História Noventa & três dias - Cheio de nada

22/05/2013

Oi Elizabeth, eu sei que minhas anotações passadas foram apenas sobre meu dez em física, meu três porcento fluente em Italiano, coisas que não te interessavam, por isso eu parei de te escrever, e já faz duas semanas e meia, quase um mês. Já faz 22 dias que eu disse “Chega” e dei um basta no que me machucava, disse adeus com um beijo na boca interrompendo a fala pois sabia que doeria mais, ainda dói.

 As vezes eu vejo a Michelle pelos corredores, sorrindo e rindo ao lado de James, sim eles oficializaram, e eu penso no quanto aquele sorriso poderia ser só meu mas não fico triste, não fico brava... Não sinto nada, acho que a pior coisa que ter seu coração dilacerado é sentir ele se fechar pra todo tipo de sentimento, e agora é um grande vazio o tempo todo, a Jane acha que meu amor está adormecido dentro de mim e que uma paixão daquelas não acaba assim, bom eu não tenho tanta certeza. 

 Ela apareceu do nada, como uma chuva de verão acalmou a tempestade que havia aqui, ela trouxe na sua bagagem velhos pedaços de mim que eu tinha perdido e ela me montou e remontou, e eu amei ela mas ela não sabe amar, e assustada ela disse adeus é claro que eu pedi pra ela ficar disse que a ensinaria mas ela nem quis pensar ela só se foi, deixou um rastro de poera e levou pedaços de mim. Eu simplesmente amei, já estava em mim foi natural, um amor que me fez acreditar que eu a amaria por várias vidas já ela tinha uma dessas paixões que não evoluem...que logo passam. Bom, eu ando por aí cabisbaixa e meio grogue dessa vez o negócio acabou comigo mesmo mas passa, né? Sempre passou... Não que tenha acontecido isso antes, parece que um buraco abriu no meu peito e ele não fecha e ele está cheio de nada, eu tenho planos pra depois da escola, quero ir pra Itália fazer uma faculdade lá, não sei bem qual área mas ia gostar de ser na parte da escrita quem sabe não lanço um livro?