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História Nove Meses - Capítulo 2


Escrita por: Mr_Dyo

Notas do Autor


Hoje é dia 7, dia de capítulo novo. \o/
Nos vemos nas notas finais.
Boa leitura.

Capítulo 2 - Capítulo 2


Fanfic / Fanfiction Nove Meses - Capítulo 2

Nove Meses – Capítulo 2

 

 

Aquela manhã de segunda-feira estava particularmente agradável para Kyungsoo. Não sentia praticamente nada desde o momento em que acordou, só quando apertava a região que estivera dolorida, fora aquilo, nada fora do normal, inclusive o inchaço que se fizera presente nos dias anteriores não mais existia. Após um desjejum cheio de mimos, risos, e beijos roubados a todo instante por parte de Junmyeon, Kyungsoo foi levado para o trabalho.

O movimento estava tranquilo e Kyungsoo aproveitou-se daquele fato para deixar Minseok por dentro de tudo o que lhe acontecera desde que realizou seu último exame, em sua opinião, o mais dolorido de todos até aquele momento.

 

- Bom dia! – um rapaz alto falou assim que entrou pelas portas de vidro, atraindo imediatamente a atenção dos dois que estavam atrás do balcão de mármore. – Aqui que é a Agência K Turismo? – questionou o recém-chegado. Ele era alto, muito alto, e bonito na mesma proporção.

- É aqui mesmo, seja bem-vindo! – Minseok tomou a frente, fazendo uma reverência breve que foi repetida por Kyungsoo e também pelo recém-chegado. – Sou Kim Minseok, em que posso te ajudar? – questionou solícito e com um sorriso calmo nos lábios.

- Bom... É que eu fiquei sabendo por um amigo meu que estão fazendo seleção para preencher a vaga de guia turístico – respondeu o rapaz. Sua voz era grave e marcante, porém, doce. – Mas como já tem um tempo, eu queria saber se ainda estão fazendo.

- Oh! Estamos sim! – Minseok saiu detrás do balcão, mostrando um sorriso enorme. – Só um minuto, tá?! Eu sou um dos donos, mas primeiro preciso falar com Kim Jongdae, meu sócio e responsável pelas entrevistas e toda a parte burocrática, então fique à vontade...? – deu a deixa para o outro completar.

- Yifan! Wu Yifan – respondeu, sorrindo gentilmente.

- Chinês? – Minseok questionou de volta. Não escondeu a surpresa e muito menos seu agrado ao saber daquilo. Estavam procurando alguém com fluência em outros idiomas, de preferência, mandarim e inglês.

- Isso mesmo! – Yifan afirmou.

 

Minseok apenas olhou o grandão, sorriu e apontou para ele, seguindo imediatamente para a sala do namorado, deixando apenas Kyungsoo para fazer companhia para Yifan.

 

- Olá! – Kyungsoo chamou a atenção de Yifan. – Sou Kim Kyungsoo, prazer – fez uma breve reverência. – Pode sentar, viu?! Jongdae tá numa reunião por vídeo e talvez ele demore um pouco – informou.

- Não precisa, eu espero aqui mesmo – Yifan continuava de pé, em frente ao balcão de atendimento onde Kyungsoo ficava. Estava um pouco tímido.

- Minha avó sempre me dizia que para uma pessoa crescer mais, basta ficar muito tempo de pé, mas, sinceramente? Eu acho que você não precisa disso – brincou, arrancando uma risada baixa e tímida de Yifan, que finalmente sentou-se, ficando em sua frente. – Como você ficou sabendo da seleção? – questionou, querendo apenas manter um diálogo descente.

- Foi através de um amigo meu, o Kevin – Yifan respondeu. – Ele veio aqui uns dias atrás pegar algumas informações e preços de alguns pacotes e acabou ouvindo que ainda não tinham encontrado alguém para preencher a vaga de guia turístico, então me mandou vir. Eu ainda relutei bastante antes de vir, mas no final, resolvi tentar a sorte – confessou.

- Hm... – Kyungsoo pareceu analisar a fala do grandão. – Mas porque você relutou em vir até aqui? – questionou de volta.

- Eu fui fazer seleção em outras duas agências, mas sabe como é, né?! Chinês... – Yifan mostrou um sorriso meio sem graça.

- É sério isso? Mesmo? – Kyungsoo questionou, meio desacreditado. – Quanto a esse ponto, Yifan, fique tranquilo, ok?! Nacionalidade não aqui é pré-requisito e muito menos impedimento para contratação – assegurou. – A menos que você tenha alguma ligação com a Coreia do Norte ou os Estados Islâmicos, não sendo isso, tranquilo... – riu em seguida, sendo acompanhado por Yifan.

- Agora tô mais tranquilo! – Yifan confessou mais uma vez. Diferentemente dos outros locais onde fora, aquele lugar transmitia uma calma e tranquilidade sem tamanho.

- Voltei! – Minseok ditou assim que saiu da sala do outro Kim. – Então, Yifan, o Jongdae ainda não terminou a reunião, mas me pediu para adiantar algumas coisas contigo – informou. – Tá com os documentos aí? Se tiver, começamos agora mesmo.

- Estão aqui sim – Yifan logo concordou, entregando a pasta onde tinha tudo de importante, desde currículo á diploma e tudo mais. Estranhamente, sentia-se bem naquele lugar.

- Então... Você tá aqui há quanto tempo? – Minseok questionou enquanto anotava algumas coisas num bloco de papel e analisava o currículo do chinês.

- Acho que uns oito ou nove anos, não sou muito bom com números – Yifan respondeu, coçando o queixo, tentando lembrar com exatidão. – Vim para cá com Quinze anos.

- Certo – Minseok fez uma pausa para anotar. – Além da China e Coréia, lógico, você morou em algum outro país ou sabe outro idioma?

