1. Spirit Fanfics >
  2. Novis Initiis >
  3. Dever (T)

História Novis Initiis - Dever (T)


Escrita por: OnixDAce e lviathan-web

Notas do Autor


Keep an Open Mind, girl

Acharam que ia ter só o especial hoje?
Quase foi isso, mas tive DOIS dias de folga essa semana, daí consegui terminar esse capítulo também, hehe.
E aqui começará uma nova fase da fic, com mais destaque para os outros meninos e seus dramas pessoais... além de mais uma alcateia que vai começar a dar as caras de vez em quando.

!!!!!! IMPORTANTE !!!!!!
Este capítulo contém:
Menções a morte
Menções a acidentes de trânsito
Menções a sangue

Estes conteúdos podem ser gatilhos para alguns leitores, estarão entre ... e ...
Sugiro cautela na leitura.

Capítulo 12 - Dever (T)


— Obrigado pela preferência!

Diz Seonghwa, com um sorriso educado em seu rosto, após uma adorável senhora comprar um croissant sabor A-. Após muito esforço, sua pequena confeitaria mista estava começando a se popularizar, se tornando um ponto de encontros bastante requisitado por relacionamentos entre vampiros e outras espécies, e o Park não poderia se sentir mais orgulhoso.

Aquele estabelecimento era um sonho que ele cultivou desde que começou a cortejar Wooyoung, anos atrás. Era dificílimo encontrar locais que vendiam tanto comida vampírica quanto humana, uma vez que os “sanguessugas” (como alguns chamavam) são tradicionalmente fechados em seus clãs, assim como os licantropos e metamorfos. Mas, o vampiro loiro sabia muito bem que aquilo estava para mudar, e assim que juntou dinheiro o suficiente de seu antigo emprego de auxiliar de laboratório e conseguiu uma sociedade com uma fada chamada Jeon Somin, que também estava lutando para ter seu próprio negócio. Juntos, os dois montaram aquela pequena confeitaria, com ele fazendo os doces para vampiros e ela, os para humanos e similares.

Com nenhum pedido novo e ainda sem a necessidade de fazer mais doces, o alfa lúpus se permite apenas observar o estabelecimento. Alguns casais e trisais ocupavam as mesas enquanto conversavam e se deliciavam com bolos, cookies e cappuccinos, algumas crianças olhavam maravilhadas pela vitrine antes de serem puxadas por seus cuidadores para que fossem logo para a aula, um ômega estava sozinho em um canto, olhando de forma sonhadora para a janela enquanto bebia um frappé de sangue. Era um bom dia de negócios e Seonghwa relaxa levemente seus ombros com esta conclusão.

Queria muito que sobrasse um pouco a mais de dinheiro naquele mês, para poder comprar um bom presente para seu mais novo parceiro. Trocas de presentes eram comuns na fase de cortejo, assim como encontros, e ambos não eram muito baratos... O Park não queria ter que usar aquele dinheiro, então estava dando seu melhor no trabalho.

O sino da porta tirou o alfa lúpus de seus devaneios e logo o colocou novamente em modo profissional.

—Bom dia! Seja muito bem-vinde à Red & Sweet. Como posso ajudar?

Ele disse, se curvando levemente em respeito para o novo cliente.

—Assumindo seus deveres na família seria uma boa forma, Seonghwa.

E assim, o vampiro se assusta e levanta seu rosto... se deparando com um vampiro de feições marcadas e elegantes, cabelos negros e olhos azuis como um céu de primavera.

Era seu irmão mais velho, Park Seongkwan.

Jongho se senta, cansado, em um dos bancos da sua estação. Ele havia acabado de voltar de um resgate e estava exausto... era impressionante como seu trabalho parecia aumentar na Lua Cheia.

...

O metamorfo fecha seus olhos, querendo descansar, mas a imagem do acidente de antes parecia estar tatuada em suas pálpebras. O carro e a moto com suas ferragens retorcidas, a poça de sangue no chão e as chamas querendo engolir o condutor do veículo maior...

...

Provavelmente iria sonhar com aquilo por um tempo.

O Choi atendia várias emergências por dia, mas aquela foi uma especialmente marcante por conta de sua gravidade. Sua equipe precisou do dobro da cautela habitual para prestar socorro a ambos sem que houvesse uma segunda explosão ou que mais lesões fossem feitas nas vítimas.

A única coisa que acalentava o coração do rapaz era a certeza de que ambos foram levados com vida para o hospital. Ainda existia esperança que eles sobrevivessem.

