História Novo ponto de partida - Desconhecido

Mesmo sem abrir meus olhos eu sentia que estava mal...

 Minha cabeça latejando...

  Meu corpo não  respondendo meus comandos...

 Minhas pálpebras doloridas e pesadas...

– Não, eu não posso ir agora...

 Hã?

 Quem é? 

Quem está falando?

             Está tudo escuro

O som irritando de um bip bip chegou no meu ouvido abafando a voz da pessoa, abri meus olhos lentamente. A iluminação do local me cegou, pisquei algumas vezes para me acostumar e tentar focar a minha visão.

O teto extremamente branco me deixou confuso. Onde estou?

Olhei para o meu corpo, tinha um lençol fino cobrindo minha cintura, meus braços estavam com fios. Eu estou no Hospital? O que aconteceu comigo?

Corri os olhos por todo centímetro do quarto; totalmente branco como qualquer outro quarto de hospital, do lado esquerdo da cama tinha uma pequena mesinha com um vaso de flores.

– Eu já disse que não posso ir agora ...

Ouvi a voz novamente, agora com tom elevado de irritação. 

Procurei a pessoa, era um homem mas não consegui ver seu rosto, ele estava sentado em uma poltrona ao lado da janela, tinha outra mesinha com uma pilha de papel em frente a dele 

– Eu estou muito ocupado. Podemos discutir isso daqui alguns dias? ....olha, você está exagerando... Porque está bravo?... Não é porque nós conhecemos que você pode me tratar assim sabia? Sou um cliente... houve um imprevisto por isso que você vai ter que esperar... só mais alguns dias.... Mas é claro que ele vai acordar... eu te contato mais tarde. Tchau 

Ouvi o homen suspirar, parecia irritado e impaciente

– Parece que finalmente abriu os olhos

 Olhei pela primeira vez para o rosto dele, a aparência era de alguém jovem, os cabelos um pouco compridos e castanhos porém o que mais me chamou a atenção foi os olhos cor de mel; belos e enigmático

– Tudo bem com você? está sentindo dor? - perguntou colocando alguns papéis na mesa o que deixou a pilha maior ainda, se levantou e ficou do lado da cama 

–Quem é você?

Quando perguntei, notei seus olhos se arregalaram levemente, mas não demorou para voltar a expressão neutra, vi ele abrir a boca algumas vezes mas a porta do quarto foi aberta antes que ele falasse alguma coisa. Um homem passou por ela segurando uma planilha em mãos

– Finalmente acordou Derek, estávamos preocupados com você -falou 

– Quem é você? - perguntei novamente sentindo um gosto ruim na minha boca, minha voz acabou saindo mais rouca. O médico me olhou como se eu estivesse louco e se virou para o homem de antes mas ele não demostrou nada, então voltou a olhar a planilha 

– Você sabe seu nome? quem você é? - perguntou o médico

Vasculhei na minha mente mas nada da minha vida. O médico se referiu a mim como Derek então deve ser meu nome 

– Derek? - perguntei incerto

– Isso, seu nome é Derek Hale. Você se lembra para onde estava indo?

–  Não, o que aconteceu? - perguntei sentindo uma latente dor de cabeça 

– Você sofreu um acidente de carro - disse o médico com o semblante cansado - ao que indica você estava a cima da velocidade máxima, acabou perdendo o controle e capotou. Seus ferimentos não foram tão graves, mas acabou batendo a cabeça e ficou desacordado por  semanas.

Minha cabeça dava voltas e voltas com essa informação, semanas desacordo?

– Stiles esteve aqui todos os dias 

– Stiles? - perguntei curioso olhando para o homem ao lado do médico, esse era o nome dele ou um apelido? 

– Sim, seu marido.

– Eu.. não...–  gaguejei não conseguindo pensar em nada, eu era casado com um homem!? -  eu não sei quem ele é 

– Você pode recuperar com o tempo, não deve ser a longo prazo, espero - sussurrou a última palavra mais para si mesmo do que para outra pessoa –  de qualquer forma é bom saber que você acordou, bem-vindo de volta, sei que Stiles vai cuidar de você... Voltar para casa pode fazer bem para a sua recuperação, amanhã vamos começar a fazer alguns exames, só para sabermos se está melhor para voltar pra casa - falou se aproximando dos aparelhos e anotou algumas coisas - vou deixar vocês conversarem

– Obrigado Deaton - falou o tal de Stiles 

o médico nomeou com a cabeça e se aproximou do meu "marido", falou alguma coisa e saiu, desviei minha atenção para o homem parado do lado da cama, ele olhava para a janela com um olhar perdido. Não tinha a expressão de alguém que queria conversar

– você quer água? 

Seus olhos estavam fixados em mim, mas agora pareciam gentis, isso me deu uma certo confiança. Estava prestes a responder quando senti minha garganta arranhar, só notei nesse momento que minha boca estava seca e machucada então só concordei 

    Ele foi em direção a poltrona que estava sentado antes e por atrás dos papéis tirou um copo de água 

– Não faça moviments bruscos  – falou quando tentei levantar o tronco

Ignorei o aviso, me arrependendo logo em seguida ao senti uma pontada forte nas costa que me fez abafar um gemido dolorido e voltar a posição anterior

Ele me encarou por um breve momento, e se aproximou da cama, com um pequeno controle em mãos, vi ele apertar algum botão e a cama levantar um pouco só o suficiente para minha cabeça ficasse levemente inclinada

– aqui - aproximou o copo da minha boca, só nesse momento percebi que estava com sede muita sede - vai com calma - disse afastando o copo quase vazio da minha boca 

Por impulso tentei limpar a boca, mas percebi o quanto meu corpo estava debilidato, um gesto tão simples foi quase impossível de realizar,  tentei mover meus braços,  só o que senti foi um  formigamento e um leve espasmo no dedo mindinho, tentei mover minhas pernas não senti quase nada. Aquilo já estava me assustando 

–  fico feliz que você acordou e que esteja bem - disse me encarando -  minimamente bem... Hãn... Vivo pelo menos 

Eu não sabia o que falar então optei por concordar de leve com a cabeça 

– Quero dizer, sem mencionar os hematomas, alguns ossos fraturados e a perda de memória, você está bem, não está? - agora ele tinha um olhar preocupado 

- sim estou bem 

- você tem que descansar para ficar bom de novo

– sim - falei sentindo minha visão ficar um pouco embaçada, apesar de ter acordado a poucos minutos eu já me sentia exausto 

Ele abaixou a parte inclinada da cama, e se afastou com o copo na mão indo em direção a poltrona que estava sentado antes

– Eu vou não vou fazer barulho - disse se sentando

– okay - falei me sentindo um pouco zonzo

Notei que ele me observava de longe, era uma sensação estranha mas resolvi não me importar muito, senti meus olhos ficarem pesados, acabei me rendendo ao sono novamente.