- Morei na China até os cinco, depois me mudei para o Canadá, de lá, vim para cá – respondeu mais uma vez. – E aqui, eu já morei em vários lugares, por conta do trabalho do meu pai.

- Sério que não te contrataram só porque você é chinês? – Kyungsoo quem perguntou, parecia meio desconfiado. – Porque se for esse o caso, os caras são muito burros, porque parece absurdo demais não terem te contratado pelo simples fato de você ser chinês.

- Não te contrataram por você ser chinês? – Minseok reforçou a pergunta.

- Bem... na verdade – Yifan começou a responder, mas com a cabeça baixa. – O fato de eu ser chinês influenciou também, não vou mentir, mas o que pesou mesmo foi quando eu apresentei meus documentos.

- E o que tem de errado com os seus documentos? – Minseok voltou a questionar, olhando os documentos dele, procurando algo de errado, mas como não via nada estranho, ficou atento às reações do grandão.

 

Yifan tinha o perfil que buscavam. Tinha vivência no cotidiano local, sabia dos costumes e tudo mais, conhecia vários locais e pontos turísticos não só da capital, falava outros idiomas... então o que teria de errado com seus documentos?

 

- É que... eu sou filho de um homem fértil – Yifan confessou, já se preparando para o pior.

- Aish! Não faz isso comigo! Susto do caramba! – Minseok falou um pouco mais alto, colocando a mão direita no peito e riu quando Yifan o olhou assustado. – Eu pensei que seus documentos estivessem próximos de vencer ou que tinha sido preso – confessou e riu, sendo acompanhado por Kyungsoo e o próprio Yifan.

- Já sei – Kyungsoo falou após sessar o riso, apontando para Yifan. – Korea Tour e Seoul Agência de Viagens, estou certo?

- Como sabe? – Yifan questionou, surpreso.

- Essas duas são as empresas mais “criteriosas” na hora de contratar pessoas – Minseok respondeu. – Nessas empresas, poucos funcionários não são coreanos e os não nativos, geralmente são Americanos ou Europeus, e por hipótese alguma contratam homens férteis ou quem tenha ligação direta com algum, por exemplo, pai, irmão... namorado. Tudo isso porque, na terceira fase do ciclo, muitos não têm condições de trabalhar, então para não pagar o mesmo valor para um funcionário que trabalha menos, eles os rejeitam – completou. – Jongdae trabalhava como subgerente na Korea Tour. Nos conhecemos numa feira de Turismo que eu fui quando ainda era estudante. Estava tentando uma vaga de estágio na Seoul Agência de Viagens, que era mais próxima de onde eu morava e estavam fazendo entrevistas no evento, só que quando descobriram que eu era fértil, na mesma hora desistiram de mim dando uma desculpa qualquer – fez pausa para respirar.

- Isso é tão absurdo – Yifan murmurou, deixando expressa sua revolta. Kyungsoo apenas observava. – O que tem de errado um homem ser fértil? É alguma doença por acaso? Uma maldição? Eu tenho muito orgulho por ser filho de um homem fértil.

- Olá! – a voz de Jongdae foi ouvida assim que a porta abriu. – Nossa! Como ele é alto! – exclamou, visivelmente surpreso, quando Yifan levantou. – Olá! Sou Kim Jongdae – apertou a mão de Yifan e fez uma breve reverência.

- Wu Yifan! – respondeu repetindo o gesto, sorrindo gentilmente.

- Conseguiu adiantar alguma coisa, Minseok? – Jongdae questionou assim após indicar que Yifan sentasse outra vez.

- Unhum! – Minseok mostrou um sorriso enorme. – Wu Yifan. Chinês, vinte e quatro anos, formado em Turismo pela mesma Universidade que nós três – apontou para si, Kyungsoo e Jongdae. – Fala Mandarim, óbvio, já que ele nasceu na China, né?! Ôh! – bateu na própria testa, gargalhou e continuou. – Enfim... – riu mais um pouco. – Além do coreano fluente, também fala inglês, já que morou alguns anos no Canadá.

- Cantonês também – Yifan falou de modo tímido, após levantar o dedo.

- Woah! – Jongdae não escondeu a surpresa.

- Eu realmente não sei como não te contrataram antes, mas pelo visto, a sorte será nossa – Minseok permitiu-se brincar.

 

Kyungsoo abriu a boca para falar mais alguma coisa, contudo, a atenção de todos foi atraída para a porta quando, por ela, Chanyeol entrou. Mas diferentemente dos dias normais, ele não mostrava sua costumeira animação, muito pelo contrário, estava pálido e aquilo deixou todos assustados. Ele andava com dificuldade, curvado, sua testa suava e seus lábios estavam pálidos, parecia não se sentir bem.

 

- Chanyeol? – Kyungsoo chamou o maior, mas antes que ele pudesse, enfim, responder algo, fechou os olhos e respirou fundo. Ainda tentou falar algo, mas não conseguiu.

- Ele vai desmaiar – Yifan anunciou e antes que qualquer um pudesse fazer algo a respeito, se levantou e correu na direção do Park, que simplesmente apagou em seus braços.

- CHANYEOL! – Kyungsoo, Minseok e Jongdae gritaram ao mesmo tempo, correndo na direção do Park.

 

Yifan rapidamente se abaixou com Chanyeol em seus braços, deixando-o parcialmente deitado e percebeu que suava frio. Suas mãos estavam frias e sua respiração lenta.

 

- Deixem ele respirar, por favor! – Yifan pediu assim que viu os três, obviamente preocupados, cercando o mais novo, que não dava qualquer sinal de que retornaria, mesmo com Yifan dando tapinhas leves em seu rosto.

- Aigoo! – Minseok desesperou-se, postando-se a chorar imediatamente, e foi preciso que Jongdae tentasse acalmá-lo.

- Ele tá com a pressão baixa – Yifan falou assim que segurou o pulso de Chanyeol.

- E agora? – questionou Kyungsoo, visivelmente assustado, assim como os outros.

