Pro Scorpius acho que tem jeito, ele é tão gato e eu conheço uma pessoa perfeita para ele. Já você, – ela olhou Rose de cima a baixo. A garota já conseguia sentir as lágrimas começarem a romper. – bem, digamos apenas que não é muito atraente não é mesmo? – ela gargalhou.

Rose não aguentou, empurrou Kiera para um lado e saiu correndo pelo corredor. As lágrimas brotavam uma trás da outra como uma corrente. Ela sentia uma linha se formar pelo seu rosto. Correu sem direção, e quando se deu conta já estava no segundo andar. Entrou na primeira porta que viu, no banheiro que estava sempre interditado, porque a Murta costumava inundá-lo.

Ela abriu a porta e correu para a frente do espelho observando o próprio reflexo enquanto soluçava. Ela apoiou as mãos na pia numa tentativa de tentar permanecer de pé, mas seus ombros sacudiam violentamente a medida que ela chorava.

Ela sentou-se no chão frio do banheiro  e abraçou os joelhos. As lágrimas escorriam até a ponta de seu nariz e caiam em seu colo. Ela não tentou evitá-las só queria chorar mais e mais, como se sua vida dependesse disso.

E não era apenas pelo que Kiera tinha dito, porque em parte, Rose sabia que ela tinha razão. Scorpius era inteligente, bonito, bem relacionado e poderia arrumar alguém facilmente. E ela... bem, ela era só a Rose. Rose Weasley. Era o que ela era. Mais nada. O único momento em que se sentira especial por alguma coisa foi quando estava com Scorpius e era porque ele sabia o que fazer para que ela se sentisse especial. Mas agora ela o perdera... ele se fora levando uma parte dela consigo. Ela nunca conseguiria se recompor totalmente.

Houve um barulho um tanto abafado pelos soluços de Rose e alguém entrou.

- Ai, a Murta está se lamentando por aqui de novo! – uma voz de garota que ela reconheceu ser Alexis Brackenridge disse irritada. – Pensei que ela estava assombrando o banheiro dos monitores lá em cima... – ela parou ao ver Rose ali no chão. – Weasley? É você? Pensei que fosse a Murta.

Rose não conseguiu responder porque os soluços ainda não haviam parado e as lágrimas ainda rolavam.

- O que houve? Por que está assim? – ela a olhou preocupada. Seus olhos verdes brilhavam mesmo em meio ao ambiente mal iluminado. Ela se dirigiu a pia e começou a lavar as mãos.

- N-nada. – ela gaguejou.

- Como nada? Você está péssima, sem ofensa. Te azararam de novo?

Antes fosse. Rose pensou consigo.

Alexis sentou a frente dela com as pernas cruzadas e a observou. Seus cabelos negros estavam jogados de lado por cima do ombro.

- Já sei. – ela disse enquanto mexia no bolso da mochila. – Está chorando porque cancelaram a aula de Transfiguração e você, como boa aluna, não gostou.

- O-olha... se-se for para me zoar... não precisa perder seu tempo. Meu dia já está o ruim o bastante...

- Não! Por favor! Desculpe. Mas eu realmente achei que fosse isso. Toma. – ela esticou a mão para Rose segurando o lenço. – Pode pegar. – ela disse diante do olhar suspeito da menina. – Sou da Sonserina, mas não sou nenhum Kennedy McCloskey da vida.

- Obrigada. – Rose disse aceitando o lenço.

Rose limpou as lágrimas e aos poucos foi se acalmando.

- Melhor? – Alexis perguntou.

Ela assentiu.

- Deixe-me adivinhar porque estava chorando: Kiera?

- Você viu o que aconteceu?

- Não, mas estão comentando. E eu realmente estou me surpreendendo com a rapidez com que as notícias estão se espalhando por esse castelo ultimamente. – ela revirou os olhos. Depois voltou a observar Rose. – É isso então? Kiera?

- Entre outras coisas. – ela fungou.

- E essas outras coisas tem a ver com o Scorpius e o fato de vocês dois estarem andando por aí feito zumbis?

- O que ele te falou?

- Nada. Não diretamente pelo menos. É só que ontem a tarde ele queimou em febre, e eu e o Alvo tivemos que cuidar dele. E o Scorpius não parou de falar o seu nome enquanto estava delirando. Daí ele ficou mal, e você ficou mal, e você está aqui agora chorando, e ele acabou de vomitar num corredor lá em cima... Bem, não foi difícil de concluir.

- Ele está bem? – Rose perguntou preocupada.

- Não. Ele está um lixo. – ela sorriu. – E a minha intuição diz que você e o Scorpius são a razão dos dois estarem desse jeito. Já que, pelo que eu pude ver, vocês não estão se falando.

- É mais ou menos isso. – ela disse.

- Vocês tinham um lance, né?

- Mais ou menos. É complicado. Eu... eu não quero falar sobre isso, ok?

-  Aham. Entendo. – ela se levantou e sacudiu as vestes. – E então?

- Então o que?

- Vai ficar aí?

- Eu não sei. Não estou muito bem.

- Olha, se a Murta aparecer por aqui, vai ficar te fazer ficar pior do que já está. Ele vai querer sentar e chorar ao seu lado.

- Ah, Merlin. Isso seria horrível. – ela disse se levantando horrorizada com o pensamento.

Alexis sorriu para ela.

- Obrigada. – Rose disse. – Por... tudo. – sorriu timidamente.

- De nada. – ela piscou com um sorriso amigável e colocou a mão no ombro de Rose. – Olha, eu sei que é complicado, mas... vê se faz as pazes com Scorpius logo. Vocês dois não conseguem mais ficar longe um do outro. Está obvio. Só o rosto de vocês já diz tudo. E além do mais, eu não quero ter de ficar de babá dele de novo. É muito cansativo. – ela fechou os olhos.  – Então, por favor, parem com essa briga de vocês, seja lá porque for. Antes que um de vocês morra.

