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História Nothing Really Matters, Anyway The Wind Blows - (Scorose) - Mas Não É Tão Fácil Assim


Escrita por: SrtaSchreave17

Notas do Autor


Heey everybody! Dessa vez não demorou! Isso porque tretas chegam rápido! Enfim... vamos ao que interessa e, peço mais uma vez, sejam compreensivos com a nossa ruivinha (sim, eu faço as maldades e depois peço que vocês compreendam kk). Ela ainda tá muito confusa e não tá sabendo lidar.
Sei que tá todo mundo com peninha (e eu também estou, acreditem), mas garanto que daqui a pouco tudo vai se resolver!

A citação no inicio explica o título. E a música como um todo também. Kodaline me ajudando bastante nesse momento. (High Hopes, dessa vez. OUÇAM!) A Rose está tentando lutar, mas não é tão facil assim, e mesmo não sendo fácil algumas esperanças ainda se acendem e esses serumaninhos lindos que ela tem por perto ajudam nisso. Acho que deu pra explicar o titulo e o que vem por aí... Então...

Boa Leitura!

Capítulo 51 - Mas Não É Tão Fácil Assim


Eu lembro disso agora, isso me leva de volta para quando tudo começou,
mas eu só tenho a mim mesmo para culpar, e eu aceito isso agora
É hora de se libertar, sair e começar de novo,
Mas não é tão fácil assim

Mas eu tenho grandes esperanças
elas me levam de volta para quando nós começamos

- High Hopes, Kodaline

 

- Está pronta? – vi o reflexo do rosto da minha mãe pelo espelho.

- Não sei. – fiz uma careta ao observar o meu próprio reflexo. – Estou me sentindo como se fosse para a escola pela primeira vez.

- Não precisa ficar nervosa, querida. – ela colocou as mãos sobre os meus ombros.

- Mãe, eu não me lembro de nada do que aconteceu desde o inicio do ano letivo e nós já passamos da metade. Como espera que eu não fique nervosa? Estou completamente atrasada! – suspirei nervosa. – E me sinto horrível...

- Rose, não quero que se preocupe com isso. Nós vamos dar um jeito. Olhe para mim. – me virei para ela dentro do espaço apertado do banheiro – Você é inteligente meu amor. E não quero que se culpe por não se lembrar. Nada disso é sua culpa. Por isso quero que faça apenas aquilo que estiver dentro do seu alcance. Ok? Me prometa. – pediu.

- Tudo bem.

- Alvo, Hugo, seus outros primos, Scorpius... Todos vão estar lá com você. Se precisar de algo fale com eles. São todos seus amigos.

Assenti.

- Vamos logo... Já vai ser ruim o suficiente não me lembrar. Não quero chegar atrasada.

Passei por ela ouvindo-a suspirar. No fundo ela também estava preocupada, afinal, a minha carreira acadêmica também era um projeto dela. E embora não houvesse dito, ela com certeza tinha receio de que ela fosse por água abaixo.

***

- Quer pãezinhos?

- Que tal um biscoito?

- Suco de abóbora?

- Gente, eu estou bem. – garanti pelo sétima vez, quando Lily e Hugo começaram a me oferecer uma porção comida de cada prato de café da manhã da mesa da Grifinória. – Sério. Eu estou sem fome.

- Tudo bem, mais se sentir qualquer coisa... – Lily começou.

- ...falo com vocês. – completei a fala dela – Eu sei. Vocês já disseram. Obrigada pela preocupação.

Nesse momento Lysander Scamander se sentou a nossa frente na mesa.

- Rose... Enfim saiu do hospital. Como está? – perguntou educadamente.

- Bem, obrigada por perguntar, Lysander. – sorri agradecida.

- É, verdade que... Não se lembra de nada? – ele me olhou curioso.

- Bem... – eu ia responder que sim, mas Hugo me interrompeu.

- É sim, Lysander. E agora, mais do que nunca, acho melhor ficar longe da minha irmã. Não quero você perto dela.

- Hugo... – o olhei horrorizada pelas palavras ásperas.

- É uma pena que não tenha me ouvido... – ele disse, ignorando as palavras do meu irmão. – Isso é o que dá se envolver com um Malfoy.

- O que você quer dizer com... – ia começar a falar, mas Hugo voltou a me interromper.

- Espera Rose. – ele colocou a mão sobre o meu braço. – Aí – apontou o dedo para ele se levantando – É melhor dar um fora. Estou avisando. Não venhas encher a cabeça da minha irmã com suas bostas.

Lysander apenas revirou os olhos e se levantou sorrindo, em seguida, sem dizer mais nada, se afastou.

- Hugo, dá pra me responder? – falei mais alto dessa vez. – O que ele quis dizer sobre os Malfoy.

- Olha Rose, Lysander não é a melhor pessoa do mundo tá legal. Não confie nele. Esqueça tudo o que você sabe sobre ele, porque a parte verdadeira você esqueceu. Ele foi um grande idiota nos últimos meses e vivia implicando com você e o Scorpius por estarem juntos. Só porque ele é da Sonserina e você da Grifinória... Humpf, como se ele tivesse alguma coisa a ver com isso... Mas o fato é: Não ligue para o que ele diz. Ele só quer ver vocês separados.

- O que houve? – ouvi uma voz em tom preocupado atrás de mim. Scopius se aproximara. – Estava chegando e vi o Lysander falando com vocês...

