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História Novembro - Obrigado, mestre!


Escrita por: Caroli_cunha

Notas do Autor


Oioioi meus linduus!
Como passaram de fim de ano??
Gente, falando sério aqui. Dessa vez, eu trouxe um capítulo bárbaro, de verdade, e sei que muita gente gosta de drama, mas muitos são sensíveis também.
Então, já estou avisando que peguei pesado com o Rapha, okay?
De qualquer forma, me empenhei em escrever e gostei do resultado (caso contrário, nem postaria kk)
Espero que surpreenda vocês, boa leitura!

Capítulo 19 - Obrigado, mestre!


Fanfic / Fanfiction Novembro - Obrigado, mestre!

Durante o trajeto, convulsionei duas vezes. Eu ainda não podia me submeter a tais níveis de estresse e medo. O carro parou, e eu fui arrastado para fora como se fosse um peso morto, caindo no chão gelado e rústico. O saco foi arrancado com tanta força da minha cabeça, que junto foram alguns cabelos e a minha visão, em meio à tanta luz depois de horas no escuro.

Olhei em volta, devagar pois a tontura não me deixava ser ágil, e percebi estar num porão sujo e fedorento. À minha frente, o grupo terminava de entrar, cuidando para não serem vistos por ninguém de fora. No teto, uma barra de aço na horizontal, como um varão de cortina, porém forte o suficiente para aguentar o peso de um homem pendurado nela. No outro canto, havia uma mesa de metal, com amarras para pés e mãos. Logo em frente, na parede, um espelho do teto ao chão, já engordurado de mãos que se apoiavam nele anteriormente. Um verdadeiro local de tortura.

—Resolveu parar de tremer?—o loiro dirigiu a palavra a mim, se abaixando bem perto.

Tentei lhe dar um soco e percebi estar com as mãos presas para trás. Meu nariz ainda doía tanto quanto o estômago, onde levei diversos socos e chutes.

—Mas por que você tá fazendo isso comigo? O que eu te fiz?—choraminguei inocente, mesmo sem querer.

Ah, foda-se masculinidade. Eu estava me cagando de medo.

—Por que… Por que, gente?!—perguntou aos outros, voltando para mim.—Você lembra quando me disse que eu não servia nem pra limpar o chão que você pisa? Quando espalhou pra todo mundo da faculdade quem eu sou, e me tornou a chacota do ano? Lembra, Raphael, quando eu olhei nos teus olhos, humilhado, sem roupa no meio do ginásio, com o time inteiro me vendo e me zoando, e te prometi que eu ia pegar pesado quando me vingasse?

A expressão era de ódio extremo, chegava a tremer, as lágrimas escorrendo pelo rosto pálido enquanto rugas se formavam no canto dos olhos e o bigode chinês se ressaltava. Aqueles olhos cor de céu se tornavam obscuros, semicerrados de rancor sobre a minha pessoa, despejando as lágrimas de feridas emocionais nunca curadas, ele chorava agora sua sede de vingança.

No mesmo instante, a expressão foi se relaxando, dando agora espaço para um sorriso insano e cheio de prazer.

—Ah é, você não lembra!

Todos riram como se fosse a piada do ano. Eles me levantaram e prenderam meus braços juntos naquela barra de aço, apoiado nas pontas dos pés, deixando meu corpo a mercê de suas vontades loucas.

—Cara, me perdoa! Se eu te machuquei, foi antes de…

—Cala a boca!—gritou firme.—A partir de agora, você só fala quando eu mandar!

Foi caminhando de um lado para o outro, a garota já projetou a pouco iluminação sobre mim e posicionou as câmeras, fazendo de mim o centro das atenções, no pior sentido possível.

Os garotos permaneciam estáticos, apenas esperando as ordens do loiro, a tagarela que me enganou apenas observava a cena sem expressão, como se nada de mais estivesse acontecendo ali. E ele, o cruel, temido e respeitado líder da gangue, pensava no que fazer primeiro. Com seus imagináveis tique-nervosos, espremia o lábio inferior entre os dedos, fazendo com que grande quantidade de sangue se prendesse na região tornando-a avermelhada e brilhante.

Então, voltou-se a mim como quem observa um terno na vitrine da loja.

—Tirem as roupas dele!