Rose não soube o que dizer. Ela apenas assentiu e saiu do banheiro, Alexis ainda estava com a mão em seu ombro.

***

Quando voltaram ao pátio de Transfiguração alguns estudantes do sexto ano ainda estavam por ali. Felizmente Kiera não era uma desses. Mas Sophie também não estava ali, o que a deixou preocupada.

- Gente, vocês perderam! – um Alvo muito agitado entrou na frente delas. – A Sophie deu um tapa na Kiera!

- Sério? Não brinca! – Alexis sorriu largamente.

- Eu nunca falei tão serio! Foi tão incrível. Vocês meninas brigam melhor que nós!

- Bem feito pra Kiera, já estava na hora!

- Mas a Sophie está bem? – Rose perguntou preocupada.

- Está sim. O professor Longbotton levou as duas pra sala dele, para conversar. – ele explicou.

- Gente, tenho que ouvir essa história! – Alexis olhou interessada para um grupo de garotas no meio do pártio. – A Ella é a maior fofoqueira, com certeza sabe do babado. – disse pensativa. E de repente saiu andando. – Ei, Ella!

E logo ela estava no meio da rodinha fazendo caras e bocas.

- Você está bem? – Alvo perguntou passando um braço por suas costas e a conduzindo para longe da confusão.

- Mais ou menos.

- É, não está fácil pra ninguém. O que estava fazendo com a Lex?

- Ela me achou chorando no banheiro como uma idiota. – ela sorriu.

- Você não é idiota, Rose. Não diz isso.

- Como está o... – ela não conseguia pronunciar o nome dele. – Você sabe.

- Mal. Muito mal. – Alvo suspirou. – O deixei na Ala Hospitalar ainda agora. Eu realmente estou preocupado. Com vocês dois na verdade. – ele parou olhando por uma janela no corredor. Então virou-se para Rose. – Ele está um lixo Rose. E você não está muito melhor. A Domi me contou que você passou a noite chorando ontem.

Ela não disse nada.

- Olha, de você eu não sei. Mas estou com medo do Scor fazer alguma besteira. – Ele disse preocupado. Alvo suspirou profundamente como se estivesse com um grande peso nos ombros. – Ele ficou estranho. Fica olhando para o céu a todo tempo e começa a chorar de uma hora pra outra.

- Que tipo de besteira? – ela perguntou mesmo com medo da resposta.

- Sei lá... Pode ser estupidez minha pensar nisso. Mas eu realmente estou com medo. Nunca o vi assim antes e... Ele não está normal. E eu quero que me prometa que também não vai fazer nenhuma besteira.

- O que acha? Que vou me matar por causa dele? – ela riu sarcástica. Então caminhou até a janela mirando o horizonte. – Ele mesmo já me fez morrer um porquinho por dentro ontem, Al.

- Rose... – Alvo tocou seu ombro.

Os olhos dela voltaram a ficar marejados.

- Droga Alvo! Não consigo mais ficar um minuto longe dele. –ela chorou. Alvo a abraçou e ela enterrou o rosto no peito dele encharcando seu suéter. – Por que ele está sendo tão idiota dizendo que eu tenho que me afastar dele?

- Ele só quer te proteger.

- De que? Dele mesmo? Porque desse jeito a única coisa que ele está conseguindo fazer é mal a mim e a ele próprio.

- Ele ficou perturbado por conta da lembrança. Mamãe ficou furiosa com o seu pai por ter nos mostrado aquilo. Acho que ele ficou muito mal mesmo. Eu também fiquei.

- Mas ele não tinha o direito de fazer isso comigo. De fazer isso conosco, entende? – Rose o olhou com os olhos suplicantes, como se Alvo pudesse resolver os seus problemas, mas na verdade ela só queria desabafar. – Puxa, ele me fez um monte de promessas, disse que ficaríamos juntos não importa o que acontecesse, e quando me dispensou disse que ainda me amava. Mas se amava, por que me deixou Al?

Ela chorou mais ainda.

- Eu não sei, Rose. Não sei... Essa coisa de amor é complicada. Acho que ele só estava querendo, como eu disse, te proteger. Acho que ele mesmo está com muito medo e com raiva do pai dele.

- Mas eu poderia ter ficado do lado dele. Eu sempre estive quando ele precisou. E agora não seria diferente. E ainda por cima o idiota do meu pai colocou merda na cabeça dele! – ela disse furiosa.

- É, o tio Rony pisou na bola.

Eles ficaram em silêncio por alguns minutos, mas Alvo não a soltou. Ele apenas encostou o queixo em seus cabelos e ficou em silêncio acariciando suas costas.

- Al? – ela o chamou.

- Humm?

- Acha que se eu fosse a Ala Hospitalar para vê-lo, ele ia querer?

- Eu não sei. Você quer descobrir?

Ela se afastou dele e olhou em seus olhos.

- Você vai comigo? – ela pediu.

- Sempre parceira. – ele colocou a mão em seu ombro e sorriu. Juntos começaram a caminhar.


Notas Finais


Own. Esses primos... quem dera eu tivesse um Al na minha vida... ( chega de devaneios autora) Ok, ok!
O Scorpius tá sofrendo pra caramba, resultado de muitas playlists no Spotifi , e eu to bolando o jeito de aproximá-los de uma maneira bem legal e que vocês não me xinguem.
Por hora é drama, e é o que temos.
Espero que tenham gostado e beijinhos!
Mal feito, feito.


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