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História Nova Fase - Sete


Escrita por: bearcute

Notas do Autor


E aí, tudo bem?

Capítulo 7 - Sete


Três semanas depois.

 

 

― Como você está? ― Luhan perguntou sentando no sofá, JongIn voltou a arrumar o armário ― Jisoo me contou que Anne ainda não voltou.

 

― E nem vai voltar, nem sei quantos meses ela vai ficar fora ― JongIn disse colocando os porta-retratos no lugar ― Julie mexe aqui todo o dia, fica dizendo que não tá organizado como ela queria.

 

― Julie é uma graça― Luhan sorriu ― Mas você não me disse como está.

 

― Bem, como sempre tenho estado ― falou.

 

― A verdade, pode falar, o Sehun não está aqui.

 

― Me sinto cansado ― JongIn virou e encarou o noivo de seu melhor amigo ― Mas não é fisicamente, é mentalmente, sabe? Sinto minha mente pesada, e também eu estou chorando tanto, tem momentos em que não consigo controlar o choro.

 

― Eu já falei uma vez e vou falar de novo, mas é apenas uma dica ― O chinês sorriu pequeno ― Faça terapia, por favor, eu não falo apenas por ser psicólogo, mas por ser seu amigo. Falar a gente sempre fala, mas às vezes precisamos da visão de fora, precisamos de conselhos e novos métodos para tentar mudar, para tentar melhorar e trabalhar em algo na nossa vida.

 

― Jisoo disse que eu preciso falar a verdade sobre a Anne para a Julie, só que... ― suspirou ― Como eu chego na minha filha de sete anos e falo que a mãe dela não a ama? Não tem como usar outra coisa para falar, não tem como eu dizer que a Anne só não tem tempo e não gosta de algumas coisas, porque é mentira!

 

― Você não precisa dizer com todas as letras, mas pode ir trabalhando nisso ― Luhan disse e JongIn sentou ao seu lado ― Ir tentando explicar que muitas vezes a Anne não vai estar aqui, que ela não gosta de participar de algumas coisas... Você não pode chegar em uma criança e falar tudo na lata, ela não tem a mentalidade que nós adultos temos, se às vezes nós não conseguimos lidar com certas coisas e já temos uma mente boa, imagine uma criança que ainda está formando sua mente e seus pensamentos.

 

― Como eu posso fazer isso, Lu?

 

― Primeiro você precisa trabalhar você, tem coisas que você precisa melhorar em si próprio ― o chinês disse e suspirou ― Existe algo que dizem muito e eu concordo como pessoa e também como profissional; antes de tudo você precisa se amar.

 

― Mas eu me amo, Luhan.

 

― Então porque eu vejo você assim? Triste, cansado, largado parecendo um morto vivo? ― rebateu ― Eu sei que você ama a Julie mais do que tudo, ela é sua filha, o amor assim é lindo, mas um pouquinho acima disso, você precisa se amar, precisa trabalhar sua mente, trabalhar suas decisões e suas ações, você precisa trabalhar a si mesmo. Anne é algo que te machuca?

 

― Muito.

 

― Por que ela te machuca?

 

― Você sabe o porquê.

 

― Eu quero que você fale.

 

― Isso é uma sessão de terapia, Luhan?

 

― Desculpa ― sorriu pequeno ― Conheço uma ótima profissional que poderia te ouvir melhor do que eu.

 

― Eu vou pensar, ok? ― sorriu de volta.

 

[...]

 

― Eu não acredito! ― Kyungsoo disse quando abriu a porta do seu apartamento, Junmyeon estava ali usando o fardamento da marinha ― Seu merda, você virou sereia!

 

― Na verdade virei pescador, amigo, peguei cada peixão ― O Kim brincou e Kyungsoo gargalhou dando espaço para o amigo entrar ― Cheguei hoje e já recebi uma mensagem do Minseok mandando seu endereço, vim ver com os meus próprios olhos a sua vida de merda.

 

― Vai nessa piranha do mar, eu sou o que vive melhor entre vocês.