- Já resolvi. – Hugo lhe lançou um olhar significativo – Tudo bem. Depois precisamos conversar.

Scorpius assentiu.

Percebi que eles estavam falando de algo que eu não sabia e que, aparentemente, não iriam falar na minha frente.

- Tudo bem, Rose? – ele disse colocando a mão sobre o meu ombro.

- Sim. Estou bem.

- Nós temos horário vago agora. E em seguida aula de poções. Se você quiser podemos fazer uma revisão.

- Ah, obrigada Scorpius, seria ótimo.

- Eu só preciso pegar meu caderno no dormitório, saí apressado e acabei esquecendo. Te encontro aqui daqui a pouco, ok?

- Certo. – assenti.

- Eu já volto. – ele sorriu antes de se afastar.

- Se ele já era chato antes, vai ficar mais chato agora... – Hugo mordeu uma salsicha que havia espetado em um garfo.

- O que quer dizer com isso? – olhei para ele confusa.

- Você vai descobrir logo, logo. – ele falou ainda com a boca cheia.

***

Enquanto esperava Scorpius na porta do salão (Lily e Hugo haviam subido para a aula), senti o olhar de muitas pessoas sobre mim. Com certeza todos já sabiam o que havia acontecido, afinal, eu ficara desacordada por cinco dias inteiros. E ficar pensando em toda a matéria que eu tinha que estudar não ajudava muito. Já estava me sentindo desconfortável em ser o centro das atenções, quando ouvi a voz de alguém soar próxima.

- Olá, Rose! Que bom te ver! – Lorcan Scamander sorria para mim, as lentes dos óculos reluzindo e o cabelo brilhante milimetricamente repartido.

- Ah, oi Lorcan. Bom ver você também.

- Que bom que saiu do hospital. Soube o que houve. Espero que melhore logo. – ele sorriu de forma amigável.

- Obrigada. Acho que o mais difícil vai ser lidar com as matérias, já que... eu não me lembro de nada.

- Olha, se você quiser, posso te dar uma ajuda, estava indo para a biblioteca agora mesmo, revisar antídotos para a aula de Poções. Quer ir?

- Ah, claro. – sorri. – Seria ótimo.

- Vamos então. – ele começou a caminhar e eu o acompanhei. – Olha, eu não acho que será tão difícil. Poções você tira de letra, afinal, conseguiu um ótimo resultado nos NOM’S pelo que me contou.

- Realmente, tenho afinidade com poções. – concordei.

Continuamos conversando sobre a matéria e Lorcan foi me dizendo o que havíamos visto na matéria desde então. Fiquei tranquila ao perceber que eu sabia, ainda que superficialmente, o conteúdo. Quando chegamos a biblioteca abrimos nossos exemplares de Estudos Avançados no Preparo de Poções e eu fiquei feliz ao saber que o meu estava repleto de anotações. Assim como meu caderno. Até então não havia parado para analisá-los, e ver que eu já tinha um começo, já era um alivio e tanto.

Lorcan estava começando a me explicar sobre a Terceira Lei de Golpalott, enquanto eu acompanhava minhas próprias anotações, quando ouvimos passos vindo em nossa direção.

- Rose, eu te procurei em todo lugar... – Scorpius sussurrou se aproximando.

- Ah, meu Deus! Desculpe Scorpius... Eu esqueci completamente de você, me perdoe. – levei as mãos ao rosto, envergonhada pelo meu descuido. – Lorcan chegou e se ofereceu para vir até aqui, começamos a conversar e eu acabei esquecendo.

O olhar de Scorpius recaiu sobre Lorcan com, eu percebi, certo ressentimento.

- Certo, eu estou aqui agora. – ele disse arrastando uma cadeira e se sentando conosco à mesa. – Você pode ir agora Lorcan. – seus olhos cinzentos recaíram sobre Lorcan de forma penetrante, como se fossem forçá-lo a se retirar.

- Ah não, ele também se ofereceu para me ajudar a estudar. Podemos fazer isso juntos. – sugeri.

Vi a mandíbula de Scorpius se contrair.

- Tudo bem por mim. – Lorcan disse.

Mas Scorpius ficou em silêncio. Quando voltamos a abrir o livro de poções ele não fez objeções, apenas pegou o próprio livro e nos acompanhou.

- Eu estava explicando a Rose sobre a Terceira Lei de Golpalott. – Lorcan olhou para Scorpius informando-o. - O livro diz que segundo essa lei o antídoto...

 

-... o antídoto para uma mistura venenosa será maior do que a soma dos antídotos para cada um de seus elementos. É. Eu sei. – Scorpius completou dizendo, sem precisar ler, a Terceira Lei de Golpalott. - Então...

- Bem... – Lorcan pigarreou, desconcertado pelo resposta exata dele. – Uma analise de cada elemento deve ser feita, para em seguida buscar o antídoto de cada um.

- Ou um componente adicional – falei após observar minhas anotações – que neutralize de uma forma mais abrangente.

- Não. Aí estaria quebrando a Lei... – Lorcan discordou do meu pensamento.

- Dane-se a lei. – Scorpius franziu a testa. – Assim fica muito mais fácil.

- Mas Golpalott diz que...

- Dane-se ele também. Eu faço do jeito que achar melhor.

- Seu antídoto pode ficar errado.