- Meu pai trabalha numa clínica aqui perto – Yifan, mais uma vez, tomou a frente da situação. – Vamos leva-lo para lá, por sorte ele me deu o carro hoje. Segura ele rapidinho, vou carregar ele nas costas – pediu e logo Kyungsoo se aproximou, segurando um Chanyeol desmaiado.

 

Yifan se colocou na frente de Chanyeol, Kyungsoo e Jongdae ajudaram a posicioná-lo melhor e logo depois, Yifan levantou, carregando Chanyeol em suas costas.

- A chave do carro tá no bolso de trás, preciso que alguém vá comigo – Yifan informou.

- Eu vou! – Kyungsoo prontificou-se a ir junto. – Minseok não está em condições de ir, Jongdae fica pra acalmar ele, pode deixar que mando notícias.

 

Por sorte o acesso não era difícil, mas chamou a atenção de algumas pessoas Yifan carregando um Chanyeol desmaiado em suas costas. Kyungsoo pegou as chaves do carro de Yifan e assim que se aproximaram, desativou o alarme e, com cuidado, Yifan deixou Chanyeol no banco de trás. Kyungsoo entrou pelo outro lado e ao sentar-se, deixou a cabeça do mais novo em seu colo, enquanto Yifan rapidamente assumir o volante. O carro andou poucos metros e ao parar no sinal, Chanyeol acordou.

 

- Fica calmo e não se meche, por favor! – Kyungsoo segurou o maior pelos ombros. Estava aliviado pelo fato de ele ter acordado.

- O que houve? – Chanyeol perguntou, ainda zonzo.

- Você desmaiou – Kyungsoo respondeu. – Estamos te levando para uma clínica, então fica quieto. Ao que tudo indica, você teve uma queda de pressão, então é bom não abusar, seja lá o que você tiver, fique calmo, ok?!

 

Do volante, Yifan apenas observava os dois no banco de trás. Quando parou num sinal próximo à clínica, ligou para o pai, informando rapidamente o ocorrido e este avisou que estaria na frente, à espera deles. E assim aconteceu quando o carro parou na entrada. Com dificuldade, Chanyeol se deixou levar por Yifan e o pai, quem até o momento não conhecia.

Yifan era muito parecido com o pai, porém, o mais velho tinha o rosto um pouco mais redondo e traços mais delicados, mas continuavam muito parecidos, a diferença principal era nos cabelos, já que o mais velho tinha os fios curtos e naturais. Uma vez dentro da clínica, Chanyeol foi prontamente levado para a sala de exames.

 

- Olá, Chanyeol! Sou Wu YanTao – apresentou-se o mais velho. – Espere só um minuto que farei seu cadastro – informou.

- Prazer! – ainda sentado, Chanyeol apenas baixou a cabeça e virou-se para Kyungsoo. – Hyung... Tinha mesmo necessidade de me trazer pra cá?

- Claro que tinha, Chanyeol! – Kyungsoo exclamou de volta. – Você desmaiou e nos deixou preocupados – informou. – Inicialmente, eu e o Minseok pensamos que você era fértil... – ainda tentou completar o raciocínio, mas Chanyeol não deixou.

- O que disse? – Chanyeol questionou visivelmente assustado. A última coisa que queria pensar naquele momento para a razão de suas dores é que seria fértil. Não podia ser fértil, de jeito nenhum. – Não! Não tem a mínima possibilidade de isso ser verdade – ditou mais para si do que para Kyungsoo.

- E porque não? – Kyungsoo questionou de volta. Para ele estava bem claro o motivo das dores do Park, pelo menos até acontecer aquele desmaio. – Você já procurou um médico pra saber a causa dessas dores?

- E-eu n-nã-Ai! – Chanyeol fechou os olhos com força e curvou-se, apertando a região logo abaixo do umbigo. – Não! – voltou a falar assim que a dor amenizou. – Isso não é possível – alegou. Demonstrava um medo sem tamanho. – Eu não posso ser fértil, hyung! – os olhos ficavam vermelhos por conta de um choro segurado.

- É possível sim! – YanTao entrou na conversa e afirmou, porém, estava estranhando aquela reação do paciente. – Vem cá, senta aqui – ajudou Chanyeol a se levantar e sentar na maca que tinha no canto da sala. – Há quanto tempo você vem sentindo essas dores? – questionou antes de levantar a camisa do Park até a altura do peito.

- Cinco dias... eu acho – Chanyeol respondeu, soltando mais um tímido gemido de dor quando o médico apalpou o lado direito de seu ventre, logo abaixo do umbigo. Em toda sua vida, jamais sentira dor semelhante.

 - Cinco dias? Hm... – YanTao parecia pensativo enquanto realizava o exame. – Você não deveria ter ido trabalhar, Chanyeol! Era pra ficar em casa de repouso absoluto – ditou para o maior, que ainda mantinha a expressão de dor.

- Porque, doutor? – Chanyeol questionou sem olhar o rosto do médico, buscava confiança no olhar do Kim.

- Porque você é fértil, Chanyeol – YanTao respondeu, mas se surpreendeu com a reação de Chanyeol, que pulou na maca, ficando sentado.

- Não! Isso tá errado! – Chanyeol se encolheu e abraçou as pernas, escondendo a cabeça entre os joelhos. – Não posso ser fértil! – ditava pra si mesmo.

- Hei! – Kyungsoo prontamente se aproximou da maca e chamou o maior, que lhe deu atenção após poucos segundos. – Não tem nada demais em ser fértil, ok?! – Kyungsoo iniciou mais um diálogo, o médico apenas se afastou um pouco.

- Mas eu não posso ser assim, Kyungsoo hyung! – Chanyeol falou num quase desespero. – Você não tá entendendo! Eu não posso ser fértil! – sentiu os olhos marejarem.