—Na-na-não, gente!—reclamei, vendo os outros se aproximando de mim rapidamente.

—Shhhh! Eu não mandei falar!—disse autoritário.

Eles foram arrancando as minhas roupas, rasgando algumas peças e me agredindo sempre que eu tentava impedi-los. Até que me deixaram nu, como vim ao mundo, girando sem controle sobre meu próprio corpo.

—Nossa… E pensar que é disso aí que aquele ruivo torrado tem ciúme...—zombou, me causando revolta.

—Não fala assim dele, você não sabe o que aconteceu!—gritei, ele desprendeu os olhos do meu órgão sexual e subiu até meus olhos.

—Eu sei sim…—levou um tempo calado, depois torceu a boca e deu de ombros.—Que azar do torradinho, não?

Desgraçado, se eu pudesse sair dali, enforcaria aquele moleque até matar.

—Renato, traga os brinquedos iniciais, quero me divertir um pouquinho!—ordenou, me olhando levemente empolgado.

O rapaz foi até um armário velho num canto escuro do salão e trouxe algumas coisas. De longe, já avistei um chicote de couro e temi o que viria a seguir. Ele pegou uma espécie de mordaça de couro, com uma bola no meio, a qual observou bem antes de trazer até a mim.

—Abra!—mandou abrir a boca, e eu espremi o maxilar, negando rápido.

—Por favor, é sério!—pedi sincero, e ele continuava com a mordaça esticada diante dos meus olhos.

—Você não tem escolha, Raphael! Abra bem a boca, ou será pior!—ele mantinha um tom seco, duro, mas contido de raiva.

Quase chorando, eu abri a boca minimamente, ele olhou e esperou alguns segundos. Devia ter experiência com o mal, sabia que eu desistiria rápido e foi justamente o que fiz, implorando perdão e que me soltasse.

Ele voltou para seu assistente, devolveu a mordaça e pegou um soco inglês, o que me pareceu bem pior.

—Não, não! Eu já abri!—abri rápido a boca, e ele me acertou o primeiro golpe na barriga.

Dessa vez, nem me abaixar eu podia, e a dor veio alucinante. Perdi a noção por alguns instantes, e quando voltei, tentando não gritar nem chorar, o vi parado à minha frente com a mesma expressão neutra, segurando o punho armado. Estava esperando eu me recuperar para me golpear novamente.

—Tá doendo?—perguntou num tom sério.

—Desgraçado, eu vou te arrebentar quando sair daqui!—prometi, entre dentes, levando outro soco no estômago.

Com cara de descaso ele cruzou os braços.

—Quando você sair? Como?—analisei as possibilidades e vi que eu só sairia dali se ele quisesse, não tinha mais autonomia.

—Não faz mais isso, não! Por favor!—pedi, respirando fundo para me livrar da dor.

—Você está no meu espaço, nu, amarrado à barra. Seu papel hoje é de servo e você tem que obedecer seu senhor!—explicou como se eu fosse uma criança aprendendo uma regra nova.

—Você é louco!—lamentei, enojado.

—Abra a boca!—voltou com aquela bobagem, mas dessa vez eu cedi.

Ele enfiou aquela bola na parte da frente do meu céu da boca, prendendo as tiras de couro atrás da minha nuca, com um cuidado diferente de como estava me tratando desde que me arrastaram para aquele beco.

—A partir de agora, pra você eu sou mestre Fernando!—afastou-se para me olhar melhor.

Era humilhante demais estar naquela situação. Pelado na frente de gente que nem conheço, com frio, medo, uma bola dura me impedindo de fechar a boca, sem conseguir controlar a saliva. Por que isso tudo?!

—Você entendeu?—perguntou sério, eu assenti.—Vou perguntar de novo, você entendeu?

—Entendi!—resmunguei bravo, falando igual um débil mental com aquela porcaria na boca.

—Sim,...

—Sim, mestre Fernando!—ele sorriu de canto, pegando o chicote.

—Muito bem! Pronto para me entreter?—eu espremi os olhos e preferi não responder.—A cada chicotada, você vai contar e me agradecer! Entendido?

Eu respirei apertado de ódio. Miserável cretino, ele ia perder os dentes quando me soltasse dali.

—Sim, mestre!—resmunguei, atrevendo-me a olhar para seu rosto.