- Assim como minha poção do morto vivo que nos fez ganhara aquele premio? – ele ergueu as sobrancelhas como se o desafiasse. Mas Lorcan não contestou. Engoliu em seco e voltou à ler suas anotações em silencio. Scorpiu sorriu e se virou para mim. – Você e eu ganhamos Felix Felicis como premio por termos feito a melhor Poção do Morto Vivo logo no primeiro dia aula.

- Que ótimo. – sorri.

- É, você foi genial, Rose. – Lorcan elogiou.

- Obrigada. – sorri para ele. Mas quando me voltei para Scorpius ele tinha uma aparência bem séria.

- Eu já te contei, mas como você não se lembra vale a pena repetir – Lorcan disse. – No verão papai me levou para o Instituto de Pesquisas em Magia de Norfolk para assistirmos a um seminário sobre os usos de sangue de dragão. Foi muito interessante. Você iria adorar.

- Esse instituto é incrível. Já li sobre ele. Disso eu lembro. – sorri.

- Ah claro. Sempre comentávamos que gostaríamos de ir até lá um dia.

- E à Academia de Poções em York. – acrescentei sorrindo.

Lembro-me muito bem de que eu e Lorcan sempre discutíamos nossas opções acadêmicas e os centros de referencia de pesquisa e estudo em que gostaríamos de estudar.

- Eu acho que – Scorpius nos interrompeu, depois de um tempo. – deveríamos ir andando se quisermos chegar no horário na aula do Slughorn.

- Ah, certo. – Falei. Então começamos a recolher os livros para sair da biblioteca.

- Primeiros as damas – Scorpius indicou a porta para que eu passasse primeiro pela saída e veio atrás de mim assim que passei.

- Anh... Acho que eu vou até o corredor do sétimo andar. – Lorcan disse como se lembrasse de algo de repente.

- Tudo bem. – assenti.

- O que será que ele vai fazer especificamente no corredor do sétimo andar? – olhei intrigada para Lorcan que andava de um jeito engraçado.

- Não sei. - Scorpius sorriu observando-o se afastar. – Dever ter se confundido. Vamos indo?

Ele estendeu o braço para mim. Hesitei um instante, mas acabei aceitando.

- Como está se sentindo? – perguntou enquanto caminhávamos.

- Bem... Fiquei mais tranquilo com relação a poções agora que sei qual é a matéria. O Lorcan ajudou bastante.

- É... Ele sabe algumas coisas.

- Você não gosta dele?

- Eu? Imagine? – ele tocou o peito, sentido. Percebi que ele estava sendo irônico, mas como mudou de assunto resolvi não falar mais nada. – As meninas estão com saudade de você. Alexis e Sophie.

- Tem algo que eu devo saber sobre elas? Não éramos muito chegadas até o ano passado. E... você sabe. Eu não me lembro de nada.

- Vejamos... A Sophie é louca por quadribol, então não fale mal do time da Corvinal. Ela ama astrologia e gosta de falar dos signos das pessoas. Ela e o Al discutem de vez em quando, mas é normal, no fim do dia eles estão se beijando de novo. E a Alexis, bem, não dê bebidas pra ela. Fica bêbada muito rápido. E não cite Sebastian Button na frente dela, ela o odeia porque ele é um idiota. Eles tiveram um caso, mas agora não tem mais nada. E ela começou a namorar o Callum faz pouco tempo.

- Callum Hanksworth? – perguntei e Scorpius confirmou com a cabeça. – Eu realmente perdi muita coisa.

- Sim, eles se amam. E Alexis adora falar dele. – ele sorriu. – Formam um lindo casal.

- Callum é um ótima pessoa, ele merece ter alguém legal.

- Ah, olha eles ali. – Scorpius apontou para a porta da masmorra onde Alexis, Sophie e Alvo estavam parados.

- Rose! – Alexis sorriu animada ao me ver. Quando chegamos perto ela empurrou Scorpius para longe de mim e me deu um abraço longo e apertado. – Sentimos muito a sua falta. Que bom que está aqui.

- Obrigada.

- Lamento que não se lembre nada, mas estamos aqui pra te ajudar. Especialmente se for pra falar do Scorpius. – e chegou mais perto sussurrando: - Falar mal.

Não pude deixar de sorrir.

- Rose... – Sophie se aproximou e já foi me abraçando. – Estávamos morrendo de saudade. Ficamos preocupadas. Como está se sentindo? – segurou minhas mãos.

- Bem, a cabeça dói um pouco. De vez em quando. Mas estou bem.

- Se precisar de algo é só dizer.

O professor Slughorn chegou alguns minutos depois. Ele foi particularmente atencioso e fez com que a aula seguisse num agradável e de um jeito que eu conseguisse acompanhar. Scorpius e as meninas se colocaram à minha disposição para ajudar no que eu precisasse.

Nossa aula seguinte foi Transfiguração. E a professora McGonagall foi tão tolerante quanto. E embora eu não tenha conseguido fazer os cabelos de Alexis mudarem de cor por completo (apenas as pontas ficaram azuis), ela chegou até mesmo a me encorajar.

- Não se preocupe Srta. Weasley. Logo, logo você vai conseguir acompanhar a turma. Tenho certeza. – e até me dirigiu um sorriso amigável, apesar de sua rigidez habitual.

- Eu gostei das pontas azuis, Rose. – Alexis sorriu analisando o próprio cabelo. – Ficou ótimo assim.

- Que bom. – sorri para ela. – Será que o Callum vai gostar?

- Callum? – ela olhou confusa para mim.

