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História Nova Esperança - O Adeus


Escrita por: coelhares

Notas do Autor


Olá pessoal! Está lançado o primeiro capitulo. Espero que gostem bastante dessa nova aventura!

Capítulo 1 - O Adeus


Fanfic / Fanfiction Nova Esperança - O Adeus

- Ará, Chico! Mas não vai agora não, ocê nem falou com seus pais ainda - Zé Lelé tentava fazer com que o primo não fosse embora, notava que ele estava abalado. Tinham acabado de colocar o avestruz no curral, ao menos o estudante de agronomia queria certificar que o animal ficaria bem. - Primo, eu não tô bem pra ficar aqui esses dias, eu vou voltar pra Nova Esperança… - Foi a última coisa que ele disse, o loiro não insistiu, estava penoso por tudo o que tinha acontecido ali, o levou para rodoviária, a viagem até ali foi silenciosa. Zé desejava melhoras para Chico e pedia novidades assim que ele chegasse à cidade. 

 

Desde que voltou da Vila Abobrinha estava atônito a tudo ao seu redor, parecia que o mundo tinha desabado, como seria uma vida sem a única certeza que sempre teve!? A de que Rosinha seria a única, que se casariam no futuro próximo e teriam uma família. Ela tinha terminado com ele e algo em seu peito estava meio perdido. Não teve coragem de ficar mais tempo com os pais e nem de voltar para república, tinha ido naquele mesmo dia ao interior e já estava de volta à cidade, ele não queria se explicar, alongar aquela dor só o faria mal, precisava pôr os pensamentos no lugar. Se ela tinha tomado a decisão do fim, o único que ele podia fazer era aceitar, recolher os pedacinhos e seguir em frente mesmo que fosse muito difícil. 

 

Todo amor parece no começo um mar de rosas

Mas é triste numa lágrima que cai

É uma chama que se espalha

Feito fogo sobre a palha

E destrói tudo depressa até demais

Amar é como ter um sonho

E despertar com medo de chorar

 

A música triste de amor perdido tocava nos fones de ouvido, ele não era acostumado a ouvir aquelas canções mas se lembrava muito bem de seus amigos que sofriam de amor não correspondido escutando-as e se debulhando em lágrimas, nunca foi seu caso, sempre esteve com Rosinha, não tinha um pensamento sobre futuro que ela não estivesse, mas aquele dia ele sentia toda a dor e as lágrimas quentes rolavam por seu rosto, tão pesadas quanto o céu acinzentado daquela noite. Começava a chover forte. Era perigoso ficar vagando pela cidade a noite daquele jeito que ele estava, decidiu então buscar alguém que ele sabia que podia contar sempre, não era a melhor pessoa nesse momento mas era a família mais perto que tinha ali em Nova Esperança, o primo Zeca. 

 

O estudante de robótica estava se arrumando para sair, havia combinado um encontro com uma garota que estava batendo papo em um aplicativo de paquera, estava ansioso e animado, além de linda era muito inteligente o papo fluía bastante com ela, e a noite estava prometendo, mas seus planos foi por água abaixo quando ouviu a campainha soar. Zeca tomou um susto ao ver o primo em sua porta naquela hora, naquela situação, a roupa toda molhada o semblante destruído. Deixando pra lá os trocadilhos com água, o rapaz puxou o primo para dentro de casa, estava preocupado. Ofereceu uma manta quente e o sentou no sofá para poder entender o que tinha acontecido. 

 

Suspirou profundamente, chateado, via que não tinha como fugir do assunto, e contou tudo para Zeca, que ouvia no misto de surpresa e de ansiedade, olhava para o celular pensando no encontro que teria daqui algumas horas, notando que o caso de Chico era grave ele desistiu. Antes de falar alguma coisa pediu licença ao primo do interior, pegou o telefone e mandou mensagem desmarcando o encontro. - Eu acabo de desmarcar um encontro com uma baita gostosa, por sua causa! - Disse divertido, tentando quebrar o gelo, sentou ao lado do primo e passou o braço por cima dos ombros dele, o abraçando. Chico segurou o choro por pouco tempo, assim que sentiu o abraço, se jogou dentro daquele lugar seguro que Zeca proporcionou. Melando ele de choro e de catarro, parecia uma mocinha de novela mexicana. O estudante de robótica, revirou os olhos, era sua camisa mais bonita agora estava toda manchada. 