E em poucos segundos a primeira chicotada veio bem no meio das costas. Ardeu feito pimenta, mas eu segurei o grito e não dei um pio.

—Conte, Raphael!—ordenou.

—Um… Obrigado, mestre!—aquilo foi pior que levar a chicotada em si. Senti minha moral ser pisada e cuspida.

Outra logo veio bem do lado da primeira, meio nível mais forte, mas eu aguentei também. “Dois… *respirei fundo* Obrigado, mestre.” Acabei girando um pouco e a terceira acertou meu mamilo direito, eu não pude conter o primeiro grunhido de dor. E o desgraçado esperava o agradecimento por me torturar daquele jeito. 

Espremi os lábios e os olhos, deixando que as primeiras  lágrimas descessem, sentindo meu corpo balançar sem equilíbrio naquela barra. A bola na boca já estava me deixando levemente nauseado e zonzo.

“Três… Obrigado, mestre.”, “Quatro… Obrigado, mestre.”, “Sete… Obrigado, mestre.”, “Doze… Obrigado, mestre.”

Já estava sapateando e desejando a morte de um de nós, quando ele usou da sacanagem maligna que tinha e me deu uma chicotada na bunda, mas com tanta força, tão bem dada que vi estrelas.

Mordi a bola e pendi a cabeça para trás dos ombros, vendo meus cílios molhados pelas lágrimas através da lâmpada branca apontada para meu rosto.

—Conte!—gritou, rouco de raiva ao mesmo tempo em que gargalhava de prazer.

—Puta que pariu, filho d’uma puta, vai se fodeeer!—gritei, me debatendo de ódio.

—O que?!—parou o maldito chicote e me olhou bem nos olhos.—Está me desacatando, escravo?!

E eu quase urinando de dor, não querendo nem abrir os olhos para olhá-lo pois a vontade era de amarrá-lo e dar chicotada no cu, tive de respirar fundo e me controlar.

—Desculpe, mestre!—pedi choroso.

—”Desculpe”?!—ele queria me ver rastejar.

—Perdoe-me, mestre! Eu sou um lixo, mereço ser punido!—urrei quase morrendo de raiva, e pude vê-lo transformar a expressão autoritária de espanto, em prazer.

Imaginem, eu, o valentão que agredia qualquer um por simplesmente me contrariar, passando agora por coisa tão pior. Era o fim da minha dignidade.

—É, você merece mesmo! Mas não tente me enganar, como se reconhecesse seus erros!—passou a língua nos lábios e me olhou sorrindo levemente.—Em que número nós paramos?

Porra, eu esqueci.

—T-treze…—ele semicerrou os olhos, me confundindo.—Doze, foram doze!

—Você não lembra, não é?

—Eu lembro sim, foram doze! Ai, por favor, para com isso!—implorei farto, não entendendo nem o que eu mesmo resmungava com aquela mordaça.

—Já que não contou a última, nem se lembra onde paramos… Vamos começar do zero!

Antes que eu protestasse, levei novamente a primeira de uma série imensa e torturante. “Um… Obrigado, mestre.” e ele gargalhava alto, enquanto as lágrimas escorriam.

Eu que me ferrava, e ele se achava no direito de chorar.

Dali em diante só piorou, eu apanhei tanto dele, que quando resolveu parar um pouco, talvez tenha gozado as próprias calças, eu já estava todo ardido pior que pós-praia sem protetor solar. As lágrimas escorriam pelos meus olhos involuntariamente, enquanto eu sofria a vontade de urrar de dor e raiva, gritando “Quarenta… Obrigado, mestre.”

Aquela maldita frase ficaria ecoando na minha mente por longas datas.

Puxei o ar, as lágrimas, a saliva e o catarro de volta, me sentindo o pior traste.

—Uau, é a primeira vez que te vejo chorar! Delícia servir seu mestre, né?!—foi sarcástico, devolvendo o chicote para o assistente.

—Para… Por favor! Nem você aguenta mais...—pedi, vendo meu corpo girar sem conseguir mais manter os pés no chão devido às dores nos tornozelos, de tanto esforçá-los.

—Cala a boca, eu não lhe dei permissão para falar!

—C-chega… Eu tô passando mal!—reclamei, sentindo a saliva escorrer da boca pelo queixo e peito.