Scorpius, que havia cochichado algo com Alvo, agora parecia se esforçar para não rir.

- Vocês estão juntos agora, não é?

Alexis revirou os olhos e encarou os dois.

- Foi você não é, Malfoy?

- Eu não resisti, me desculpe. – Scorpius gargalhou.

- Você me enganou! – olhei feio para ele.

- Desculpe, Rose. Não pude perder a oportunidade de implicar com a Alexis! – ele parecia não conseguir parar de rir, assim como Alvo e Sophie.

- Haha, muito engraçado... – Alexis revirou os olhos. – Espalhando noticias falsas sobre mim!

- É, muito engraçado mesmo. – repeti colocando a mochila nas costas.

Saí andando deixando-os para trás.

- Ei Rose, espera! – ouvi a voz de Scorpius vindo atrás de mim. – Ei... – senti suas mãos tocarem o meu braço, me fazendo parar. – Rose, foi só uma brincadeira. É nosso hobby implicar com a Alexis.

- Infelizmente. – alguém falou. Alexis estava atrás de nós junto com Alvo e Sophie. – Mas eu já me acostumei. E eu nem ligo mais. Sei que eles me amam... – deu de ombros.

- Convencida... – Alvo cruzou os braços.

- Desculpa. Mesmo. – ele disse muito sério. – Não queria te magoar. Foi só uma brincadeira.

Suspirei.

- É uma droga não lembrar de nada.

- Nós sabemos, Rose. – Sophie se aproximou e tocou meu ombro, me olhando compadecida.

- Eu só quis descontrair, desculpe mesmo. – Scorpius repetiu parecendo extremamente arrependido.

- Tudo bem... – assenti.

- Ei, não fica assim... – Sophie me abraçou de repente. – Nós prometemos que vamos te ajudar a lembrar de tudo.

- É, Rose... Nós te amamos muito. – Alexis se juntou a ela me abraçando apertado.

- O Scorpius as vezes exagera. – Alvo se juntou a elas. – Mas ele te ama também...

- Mais do que tudo. – ele também me abraçou.

E eu fui soterrada por uma montanha de braços. Mas tive a plena certeza que cada um deles me amava de verdade.

E a forma como eles me trataram nos dias seguintes comprovou ainda mais isso.

Alexis, Sophie e eu decidimos aproveitar o sol que aparecera na quarta-feira de manhã para terminar o questionário que a Srta. Young passara na aula de Feitiços. Enquanto terminávamos o dever, aproveitei para perguntar algumas coisas.

- Será que vocês poderiam... – comecei – me contar como eu e o Scorpius... como era nossa relação?

- Dava vontade de vomitar... – Alexis disse sem tirar os olhos da redação.

- Alexis! – Sophie a repreendeu. – Não liga pra ela. – acrescentou rapidamente. – Ela é meio insensível. O que ela quer dizer é que as vezes o Scorpius é romântico até demais. Ele tem um espírito de cavalheirismo que muitas vezes chega a extrapolar. E ele te ama muito Rose...

Baixei os olhos para o meu dever de feitiços.

- Me sinto mal por não me lembrar de nada sobre ele.

- Não é culpa sua... – Sophie disse.

- Eu sei, mas... Parece tão injusto. Com ele e comigo mesma.

- Nem tudo são flores. – Alexis suspirou fechando o caderno. – Vocês passaram por muitas coisas Rose. Muitos desafios e obstáculos. E venceram todos até chegar onde estavam quando você perdeu a memória. Não importava o que acontecesse, vocês lutavam pra ultrapassar.  Tenho certeza que não vai ser diferente agora. Scorpius te ama muito e vai fazer de tudo para que você consiga se lembrar. Não importa o que ele tenha que fazer.

- O que quer dizer com obstáculos?

- Muitas coisas. – ela sorriu. – A família de vocês, seu pai, o avô do Scorpius, o fato de serem de casas diferentes, você sabe... Toda essa rixa Grifinória-Sonserina, bem, as pessoas não achavam que fosse possível...

- Como se fossem elas a escolher alguma coisa. – Sophie revirou os olhos. – Odeio isso. É irritante sério.

- É por isso que o Scorpius parece não gostar do Lysander?

- Exato. – Sophie assentiu. – E o Al também não gosta.

- Ele é um idiota. O Lysander e os amigos dele. – Alexis disse.

- Eles implicaram bastante quando vocês começaram a namorar.

Me lembrei do que Lysander havia me dito no café assim que acordei. É isso que dá se envolver com Malfoys... Parecia ser maior do que uma rixa entre casas. Contei isso às meninas, mas elas disseram para eu não me preocupar.

- Não dê ouvidos a ele. Lysander odeia os meninos. – Sophie contou. - Tem a ver com o quadribol também. Você sabe, meninos e suas brigas bestas. Mas não precisa se preocupar. Apenas não confie no que o Lysander te diz.

- Confie na gente. – Alexis piscou.

Na aula de feitiços daquela tarde aconteceu uma coisa estranha. Estávamos copiando uma explicação sobre feitiços escudo quando comecei a sentir uma dor de cabeça bem no lugar onde estava a cicatriz que eu ganhara quando perdi a memória. Não disse nada a ninguém porque estava bastante tolerável, mas quando a professora terminou a explicação e pediu que nos dividíssemos em duplas para praticar, a dor estava extremamente forte.

- Podemos ficar juntas. – Alexis, que estava ao meu lado sorriu amigavelmente.