 

― Só se for melhor na merda, Kyungsoo ― Junmyeon tirou as luvas e o chapéu jogando no sofá ― Tive uma apresentação antes de vir, então não me encha o saco pela roupa.

 

― Acho sexy o fardamento preto, lógico que o branco é um charme ― Kyungsoo foi à cozinha e pegou duas garrafas de cerveja ― Pescou muito na marinha?

 

― E como ― Junmyeon se jogou no sofá ― Peguei um peixe chinês.

 

― Ih, o peixe te comeu.

 

― O peixe roubou meu coração e com ele foi o meu rabo também ― Kyungsoo gargalhou da fala do amigo, os dois eram os únicos no grupo com a boca suja ― Gostoso pra caralho, Kyungsoo, sério mesmo.

 

― Veio com você? ― voltou à sala e deu uma das garrafas ao Kim.

 

― Não, mas vem daqui a algumas semanas ― se esticou e Kyungsoo sentou na poltrona ― E você, o que tem feito depois que foi chutado do trabalho?

 

― Tem certeza que só recebeu meu endereço?

 

― Minseok fez um mini podcast ― Junmyeon riu ― Falou até que você estava pegando no pé do marido dele.

 

― Pegando no pé ― Kyungsoo riu ― Ele nunca me viu pegando no pé de alguém.

 

― Mas fala aí, como é que está?

 

― Bem, sem saber o que fazer, mas bem ― riu ― E talvez caidinho por um cara.

 

― Ih, foda hein ― Junmyeon riu ― Não é novinho como o do Minseok?

 

― Não, Deus me livre ― Kyungsoo disse rindo ― Ele é separado e é pai.

 

― Caralho, você tem uma sorte fodida ― O Kim fez uma careta ― Ainda bem que tenho jeito com criança, vou ser um tio legal ― Kyungsoo negou sorrindo ― Mas me explica qual é a briga com o Jongdae?

 

― Sério que você quer saber? Não podemos falar do seu namoradinho?

 

― Olha, ele não é adepto a compartilhar nossas aventuras sexuais, então... Não posso falar sobre as fodas ― deu de ombros ― Mas você quer saber dele?

 

― Essa seria a ideia, eu realmente não queria saber das suas fodas, até porque eu nem sei quando vou foder.

 

― O nome dele é Yixing, filho de militares, está sendo cotado para ser o comandante da marinha chinesa ― Junmyeon contou.

 

― Caralho Junmyeon, você pegou um peixão, porra!

 

― Ele que me pegou, Kyungsoo, ele me pegou ― Junmyeon disse inconformado e Kyungsoo gargalhou ― Eu, o maior fodedor de rabos que a Coréia já viu, foi fodido!

 

― A era versátil chega para todos, amigo ― Kyungsoo bateu no ombro do Kim, e bebeu um gole de sua cerveja ― Ela chega e não tem volta.

 

― Não me arrependo ― contou ― Mas falando sério, ele é um cara muito legal e mesmo sendo sério e cotado para um cargo grande, ele é muito simpático.

 

― Apaixonou.

 

― Pra caralho ― bebeu um gole da cerveja ― Conta logo qual é a sua com a maridinho do Minseok, eu já não ia com a cara dele, se você pegou ar, eu vou na sua. 



 

[...]

 

JongIn foi buscar Julie naquela sexta-feira, sorriu quando viu Kyungsoo, havia mandado mensagem ao Do dizendo que poderiam se encontrar quando ele fosse buscar Yuna, os dois passaram as semanas trocando mensagens e o Kim se sentia ainda melhor conversando com o ex soldado.

 

― Papai! ― Julie gritou quando o porteiro abriu o portão para ela sair ― Yuna não veio hoje.

 

―Não veio? ― JongIn beijou a testa da filha e olhou para Kyungsoo que havia se aproximado.

 

― Tio Soo ― Julie cumprimentou e abraçou a perna do homem ― Tudo bem?

 

― Eu adoro o quão educada você é ― Kyungsoo disse e Julie riu ― Estou bem, Julie. E a Yuna não veio porque ontem descobrimos que ela é alérgica a um tipo de salgadinho.