— Dia difícil?

Perguntou uma voz um tanto quanto conhecida para o jovem. Era Jeon Jiwoo, a capitã de sua divisão.

—Infelizmente sim, Capitã Jeon. Acabamos de voltar de um acidente de trânsito na via expressa e... tivemos sorte de ter chegado a tempo.

A jovem de cabelos negros e mechas brancas assente levemente, logo tomando o lugar ao lado do rapaz. Ambos ficaram em silêncio por um tempo, mas não fora algo desconfortável. A alfa sempre fazia aquele tipo de coisa com seus subalternos, mostrando de forma muda que estava sempre ao lado deles quando precisassem dela, algo considerado raro entre os oficiais de alta patente como ela.

Talvez por isso que a “Dama das Chamas”, como era conhecida fora do quartel, era alguém tão querida e respeitada por seus funcionários. Não era muito de falar, era de agir.

Assim como Jongho.

Os dois tinham um relacionamento bastante amigável, ainda que profissional, e ele sabia que a capitã via sua versão mais jovem no metamorfo, assim como ele aspirava em ser como sua superior.

— Sorte é algo valioso em nossa profissão, mesmo que seja difícil para nós contarmos com ela. Seja grato às divindades por ter chego a tempo, pois uma falha no salvamento dói mais que qualquer queimadura.

Ela diz, por fim.

—Farei isso, senhora.

Ela assente e se levanta, ajeitando o uniforme e depois volta seus olhos cinzentos para o mais jovem.

—E não esconda isso de sua alcateia. Falo por experiência própria quando digo que eles merecem saber quando algo te assombra, 2º Tenente Choi. Afinal... vivemos em grupos para nos apoiarmos uns nos outros, não?

Os olhos violeta do metamorfo se arregalaram por alguns instantes. Ela teria lido sua mente? Seria Jiwoo capaz daquilo?

Ninguém no quartel, além do Tenente-Coronel Nam, sabia qual era a espécie da capitã. Então, na teoria, tudo era possível.

E assim, a jovem se vira e caminha calmamente para o interior do prédio, provavelmente para ir até sua sala e preencher papelada, e deixou o jovem atônito sozinho no banco.

Jongho então esfrega seu rosto, pensando no clima já um tanto quanto estranho na casa por conta da briga e da época de pesadelos de Wooyoung. Ele realmente deveria trazer mais um problema para seus parceiros terem que lidar? Aquilo não parecia certo.

Talvez, ele poderia disfarçar e se voluntariar para dormir com o ômega naquele período. Era mais difícil ter pesadelos quando dormiam juntos, então aquela seria uma boa solução temporária até as coisas irem se ajeitando aos poucos.

Ele era o mais forte de sua alcateia! Tinha que cuidar de seus hyungs!

Ou, pelo menos, era isso o que ele gostava de dizer a si mesmo como uma desculpa para seu medo de incomodar.

Parece que, no final, ele e Mingi não eram assim tão diferentes.

Seonghwa suspirou pesadamente. Ver alguém de sua família de sangue era sempre exaustivo, e agora ele se sentia até pior ao saber que eles conheciam sua confeitaria.

O Clã Park era um dos mais antigos e tradicionais da Coréia, tendo sido inclusive considerados da aristocracia vampírica até a Primeira República, em 1948. E, como várias das famílias antigas, eles eram extremamente agarrados às tradições antiquadas de uma dinastia que não existe mais.

Seonghwa, como todo bom filho caçula, se rebelou contra aquilo e fugiu de casa assim que se tornou maior de idade. Fora um período difícil para ele, viver pela primeira vez sem os luxos da mansão, mas ele jamais se arrependeu de sua decisão.

Sua família, porém, nunca aceitou isso muito bem. Mas, felizmente, não faziam nada além de tentar intimidar o prime da Alcateia ATEEZ. Eles sabiam que tentar algum ataque mais direto poderia virar uma guerra.

E nenhum vampiro iria desejar lutar contra um anjo, um bruxo, um demônio, um licantropo, um metamorfo e um espectro. Ainda mais, com todos estes seres sendo liderados por um outro sanguinário, que conhecia muito bem cada uma de suas fraquezas e limitações.

Seria suicídio, e o Clã Park não era tolo o suficiente para tal. Porém, a arrogância ainda fazia com que alguns parentes de Seonghwa fossem pessoalmente até onde ele estava e falar asneiras como aquelas.

Nada que ele já não estivesse habituado.

