*Manu pov*
O Arthur não atende minhas ligações e muito menos responde minhas mensagens depois do que aconteceu. Fiquei muito preocupada, e então fui até a casa dele.
Toquei a campainha e rapidamente a mãe dele me atendeu.
– Olá, tudo bem? Sou "amiga" do Arthur..
– Tudo ótimo e você....?
– Manuela, muito prazer.
– Ah, claro! A menina que o Arthur tanto fala... o que houve?
– O Arthur tá aí? Eu preciso falar com ele.
– Ué, ele não estava com você? Quando ele saiu ele disse que precisava falar urgentemente com você.
– O que? Mas...
– Ele não está com você?
– Não...
Falei olhando para os lados, preocupada.
– Ai meu deus, onde esse menino se enfiou?
– Calma... eu vou encontrar ele! Não se preocupa.
Falei sorrindo tentando acalmar a mesma, logo saindo andando, na procura do Arthur. Onde esse menino foi parar?
*Helen pov*
Passei no Sweet's para tomar um sorvete, precisava descansar um pouco, ainda mais com tudo isso acontecendo. Estou afastada do colégio, e não vou ir até encontrarem a Mari e descobrirem quem é o Joker. É muito perigoso para mim, e minha mãe não quer arriscar que algo aconteça comigo...
Levei junto comigo um caderninho, onde eu anotava cada pista ou atitude suspeita das pessoas que eu conheço.
Eu anotei várias coisas, como também descartei várias coisas.
Alguns alunos como o Douglas, Manu, Arthur, Gui e principalmente a Mari, já foram totalmente comprovados de que não são o Joker. Porém, ando notando que algumas pessoas estão muito estranhas desde que tudo isso começou.
Nicole, não fala mais com a gente, e anda faltando muitas aulas. Rafael, que está agindo como se estivesse em um seriado, e parece que está amando ser perseguido por um psicopata, o que é BEM estranho. Rebecca, mudou do nada sua personalidade e aparência, e nem parece se importar com o Joker e suas ameaças. Lola e Jane estão levando essa história como uma brincadeira, além de que uma delas escreveu uma matéria sobre isso, brincando com a situação e quem deveria ser o próximo alvo do Joker. Além de várias outras pessoas, como Ana, Malu, Vih, Gabrielly, etc.
Mas uma pessoa que está me deixando com uma pulga atrás da orelha é o novo aluno, que chegou semana passada, Máximo. Além de que ele chegou na mesma semana que o Joker começou a atacar, o que já é por si só muito estranho, pego muitas vezes ele me encarando nas aulas, o que me deixa com bastante medo. Nunca cheguei a falar com ele, mas para mim, ele já é o suspeito número 1.
Enquanto escrevia ainda mais coisas naquele caderno, acabei levando um susto. Um garoto sentou-se em minha frente e me olhou sorrindo. Era o Vicenzo, o garoto que eu esbarrei na escola aquele dia.
– Olha só quem eu encontrei aqui...
Ele falou, me olhando enquanto ainda sorria.
– Oi Vicenzo...
Falei meio desanimada, ainda anotando coisas no meu caderninho.
– Ei, o que você tá escrevendo aí?
– Não te interes—-
Ele logo tomou o caderno de minha mão, o folhando com um sorriso "perverso" no rosto.
– Interessante.
Ele comentou, enquanto eu tentava pegar o caderno de suas mãos, brava.
– Me dá essa merda!
Gritei, pegando o caderno de suas mãos.
– Isso é a sua lista de suspeitos de quem é o Joker? Porque eu não tô nela?
– É sim caramba, não sabe ler? E porque você estaria?
Questionei, revirando os olhos e cruzando os braços.
– Pensei que você suspeitaria de um cara como eu logo de cara.
Ele respondeu rindo, enquanto eu guardava os cadernos na minha bolsa.
– Que idiota! Não faça piadas, esse assunto é sério!
– Então seu principal suspeito é o novato?
– É sim... ele é a pessoa que mais está agindo estranho naquele colégio, e não sei porque mas, tenho um pressentimento meio ruim sobre ele.
