História Novis Initiis - Especial: Quarteto Fantástico

Se tinha algo que Jung Wheein amava mais do que comida, era acordar com os beijinhos de sua unnie Yongsun. A fada morena estava com suas asas brancas com desenhos dourados de Sol abertas, quase tampando a cama de solteiro de sua dongsaeng enquanto ela deixava vários selares estalados pelo rostinho sonolento da ninfa. Esta, acorda sorrindo boba e puxa sua ômega para um abraço desajeitado.

— Bom dia, unnie...

— Bom dia, flor do dia!

A morena responde animadamente, com seu clássico sorriso bobo e largo que iluminava o rosto redondinho dela. A de cabelos azuis deixa alguns beijos preguiçosos nas bochechas da mais velha antes de se espreguiçar, tranquila de que tinha tempo antes de ir para o trabalho. Logo a fada se levanta, puxando sua ninfa delicadamente para que se sentasse na cama, a impedindo de voltar a dormir por acidente. Com um rápido selinho, a morena se despede de sua beta e vai terminar de preparar o café-da-manhã para si e para sua amada, enquanto Byulyi e Hwasa dormiam tranquilamente em seus quartos e só acordariam para o almoço.

Era uma dinâmica interessante, aquela que as quatro tinham. Yongsun e Wheein trabalhavam durante o dia, a primeira como guia turística e a segunda como diretora de uma escola de educação infantil, enquanto Moonbyul e Hyejin trabalhavam durante a noite, a mais velha em uma academia de dança 24h e a mais nova era dona de uma balada gótica. Durante a semana, as quatro apenas se viam durante a tarde e começo da noite, mas compensavam aquilo nos finais de semana, quando não se desgrudavam.

Após trocar seu pijama fofo de cachorrinhos por um de seus taiers preferidos, em um tom escuro de magenta, a beta vai até seu banheiro e prende seu cabelo em um rabo-de-cavalo alto, completando seu “modo trabalho” com a maquiagem simples de sempre. Era apenas o necessário para lhe dar um ar profissional, e como era um tanto preguiçosa, sempre ficava algo leve e quase imperceptível. Quem gostava de fazer makes elaboradas naquele quarteto era Hwasa, afinal.

Com um conjunto discreto e prateado que imitava flores, um presente de cortejo da alfa Moon, a Jung finalmente sai do quarto e sente o maravilhoso aroma de girassol e caramelo de sua prime na cozinha, se misturando ao inconfundível cheiro de bulgogi que só a Kim sabia preparar. Era maravilhoso ter todos aqueles mimos de manhã, espantando o mau-humor que ela tinha antes, quando ainda era solteira.

O dia na escola fora mais cheio que o normal, por causa do estresse adicional de ter que lidar com a transferência de turma de um lobinho, cuja alcateia causou muitos problemas para o professor Yunho. Era difícil para Wheein pensar que uma pessoa doce e gentil como o Jeong fora alvo de pessoas tão inescrupulosas que usaram uma criança daquela forma... rezava às divindades que o pequeno Minjoo não sofresse muito com a desilusão e separação de seu professor preferido e fosse alguém diferente de seus pais quando crescesse. A ninfa, porém, ficava aliviada ao saber que a alcatéia de seu amigo cuidava de si e pode impedir algo horrível de ter acontecido.

Quando a azulada finalmente chega em casa, é recebida por um abraço apertado de sua unnie Moon Byulyi, gesto retribuído sem hesitação. Poucas coisas eram tão agradáveis quanto estar nos braços da alfa, com seu cheiro de orquídeas e bambú a envolvendo. A presença da loira era como um oásis para si quando chegava cansada do trabalho.

— Bem vinda de volta, Wheeinnie.

A mais nova suspira, sentindo um sorriso aparecer em seu rosto.

— É bom estar de volta, Unnie.

As duas ficam abraçadas mais um pouco antes da mais velha lhe lançar uma cantada boba e ameaçar não deixa-la ir até que fosse beijada. Com uma risada de ambas, a ninfa beija calmamente sua licantropa, descansando suas mãos doloridas e sujas de tinta de caneta nos ombros da alfa, que segura sua cintura com delicadeza. Era apenas um contato simples de lábios, com movimentos lentos e alguns suspiros baixinhos, mas já era o suficiente para fazer a beta se sentir nas nuvens.

— Ei! Eu também quero!

Byulyi e Wheein então separam seus lábios e veem Hyejin, ainda com suas roupas de dormir (ou seja, calcinha e uma blusa enorme que chegava até o meio das coxas dela), fazendo um bico fofo para as duas. Era incrível como a sereia conseguia ser adorável em casa, mas uma perfeita femme fatale na presença dos outros.

WheeByul então trocam um olhar e se aproximam da mais nova, deixando beijos estalados nas bochechas dela, que sorri e solta uma risada melódica e depois deixa um selinho demorado nos lábios de cada uma. A ninfa então se despede brevemente das duas, dizendo que precisava urgentemente de um banho e então vai até o banheiro.