Por isso, o choque de ser seu irmão mais velho durou apenas alguns segundos. Logo, o vampiro loiro se recompõe e molda uma expressão desinteressada em seu rosto.

— Veio comprar algo, Seongkwan-ssi? Se não, pedirei amigavelmente que libere a passagem para meus clientes.

Ah... táticas passivo-agressivas. Um clássico na alta etiqueta vampírica. O vampiro mais velho, de cabelos negros e penteados de forma milimétrica, se limita a fazer uma expressão de desgosto, enrugando seu nariz e torcendo um dos cantos de sua boca, antes de dar meia volta e sair da loja.

O alfa lúpus suspira levemente, sentindo que provavelmente teria uma enxaqueca se tivesse que lidar com outro parente seu naquele dia. Felizmente, a sorte sorriu para ele e o restante de seu expediente se passou de forma tranquila (ou tão tranquila quanto possível), e logo ele poderia finalmente voltar para casa.

Jongho nunca fora atropelado em sua jovem vida, mas tinha certeza que o que estava sentindo no momento era bem parecido com aquilo. Seu corpo inteiro doía, sua cabeça latejava, ele estava com sono, mas sem vontade de dormir, seu estômago estava roncando e embrulhado ao mesmo tempo...

A tão estimada sorte que tivera no primeiro atendimento grave do dia decidiu não sorrir no segundo.

...

Infelizmente, a equipe do Choi chegara tarde demais para prevenir uma fatalidade em um acidente em uma pequena loja de eletrodomésticos. A ciência daquelas mortes pesava no corpo do rapaz, assim como em sua mente cansada.

...

Ele provavelmente teria dificuldades para dormir à noite, revivendo os míseros instantes que fizeram da sua operação um fracasso parcial. Aquela era uma realidade que ninguém falava na Academia... a dor que vinha em ter a habilidade para salvar vidas, mas que pode ser nula em certas circunstâncias. Sempre haveriam variáveis que eles não poderiam controlar.

Sentindo como se cada pé pesasse uma tonelada (sabia por experiência própria), o metamorfo caminha até a casa da sua alcateia, quase sonhando acordado em encontrar seus parceiros e poder dar vários mimos a eles. Faziam pouco tempo desde a briga, mas o mais jovem sentia falta de todo o carinho e amor que os, agora, oito rapazes trocavam entre si.

Ele quase chorou de alegria quando finalmente abre a porta e sente os aromas misturados de seus hyungs, fazendo que parte de seu cansaço e estresse saíssem de sua mente.

Era ótimo estar em casa.

Seonghwa suspirou em tom baixo. A noite já chegara e a maior parte da alcateia estava reunida na cozinha, fazendo companhia para Wooyoung, Mingi e Jongho enquanto eles jantavam. O clima estava melhorando aos poucos, por mais que ainda houvesse uma tensão entre San e o bruxo, que estavam ativamente se evitando ainda.

Mas, o que estava incomodando o prime não era aquele clima entre seu alfa e seu ômega. Ele sabia bem que os dois iam acabar de resolvendo mais cedo ou mais tarde, já que o vampiro presenciou aquilo uma vez, alguns anos atrás.

Longe disso, o que estava aborrecendo o alfa lúpus era sua sede. Sede de sangue, mais precisamente. O Park sabia que, mais cedo ou mais tarde, iria precisar se alimentar devidamente ou ficaria muito fraco e talvez até perdesse o controle... porém, a escala de sua alimentação estava com uma lacuna, que era o lugar de San, e ele não queria ter que rearranjar tudo antes de Mingi ser oficialmente da alcateia.

Eram muitas variáveis para se levar em consideração para montar aquela escala e geralmente o processo durava uma semana de trabalho. Meses, fases da Lua, períodos acadêmicos, datas de Sabbaths, períodos de recuperação, oscilações de carga de trabalho, festividades nacionais e cívicas...

Outro suspiro. Às vezes, o loiro detestava ser da espécie que era, especialmente por saber como sua alimentação podia apresentar riscos para a saúde e bem-estar de seus amados. Queria ele poder comer normalmente, como parte da sua alcateia fazia, assim não deixava ninguém em risco... mas, as divindades quiseram que ele encarnasse como um vampiro, então Seonghwa nada podia fazer além de aceitar e tentar bolar alguma solução para seu problema.

Cuidar de seus meninos era seu dever. Mesmo que depois ele fosse ouvir um longo sermão de Hongjoong que cuidar de si mesmo também era seu dever.

Ele era o alfa prime, afinal. Tinha que ser forte pelos seus meninos, e não seria uma sede que iria atrapalhar o Park!