– Hum, entendi. Esses dias ele ficou me encarando no refeitório...
– O que? Sério? E o que você fez?
– Eu fui me resolver com ele, claro!
– Você bateu nele?
– Não, não precisou disso. Eu apenas mandei ele cuidar da vida dele.
Eu comecei a rir, enquanto ele me olhava, de um jeito que eu não sabia explicar. Ele parecia apaixonado, não sei porque, acho que é apenas coisa da minha cabeça...
– Acho que vou investigar mais sobre aquele menino. Não vou descansar até descobrir quem é o Joker.
– Porque você tá falando isso para mim? Eu posso ser o Joker...
– Eu sei que você não é. Não sei como e nem porque, mas eu confio em você... preciso ir agora..
Falei pegando minha bolsa, e me levantando.
– Você não quer ajuda? Você não pode fazer isso sozinha, é perigoso...
– Então você se preocupa comigo agora?
Perguntei sorrindo, tentando conter a minha vergonha.
– Claro que sim. E ai, você quer ou não?
– Tá, vamos logo. Já tá escurecendo..
Ele sorriu e se levantou, vindo em minha direção, pegando em minha mão levemente e me puxando para fora do Sweet's rapidamente. Eu gosto dele...
*Manu pov*
Procurei o Arthur por cada canto da cidade, e não encontrei ele. Onde ele se meteu?
Não pode ser... ele não pode ter desaparecido como na outra vez. Eu preciso encontrar ele. Fui até o Sweet's tentar falar com meu pai e ver se ele tinha passado por ali.
– Ei pai, você viu o Arthur hoje?
– Não, porque?
– Eu estou procurando por ele e—-
Foi então que fui interrompida pelo barulho de uma mensagem. Era do Arthur.
[ — Manu! Eu preciso de ajuda! Eu acho que eu descobri quem é o Joker!!!
— O QUE? ONDE VOCÊ TÁ???
– Na floresta! VENHA RÁPIDO! ]
Eu logo guardei meu celular rapidamente, muito preocupada.
– Pai, você pode me emprestar o carro? Eu juro que eu devolvo rapidinho!
Perguntei, apressada.
– Tá bom, querida. Cuidado...
Ele falou, me entregando a chave do carro.
– Obrigada, pai! Outra hora a gente fala!
Falei, saindo correndo dali. Logo liguei o carro e entrei no mesmo, dirigindo até a floresta o mais rápido possível. Quando estava prestes a chegar, bati o para-choque do carro em uma placa na estrada.
– Merda! Depois eu arrumo isso...
Falei descendo do carro e indo em direção a floresta. Corri até ficar sem ar, procurando pelo Arthur. Já estava escuro e frio, e eu não entendia o porquê dele ter vindo até aqui. Andava em círculos, gritando por seu nome, mas ele não me atendia. Até um breve grito pedindo ajuda ecoou pela floresta, fazendo eu correr em sua direção o mais rápido possível.
– ARTHUR? ONDE VOCÊ EST—-
Acabei tropeçando e caindo perto de um caminho completamente feito de pedras.
Era a trilha que levava para o acampamento Washington, o mais famoso da cidade. Era de lá que vinha o grito, então me levantei e continuei meu caminho rapidamente.
Demorei mas acabei por chegar lá, completamente ofegante e confusa, sem saber direito onde eu estava.
O acampamento estava completamente vazio, então me questionei da onde veio os gritos. Foi aí que olhei ao chão e me assustei. Tinha uma suposta trilha de sangue, fazendo um caminho. Eu a segui, mesmo com medo..
Ela me levava até um precipício, onde bem na beirada, tinha mais uma vez uma carta de baralho, onde atrás tinha um bilhete, obviamente, do Joker. Eu o peguei, e comecei a tremer muito enquanto lia aquilo...