 

― Como? ― JongIn segurou na mão de Julie, começou a andar e Kyungsoo ficou ao lado da menina.

 

― O Junmyeon chegou, aquele amigo que te falei ― JongIn assentiu ― Ontem marcamos de comer na casa do Chanyeol, o Minseok trouxe alguns salgadinhos e doces para a Yuna e pro Baekhyun, estava tudo normal até ela começar a tossir muito e ficar vermelha, levamos ao hospital e depois de exames descobrimos que é alérgica a esse tipo de salgadinho, ela está com o braço enrolado com um tipo de fita.

 

― Exame para saber ao que mais ela pode ser alérgica, não é? ― JongIn perguntou e Kyungsoo resmungou ― Julie fez isso uma vez, não foi por muito tempo, mas descobrimos que ela não era alérgica a nada.

 

― Ela está agoniada porque coça e arde ― Kyungsoo suspirou e olhou para Julie que se mantinha calada, mas estava prestando atenção ― Mas segunda ela já deve estar boa, Julie.

 

― Posso ir lá na casa dela, pai? ― perguntou a JongIn.

 

― Acho melhor não, você vai querer brincar e por causa desse exame ela precisa ficar quietinha ― JongIn sorriu pequeno ― Mas podemos comprar um ursinho pra ela e você dá na segunda, o que acha?

 

― Ela não é alérgica à ursinho, Soo? ― Julie olhou para Kyungsoo, o Do riu, os olhinhos grandes de Julie pareciam ansiosos.

 

―Não, não é.

 

― Bom, então vamos dar o ursinho ― Julie sorriu ― Papai, posso ir do outro lado? ― pediu querendo segurar na outra mão do pai, JongIn assentiu e soltou a mão da filha e foi para o outro lado e segurou a outra mão ― Cadê a tia Jisoo?

 

― Ela teve que resolver algumas coisas sobre o trabalho dela, mas disse que amanhã vai almoçar com a gente.

 

― A mamãe ligou? ― perguntou.

 

JongIn ficou calado pensando em alguma coisa para responder, Kyungsoo percebeu e foi para o lado de Julie.

 

― Vamos apostar uma corrida? ― Kyungsoo perguntou e Julie o encarou ― Aqui mesmo na calçada, mas não é uma corrida de correr.

 

― Como assim, Soo? ― perguntou parando de andar, JongIn parou junto.

 

― Quando eu estava no exército tínhamos que tentar passar o tempo e inventamos algumas brincadeiras, essa é uma corrida de passos, você vai esticando sua perna e dando um passo, aquele que chegar lá na esquina só com passos grandes, ganha um sorvete ― Kyungsoo disse e Julie olhou para JongIn.

 

― Você precisa esticar bem as pernas, filha ― disse dando o aval para que ela pudesse brincar, Julie olhou para Kyungsoo e assentiu animada.

 

― Vamos lá, baixinha ― Kyungsoo se ajeitou ― Não tente me enganar de novo.

 

― Eu não te enganei, só não sabia o número do papai ― falou a garotinha de sete anos, Kyungsoo riu.

 

― E já! ― gritou e começou a dar passos não tão largos, Julie estava na frente.

 

JongIn foi seguindo e observando a brincadeira dos dois, as coisas com Kyungsoo pareciam mais leves e ele nem era uma pessoa fixa na sua vida, na verdade ele apareceu do nada e continuava do nada em momentos aleatórios, mas JongIn gostava, JongIn se sentia bem como nunca mais havia se sentindo, e sabia que era pelo jeito do outro.

 

― Eu ganhei! ― Julie gritou e abraçou a perna de Kyungsoo ― Você deixou eu ganhar, Soo!

 

― Não mesmo ― Kyungsoo negou ― Minhas pernas são pequenas, eu perdi real.

 

― Perdeu nada ― ela riu ― Papai, a gente pode comprar um sorvete pro Soo e ele compra um pra mim? Aí a gente sai ganhando os dois.