Ou, era isso o que ele dizia para convencer a si mesmo enquanto tentava não olhar para os belos pescoços dos meninos a sua frente e ignorava a coceira persistente em suas presas, que queriam se enterrar naquelas peles macias e brilhantes.

Jongho sabia que aquela noite seria difícil, mas ainda assim estava estressado com a insônia. O metamorfo já desistira de tentar dormir, após rever a cena dos acidentes toda a vez que fechava seus olhos, e sentir a adrenalina e a culpa lhe corroerem o sono.

O Choi detestava aquela sensação de estar cansado, mas sem sono algum. Era confuso demais.

Então, ele estava no jardim de trás da casa, observando as estrelas enquanto apertava um cobertor fino ao seu redor, mais pela sensação reconfortante do que por necessidade de se cobrir. A Lua Cheia brilhava majestosamente no céu, sendo flanqueada pelas poucas estrelas que conseguiam sobrepor o brilho artificial da cidade.

Era algo lindo e sempre relaxou o mais novo, desde que ele era uma criança na sua pequena tribo, em um canto esquecido de Suseo-dong. Às vezes, o metamorfo gostava de se lembrar de como era a vida antes da alcateia, quando ele era o “hyung” e tinha a responsabilidade de cuidar de seu irmãozinho e de alguns primos.

No Ateez, agora ele era o mais novo e alguém de quem todos queriam cuidar. Foi uma mudança enorme para si e, mesmo um ano depois, ainda era difícil para ele se acostumar totalmente.

O Choi então suspirou pesadamente, imaginando como tudo aquilo deveria estar sendo para Mingi. O semideus parecia estar totalmente sozinho no mundo antes de ter sido reivindicado, e agora se vê dividindo a casa com sete pessoas desconhecidas.

Esse pensamento fez com que o beta com genes de alfa, passasse as mãos pelo rosto, xingando-se mentalmente por estar reclamando de algo bobo quando outras pessoas tinham problemas muito mais graves.

—E eu pensando que era o único com problemas para dormir.

Jongho se sobressalta, assustado com a fala repentina e logo se vira para trás, vendo Wooyoung de pijama curto e vestindo um robe negro com vários desenhos de constelações. O bruxo se limita a rir de forma muda e caminha até o mais novo, logo se sentando ao seu lado.

—Você devia estar muito concentrado pensando, se te assustei tanto assim. Geralmente, você está bastante atento aos seus arredores...

Comenta o magista, encostando sua cabeça em um dos ombros do metamorfo, que suspira novamente e abraça o ômega de lado.

—Estava sim... Wooyoung-hyung, você me acha egoísta?

Os dois se olham. O bruxo tinha uma expressão indignada no rosto, enquanto o shifter estava com uma feição triste. Aquilo desarmou o mais velho dos dois, que logo mudou sua posição e se sentou no colo do maknae, logo segurando o rosto másculo, mas ainda assim bastante juvenil, do beta.

Jamais achei, Jongie... você é uma das pessoas mais abnegadas que eu conheço. Se arrisca todos os dias para salvar vidas, faz questão de cuidar e proteger cada um de nós, ajuda sua família, mesmo depois de muitos deles te rejeitarem por estar em uma alcateia mista... se alguém te acha egoísta, precisa urgentemente levar uns tapas na cara pra ver se o cérebro volta a funcionar!

Diz Wooyoung, fazendo um bico irritado no final, o que acaba por arrancar um pequeno sorriso de Jongho. O mais alto então abraça a cintura do menor, puxa-o mais para si e depois deposita um beijo suave e demorado no bico fofo de seu ômega. Este é pego de surpresa com o gesto, mas não pensa meia vez antes de fechar seus olhos e retribuir aquele selar, levando suas mãos até os cabelos curtos e macios do beta, e enrosca seus dedos ali.

Quando o beijo se finda, os dois permanecem de olhos fechados e encostam suas testas, quase como se estivessem revivendo aquele breve selar em suas mentes. Jongho não era muito confortável com beijos, então a alcateia sabia que cada contato daquele tipo era extremamente valioso, além de sincero.

—Acho que mereço levar uns tapas, hyung...

Ele sussurra em um fio de voz, sentindo seu peito pesar. O Jung então arregala seus olhos, finalmente entendendo o problema.

— O que aconteceu, gatinho...?

O rapaz de cabelos violeta questiona em tom igualmente baixo, logo sendo apertado fortemente contra o peito do moreno, cujas mãos tremiam e os olhos brilhavam por conta de lágrimas não derramadas.