- E porque não? – o Kim voltou a questionar. Pela expressão do outro, algo sério deveria ter para que estivesse naquela aversão a si mesmo, e aquilo o preocupou.

- Eu não tenho pra onde ir, porque, com certeza meus pais vão me colocar pra fora de casa assim que souberem – Chanyeol revelou, chocando Kyungsoo e YanTao.

- Como assim? E porque fariam isso? – Kyungsoo arrastou a cadeira para mais perto do Park. – Na sua família também tem homens férteis? Me explica isso melhor, Chanyeol, não consigo entender muita coisa.

- Eu tenho um tio que é fértil, mas ele foi expulso de casa pelos meus avós assim que descobriram – Chanyeol contou. – Ele era o mais novo da família, tinha pouco mais de trinta anos. Ele ainda conseguiu esconder durante um bom tempo, sabe?! Só que teve um dia que ele se sentiu mal e precisou ser socorrido, quando chegou no hospital e o médico disse que ele era fértil, meus avós simplesmente foram embora e deixaram ele lá, desacordado – olhou para cima, tentando não chorar. – Eu ainda era criança, mas lembro dos meus avós pegando as roupas dele e jogando fora – não olhava pra Kyungsoo apenas para as próprias mãos. – E tipo... Ninguém da família fez nada. Ninguém foi contra a atitude dos meus avós ou tentou fazer algo pra ajudar ele – fez uma pausa pra respirar. – Meu pai diz que não há no mundo coisa pior do que um homem fértil e que todos deveriam ser erradicados do planeta... É por isso que eu não posso ser fértil, hyung! Meu tio sumiu no mundo e nunca mais tive notícias... não sei nem se ainda é vivo – as primeiras lágrimas caíram logo depois.

- Chanyeol... – YanTao se aproximou mais uma vez, tocando no joelho do mais novo. – Vou te contar uma coisa que é muito provável que seus pais, avós e muita gente não sabia – deixou aparecer um meio sorriso ao falar. – Se você é fértil, Chanyeol, é graças a seu pai e seu avô – sorriu abertamente ao ver o olhar surpreso em sua direção. – Chanyeol, ser fértil é uma condição genética estritamente ligada ao homem. Não existem culpados, pecados ou maldições, o que existe é uma condição genética hereditária que você herdou de seu pai.

- Então quer dizer que meu pai também é fértil? – Chanyeol assustou-se com aquela possibilidade, o que de certo modo explicaria bem o ódio dele por tais homens.

- Isso eu não sei te dizer sem que faça um exame primeiro, mas não é como se fosse impossível de acontecer, entende?! – o Wu mais velho respondeu – Pelo visto... você não sabe muita coisa sobre sua condição, não é? – questionou e teve apenas um aceno envergonhado por resposta. – Antes de qualquer coisa, Chanyeol, saiba não tem nada de errado em você ser quem é, porque o que determina o valor de uma pessoa, não é o que está em sua genética, mas sim o seu caráter – afirmou, puxando outra cadeira para perto da maca onde o Park estava sentado mais confortavelmente. – Se a genética determinasse o caráter de uma pessoa, o filho de um cidadão descente não se tornaria bandido, então não se sinta culpado por algo que você não teve a menor culpa – afirmou com seriedade.

- Entendo... Mas como isso acontece? Digo... Eu não entendo muito bem como funciona. Eu sei porque ouvi falar sobre no colégio, mas foi tão superficial que não lembro de muita coisa – o maior confessou, um pouco constrangido, evidentemente.

- O homem fértil nada mais é do que uma mutação genética hereditária – YanTao explicou om calma. – Assim como acontece na anemia falciforme, o homem pode manifestar a doença ou ter apenas traços dela. Mas no seu caso... no nosso caso, porque eu também sou fértil, não se trata de uma doença, mas sim de uma condição não tão rara. Então é bem possível que seu pai ou seu avô sejam férteis, mas não saibam – sorriu ao ver a expressão surpresa do Park.

- Mas os homens férteis não são estéreis? – Chanyeol lembrava já tinha visto aquela informação em algum lugar.

- Sim e não! – YanTao respondeu. Mantinha um sorriso terno nos lábios. – Como é uma manifestação genética e a genética de um não é igual à do outro, pode acontecer de em alguns a manifestação ser mais forte, assim digamos, já em outros, não, porque embora a condição de fertilidade seja algo do homem, a genética da mulher pode influenciar também, e já tem dados científicos que comprovam isso – iniciou a explicação. – Quando o homem é completamente fértil, em 98% dos casos ele não produz espermatozoides viáveis para fecundação, pois são malformados e geralmente não tem cauda. Porém há casos raros de homens que são férteis, mas que levaram uma vida completamente normal, e isso inclui ter filhos sem precisar gera-los, então assim, tudo vai depender do grau de manifestação da condição e essa manifestação geralmente se descobre com um espermograma, pelo menos em um diagnóstico para apontar a condição – explicou mais uma vez.

- E no meu caso... ? – Chanyeol deixou a pergunta no ar, muito embora soubesse da resposta.

- Você é completamente fértil, Chanyeol – o Wu sorriu um pouco. – Na literatura médica, classificamos um homem como sendo fértil quando ele apresenta o ciclo – voltou a explicar. – Alguns homens nascem com útero, ovários e tudo mais, mas não apresentam o ciclo. Muitos, inclusive, vivem suas vidas sem jamais sentir nada de diferente e não se consideram férteis por isso, porque mesmo tendo todos os órgãos que lhes permita gerar, a condição não afetou sua matriz reprodutiva.

- Eu não sabia dessa matriz reprodutiva – Kyungsoo confessou. – Quando comecei meu tratamento, o médico me disse bastante coisas, mas nada sobre essa matriz.