- Claro. – respondi massageando a têmpora.

- Está tudo bem?

- Sim, não se preocupe. É só uma dorzinha. Vai passar.

Mas não passou ela só aumentava e eu sentia que minha cabeça ia explodir. Mal consegui prestar atenção na explicação da parte prática. Quando me dei conta Alexis já estava se posicionando e eu não prestara atenção em nada.

Eu ia me aproximar dela para dizer que não estava me sentindo bem, mas não cheguei a dar dois passos e senti tudo rodar e ficar escuro.

***

Eu estava sentada no chão de um banheiro úmido e mal iluminado. Alexis estava lá também. Me olhava bastante preocupada porque, por algum motivo, eu estivera chorando. Tinha até um lenço todo encharcado nas mãos.

- Vocês tinham um lance, né? – ela perguntou.

- Mais ou menos. – respondi, como se não quisesse dar muitos detalhes – É complicado. Eu... eu não quero falar sobre isso, ok?

-  Aham. Entendo. – ela se levantou e sacudiu as vestes. – E então?

- Então o que?

- Vai ficar aí?

- Eu não sei. Não estou muito bem.

- Olha, se a Murta aparecer por aqui, vai te fazer ficar pior do que já está. Ele vai querer sentar e chorar ao seu lado. – disse num tom descontraído, mas ao mesmo tempo muito encorajador.

- Ah, Merlin. Isso seria horrível. – eu me levantei parecendo horrorizada com o pensamento.

Alexis sorriu para mim, como se estivesse feliz por eu não parecer mais tão triste.

- Obrigada. – falei – Por... tudo. – sorri timidamente.

- De nada. – ela piscou com um sorriso amigável e colocou a mão no meu ombro – Olha, eu sei que é complicado, mas... vê se faz as pazes com Scorpius logo. Vocês dois não conseguem mais ficar longe um do outro. Está obvio. Só o rosto de vocês já diz tudo. E além do mais, eu não quero ter de ficar de babá dele de novo. É muito cansativo. – ela fechou os olhos.  – Então, por favor, parem com essa briga de vocês, seja lá porque for. Antes que um de vocês morra.

Eu não entendi o que ela quis dizer com aquilo, apenas assenti e saí do banheiro, Alexis ainda estava com a mão no meu ombro.

***

- Eu lembrei. – foi a primeira coisa que disse quando voltei a mim.

Os rostos preocupados de Alexis e Scorpius foram os primeiros que eu focalizei.

- Lembrou? – Scorpius arfou.

- Sim... – falei tentando me sentar. As mãos de Scoroius apoiavam minhas costas.  – Foi outra lembrança pequena. Você estava lá, Alexis. – olhei me virei para ela.

- Mesmo? – sorriu.

- Sim... Eu comecei a senti uma dor de cabeça muito forte e acho que desmaiei, então tive a lembrança. – contei. – Nós duas estávamos sentadas no chão de um banheiro e eu estava chorando. Isso... Foi real? – perguntei esperançosa.

- Foi Rose, foi real sim... – ela me abraçou com força. – Você está lembrando... – falou com a voz embargada. E eu mesma não consegui segurar o choro, porque havia me lembrado de como havia ganhado uma amiga. O jeito como ela me abraçou e ficou feliz por eu estar me lembrando só confirmou isso.

- Eu disse que você ia se lembrar... – ouvi a voz de Scorpius bem próxima ao meu ouvido. Ele nos envolveu num abraço e senti seus lábios tocarem o topo da minha cabeça. – Eu disse...

- Srta. Weasley? – A professora Young se aproximara. – Acho melhor que vá até a Ala Hospitalar.

- Não, eu estou bem. Obrigada. – garanti. – A dor já passou.

- Tem certeza? – ela voltou a perguntar.

- Sim, tenho. – garanti.

Scorpius, ainda emocionado, me ajudou a levantar. E a professora Young conjurou uma jarra com água e um copo. As pessoas me observavam, esticando o pescoço para ver melhor, mas meus amigos estavam a minha frente, bloqueando os olhares curiosos.

- Turma, por hoje é só. Vamos parar por aqui. – a Srta. Young disse, fazendo com que os curiosos se dispersassem. – Tudo bem mesmo Rose? – se virou para mim enquanto eu me servia da água.

- Sim, eu estou bem. A dor já foi embora. – falei após terminar de beber.

- Que bom. – ela assentiu.

- Parece que foi um prenúncio, sabe... A dor. É estranho mas, - eles me olharam apreensivos – sinto como se minha memória estivesse se esforçando para voltar aos poucos, e de alguma forma esse esforço dói.

- Eu nunca vi algo parecido. – a professora pareceu me inspecionar com o olhar. – Há casos em que feitiços da memória são irreversíveis. A maioria deles. Pelo que você está dizendo, sua mente parece estar realmente lutando para recobrar as memórias perdidas.

- Mas isso é bom, não é? – Scorpius perguntou. – Tudo está voltando á tona. Ela está resistindo ao feitiço de alguma forma.

- Claro, claro. – ela assentiu. – É ótimo senhor Malfoy. Impressionante na verdade. É como se algo dentro dela... – seus olhos recaíram sobre mim de forma penetrante mais uma vez – lutasse para voltar e trazer tudo de volta à tona.

- Rose, Sophie e eu passamos um tempo juntas... – Alexis disse pensativa – E logo em seguida ela teve a lembrança. Será que se estimularmos ela contando sobre esses momentos, ela pode se lembrar de mais alguma coisa?