[ "Ora, ora, você pensou que tinha se livrado de mim certo? Não mesmo, os jogos a recém começaram. Eu sei de onde você veio e o que pretende, Manuela. E agora que eu sei quem você é de verdade, tá na hora de você descobrir quem eu sou. Vá em frente, eu deixei várias pistas espalhadas pela cidade. Ah, eu peguei seu namoradinho para caso você queira revelar alguma dessas coisas para a polícia novamente. Boa sorte!
– J.K ]
Como? Como ele sabe quem eu sou e de onde eu vim? Tudo isso está tão confuso. Não faz o menor sentido... eu preciso achar essas pistas! Eu preciso achar o Arthur! Eu estraguei tudo... novamente. Eu não consigo acreditar. Quem é o Joker? Eu preciso descobrir...
*Helen pov*
Eu e Vicenzo fomos até a casa do Diretor Antônio. Tínhamos um plano em mente. A ficha de estudantes do colégio. Se pegarmos ela, saberemos de tudo do Máximo. Normalmente, fica na casa do próprio diretor, então, enquanto eu distraío o homem, Vicenzo pega discretamente os documentos. Isso vai ser arriscado, e nós podemos ser expulsos do colégio, mas isso não importa agora.
Fomos até lá, e o diretor nos recebeu super contente.
– Não esperava ver vocês aqui no final de semana, o que aconteceu?
Ela questionou, enquanto entravamos na casa do mesmo.
– Vim falar sobre minhas notas, diretor. Tem algo errado..
Falei enquanto me sentava no sofá, sorrindo. Por fora parecia plena, mas por dentro estava mega nervosa para minha desculpa dar certo.
– Ah, claro! Que nota? Eu posso falar com os professores..
Ele falou, se sentando ao meu lado.
– Matemática, diretor. Eu tirei notas boas em todas as provas e fiquei abaixo no trimestre. Isso é muito injusto!
Falei empolgada para convencer o mesmo.
– Oh meu deus, o que quer que eu faça? Quer que eu mude? Eu faço o que você quis—-
Ele falou se aproximando de mim, no entanto foi interrompido por Vicenzo.
– Onde fica o banheiro? Eu tô meio apertado..
– No final do corredor. Pode ir...
O mesmo respondeu, de braços cruzados. Vicenzo logo foi, na iniciativa de pegar os documentos do quarto do diretor e guardá-los na sua mochila discretamente.
Enquanto eu o distraía com meus papos, Vicenzo voltou rapidamente, com a mochila nas costas, como tinha entrado. Me despedi do diretor, indo embora rapidamente com o Vicenzo. Pelo menos se não der certo, eu ganharei umas notas a mais em matemática.
– E ai, conseguiu?
Perguntei sorrindo enquanto olhava o mesmo.
– Uhum.. foi molezinha!
– Que?
Nós rimos e então eu me aproximei dele, selando nossos lábios.
– Obrigada, Vicenzo. Não sei como te agradecer...
– Sabe sim.
Ele agarrou minha cintura e começou a me beijar delicadamente, dando uma leve apertadinha em minhas nádegas enquanto nos beijávamos. Afastamos nossos lábios com delicadeza, sorrindo um para o outro. Ele pegou em minha mão novamente, e então andamos até em casa.
Abrimos a mochila dele e tiramos a ficha de estudantes dali de dentro. Tá na hora de descobrir quem é esse tal de Máximo.
*Rebecca pov*
Estava entediada e solitária naquela mansão escura e aparentemente residia a minha família a muitos anos. Deitada sobre a cama, peguei meu celular, e mandei uma mensagem para Sthefany, perguntando o porquê dela não ter ido na escola a semana inteira, estava preocupada.
[ – Ei Sthe, tá tudo bem? Eu tô preocupada com você...
– Oi, estou meio doente :(
– Melhoras para você, meu anjo <3 estou com saudades...
– Eu também :D
– Quer que eu vá aí te ver? Estou no tédio aqui mesmo...
– Ah, não precisa...
– Não? Porque não?
– Você não entendeu Rebecca? Ou quer que eu desenhe?
– Ué? O que houve?
– O que houve é que eu estou com NOJO de você! Você não percebeu? Você acha mesmo que vai ficar tudo bem entre a gente depois daquele beijo nojento que você me deu?