- A matriz reprodutiva é o que determina se o homem é fértil ou não – YanTao deu atenção do Kim e explicou. – Como eu disse, o homem até pode ter útero, mas vai ser a matriz reprodutiva quem vai determinar se ele é fértil ou não. Matriz reprodutiva, chamamos a forma como ele irá reproduzir, seja através da produção de espermatozoides, ou gerando.

- Nossa! Que complicado – Kyungsoo fez careta e sorriu.

- É por isso que médico nenhum fala em matriz reprodutiva – YanTao riu. – É meio que um consenso, sabe?! Porque não vai alterar em nada o paciente saber de matriz reprodutiva, porque ela não pode ser mudada em nada. Ela basicamente existe pra dizer se o homem vai gerar ou não.

- Entendi – Kyungsoo deu-se por satisfeito com aquelas palavras.

- E o que vai acontecer comigo a partir de agora? – Chanyeol voltou a questionar. Pensava em tantas coisas que se sentia perdido.

- Além dos ciclos, nada! – o Wu respondeu, olhando o paciente, sempre mantendo o sorriso terno. – Você sabe como funcionam os ciclos?

- Não! Isso nunca tinha acontecido comigo antes – Chanyeol justificou-se. – Eu não achei nada fora do normal, até as dores começarem – explicou. – Pensei que era alguma alergia alimentar que eu tinha desenvolvido ou estava com verme.

- Então esse foi o seu primeiro ciclo? – YanTao apenas constatou.

- Unhum! – o Park confirmou, sentindo o rosto esquentar em vergonha.

- Awn! O Channie agora é um mocinho de verdade – Kyungsoo brincou e riu junto com o médico quando o Park fez careta. – Mas acostume-se com isso, e o principal, previna-se caso resolva atender aos desejos de seu corpo no início do ciclo.

- Bate na madeira, Kyungsoo hyung! – Chanyeol fez espanto. – Não quero ter filhos, quer dizer... até o momento nunca tinha pensado, mas não quero – afirmou. – Pelo menos não aos dezenove... Aish! – se encolheu quando sentiu mais uma onda de dor chegando. – É sempre assim, hyung? – questionou ao passar a mão na testa, que estava levemente suada.

- Eu não sei te dizer, Chanyeol, porque você sabe que o meu organismo é completamente desregulado, então não posso afirmar muita coisa sobre isso – Kyungsoo respondeu. – Mas com certeza o doutor sabe explicar melhor.

- Chanyeol, você não sentiu nada diferente do normal alguns dias antes? – YanTao questionou, retomando as “rédeas” da consulta.

- Bom... parando pra pensar agora, eu realmente senti umas coisas estranhas – Chanyeol confessou. – Primeiro me bateu umas vontades que eu nunca tinha tido antes... pelo menos não tão do nada – sentiu o rosto corar.

- Isso é completamente normal, Chanyeol – YanTao sorriu. – Essa é a primeira fase do ciclo – explicou.

- Daí, depois que passou aquelas vontades, fiquei uns dias normal, mas então eu comecei a sentir essas dores e elas aumentavam cada dia mais. Até fui numa farmácia, a moça me indicou um remédio que segundo ela era específico, mas as dores continuaram e hoje tá pior que em todos os outros dias – respirou fundo, quando sentiu mais uma pontada. – Eu fiquei tão assustado, porque não sabia o que estava acontecendo comigo – confessou após um tempo em silêncio

- Isso é porque seu corpo está se preparando para o final do ciclo – o Wu voltou a explicar. – Apesar de nascermos com útero, trompas, ovários e todo o sistema reprodutor tipicamente feminino, ainda somos homens e o que nós passamos não é como acontece com as mulheres – explicou. – O nosso organismo reage de uma maneira completamente diferente. Por exemplo, nós não ficamos sangrando, pois temos menos sangue que as mulheres, por isso não temos o “direito” de ficar perdendo sangue atoa – riu um pouco. – É durante a primeira etapa do ciclo que o organismo secreta uma substância e essa substância reveste o interior útero por completo, formando uma camada protetora. E tudo isso nada mais é do que a preparação do corpo para uma possível gestação, por isso toda essa vontade que a gente sente, entendeu?! O corpo fica mais sensível, mais responsivo aos toques mais sutis – a todo momento explicava com calma e aguardava as reações do Park.

- Essa camada protetora, também chamada de bolsa, ela é altamente lubrificada e pegajosa e vai auxiliar os espermatozoides a chegarem aos óvulos, lá nas trompas – o médico voltou a explicação. – Também acontecem algumas contrações involuntárias, por isso a excitação vem fácil. Essas contrações também auxiliam os gametas até chegarem em seu destino final – tanto Chanyeol quanto Kyungsoo prestavam total atenção ao que o Wu falava. – Nos três primeiros dias o desejo é mais intenso. Por volta do sexto dia, mais ou menos, essa camada vai fechando o colo do útero, porque ela também funciona como uma barreira natural do organismo contra possíveis infecções e pra garantir que a fecundação vai acontecer. Essa camada garante ao espermatozoide aproximadamente uma semana de vida – comentou.

 

YanTao fez uma pequena pausa para se acomodar melhor na cadeira, o mesmo fez Kyungsoo e Chanyeol, que esticou as pernas e voltou a deitar, pois sentia-se tonto.

 

- Mas quando o óvulo não é fecundado e chega no útero, aí que começa o sofrimento, porque essa bolsa precisa ser expulsa, pois até ela tem um prazo de validade, assim digamos, e é então que começam as dores, o inchaço... – YanTao fez careta, porque nem ele aguentava quando esse período chegava. – Essa camada começa a se desprender das paredes do útero, e ele vai contraindo pra expulsar essa bolsa, só que essa é uma parte muito delicada, porque as paredes internas ficam completamente expostas, as vezes bem irritadas, o que é uma porta de entrada para microrganismos, então pra evitar alguma infecção ou outra complicação mais séria, o sistema imune começa a trabalhar para enviar células de defesa pra essa região, por isso podemos sentir febre e cansaço. Isso é o nosso corpo impedindo que algo pior aconteça. Esse processo demora cerca de quatro a cinco dias para acontecer por completo.