- É uma teoria interessante, Srta. Brackenridge. Mas realmente não sei responder. O caso da Srta. Weasley parece ser bem especifico. Por que não vão até a enfermaria e falam com Boris e Madame Pomfrey? Eles saberão informá-los melhor. Agora preciso me retirar, tenho que terminar de preparar a aula para os alunos do primeiro ano.

E então ela saiu nos deixando sozinhos na sala.

- A dor melhorou? – Scorpius se abaixou à minha frente me olhando preocupado.

- Sim, já passou. Não se preocupe. – garanti.

Ele sorriu para mim de maneira esperançosa. Seus olhos cinzentos haviam assumido um tom quase prateado agora. Ele parecia querer me dizer alguma coisa, mas ao mesmo tempo parecia estar ponderando se diria ou não.

- Acho melhor irmos andando. – Sophie disse. – É melhor a Rose comer alguma coisa. Ela acabou de desmaiar.

- Tem razão. – ele disse rapidamente se levantando. – Vem, Rose. Me dá a mão.

- Tudo bem, posso andar sozinha. – garanti.

A mão de Scorpius parou estendida no ar. Ele assentiu rapidamente e baixou os olhos, indo buscar, em seguida, sua mochila num banco mais a frente.

Começamos a caminhar para fora da sala e ele se manteve afastado, mais para atrás de nós. As meninas não pararam de me perguntar se eu estava me sentindo bem. Lily e Hugo também não ficaram atrás quando souberam que eu havia desmaiado. Até mesmo meus pais insistiram para que eu fosse ver o Bóris, só para garantir que estava tudo bem.

Bóris me examinou e disse praticamente a mesma coisa que a senhorita Young havia dito: minha memória deveria continuar a ser estimulada para que eu pudesse lembrar de tudo o que havia acontecido. Os lampejos de memória que eu havia tido até então era uma prova da possibilidade de recuperação.

Essa noticia me deixou realmente animada. Ainda mais levando em consideração o fato de estar conseguindo me sair muito bem nas aulas. Em poções principalmente.

Na aula que tivemos sexta de manhã o professor Slughorn estava revisando alguns assuntos abordados anteriormente para que pudéssemos compreender melhor uma poção mais complicada que começaríamos a trabalhar quando, automaticamente, as respostas começaram a vir à tona na minha cabeça.

- ...um ingrediente particularmente difícil de encontrar, muito usado na Felix Felicis, que também é conhecida como...

- Sorte Líquida... – completei de forma automática ao mesmo tempo que sentia uma pontada na cabeça.

- Exato senhorita Weasley. E a propósito, a senhorita já usou sua sorte líquida? – ele sorriu para mim aguardando uma resposta.

- Minha sorte líquida... – franzi a testa um tanto confusa.

- Não, não usou não. – Scorpius interveio. – Não tivemos oportunidade.

- Entendo. Mas um conselho: escolham usá-la num dia particularmente normal e vejam como ele pode se tornar extraordinário. – ele piscou sorridente.

Scorpius assentiu.

- Do que ele está falando? – sussurrei para ele.

- Nós ganhamos um frasquinho de Felix Felicis na primeira aula por conseguirmos fazer uma poção do Morto Vivo mais do que aceitável.  Eu te contei, não é? – ele disse se inclinando para o meu lado e eu assenti – Mas não usamos até agora.

- Ah, que ótimo... – assenti. – E onde está?

- Bem, o seu deve estar no salão comunal, não?

- É... Deve estar. – concordei, pensando no meu malão guardado no dormitório.

Naquela noite, quando voltamos ao Salão Comunal para depois do jantar, decidi dar uma olhada no meu malão e em umas coisas diferentes que, eu havia reparado, estavam ali.

Pra começar havia uma rosa ocupando uma redoma na cabeceira da minha cama. Sua cor era tão branca que parecia refletir a lua lá fora. Eu estava contemplando-a toda noite antes de dormir desde que saí do hospital. Mas não havia me aproximado muito.

Peguei a rosa na redoma e a analisei melhor. Com toda certeza aquele objeto estava encantado. E eu conhecia muito bem o feitiço: era usado para conservar flores. Eu havia usado-o muitas vezes para guardar as minhas flores preferidas, aquelas que cultivava com a minha avó.

Para aquela flor estar ali deveria ter um significado muito especial. E eu me sentia péssima por não me lembrar qual era. Coloquei a rosa de volta à cabeceira com um suspiro e parti para explorar o malão.

Tirando as minhas roupas, haviam algumas coisas que não me eram familiares. Havia um par de meias enroladas que abrigavam um volume fora do habitual. Logo descobri um frasquinho com um liquido dourado que eu reconheci como sendo a tal Felix Felicis.

Analisei o objeto por alguns segundos e tentei com todas as minhas forças ter alguma lembrança, qualquer que fosse, relacionada àquilo. Mas não obtive resultado. Tudo o que eu sabia é que havia sido uma conquista conjunta: minha e de Scorpius.

Coloquei o frasquinho sobre a cama e continuei a analisar o malão.

Encontrei uma foto a um canto do malão e quando a peguei percebi que éramos eu e Scorpius. Sorriamos nos jardins de Hogwarts. Ele parecia cutucar as minhas costelas e eu chegava a me dobrar de tanto rir. Senti meu coração acelerar. Era o primeiro vislumbre do nosso namoro que eu havia tido nitidamente, sem ninguém me contar.