– Ei, se acalma...
– Vai se foder, Rebecca! ]
Ela então me bloqueou, me deixando com cara de tacho olhando para o celular. Eu não sabia onde mais enfiar minha cara. Eu só queria desaparecer! Eu não aguento mais...
Fui até o jardim da mansão, me sentando em um dos bancos de pedra, colocando as mãos sobre o rosto e começando a chorar. Logo vi uma pessoa vindo em minha direção, e logo pensei que era Jane, porém me lembrei que a mesma foi viajar no dia anterior. Era minha mãe.
Ela parecia preocupada, então me abraçou delicadamente, deitando minha cabeça sobre seu ombro.
– Já tomou seus remédios hoje, querida? O que aconteceu?
– Não importa... eu vou lá para dentro.
Falei, me levantando, porém a mesma me puxou com força pelo braço, fazendo eu me sentar novamente ao seu lado.
– Não tente dificultar as coisas, Rebecca Lombard! Eu estou tentando te ajudar!
– Tentando me ajudar? Me dopando de remédios até eu dormir? Colocando remédios até na minha água? Acha que é assim que vai fazer com que eu me sinta melhor?
– SIM! POIS VOCÊ É DOENTE, GAROTA! DOENTE! Como sua mãe, eu sempre tento lhe ajudar, junto com seu pai.
– AH CLARO! VOCÊS SÃO DOIS SANTINHOS! Vocês acham que eu não sei de onde vem o dinheiro dessa família? Acha que eu não sei do tráfico de drogas e de tudo o que você e o papai fazem?
– D-do que você está falando, mocinha?
– VOCÊS SÃO RIDÍCULOS! EU ODEIO VOC—-
Ela segurou meu braço com raiva, me levando para dentro da casa.
– Você está me machucando!
Falei, sentindo dor enquanto ela me puxava para dentro de um quarto.
– Isso é para você aprender a não nos contrariar mais uma vez, Rebecca! Ou você verá as consequências! Agora tome seus remédios, ou não irá sair daqui tão cedo!
Ela falou, me jogando no chão e saindo de lá, me trancando dentro do meu quarto. Eu fiquei lá no chão, chorando, solitária... Nas gavetas dos armários, estava lotado de remédios, de todos os tipos.
Eu preciso de vingança!
*Helen pov*
Começamos a ler a ficha do Máximo, e acabamos por não achar nada demais. Apenas o seu nome inteiro, endereço, nome do responsável, etc.
Vicenzo me olhou e deu um suspiro enquanto eu lia os documentos.
– Foi inútil não foi? Não tem nada aí dele que seja suspeito...
– Não foi não! Com essa ficha, a gente pode não ver apenas as informações do Máximo, mas as de todos os alunos.
– E quando a gente vai devolver? Ele pode notar que as fichas sumiram do nada e vir atrás de nós!
– Se acalma. Quando a gente encontrar algum aluno muito suspeito aqui, a gente devolve. Simples. Ele não vai nem notar...
Vicenzo concordou com a cabeça e foi em direção a sua mochila.
– Mas Helen... eu não acho que seja um aluno...
Ele falou, pegando algo de sua mochila. Era um baralho de cartas.
– O que? Como assim?
Questionei confusa, indo em sua direção.
– Quando eu fui procurar a ficha na casa do diretor Antônio, eu acabei achando isso. Esse baralho antigo, que não é mais fabricado hoje em dia.
– Pera, deixa eu ver se eu entendi...
– Sim! É isso mesmo. É a mesma carta que você desenhou no seu caderno. Ou seja, a carta do Joker.
Ele falou, pegando a famigerada carta do coringa em suas mãos.
– Mas pode ser apenas uma coincidência...
– Olha, não tem apenas algumas. Tem muitas!
Ele então espalhou o baralho pela cama, mostrando que a maioria das cartas era do coringa, ou seja, do Joker.
– Meu deus...
– Agora você entendeu? Não é o Máximo. Não pode ser apenas uma coincidência. O Diretor Antônio é o Joker.
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