Após uma ducha revigorante, a Jung se veste com um conjunto de agasalho verde neon (presente de aniversário de Solar, que tinha um na cor rosa neon) e uma blusa confortável negra, a beta penteia seus longos cabelos azuis e os deixa soltos. Quando sai do quarto, vê Hwasa aparentemente entediada no sofá. Ainda era muito cedo para ela ir ao trabalho e já estava pronta, em sua moda gótica usual, então tentava procurar por algo na televisão para assistir mas nada parecia lhe agradar. Determinada a mimar um pouco sua amada e amiga de tantos anos, a beta se senta sem cerimônias no colo da morena, cujos olhos turquesa brilham junto com as poucas escamas que adornavam o corpo dela.

— Não acho que essa foi uma boa ideia, Wheeinnie.

A beta diz com sua voz encantadora, quase cantando as palavras, enquanto envolvia a cinturinha desnuda de sua amada, passando as unhas postiças de forma provocante ali.

— Por que, Jinnie?

Ela devolve a provocação, sentindo um delicioso arrepio passar por sua pele, tanto pelo toque direto quanto pela forma sexy que sua parceira estava vestida. Era uma blusa arrastão que deixava um lindo sutiã de renda negra (presente da própria Jung) aparecendo, calças negras e rasgadas, mostrando as meias também arrastão, e cheias de correntes prateadas presas ao cinto desta, um par de coturnos pesados e vários acessórios de caveira prateada... além de, é claro, a maquiagem negra e pesada ao redor dos olhos e que parecia realçar ainda mais o turquesa das escamas e irises da mulher.

Ou seja, Ahn Hyejin estava lindíssima.

— Você não tem ideia de quanto é linda assim desarrumada, amor... e seu cheiro é tão bom...

A resposta da sereia veio em quase um sussurro, seguido do rosto da sereia encostando na curva do pescoço da ninfa, seus aromas de algas e jacinto se misturando de forma natural.

— Ei! Nada de pegação na sala! Nós temos quartos pra isso!

E as duas betas saem de sua bolha ao ouvirem a reclamação de Yongsun, que havia recém chego de seu trabalho e olhava para as duas da porta. A fada estava ainda com o uniforme da agência de turismo e viagens para a qual trabalhava, que consistia em uma saia reta em tom negro, uma blusa social branca, um lenço da mesma cor da saia e um par de sapatos de salto baixo em estilo boneca. Seu cabelo longo já estava solto, mas ficava geralmente preso em um coque alto ou uma trança embutida quando ela trabalhava.

— Ah, unnie! Sua estraga prazeres.

Reclama de volta Moonbyul, que estava encostada na parede do corredor que unia a sala com os quartos, vestindo uma blusa curta branca com a sugestiva escrita “pussy” em preto, um casaco leve na cor preta, com o interior branco, calças negras com cadarços nas laterais externas e um par de tênis na mesma cor. Ou seja, estava pronta para ir trabalhar.

Ao ver que estava sendo observada, Wheein cora violentamente e faz uma coroa de flores coloridas “nascer” na sua cabeça e na de Hyejin, que começa a rir ao se recuperar do susto. A mais nova e as duas mais velhas então zoam um pouco sua ninfa antes das quatro se levantarem para ir a cozinha e jantar, a única refeição que conseguiam fazer juntas todos os dias.

Dizer que foi uma janta calma seria uma bela mentira, mas não teve nenhuma briga ou tensão enquanto elas saboreavam o maravilhoso bibimbap que Hwasa havia feito mais cedo e contavam sobre como foi o dia. Depois de muitas risadas pelas histórias mirabolantes sobre turistas e crianças energéticas, Solar e Wheein dividem as tarefas da cozinha enquanto Moonbyul e Hyejin pegavam suas bolsas para ir ao trabalho.

Com vários beijinhos de despedida, a sereia e a loba saem de casa, deixando a fada e a ninfa a sós novamente. Sem trabalho para fazer em casa, a beta decide chamar sua ômega para assistir uma série juntas: Destino – A saga Winx. Nada melhor que assistir uma série sobre fadas e magia na companhia uma fada de verdade para lhe explicar um pouco da cultura por trás de algumas cenas.

E, no final o 6º episódio, ambas acabam dormindo abraçadinhas no sofá, fruto do cansaço do dia e do calor da manta felpuda (que na verdade era de Byulyi). Só foram para suas camas horas depois, quando a alfa em questão chega em casa e as leva com cuidado para seus quartos, as ajeitando carinhosamente em suas camas.

A loira sorri para si mesma enquanto levava seu cobertor de volta, feliz por ele estar com seu cheiro misturado com o de suas amadas. Mas, antes que ela o levasse até seu quarto, decidiu deixar a manta no quarto da sereia, que provavelmente iria apreciar muito dormir rodeada pelas fragrâncias misturadas de suas unnies quando voltasse do trabalho.

A licantropa então aspira uma última vez o tecido azul-pastel, sentindo o delicioso cheiro de jacinto, girassol e caramelo se misturando com o seu próprio, de orquídeas e bambú. Era quase viciante, tão viciante quanto o aroma doce de algas de sua sereia.

Depois de tudo, a alfa então toma um merecido banho e veste seu pijama branco e amarelo listrado preferido e se aconchega em suas cobertas, apagando logo em seguida.

Horas depois, a beta morena faz algo parecido, se encolhendo contente na coberta cheirosa e indo dormir feliz sabendo que logo o Sábado chegaria e ela poderia passar o dia inteirinho com suas pessoas preferidas no mundo todinho.