Realmente parecíamos muito felizes juntos. E eu fiquei me perguntando se um dia voltaria a sentir tudo aquilo.

Scorpius ainda parecia uma incógnita. Eu não conseguia compreende-lo bem. E muito menos despertar um sentimento maior do que uma simples afinidade de amigos. E também me sentia bem mal por isso, principalmente pelo jeito como ele vinha me tratando. Sempre tão atencioso e cheio de cuidados... Ao mesmo tempo que me sentia estranha e não deixava-o se aproximar por sentir que não o conhecia bem, me sentia mal por não me lembrar de tudo o que havíamos vivido e estar negando a ele a conexão que havíamos construído.

Ouvi um barulho atrás de mim e percebi que alguém havia entrado no quarto.

- Ah, oi Rose. Já está aí? – era Dominique. Ela sorriu para mim, parando próxima a minha cama enquanto eu fechava o malão.

- É, estou. Já estou indo me deitar.

- Está tudo bem? – ela perguntou.

- Sim, só estou um pouco cansada. Foi uma semana um tanto cheia.

- Tudo bem. Se cuida. – ela sorriu. Indo em direção a sua própria mesa de cabeceira. Pegou alguma coisa que eu não consegui ver o que era e me desejou boa noite antes de sair. – E se precisar de alguma coisa é só dizer.

- Obrigada Domi. – assenti.

Quando voltei a me sentar na cama percebi que estava segurando, sem perceber, minha fotografia com Scorpius. Me deitei colocando a foto ao lado do travesseiro, meu rosto bem próximo à imagem.

Observei o sorriso da Rose da foto. Ela parecia estar tão distante do que eu era agora. Eu me sentia uma estranha. Perdida em mim mesma... Será que algum dia eu voltaria a encontrar aquela Rose? Aquela da foto que ria com Scorpius ao seu lado? Aquela que sabia que ele a amava e amava-o de volta?

Eram tantas perguntas... Tantas indagações...

A dor de cabeça voltou a aparecer.

Achei que seria melhor ir dormir. Quem sabe mais memórias viessem a tona? Puxei as cobertas até os cotovelos e fechei os olhos.

A imagem do casal apaixonado ainda à minha mente. Mas nenhuma memória apareceu.

***

Era sábado de manhã então não tínhamos aulas. E naquela semana os professores pareciam ter pegado leve nos deveres, então não estávamos afogados como de costume.

Pelo visto havia um passeio para Hogsmead que, para variar, eu não me lembrava que existia. Então quando cheguei ao Salão Principal já passavam das oito e todo mundo já tinha saído. Ou quase todo mundo...

Scorpius e Alvo eram uma das poucas pessoas sentadas à mesa da Sonserina. Assim como as outras, ela estava bem vazia, a não ser por umas três ou quatro pessoas espalhadas. A mesa da Grifinória também estava às moscas, sendo ocupada apenas por um grupinho de garotas do segundo ano. Então decidi que poderia me sentar com os meninos.

 Acho que eles não me viram chegar, estavam entretidos em uma conversa. Foi uma reação praticamente automática parar quando eu vi que eles falavam de mim.

- ...mas não está sendo fácil. – Scorpius pareceu insistir em alguma que não consegui compreender de inicio, por já ter pegado a conversa pela metade.

- Ah, até parece que você vai desistir assim...

- Eu não disse que vou desistir. – e soltou um palavrão logo em seguida, parecendo frustrado – É difícil sabia? Eu estou me esforçando, mas ela não corresponde...

- Dê um crédito a ela. – Alvo mordeu uma torrada. – O que você esperava? Que ela caísse facilmente nos seus braços sem questionar e dissesse o quanto o seu cabelo é lindo?

- Só queria que ela me deixasse ajudar... – Scorpius suspirou. – Parece que ela nem me quer por perto. Não me deixa fazer nada. Eu sei que não deve ser fácil ter um bando de gente perguntando se está tudo bem a cada minuto, mas... Nós costumávamos ajudar um ao outro. Em tudo. E agora ela mal aceite andar de braços dados comigo, parece que sempre quer me ver longe... Não importa o quanto eu me mostre preocupado. – sua voz soou magoada e eu me senti pior do que já estava ao ouvir aquilo.

- Lamento por magoá-lo... – falei alto o suficiente para que eles ouvissem. – Não foi a minha intenção.

A cabeça de Scorpius se virou em minha direção com uma expressão de arrependimento.

- Rose... Você não precisava ouvir isso... Eu não fiquei magoado. Só quis dizer... Rose! – ele gritou meu nome, mas já era tarde. Eu saí correndo em direção à escadaria.

Subi lances e mais lances de escada e virei corredores correndo em busca de um lugar qualquer. Quando dei por mim estava dentro de um banheiro em algum lugar no segundo andar. Parei apoiando as mãos na pia, a respiração acelerada por ter corrido.

Meu ex-namorado me odiava. Scorpius estava magoado comigo por eu estar sendo tão estúpida tentando afastá-lo quando no fundo, eu sabia, ele era a pessoa que mais poderia me ajudar naquele momento.

Mal consegui completar meus pensamentos e barulhos de passos me tiraram dos meus devaneios. Alguém parecia estar correndo em direção ao banheiro. Eu cheguei a pensar que seria Scorpius vindo atrás de mim, mas quando uma garota de cabelos negros e cacheados passou correndo por mim com as mãos sobre a boca eu realmente me surpreendi.