 

- É um seguinte, Chicão sei que tá foda toda essa situação mas eu tenho que te dizer, isso foi a melhor coisa que aconteceu pra você - Zeca foi sem rodeios, e incisivo em sua sinceridade. Deu um tapinha no ombro do rapaz que o olhou com cara de assombro. - Como assim, cara? - Se afastou, limpando o rosto molhado, estava inchado de tanto chorar. - É a melhor época da sua vida, você é um cara bonitão, e tá solteiro! Não to falando só das minas que vai pegar, tô falando de uma nova vida, não percebe?! Você planejou toda sua vida até aqui, agora você tem um mundo inteiro cheio de possibilidades. - Chico dava atenção ao que ele falava, pensou que só escutaria abobrinhas de consolação, mas o que Zeca falou o deu algo que precisava, esperança. 

 

Passaram aquela noite tomando cerveja gelada na varanda, era impressionante toda semana Zeca e os colegas de república faziam uma vaquinha para comprar duas caixas de cerveja, era uma espécie de escape dos estudos da semana. Bebiam e ouviam os velhos modões sertanejos.- VAI SAUDADE DIZ PRA ELA - cantavam a plenos pulmões, batucando a mesa de madeira redonda da varanda. - DIZ PRA ELA APARECER… VAI SAUDADE, VÊ SE TROCA A MINHA SOLIDÃO POR ELA PRA VALER O MEU VIVER!!- Atacavam os pobres vizinhos que apenas queriam dormir e que gritavam para pararem a cantoria. O estudante de agronomia não era acostumado com bebidas alcoólicas, na segunda latinha já estava rindo atoa, se divertindo a bessa, chamando urubu de meu louro. Até aceitou ir para uma festa que rolaria na próxima noite, regada de álcool, drogas e calouras lindíssimas que iniciaram a estudar na Faculdade de Nova Esperança. Claro, ele não estava habituado com aquilo, apesar de nenhum dos dois serem usuários de entorpecente ilícitos, a festa seria uma ótima pedida para aquele fim de semana.  

 

Mais tarde um pouco o sono pesou, era uma das sensações de estar ébrio. Dormiu por ali mesmo, na cama que Zeca arrumou para ele. Os colegas de apartamento dele não estavam aquele fim de semana, cada um tinha ido visitar os pais. Chico descansou tranquilo eram quase cinco da manhã, esperou o galo cantar pra poder dormir. Podia estar bêbado mas nunca esteve tão decidido,  e certo que era uma nova vida que estava por vir, era a hora de domar a vida com suas próprias mãos. Como vó Dita um dia o disse, a vida é um livro cheia de páginas em branco e somos nós que vamos escrever cada página.  

 

Sábado, duas da tarde. Chico foi despertando sentindo a veia que ficava em sua testa latejar, demorou bastante para abrir os olhos, a pouca claridade que entrava entre as cortinas de blackout tocava seu torso nu. Realmente, não estava acostumado a beber. Sentou-se no meio da cama, e espreguiçou-se, erguendo os braços e bocejando. Processava tudo que tinha acontecido no dia anterior, e logo foi surpreendido pela quantidade de vibração do aparelho celular que estava jogado no chão, alcançou o aparelho e viu várias mensagens, e a hora, ele nunca tinha acordado tão tarde.  Seus amigos de república estavam preocupados, Zé Lelé havia ligado para lá para saber notícias dele, ele não tinha dormido lá, aquilo era algo incomum. Mandou algumas mensagens, primeiro para o grupo da República, e depois telefonou para o primo avisando que estava bem, que estava com Zeca. 