- Então quer dizer que isso tá dentro de mim e ainda vai sair? – Chanyeol se assustou. Estava atônito. Era muita informação de uma vez só.

- Unhum! – YanTao apenas afirmou. – Mas não se preocupe, não é nada de outro mundo – garantiu.

- E como eu vou saber que isso saiu de mim? – questionou. Chanyeol sempre foi cheio dos nojos com coisas gosmentas e melecadas, e só imaginar algo dessa natureza saindo de dentro de si, já entrava em pânico.

- Você vai sentir, não se preocupe – o médico afirmou com tranquilidade. – Principalmente porque as dores vão diminuir consideravelmente assim que ela sair, mas até isso acontecer, as cólicas vão ficar mais fortes, porque é o corpo colocando pra fora.

- Como é isso? É nojento? Eu não quero ver essa gosma saindo de mim – Chanyeol fez careta só de imaginar, ou pelo menos tentar.

- Não é algo nojento, pelo menos eu não acho – o Wu respondeu mais uma vez e riu das caretas do Park. – Como posso te explicar de uma maneira que não seja tão... estranha?! – coçou a cabeça, pensativo.

- É algo como uma clara de ovo, só que mais espessa e esbranquiçada – Kyungsoo respondeu – Sabe quando a gente coloca o ovo na frigideira e a clara começa a ficar branca? É mais ou menos aquilo, só que com algumas manchas de sangue.

-  Exatamente, Kyungsoo, obrigado! – YanTao sorriu agradecido para o menor. – E não é grande, é pequeno – explicou.

- Isso acontece todo mês? – com aquela pergunta, Chanyeol deixou claro que realmente não sabia nada sobre sua condição.

- Para nossa alegria, não! – YanTao sorriu mais uma vez, de alívio principalmente. – Todo esse processo é desgastante demais para nós, até mesmo porque depois que essa camada é expulsa, a mucosa do útero leva cerca de dois a três dias para se reestabelecer por completo, mas até isso acontecer, o sistema imune continua atuando no combate a possíveis infecções – explicou mais uma vez – E uma vez a mucosa reestabelecida, o útero leva cerca de uma semana pra desinchar e voltar ao tamanho normal.

- Nossa! Eu não tinha ideia de que ser um homem fértil era tão complicado – Chanyeol permitiu-se rir. As dores não estavam mais tão fortes.

- Por isso o repouso é tão importante durante terceira etapa do ciclo, Chanyeol – o Wu voltou a alertar o mais novo. – O corpo cansa mais rápido, porque é como se você tivesse doente, então você não pode fazer muito esforço. Sem contar que a expulsão da bolsa pode acontecer num local inapropriado e isso não será nada agradável, porque como ela não tem mais função alguma, ela começa a se desfazer... isso sim é muito nojento – alertou. – E tem mais, caso não haja o devido repouso, por conta do esforço, você corre o risco de contrair uma infecção e isso pode ser bem grave, então, mocinho... nada de trabalhar nessas condições, ok?! – advertiu.

- Foi por isso que você desmaiou, Chanyeol – Kyungsoo olhou o mais novo, visivelmente preocupado. – Você está debilitado e ir andando até a garagem dos ônibus só te fez mal.

- Mas não tinha como eu saber que estava passando por tudo isso – Chanyeol se defendeu.

- Mas poderia dizer ao Minseok que não estava se sentindo bem – Kyungsoo rebateu o argumento do maior. – Você sabe que ele é compreensivo, até porque, ele também é fértil.

- Oh! – YanTao exclamou, assustado. – Você trabalha na empresa onde Yifan foi fazer a entrevista?

- Unhum! – Kyungsoo apenas confirmou. – Pra falar a verdade, a entrevista nem terminou, mas se não fosse o Yifan, não saberíamos o que fazer com esse menino – bateu no joelho do Park e sorriu para ele, que sentiu o rosto ficar vermelho.

- Céus, e agora? – o mais velho ficou preocupado. – Ele estava contando com essa entrevista, mas agora está tudo perdido – lamentou-se.

- Acho pouco provável que isso aconteça – Kyungsoo ditou para o mais velho, que o olhou com atenção. – Eu trabalho lá desde a fundação, assim digamos, e o Yifan se encaixa perfeitamente no perfil que procuramos – sorriu ao ver o outro respirar aliviado. – O currículo dele é bom, tem a fluência... enfim, acho pouco provável que ele não seja contratado. Sem contar que ele foi tão rápido em socorrer o Chanyeol que... espere um momento, por favor! – falou assim que o telefone tocou. – É o Minseok – informou antes de atender. – Oi!... Sim! O Channie tá bem sim... Não! Não é doença, é o ciclo mesmo... Isso mesmo, é fértil puro sangue! – riu um pouco, constrangendo Chanyeol. – Ele foi atendido pelo pai do Yifan, o doutor YanTao e sobre o Yifan... Oh! Vai mesmo? Claro que sim, até porque, o pouco que se viu já mostrou que ele é perfeito para a vaga... Certo, aviso sim! Aos dois, pode deixar, até mais! – despediu-se e encerrou a ligação. – Você – apontou para Chanyeol. – Está dispensado, e enquanto estiver fora, o Yifan que vai te cobrir.

- Ele vai ser contratado? – YanTao não disfarçou a felicidade.

- Vai sim, basta apenas ele voltar lá, assinar os papéis e começar amanhã mesmo – Kyungsoo respondeu, sorrindo. – Mas, claro... o senhor não ouviu isso e quando o Yifan ligar, contando a novidade, o senhor vai ficar feliz – apontou para o médico, que sorriu e confirmou.

 

 

Chanyeol se recusou a ficar em observação na clínica até que seu corpo expulsasse a bolsa, sendo assim, Wu YanTao o medicou e lhe entregou um atestado como sendo uma virose, já que sabia da situação do paciente e não era intenção sua colocá-lo em risco. Ao saírem da sala, encontraram Yifan, que estava bem preocupado pela demora naquela consulta, mas ao ver Chanyeol mais corado ficou tranquilo.

Uma vez despedidos, Yifan se ofereceu para levar Chanyeol até sua casa, já que corria o risco de a bolsa ser expulsa a qualquer momento e no carro o risco de constrangimento seria bem menor. O caminho até a casa do Park foi tranquilo, vez ou outra Kyungsoo respondia alguma nova dúvida de Chanyeol e tentava incluir Yifan na conversa. Assim que Chanyeol foi deixado em casa, Yifan voltou com Kyungsoo para a agência.

 

- Como ele está? – Minseok questionou de pronta, assim que Kyungsoo e Yifan passaram pela porta de vidro.

- Bem melhor! Já foi medicado e está em casa, repousando – Kyungsoo quem respondeu. – Por sorte o Yifan estava aqui na hora – olhou para o grandão, que desviou o olhar, visivelmente constrangido. – O pai dele, o Doutor YanTao, é maravilhoso! Ele foi um anjo com o Chanyeol, explicou tudo nos mínimos detalhes e disse coisas que nem eu sabia, mas tem uma coisa que preciso falar contigo depois – informou.

- Tudo bem – Minseok apenas confirmou. – Então, Yifan, espera só um momentinho, tá?! – pediu ao maior, que o olhou confuso. – O Jongdae tá imprimindo o contrato pra você assinar, mas a impressora só trabalha quando ela quer e agora resolveu dificultar o negócio, mas você não sai daqui sem assinar esse contrato.

- O-o que? – Yifan arregalou os olhos. Tinha certeza que não seria contratado.

- Você vai ser contratado – Kyungsoo quem respondeu, achando graça no espanto do grandão.

- Por favor, não veja isso como uma troca de favores só porque você ajudou o Chanyeol e tudo mais – Minseok informou, olhando divertido para o maior. – Mas acontece que o seu currículo é impecável. Inclusive, nesse meio tempo em que vocês estavam na clínica, eu liguei para os locais onde você estagiou e seus superiores me deram ótimas referências sobre você – explicou. – Claro que o ocorrido também contou, porque mesmo sem conhecer o Chanyeol, você o ajudou sem pensar duas vezes e é isso que procuramos nas pessoas que pretendem trabalhar aqui, porque eu não sou o chefe, não estou aqui pra mandar, estou aqui pra trabalhar junto com você e os outros, então você mostrou um grande espírito de equipe, e digamos que isso foi a cereja do bolo – sorriu por fim.

- E-eu... nem sei o que dizer – Yifan confidenciou. Sentia uma enorme vontade de gritar e abraçar aqueles dois baixinhos que achou tão adoráveis.

- Não diga nada – Jongdae quem falou dessa vez. – Apenas assine aqui e estará fazendo parte da K. Turismo – sorriu largo por fim.

 

Como forma de comemoração, Kyungsoo foi até a padaria e comprou um bolo de chocolate pequeno e uma garrafa de refrigerante. Uma vez os papéis assinados, Kyungsoo ficou encarregado de explicar a Yifan as funções desempenhadas enquanto Minseok atendia alguns clientes que chegaram, e assim seguiram até o final do expediente.

 

 

Ao chegar em casa, Kyungsoo fez o mesmo que nos outros dias, foi até o escritório, saudou o esposo com um selar e Yixing com um abraço para logo depois, seguir na direção de seu quarto, onde tirou as roupas pesadas e pegou outras mais leves. Após um banho rápido, somente pra tirar o suor, desceu e preparou o jantar, que assim como na maioria das vezes, teve a presença de Yixing. Logo que o chinês se foi, as portas e janelas foram fechadas e as luzes apagadas. Kyungsoo e Junmyeon subiram para o banheiro, onde tomaram mais um banho e finalmente se deitaram.

No dia seguinte, ao acordar, Kyungsoo deparou-se com uma mensagem de Chanyeol, lhe dizendo que “aquela coisa demoníaca saiu no meio da madrugada”, o que fez o baixinho rir bastante só de imaginar as reações do Park. Após seguir a rotina de sempre, mais uma vez teve a carona de Junmyeon para chegar na agência, onde o dia passou normalmente, o único diferencial era que estava assessorando Yifan, que ainda estava um pouco perdido, algo totalmente compreensível.

O resto da semana foi tranquilo, Chanyeol voltou na semana seguinte e tudo pareceu entrar numa ótima sintonia. As implicâncias de Chanyeol voltaram com força total, mas Kyungsoo tinha um trunfo, quando Yifan estava por perto, Chanyeol ficava tímido, e claro que aquilo não passou despercebido por Kyungsoo e Minseok, que fizeram de ver o Park envergonhado, um novo hobbie.

A semana seguinte à volta do Park, porém, foi um pouco mais complicada pra Kyungsoo, que estava se sentindo bastante cansado desde a terça-feira. Tinha a sensação de que não conseguira dormir direito à noite, e como ele mesmo dissera, estava sentindo uma moleza muito grande. Na quarta-feira, vieram as cólicas junto do inchaço abaixo do umbigo, e a moleza sempre presente. Na quinta-feira, acordou mais indisposto ainda, pois além do cansaço, também sentia dor de cabeça e na base da coluna. Nem quis tomar café, porque sentia que vomitaria caso comesse algo sólido, então tomou apenas um suco e seguiu para o trabalho.

 

- Kyungsoo? – Minseok chamou pelo amigo, que estava com a cabeça sobre os antebraços, sobre a mesa.

- Oi – Kyungsoo respondeu baixinho.

- Tá sentindo alguma coisa? – Minseok se aproximou do amigo, dando a volta no balcão da recepção.

- Só uma dor chata na cabeça e na coluna – Kyungsoo se sentou direito na cadeira e passou as mãos no rosto. – Eu acho que peguei alguma virose – deduziu.

- Tô te achando pálido demais pra ter apenas uma virose, Kyungsoo – Minseok analisou o outro, que estava realmente pálido.

- É que... – Kyungsoo respirou fundo e piscou várias vezes. Estava com a vista embaçada. Coçou os olhos e voltou a olhar para a frente. – Eu... tô tonto – falou e antes que caísse, Minseok o segurou.

- Aish! Não comeu nada, não foi? – Minseok reclamou com o amigo – Que droga, Kyungsoo! Yifan, ajuda aqui! – chamou alto, já que Jongdae e Chanyeol haviam saído, Yifan estava na sala de descanso.

- O que aconteceu? – Yifan questionou assim que saiu da sala de descanso, correu na direção de Kyungsoo, o segurando pelos braços.

- Esse cabeça dura não se alimenta direito e agora tá passando mal – Minseok explicou, visivelmente preocupado.

 

Yifan guiou Kyungsoo até a sala de descanso, o posicionando na poltrona reclinável que tinha ali, Minseok estava em seu encalço. Kyungsoo não conseguia falar muita coisa, estava atordoado, porque tudo à sua volta rodava e tinha a sensação de ver “luzes” verdes e brancas piscando ao redor, tudo acompanhado daquele embrulho no estômago, mas antes que pensasse em algo, instintivamente curvou o corpo para a frente e logo veio a primeira ânsia, depois outra, até finalmente botar o suco para fora.

 

- Puta merda, Kyungsoo! – Minseok se desesperou de vez. Kyungsoo suava frio, estava completamente gelado.

- É melhor levar pra clínica! – Yifan falou assim que Kyungsoo voltou a se recostar na poltrona – Pelo o que o meu pai falou, uma virose nova tá assolando – informou.

- Então leva ele, por favor! – Minseok pediu – Nem Jongdae nem Chanyeol estão aqui e eu não posso sair – alegou – Pega a chave do meu carro – tirou as chaves do bolso e entregou ao chinês.

 

Sem contestar, Yifan o fez, mas antes, ajudou Kyungsoo a chegar no banheiro e lavar a boca. Após vomitar se sentiu bem melhor, mas não contestou em ser levado até o pai do chinês. Realmente não vinha se sentindo bem desde o início da semana, e acreditou que foi graças ao banho de chuva que levara no domingo.

 

 

Pouco mais de uma hora, Kyungsoo já se sentia bem melhor e estava na sala de descanso da clínica onde YanTao trabalhava. Ao seu lado, Yifan perguntava a cada dois minutos se estava se sentindo bem, o que fez o menor rir, já que o cuidado do maior consigo era grande, maior até que o dos outros.

 

- Estou sim, Yifan – Kyungsoo riu da preocupação exacerbada de Yifan. – Domingo à noite saí com o Junmyeon pra comer espetinho – explicou. – Acho que foi isso – riu um pouco.

- Por isso não como essas comidas de rua – Yifan riu. – Não fazem meu estilo.

- Você e esse seu estilo – Kyungsoo revirou os olhos. – Mas é que eu realmente senti vontade de comer espetinho, Yifan – confessou. – O Jun até achou estranho, mas o que eu posso fazer?

- Tomar cuidado pra não comer nada estragado e ficar assim de novo, preocupando todo mundo – Yifan respondeu, lançando um olhar severo para o menor.

- Como é o negócio? – Kyungsoo questionou, desacreditado. – Estou sendo repreendido pelo meu dongsaeng? Tá ligado que a hierarquia aqui é pela idade e não pelo tamanho, né?! – apontou para Yifan, mas ria. – Eu te dou uns cascudos, garoto! Nem que pra isso eu precise subir numa escada, mas eu te bato! – ameaçou.

 

Yifan abriu a boca para retrucar aquilo que fora dito, mas quando o pai entrou na sala com o resultado dos exames, ficou calado, assim como Kyungsoo.

 

- Como pode ver, o resultado do exame saiu! – o chinês mais velho levantou a folha em suas mãos.

- E então, doutor, tenho algo? – Kyungsoo perguntou. – Gripe, virose?

- Tem sim, Kyungsoo, mas não é nem gripe e muito menos virose – Respondeu o chinês mais velho. – Na verdade, está bem longe disso.

- E o que eu tenho? – Kyungsoo franziu as sobrancelhas.

- Um bebê! – a resposta do médico foi rápida, seguida de um sorriso enorme – Parabéns, Kyungsoo, você está esperando um bebê!

 

CONTINUA...


Notas Finais


E acabou!! o/

Sim! Chanyeol é fértil.
Sim! Kyungsoo está esperando um filho.
Sim! Muita gente já sabia.
Mas a surpresa não é essa! XD

Gostaram do capítulo?
Esse foi um dos mais complicados pra escrever.
Como já tinha dito em algumas respostas de comentários do capítulo passado, até toda essa explicação sair, foram alguns meses estudando anatomia humana, genética, biologia celular e fisiologia humana. Pra quem não sabe, tenho graduação na área de saúde, essas matérias são obrigatórias, então, por mais louco que possa parecer, tem um fundo científico. kk

Também preciso dizer que fiquei muito feliz com a resposta tão boa que o capítulo passado teve, de verdade.
Jamais imaginei que teria mais de 100 favoritos com apenas um capítulo. Isso era um sonho tão distante pra mim XD
Maaas muito obrigado pelos comentários e favoritos, fiquei muito feliz, de verdade. <333

O próximo capítulo vem dia 22. Sei que 15 dias parece muito, mas é o mais confortável pra que eu possa manter um número de capítulos já adiantado e assim a fic não atrasa. Querendo falar comigo... @Mr_DyoKim

Até o próximo??

Yehet!! o/


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