Seus olhos encontraram os meus por alguns pouquíssimos segundo e ela parou me encarando. Percebi que ela chorava. Mas então ela voltou a correr em direção ao box mais próximo e se ajoelhou, já levantando a tampa do sanitário, para em seguida enfiar a cabeça lá dentro vomitando. Seu corpo estava curvado sobre o vaso e ela apertava o estômago enquanto seus gemidos sôfregos enchiam o ar.

- Está tudo bem? – me aproximei devagar querendo ajudar e, ao mesmo tempo, em saber muito bem o que fazer. – Fica calma. Deixa eu te ajudar. – me aproximei dela segurando seus cabelos e colocando-os para trás. Toquei seu ombro com a mão livre e comecei a dizer palavras de conforta. – Já vai passar, calma. Vai ficar tudo bem, vai passar.

A garota finalmente desenterrou o rosto da privada, tossindo e passando a mão pela boca.

- Calma, já passou. – encorajei-a. – Respira fundo. Tudo bem. Já passou, viu?

Ela fechou os olhos com força, parecia fraca e pálida.

- Eu estou bem, você pode ir... – ela disse respirando fundo. – Não precisa se preocupar.

- Não, de maneira nenhuma vou te deixar assim. – olhei ao redor procurando algo que pudesse ajudar.

Fui até a pia e peguei algumas toalhas de papel, as umedeci um pouco e levei até ela, passando sobre seu rosto em seguida. Ela ainda continuava de olhos fechados, ofegante e suava um pouco.

- Respira fundo isso vai ajudar um pouco. – falei. – Fica calma, vai passar.

Ela não protestou novamente, por isso resolvi segurar sua mão e respirar junto com ela para tentar acalmá-la. Aos poucos a cor pareceu retornar ao seu rosto.

- Tudo bem viu? Eu disse que ia melhorar. – sorri acariciando sua mão. Ela abriu os olhos e suspirou, me fitando de um jeito cansado. – Quer que eu a acompanhe até a Ala Hospitalar?

- Não precisa, eu posso ir sozinha. Você já fez muito. – ela pressionou as costas contra a parede do box. E tentou se erguer. Por um momento achei que ela não fosse conseguir, mas ela me surpreendeu. Embora no fim, tivesse voltado a suar.

- Não pode andar sozinha por aí desse jeito. Vamos eu te ajudo. – passei o braço por sua cintura e a apoiei. Ela era bem magra e esbelta. E realmente bonita, tinha grandes olhos castanhos e estava bem maquiada, parecia ser uma pessoa saudável para estar passando mal daquele jeito. – O que houve? Você costuma passar mal assim? – perguntei enquanto íamos em direção à saída.

- As vezes. – ela disse com um suspiro. – Eu só tive que entrar numa nova dieta e não me adaptei. Só isso.

- Dieta? O seu peso parece ótimo para mim... – sorri. – Você é linda. Não precisa de dieta.

- Olha... – ela parecia estar prestes a me dar uma grande explicação sobre beleza, mas pareceu desistir de repente. - Você não entende... Esquece.

Uma ideia rápida varreu minha mente. Aquela garota parecia ser o tipo de gente obcecada por beleza e um físico perfeito. O tipo de gente que chega a arriscar a própria saúde em prol disso. Se eu estivesse certa, será que aquele vômito poderia ser o sinal de um distúrbio mais serio? Como... Bulimia, por exemplo? É claro que eu não iria perguntar isso a ela, afinal, nem a conhecia direito. Pelo menos não me lembrava de seu rosto.

Havíamos chegado ao corredor, do lado de fora do banheiro e eu já ia me virar em direção a ela hospitalar, a garota ainda apoiada em mim, quando ouvi um grito às minhas costas.

- Rose! Até que enfim te achei. – Scorpius vinha andando depressa em minha direção. - Te procurei por todo... – seus olhos recaíram sobre a garota do meu lado com pesar. Seus olhos se tornaram cinza escuro, como uma nuvem de tempestade, em segundos. – O que você está fazendo com ela? – gritou com raiva e eu percebi que ela se dirigia à garota.

- Scorpius, o que... – eu ia perguntar a ele porque estava gritando daquele jeito quando ele me surpreendeu e segurou o braço da garota, tirando-a de perto de mim. E voltou a gritar com a garota.

- Fique longe da Rose! Você já não fez o bastante? Precisa mesmo se aproveitar da fragilidade dela, Kiera


Notas Finais


Que coisa hein? O feitiço virou contra o feiticeiro. Que peça o destino... quer dizer, eu preguei, hein? hahahah Rose ajudando Kiera... tem uma historinha por trás disso que eu vou contar melhor no próximo. E mais informações sobre o torneio também virão.
Ah e na parte que eles saem da biblioteca, ficou subintendido mas eu vou esclarecer que o Scorpius realmente lançou um feitiço Confundius no Lorcan. Ciuminho aflorando bem de leve né... Gosto assim!
Comenteeeem! Tô adorando vocês falando! E isso me inspira! E não deixem de opinar, por favor! Já sei que alguns de vocês tem ideias incriveis e já vou usar a da ~Lunahastings (Muito obrigada!)
Bem, vejo vocês nos comentários ou, pra quem não comenta, no próximo! Pov's Scorpius provavelmente, pra vocês sofrerem com ele. Beijinhos!

Mal feito, feito!


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