 

Levantou e saiu do quarto indo para cozinha onde sentia o cheiro forte de café, seu primo já estava na mesa tomando um copo de quinhentos ml de café, isso explicava o porque ele estava sempre tão esperto. - Acordou belo adormecido?! - Zeca brincava, o convidado pra sentar e comer junto a ele. Chico se sentia meio sem jeito pela bebedeira da noite passada, mas acabava por rir lembrando de quão divertido foi. - Valeu, primo! - Agradeceu a Zeca enquanto pegava uma goiaba no centro da mesa dando uma boa mordida. O primo deu de ombros, não tinha feito nada demais, uma hora ou outra ele mesmo ia se dar conta do que tinha pela frente. - Deixa pra me agradecer amanhã, hoje tem Calourada! - Relembrou, o interiorano havia prometido a noite passada que iria acompanhá-lo na festa de calouros da faculdade de Nova Esperança, onde o rapaz estudava. 

 

Que loira? Quem é essa? - Questionou quase cuspindo a goiaba, ele não lembrava muito bem de ter aceitado tal convite. - Oras! A que nós vamos hoje, calourada! calourada, primo. Festa de boas vindas! - Zeca pontuou calorosamente com tom de obviedade em sua fala. Chico franziu o cenho tentando lembrar daquilo, e já estava relembrando, realmente era algo que ele não faria sóbrio. - Ah, sim, a tal de calourada… oh, primo, sei não… - Começou desanimando, meio cabreiro com a ideia de festa, o outro não deu trela para o que ele dizia e o repreendeu - Ei! Nem vem com essa, você prometeu! - Acabou convencendo mais uma vez o interiorano, esse já soltava uma risada entre os lábios, algo como rir de nervoso, concordando acenando a cabeça para o primo da cidade. 

 

A verdade é que ele estava um pouco nervoso de encontrar a turma por lá e ficar um clima um pouco estranho por conta das novidades. Sendo que era uma ótima oportunidade de relaxar a cabeça de tudo aquilo, e era aquilo que ele iria fazer, extravasar. 

 

Não tão longe dali na praça pública da cidade, Fran e Ferrugem escutavam as novidades que Bombeta contava a plenos pulmões ainda sem nem o mesmo acreditar no que dizia, Chico e Rosinha tinham terminado. A notícia fresquinha passou de boca em boca desde o dia anterior. Zé Lelé ao ligar para república do primo confessou a Jura o que tinha acontecido em Vila Abobrinha naquela noite, e que Chico havia voltado bem triste para Nova Esperança. Como ninguém tinha pedido descrição e ele nem sabia o que era aquilo, Jura contou para Bombeta ao perguntar se sabia sobre o colega de apartamento. O percurso da fofoca naquele momento estava ali, e não sairia mais, pois as meninas se recusavam a participar daquele ciclo. Ferrugem logo deu um tabefe na nuca do cabeludo - Deixa de invenção, cara! - Exclamou irritada com o colega de classe, que protestou alisando a parte avermelhada da pele dele, estava quente, os tapas da garota eram sempre bem precisos. - Eu não tô inventando, quem disse foi o Jura, o primo Lelé que contou tudo… - O rapaz naquele momento encolheu os ombros e suspirou triste, sentia uma ponta de culpa, não sabia exatamente o que tinha acontecido mas imaginava que a confusão do dia anterior com o avestruz poderia ter tido um peso no rompimento de Rosinha e Chico. Fran notou a tristeza do amigo e tocou em seu ombro com a mão. - Ele tá precisando da gente mas que nunca, Bombeta. Não se sinta culpado por antecipação - A loira docemente dizia, mas já tinha o pensamento longe naquele que um dia foi seu rompante mais apaixonado. 