 

― Acho uma ótima ideia ― JongIn voltou a segurar na mão da filha ― Tem uma sorveteria aqui nessa quadra antes da nossa casa, o que você acha, Kyungsoo?

 

― Eu vou aonde você quiser, bonitão.

 

JongIn apenas riu.

 

[...]

 

Julie acabou pedindo para JongIn a carregar depois que saíram da sorveteria, ela estava cansada então pegou no sono.

 

― Não sei como vou acordar ela para almoçar, na verdade eu nem deveria ter deixado ela tomar sorvete antes do almoço.

 

― Não vai morrer por mudar as regras uma vez, JongIn ― Kyungsoo disse ao lado do Kim, já estavam na rua da casa dele.

 

― Obrigado.

 

― Pelo que?

 

― Por ter inventado a brincadeira quando ela perguntou da mãe, é difícil falar da Anne para a Julie, ela é uma criança, não merece saber agora o quão sem noção é a mãe ― suspirou ― Pelo menos agora pela tarde eu me livrei.

 

― Ela é tão ruim assim, JongIn?

 

― Ela não quer ser mãe, e eu até entenderia se ela não fosse uma merda de pessoa, ela poderia muito bem sumir e não querer nada com a Julie, eu realmente entenderia, mas ela faz pior, ela vem aqui e fingi ser algo que não é e depois some agindo como se Julie não fosse nada ― andou até a porta de casa, tirou a chave do bolso e deu a Kyungsoo ― Abre pra mim, por favor.

 

― Você não tem a guarda dela?

 

― Tenho, mas ela como mãe tem o direito de vê-la, e eu fico com medo de negar algo e ela inventar alguma coisa e tirar a Julie de mim ― entrou em casa e Kyungsoo o seguiu depois de fechar a porta ― Fica a vontade, vou colocar a Julie no quarto.

 

Kyungsoo andou até a sala e viu as fotos no armário, sorriu vendo uma fileira de fotos de Julie, desde bebê até agora com sete anos, haviam algumas de JongIn e outras pessoas, e uma bem no cantinho chamou atenção de Kyungsoo, era uma com uma mulher que não parecia coreana, tinha os cabelos claros, e os olhos pareciam com os de Julie, ela estava grávida e ao lado dela estava um JongIn mais novo.

 

― Bonitinha ela ― Kyungsoo resmungou a si mesmo ― Nem parece ser uma vaca que o JongIn fala.

 

― Não parece mesmo ― JongIn disse rindo, Kyungsoo se assustou ― É a única foto que tenho aqui, a pedido de Julie, é claro.

 

― Vocês  começaram bem e não acabou bem, foi isso?

 

― Nada foi bem ― se aproximou do ex soldado ― Eu não quero falar sobre isso.

 

― Então vamos falar sobre o quão caidinho eu sou por você, bonitão.

 

― Kyungsoo ― empurrou o Do ― Não nos conhecemos nem há dois meses e você já é assim.

 

― Eu sou direto, não tenho porque me segurar ― deu de ombros ― Podemos falar disso, ou do quão lindo você é, ou melhor, como Deus deixou um anjo como você fora dos céus?

 

― Kyungsoo! ― JongIn riu alto.

 

Naquele momento Kyungsoo aceitou sua missão, iria fazer JongIn e Julie felizes, seja tendo algo romântico com o Kim, ou não. Ele só queria ouvir mais daquela risada e ver mais daquele rosto bonito que JongIn tem.

 

 

 

 



Notas Finais


Junmyeon irmão perdido do Ksoo kkkk e mais um que implica com o Jongdae ai ai, mas o Jongdae é chato gente, vocês vão ver.

eu sou uma pessoa que se tivesse dinheiro faria terapia, eu vi isso ajudar tantas pessoas conhecidas, que eu aconselho boa parte a fazer também, mesmo não fazendo. então, se tens a oportunidade de fazer, faça, se quiser, é claro.

Até sábado que vem💜


ps; próximo capítulo anne volta então preparem a raiva e a segurem kkk


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