—Eu estou aqui, me lamentando de sentir falta da minha infância e de ter fracassado no trabalho quanto o Mingi-ssi está sofrendo pela mudança absurda em sua vida e pessoas perderam a vida hoje. Eu estou com dificuldade para dormir por causa dos acidentes que atendo, quando você tem que lidar tanto com um trauma antigo que lhe causa pesadelos e uma briga séria com o Sannie-huyng, quem você ama demais. Eu... eu sinto como se estivesse reclamando de barriga cheia, sabe? E—

Jongho fora interrompido por Wooyoung, que colocara um dedo sobre os lábios cheios do mais novo. Os olhos cinzentos do ômega brilhavam suavemente de uma forma triste, suas sobrancelhas estavam arqueadas em preocupação e a boca do mesmo estava pressionada em uma linha fina. Ele estava visivelmente preocupado e aquilo fez com que o coração do metamorfo se apertasse.

— A Dra. Lee uma vez me disse que “nenhum sofrimento humano deve ser comparado ao de outro. Pessoas são diferentes demais para se ter a mesma medida o tempo todo.”. Sim, eu, o Mingi-ah e o Sannie temos coisas para resolver, mas isso não diminui os seus problemas! Jongho, ninguém tem como ser forte o tempo todo e seria injusto pedir isso a alguém, especialmente a si mesmo. Nós sabemos bem que seu trabalho é desgastante e desagradável, por mais bonito que seja na teoria... e nós estamos sempre de braços abertos para te acolher quando o peso das vidas estiver impossível para você carregar sozinho. Eu amo o Sannie demais, sim, mas eu também amo demais você e me dói te ver assim. Você praticamente nunca fala quando está mal e isso angustia a gente, Jongho... dói demais saber que você está mal e nós estarmos no escuro, sem saber como te ajudar.

O bruxo tinha um tom de voz suave e baixo, mas tão triste e carinhoso ao mesmo tempo que lágrimas escorreram pelo rosto do metamorfo. Deuses... ele apenas causou mais dor, quando tudo o que queria era evitar que seus amados se ferissem.

Ele realmente tinha que ouvir mais seus hyungs e a Capitã Jeon.

O mais novo então fecha seus olhos, assentindo suavemente com a cabeça e logo sente o dedo de seu hyung se afastar de seus lábios. Novamente, o Choi abraça o Jung com força, se permitindo chorar silenciosamente junto com seu amado, sentindo o aroma relaxante dele.

Os dois ficam naquela posição por longos minutos, encontrando conforto nos braços um do outro, tendo a Lua Cheia como testemunha... além de um demônio que havia se levantado para beber água e presenciou a conversa, por mais que não tivesse ouvido nada.

Este espectador, no entando, não ficou por muito tempo ali, voltando para seu quarto um pouco antes do casal separar o abraço e trocar mais um beijo entre si.

Os lábios de Wooyoung eram sempre macios e, naquele momento, estavam com um sabor salgado por conta das lágrimas. A cintura do ômega não era particularmente fina, mas era perfeita para ser segurada pelas mãos fortes do beta, assim como as mãos do mais velho se encaixavam perfeitamente nos ombros do maknae. Os lábios de ambos se moviam de forma lenta, mas deliciosa a ponto de fazer os corações de ambos baterem mais depressa.

Fora o bruxo quem usou sua língua primeiro, passando-a nos lábios do metamorfo, que prontamente os abre e logo o contato foi se aprofundando... tudo, sem um pingo de pressa e repleto do carinho que um sentia pelo outro.

Aos poucos, a mão direita de Jongho começa a passear lentamente pelo corpo de seu parceiro, parando por alguns instantes na coxa desnuda do mesmo, e depois ele começa a deixar desenhos invisíveis pela pele exposta. Wooyoung, por sua vez, suspira baixo contra os lábios do maior, levando sua canhota até os cabelos já bagunçados dele, enquanto sua destra desce até o peito do beta, sentindo o peitoral definido do mais novo.

Em um dado momento, ambos estavam ofegantes e tiveram que findar o beijo. Todavia, o ômega não parecia satisfeito com apenas aquele beijo e logo leva sua boca até o pescoço clarinho do beta com genes de alfa, que se limita a fechar os olhos e aproveitar aquilo.

O Choi gostava muito de beijos e toques em seu pescoço, sentia-se estranhamente relaxado com estímulo naquela região e seus parceiros tinham plena ciência daquilo.