 

Naquela altura do campeonato ela já tinha superado todo o lance da paixão platônica pelo colega de turma, talvez não tanto, mas era o que vinha trabalhando a tempos, já que não queria ficar iludida a vida inteira por alguém que só tinha olhos para uma pessoa só. Fora isso estava, por assim dizer, dando uma chance pro Vespa, ao menos, conhecendo-o melhor. Ele sempre foi um cara que a cortejou, mostrou que queria de verdade estar ao seu lado. Não era uma relação, e ela deixava claro, estavam se conhecendo melhor mas existia esse consenso subentendido, eram só amigos que se divertiam juntos. Vespasiano queria mais, ele investia bastante naquilo e tinha pra si que era questão de tempo para que a francesa o aceitasse como namorado. Depois de saber da novidade aquela certeza foi um pouco rebaixada. 

 

Bombeta e Ferrugem seguiam brigando enquanto os pensamentos da francesa estavam longe, eles logo notaram parando mais uma daquelas discussões bestas que eles ficavam por minutos. - Fran, tá tudo bem? - Perguntou a ruiva, acenando a mão na frente do olhar perdido da amiga, o que a tirou logo do transe. - hã? Oui, sim! Tudo bem, só preciso voltar pra casa, combinei de sair com o Vespa hoje… vocês também iram, né? - Se recompôs, e mudou de assunto rapidamente para que não fosse pega com mais questionamentos pelos dois que estavam ali, eles a conhecia muito bem, iam se ligar rápido, eram muito maliciosos, mas tinha conseguido os despistar. O cabeludo falava contente. - Caramba! A festa das calouras, claro que vou, né - Ferrugem o fuzilou com o olhar novamente quando ele fez menção a ‘calouras’ - Não só das calouras, Bombeta! - Dizia ríspida. - Claro, também tem as veteranas! - Disse ele sem noção nenhuma, passando a língua pelos lábios e esfregando as mãos uma na outra recebendo mais um pescotapa da ruiva. Violette aproveitou a deixa e se despediu saindo de fininho, voltando para sua república. 

 

Só pegou no celular quando chegou ao apartamento, estava lotado de mensagens de Vespa, muito mais do que ele costumava mandar. Olhou o visor e não teve muita coragem de ver aquela quantidade de informação, ignorou, imaginando que era apenas ele animado falando sobre a festa daquela noite. Precisava de um banho longo para por seus pensamentos em ordem, não deveria estar tão curiosa sobre o que tinha acontecido com Chico e Rosinha, não tinha nada haver com aquela questão, só o fato que ambos eram bons amigos dela, era isso que ela fomentava em sua cabeça só para ignorar que Chico infelizmente continuava sendo alguém que a tirava de órbita. Ele era doce, gentil, sabia sempre o que fazer. Era difícil deixar aquele sentimento de lado mas tinha que fazer o esforço em dobro mesmo que ele não estivesse mais namorando, ela sabia muito bem que a relação dele era forte, e Rosinha ainda por cima era sua amiga. Ficou debaixo do chuveiro minutos a fio, massageando os fios loiros com as pontas dos dedos, hidratando os cabelos, enquanto a água fria esparramava em seu corpo alvo e esbelto. 

 

Os primos Bento já se arrumavam para irem a festa. Depois de um banho longo, Chico se perfumou, e colocou uma roupa que seu primo Zeca o ofereceu, já que não tinha voltado ainda para república e suas roupas de sair estavam por lá. Ficou bem estiloso nas roupas do primo, uma calça jeans preta, um tênis all star da mesma cor da calça, e uma camisa branca padrão com  uma jaqueta jeans clara bem despojada sobreposta. Zeca também não ficou para trás em quesito estilo, estava genuinamente animado, ia conhecer enfim a gatinha do aplicativo. Teve muitos encontros desde que começou a faculdade mas nunca saiu  com uma garota que tinha tanto haver com ele o papo que fluia com ela, era muito mais que atração física até porque eles apenas se falavam por mensagem de texto, estava ansioso demais. A noite estava prometendo, para todos. 

 


Notas Finais


minhas histórias contem sempre uma moda pra acompanhar, vocês vão perceber isso. sério, espero que tenham curtido, vou esperar o feedback!! e temos mais capítulos adiante, afinal a festa vai rolar!


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