—Está passando mal? Então, você começou a entender a situação!—pelo tom de voz, eu previ que muito ainda vinha pela frente.

Se pensei que aquele chicote me causou dor, estava enganado. Dor é uma definição muito forte para simples incômodo, comparado ao que ele fez comigo durante a noite toda. Aquela tortura durou pelo menos seis horas, ou seis anos, pois parecia eterna.

A cada momento ele arranjava algum instrumento diferente para me machucar, me queimou com o cigarro, bateu com vários modelos de chicote até sangrar, me humilhou com palavras, posições em que seus assistentes me amarravam, cuspiu na minha boca e me fez engolir, entre outras barbaridades que ele julgava serem justas.

Mas para um louco, mil insanidades é bobagem, e ele não se deu por vingado.

—Soltem-no e levem para a cama!

Quando disse “cama”, confesso que fui ingênuo em pensar ser realmente uma cama. Entretanto, os rapazes me levaram amarrado até aquela mesa de metal, e me puseram na posição que Fernando ordenou.

Com o peito sobre a mesa, tive minhas pernas presas nos pés da mesa, mantendo-as bem separadas. Os braços, eles prenderam na outra extremidade, paralelos também para que eu não pudesse nem socar o metal quando sentisse muita dor. O rosto bem de frente para o espelho, podendo sempre assistir a tortura em tempo real.

Mal curti o desconforto da posição antes de sentir mãos quentes tocarem minhas nádegas, tentei olhar para trás, já relutante, e senti uma cusparada atingir meu orifício anal.

—Não, não! Isso não, por favor!—implorei diversas vezes, mesmo sabendo que minhas palavras não valiam de nada ali.

—Não seja frouxo! Gosta de fazer, mas não de levar?—zombou, naquele maldito timbre meloso.

—Fernando! Pelo amor de Deus!—gritei apavorado em imaginar, e ele me deu um tapa na face.

—Deus não! Não existe Deus, existe você, que é um escravo muito desobediente e eu, que sou seu mestre e posso calar sua boca pra sempre, se quiser!—falou mais duro.—Eu sou seu mestre, me respeita!

Aquele simples modo de chamá-lo parecia ser tudo para ele. Em riste, desceu as calças até a altura dos joelhos e se aproximou. E em poucos segundos, senti algo quente e duro roçando a minha pele, comecei a chorar e implorar novamente. Minha masculinidade já havia me abandonado, eu já não ligava mais em ser bichinha e mostrar estar sofrendo, eu faria tudo para não ser tocado daquela maneira. Mas era justamente aquilo que ele queria, e nada mais.

—Sempre quis te experimentar de outra forma, você não imagina o quanto!—confessou suspirando, pendendo a cabeça para trás.

A dor aguda de ser penetrado contra a vontade misturou-se, aos poucos, com as da pele cortada pelo chicote, as do abdômen esmurrado e a da cabeça com aquela bola que já me causava sensações diversas e terríveis de náusea, tontura, depressão, dor.

Meus cabelos eram puxados enquanto meu corpo era invadido sem pudor por aquele jovem cruel e tarado. A problemática mental caminhava pelo salão com a câmera, filmando exigentemente todas as cenas, enquanto a colega lhe ajudava a manter as luzes sobre mim. Os outros só assistiam, como se fosse uma situação normal do cotidiano.

O que para muitos, provavelmente, estaria sendo uma deliciosa aventura. Para mim era a pior sensação já vivida. Eu não via a hora de que acabasse e eu morresse.

Como pode, alguém gostar de sentir o corpo quase sendo rasgado ao meio, enquanto um desgraçado puxa seu cabelo, te dá tapas, te chama de nomes promíscuos?

Chorando muito, relaxei a cabeça sobre a mesa fria e espremi os olhos, querendo acelerar as coisas e terminar logo com tudo. Então, quando eu já estava desfalecendo, ele resolveu me livrar da mordaça, desprendendo-a e jogando longe, mas continuando com os movimentos nos quadris. Não parava nunca, ofegante e suado, se encostando em mim de forma nojenta. Parecia ter guardado seu fogo todo só para mim.

Puxa, me sinto lisonjeado, uau.

Fui parando de gritar, de implorar piedade, de tentar fugir da situação, até que desmaiei.



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