Afinal, foram eles que descobriram esse detalhe durante a União do metamorfo, um pouco mais de um ano atrás.

Todavia, o mais novo deveria saber muito bem que seu hyung não iria deixar passar uma oportunidade para ser travesso... o que veio na forma de uma mordida perto do pomo de adão do moreno. Este então solta um gemido de dor e olha indignado para o rapaz de cabelo roxo, que apenas lhe mostrou um sorrisinho de quem aprontou e sabe.

Jongho então solta uma risada baixa e dá um tapa estalado na bunda de Wooyoung, que também começa a rir. O bruxo havia feito de propósito, para levantar os ânimos de ambos, e o metamorfo sabia disso.

Os dois então trocam um longo olhar, cheio de significados.

— Dorme comigo hoje?

—Durmo sim, hyung.

Os dois se levantam em silêncio, dão as mãos, entrelaçam os dedos e entram na casa novamente. O caminho até o quarto do Choi é cheio de silêncio, mas palavras não eram sempre necessárias em momentos como aqueles.

Naquela noite, um protegeu o outro de seus horrores noturnos e tiveram apenas um descanso merecido. Quando finalmente chegou a hora de despertarem, ambos o fizeram com seus corações mais leves e sorrisos preguiçosos.

Nada como estar com alguém que ama.


Notas Finais


Eu tive muita vontade de abraçar o Jongho nesse capítulo... meu tio é bombeiro e eu me sinto no dever de lembrar às pessoas que profissões de resgate e socorro são bastante desgastantes, por mais romantizadas que sejam.
Só recentemente fui lembrada que o Woo na vida real é bastante travesso, então vou estar incorporando essa características no Woo da fic mais vezes. (Lulu sabe do que fala hehe)

Ah, sim! Lembram do Wonho? Ele finalmente teve seu debut oficial hoje! Vão dar views no novo MV do stripper mais fofo que a gente respeita kkk
Wonho - Open Mind: https://www.youtube.com/watch?v=Ymm4GeTRIu8

Quero, mais uma vez, agradecer a HongSZ, pitty122, Woojoong08vmin0, kpotakubr_, pyetraSkz, Woopan, MeikoZoldyck e Yunbin22 pelos comentários no último capítulo! Sempre fico com um sorriso bobo quando leio as palavras carinhosas de vocês.

Também gostaria de lembrar que agora estamos no Setembro Amarelo, o mês de valorização da vida e prevenção ao suicídio. Em tempos tão difíceis e conturbados como os que estamos vivendo agora, é quando mais deveríamos nos lembrar de como a vida é preciosa e de que muitas pessoas sofrem caladas.
Devo dizer que fiquei com bastante raiva da Folha de São Paulo começar uma propaganda associando a cor amarela aos ideais político-partidários deles, em um mês no qual esta cor significa que devemos estar atentos à saúde mental das pessoas que convivem conosco. Não gosto de me posicionar politicamente, mas me sinto na obrigação de expressar minha indignação quando vejo algo assim...
De qualquer forma, por favor cuidem da saúde mental de vocês e fiquem que olhos e ouvidos abertos para como as pessoas ao seu redor estão. Às vezes, um "bom dia" sincero, um abraço, alguns minutos de atenção são suficientes para fazer alguém repensar sobre retirar sua vida. E, peço encarecidamente, que não julguem pessoas com ideações suicidas.
Elas não precisam que você as chame de "fracas" ou ouvir que "tem uma vida muito boa pra querer morrer". Elas precisam de alguém que, pelo menos, tenta as compreender e reencontrar motivos para continuar vivendo...

Aqui no Brasil nós temos um serviço de emergência chamado Centro de Valorização da Vida (CVV), que possui voluntários treinados para atender ligações de pessoas que estão com forte ideação suicida. O número é 188 e a ligação é gratuita. Se puder, seja um voluntário e ajude a prevenir o suicídio.

Quis ser um pouco mais séria agora, pois é um assunto muito sério e infelizmente esquecido na nossa sociedade, que espera sempre que todos estejam eufóricos o tempo todo. Peço encarecidamente que se cuidem e, se puderem, cuidem de quem está com você.

Outras histórias nesse universo
Into you: https://www.spiritfanfiction.com/historia/into-you-22472090
Novis Itineribus: https://www.spiritfanfiction.com/historia/novis-itineribus-23872436

Comam direitinho, se agasalhem no frio, usem máscara se forem sair, bebam bastante água e façam as pazes consigo mesmos.

Até a próxima

Peace out


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...