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História Now you See Me - Capítulo 39


Escrita por: LadyBucky

Capítulo 41 - Capítulo 39


Fanfic / Fanfiction Now you See Me - Capítulo 39

Por Mark Tuan

Eu já estava á muito tempo sentado no jardim e resolvi ir para a cozinha preparar um chá. Enquanto colocava a água para ferver ouvi passos, pensei que fosse um dos garotos, mas era Jackson .

_Você voltou.

_Cheguei faz uma meia hora. Pensei que estivesse dormindo.

_Fiquei sem sono. Estava no jardim e resolvi fazer um chá. Você quer?

_Quero. Acho que preciso mesmo de algo quente.

_Está com fome, posso fazer alguma coisa, uma omelete por exemplo.

_Não acho que possa colocar nada no estomago, só o chá está bom, por favor.

_Ok.

Jackson sentou no banco da bancada. Ele parecia cansado, mas não como se estivesse corrido uma maratona, era mais como se ele estivesse carregando um peso muito grande.

Eu terminei de preparar o chá e servi em duas canecas, adocei com mel, acrescentei algumas gotas de limão e me virei colocando-as na bancada em frente à Jackson.

_Porque não vamos para o sofá, vai ser mais confortável.

_Ok.

Ele pegou uma das canecas e eu a outra e fomos nos sentar no sofá. Jackson encostou-se e em uma ponta e colocou os pés para cima e eu fiquei um pouco depois do meio.

_Noite difícil?

Eu perguntei, não queria soar evasivo, mas aquele não era o Jackson  de sempre e isso me chateava.

_Sabe que não posso falar sobre minhas missões Detetive.

_Não quero saber sobre a missão, quero saber de você.

Jackson olhou para mim e ergueu uma sobrancelha de forma sarcástica sorrindo de lado.

_O quê?! Eu só quero saber se você está bem.

Ele bufou e revirou os olhos, isso me fez rir, aquele era o Jackson que eu conheço.

_Tudo bem Tuan, quer saber, eu não estou bem. Essa missão exigia que não ficassem testemunhas e eu fiz o meu trabalho. Eu sei que o que fiz não envolviam inocentes, mas isso não muda, é sempre difícil depois.

Enquanto ele falava, Jackson olhava para a caneca em suas mãos e puxava mais suas pernas para cima, eu sabia que se ele estivesse deitado provavelmente ficaria em posição fetal. Ele precisava de apoio, então eu falei:

_Jackson-ssi, eu sei como é quando não há alternativa. Algumas pessoas conseguem lidar com isso com uma quase indiferença, outras precisam de tempo, mas o que importa é que você sente. Mesmo que isso te marque, também te torna humano. Se você não se importasse, ai sim haveria algo muito errado.

Uma lágrima escorreu pelo olho esquerdo de Jackson e ela secou rapidamente na maga da blusa. Nós ficamos em silencio por alguns minutos, então ele perguntou:

_Como foi à apresentação? Quando cheguei encontrei os meninos no meu quarto, eles estavam tão fofinhos. Chan estava esmagando Seungmin num abraço de urso e Jisung estava quase caindo da cama, Minho estava apenas lá, braços e pernas para todo lado.

_Foi uma apresentação linda, Seungmin roubou toda a atenção. Havia muitas pessoas interessadas nos seus filhos e em mim. Depois que me tornei detetive raramente frequento esse tipo de evento. Eu filmei tudo você pode assisti depois.

_Obrigado Mark-ssi por ter acompanhado meus filhos e por gravar tudo para mim. Os meninos gostam muito de você e eu fico feliz que eles tenham algum adulto além de mim com quem possam conversar.

_Eu que agradeço. Seus filhos são importantes para mim, eu gosto muito de ficar com eles.

Ficamos em silêncio novamente, mas não um silêncio desconfortável, podia-se dizer que era mais como se fossemos amigos de longa data bebendo um chá depois de um dia longo. Assim que terminei de beber me dei conta de que Jackson havia adormecido, ele estava toda encolhido no canto do sofá e a caneca de chá pendia pela alça em sua mão.

Eu coloquei minha caneca na mesa de centro, me espreguicei e me virei para Jackson. Dormindo daquele jeito ele era igualzinha Seungmin, tão sereno e fofo fazendo biquinho.  Eu me aproximei e delicadamente tirei a caneca de sua mão e coloquei ao lado da minha, depois peguei Jackson no colo, ele não acordou, mas se remexeu aconchegando-se em meus braços.

Subi as escadas, mas ao invés de leva-lo para seu quarto eu optei coloca-lo no quarto de hospede. Segurando-o apenas em uma mão eu girei a maçaneta da porta e abri. