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História November Rain (Second season) - Um pressentimento ruim...


Escrita por: Saline

Notas do Autor


Acho que amanhã eu posto o próximo cap...

Capítulo 43 - Um pressentimento ruim...


Fanfic / Fanfiction November Rain (Second season) - Um pressentimento ruim...


"Você é a razão, o significado nas palavras
As palavras para cada canção que eu já ouvi,
Paralisado numa doce surpresa, cada engano seu é correto
Um olhar dentro da sua noite (...)
Eu não tenho nenhum controle, você apenas me balança como o mar (...)
Conte suas doces mentiras só para mim, só para mim"
[Nazareth - Moonlight Eyes]

 

Anahi P.O.V.

A primeira coisa que eu senti quando acordei foi a falta de Harry, a segunda foi uma dor pelo meu corpo, especialmente no meio das minhas pernas, que também me fez lembrar da noite passada e sentir falta de Harry de novo. 
Suspirei virando para o outro lado da cama que ele dormiu, o cheiro dele ainda estava ali. Por que ele nem avisa que vai sair cedo?
E desde quando eu me tornei tão dependente dele assim?

Bufei me levantando da cama e indo trocar de roupa para sair logo daquele quarto, precisava respirar. Eu tentei ignorar aquela dor no pescoço, mas incomodava muito, doía só de virar a cabeça. Me virei para o espelho para ver a minha situação e gritei assustada.
Todo o meu pescoço estava marcado de chupões, muito pior do que antes, algumas partes estavam vermelho escuro e outras até roxo escuro, quase preto. Encarei aqueles hematomas por um tempo e depois peguei um lenço, passando em volta do pescoço para esconder aquilo e saí. Eu não posso mais deixar Harry fazer isso.

Almocei no restaurante do hotel mesmo e depois pedi para o guia turístico me levar para algum lugar, qualquer lugar. E eu acabei no museu do Louvre. Mas como tinha uma fila muito grande, eu o admirei por fora mesmo, e mesmo assim ele era incrível. Aproveitei para caminhar pela praça sozinha e parei em uma doceria, admirando a vitrine colorida de bombons, doces e tortas. Arregalei os olhos ao ver um copinho com um líquido amarelo queimado, com uma bandeirinha de Marrocos. Corri para dentro da loja.
Comi três copinhos de Baba de Camelo, é simplesmente o melhor doce que existe na face da terra, e era muito difícil de encontrar também. Eu lembro que era um dos doces que eu mais comia quando estava grávida.

Grávida... Essa palavra me fez levantar em um pulo da cadeira. Eu passei o cartão do Harry para pagar e saí. Encontrei o guia turístico sentado num café logo ao lado da doceria e fui até ele, perguntando sobre uma farmácia. Ele me levou a pé até uma na rua de trás. Fiquei com vergonha de dizer para ele que eu precisava de uma pílula do dia seguinte, para ele traduzir em francês para o farmacêutico. E passei o cartão de Harry para pagar mais uma vez. Eu não tinha opção, não tinha dinheiro. E foi ele que me ofereceu o cartão e disse que não se importava com dinheiro.
Comprei uma garrafinha de água e tomei o comprimido, me lembrando da noite de ontem... Não podia deixar isso acontecer de novo. E se essa pilula falhar? Meu Deus, não gosto nem de pensar na possibilidade. 

Estava sentada em um café quando vi um poster de vidro separando duas mesas, e no centro dele tinha uma mulher com cabelos longos e lisos escarlate, nas costas nuas apenas descia um colar de diamantes... Dulce...
Eu tinha ficado de ligar para ela...

Peguei meu celular e chamei o seu número. Ela atendeu no 4º toque, animada, já me bombardeando de perguntas. Ela falava muito rápido, queria saber sobre o meu tratamento na clínica, meus pais, Harry, e o que eu estava fazendo em Paris. Eu a contei tudo de forma resumida enquanto observava as pessoas passeando na praça na frente do café.

- Então vocês estão namorando? - eu tinha certeza que ela sorria.

De tudo o que eu contei para ela, esse foi o fato que mais a chamou atenção.

- Eu sei, parece estranho falando assim...

- Estranho é que com todos esses anos, vocês só foram namorar agora - ela diz.

- É... - murmuro concordando - Mas - inspiro para perguntar - E você e Niall?

Ouvi ela dar um suspiro forte.

- Eu não sei.

- Deixa de ser orgulhosa, Dul. Há quanto tempo vocês estão nessa?

- Não é orgulho. Eu estou cansada, Annie. Ele me trata como se eu não tivesse noção das coisas, como se eu fosse estúpida - desabafou.
Eu fiquei quieta, não sabia o que dizer, embora sabia exatamente como ela se sentia, pois o Harry também já me tratou assim.

- Mas eu estou feliz por você e pelo Harry - ela diz, eu sorri automaticamente - Só espero que esteja se cuidando.

- Me cuidando? - Não entendi.

- Você sabe, você já ficou grávida dele uma vez - ela diz normal.

Minha garganta secou. Na verdade foram 2 vezes, e eu desejava nunca acontecer de novo. E piorava lembrar que eu transei com Harry sem preservativo mais uma vez ontem, porque das 2 únicas vezes que isso aconteceu... Eu engravidei.
Senti minha pressão subir e meu estômago revirar, corri para o banheiro empurrando duas mulheres na minha frente, não tive tempo de pedir licença ou desculpa. Antes que eu pudesse perceber, estava vomitando no vaso sanitário. Perdi a noção de tudo com aquela sensação horrível, eu estava muito mal.

Mas senti alguém segurar meus cabelos e depois me levantar. Aos poucos fui conseguindo respirar melhor e focar numa mulher alta de cabelos negros que tinha me ajudado, ela me deu uma toalhinha e um copo de água, o bebi. Percebi que suava frio. Ela disse algo que eu não entendi, era em francês.

Quando eu achei que estava me recuperando, voltei a vomitar, e dessa vez não deu tempo de ir até o vaso sanitário. E a situação se repetiu mais uma vez. Eu estava entrando em pânico, não entendia o que estava acontecendo. A última vez que eu passei tão mal assim foi quando eu parei de usar drogas, na clínica. Mas já fazia 1 mês. O que tinha de errado agora?
Então pensei na pilula que eu tinha acabado de tomar. Eu acho que... Preciso ir num médico.

Mas eu odeio hospitais.

Mas eu estava morrendo, precisava ir.

Se eu ao menos tivesse alguém para ir comigo... Queria a companhia de Dulce ou Maite, mas eu estou completamente sozinha aqui em Paris. E chamar Harry estava fora de questão, não quero que ele me trate como uma doente.
Voltei a vomitar, meu estômago doía de tanta repulsa. No meio tempo que consegui respirar, me levantei desorientada atrás do meu celular, não sei onde tinha deixado. A mulher voltou a me segurar falando em francês, eu não tinha ideia do que ela estava dizendo.

"Meu celular" - eu falei, ela pareceu entender e se levantou, voltando logo em seguida com o meu celular e a minha bolsa, eu liguei para a única pessoa que eu confiava naquele momento; Niall.

- Eu preciso de ajuda - falei assim que ele atendeu.

- Aconteceu alguma coisa? - ele perguntou assustado.

- Não estou bem, preciso ir ao médico, você pode me levar ao hospital? - eu estava ofegante - Não conte para o Harry - continuei.

- Tudo bem, onde você está? - ele estava perdido.

Eu nem sabia onde eu estava, apertei para compartilhar localização. Ele murmurou que estava vindo, eu fiquei um pouco aliviada, mas voltei a vomitar. A mulher ficou ao meu lado até Niall chegar assustado, uns 20 minutos depois. A agradeci, mesmo um pouco sem voz e em inglês, mas ela pareceu entender e sorriu.
Niall segurou forte a minha mão e me levou para um carro, se sentando ao meu lado.

- O que aconteceu? - ele perguntou assim que eu comecei a me recuperar, respirando fundo. Eu ainda estava com a toalhinha que a mulher havia me dado e tentava não vomitar dentro do carro.

Eu só balancei a cabeça, incapaz de falar qualquer coisa, Niall ficou do meu lado o tempo todo perguntando se eu queria alguma coisa, preocupado, enquanto eu aguardava ser atendida.
Estar dentro de um hospital me dá arrepios, é onde eu passei os piores momentos da minha vida.

Entrei para a consulta com um médico muito velho com um óculos de grau muito alto pela grossura das lentes, que deixava seus olhos azuis muito grandes.

- Boa tarde - ele diz em francês, era uma das única palavras que eu entendia.

- Boa tarde - respondi no mesmo idioma e percebi que minha voz estava ainda mais fraca - Me desculpe, não falo francês - disse de uma vez em inglês.

- Então senhorita - falou em inglês fluente e leu minha ficha em suas mãos - Portilla, o que aconteceu?

Eu respirei fundo para começar a contar, me controlando para não vomitar. Ele me examinou, medindo minha pressão e meus batimentos cardíacos. Eu me lembrava a cada segundo o quanto odiava hospitais. Parecia estar vivendo aquele pesadelo novamente.

- Bom - ele ajeitou seus óculos e os papéis em cima da mesa, os estudando, dentre eles tinha o que continha o meu diagnóstico e receita do meu remédio - Está claro que o seu organismo rejeitou a pílula...

- O que? Isso quer dizer que eu vou ficar grávida? - perguntei desesperada.
Ele me encarou seriamente por cima dos seus óculos como se me mandasse ficar quieta, eu me calei.

- Então - continuou - Eu vou receitar outro contraceptivo que não deve interferir nos efeitos dos seus outros remédios - ele explica simples escrevendo numa folha branca - Sua menstruação deve atrasar, mas não entre em pânico, é normal. Cada organismo feminino reage de uma forma a contraceptivo, pois são hormônios. Você não vai ficar grávida, não se preocupe - eu soltei um longo suspiro de alívio.

Ele terminou de escrever e me entregou os papéis, me desejando "Boa tarde" gentilmente. Encontrei Niall impaciente na sala de espera, ele veio na minha direção me enchendo de perguntas. Eu ainda não tinha contado para ele o que aconteceu, e nem sei se iria. Apenas disse que eu estava melhor agora, tinha parado de vomitar.

...

- O que houve? - Harry perguntou assim que eu cheguei, congelei.
Niall olhou de Harry para mim, esperando a minha iniciativa de contar. Eu não queria contar, mas também não queria mentir. Só queria que ele não soubesse, então me fiz de desentendida.

- O que?

- Pensei que tinham ido fazer compras - semicerrou Niall com os olhos, seu tom parecia quase irônico, como se soubesse de alguma coisa.

- As compras foi para mim - Niall respondeu assim que percebeu que eu não ia contar.

Harry nos encarou desconfiado e murmurou "hum" e se virou.

Eu ouvi meu celular tocar, era Dulce, eu tinha deixado ela falando sozinha, coitada. Assim que eu falei o nome dela ao atender, Niall se virou para mim, me observando, e eu notei que ele começou a me seguir entre os sofás, então passei meu celular para ele logo, que sorriu.
O meu lenço cheirava a vômito, eu precisava de um banho urgente. Esbarrei com Harry subindo as escadas, ele nem sequer olhou para mim.
Eu não acredito que ele vai ficar bravo comigo.

Fui tomar banho antes somente porque era mais urgente, e depois desci para falar com Harry, mas ele não estava no quarto. Fui até Niall que conversava com Dulce no meu celular no canto do sofá conectado com o carregador. Ele me ignorou. Puxei meu celular dele.

- Hey - reclamou.

- Cadê o Harry? - perguntei.

- Não sei, ele acabou de sair - ele pegou o celular de volta, bufei.

Sem meu celular, sem Harry, Niall, sem nada para fazer, eu sentei no outro sofá e esperei. Até liguei a tv para me distrair, mas nunca gostei muito de assistir tv. De repente Niall se levantou reclamando.

- Seu pai está te ligando - ele me diz, arregalei os olhos pulando para o outro sofá e pegando meu celular - Acho melhor atender.
Só de olhar a foto do meu pai ali, já revirou meu estômago novamente. Mas eu não atendi. Já estou ferrada de qualquer jeito...

- Você não vai na festa hoje, né? 

- Que festa? - olhei para ele.

- A festa - deu de ombros - Amanhã vamos para Amsterdã.

- Amsterdã?

Ele franziu o cenho.

- Tem certeza que você e o Harry estão namorando?

É uma boa pergunta...

- Eu não sei...

...

Depois de ter ido tomar um chá com Niall, voltei para o quarto sozinha e encontrei Harry com os cabelos molhados, vestindo apenas uma toalha ao redor da cintura, tinha acabado de sair do banho. Eu admirei todas as tatuagens do corpo dele... Até ele se virar, e eu me lembrei que precisava falar com ele.

- Por que não me falou que vai numa festa hoje? E para Holanda amanhã? - pergunto, ele se vira me olhando pela primeira vez.

- Ah, tinha esquecido - murmurou simplesmente me dando as costas novamente.

- Por que está bravo comigo? - pergunto frustrada.
Eu acho que subconscientemente eu sabia a resposta.

- Eu queria que parasse de mentir para mim - ele diz firme, vindo na minha direção, eu congelo - Eu sei que foi ao hospital hoje, o que foi fazer lá?
Harry pára bem na minha frente me olhando sério, eu estou paralisada.

- Como você sabe?
Ele revira os olhos.

- Você estava andando de mãos dadas por aí com o Niall e achava que ninguém ia perceber? - perguntou sarcástico.
A resposta era; papparazzis.

- Ah!
Eu acho que tinha ouvido uns cliques de fotos mesmo...
Deve ser por isso que meu pai está me ligando, meu celular ainda vibrava em cima do sofá.

- O que aconteceu? - Harry perguntou, dessa vez bem mais calmo.

Suspirei. No final não adiantou nada tentar esconder isso dele, só piorou...

- Eu só passei um pouco mal por causa da pílula que tomei, mas não foi nada demais.

- Se não foi nada demais... então por que mentiu?

- Eu não menti!

- Não me contou quando eu perguntei, é a mesma coisa - contrapôs irritado.

- Tudo bem, desculpe - digo convencida com um suspiro.

- Você confia tanto no Niall e não confia em mim - continuou.

Dessa vez eu fiquei em silêncio. Era um pouco verdade, eu sabia. Um pouco não, bastante verdade. Mas Niall é o meu melhor amigo, e Harry é... meu namorado?! Essa palavra é tão estranha. Eu ainda estou tentando me acostumar com isso.

- Eu confio em você, olha tudo o que eu te contei ontem, eu nunca contei para ninguém... - falei baixinho, me lembrando.

- Podia ser sempre assim, né Annie? - ele diz no mesmo tom.

Harry estava tão perto e eu queria esquecer toda essa bagunça e o beijar, porque não era justo a gente se desentender por qualquer coisa o tempo inteiro. Principalmente depois do que aconteceu ontem.

Então me aproximei e lhe dei um selinho, que ele transformou em um beijo e me puxou pela cintura, colando nossos corpos, como se estivesse esperando por aquilo também. E aquilo era quase uma tortura, de tão bem que ele beijava...

E aquele clima quase estranho passara de repente, Harry era uma pessoa quando estava bravo por alguma coisa, e outra quando a gente ficava juntos. Ás vezes ele é tão grosso, e outras vezes tão amoroso. Eu queria que ele fosse sempre essa segunda alternativa, pois não aguentava mais discutir com ele todos os dias.

- Você precisa mesmo ir nessa festa? - perguntei fazendo biquinho - É a nossa última noite em Paris, você vai me deixar sozinha? - ele nem tinha saído ainda e eu já sentia falta dele.

- Isso é chantagem - ele reclama sorrindo.

Era mesmo, eu não me importava. Queria que ele ficasse comigo hoje...

- Eu preciso ir, Annie - eu suspiro - Mas não vou voltar tarde, a gente ainda pode aproveitar nossa última noite aqui - ele diz passando a língua no lábio inferior.

Eu sorrio automaticamente pela sua fala, mas eu estou com um pressentimento ruim sobre essa festa...
 



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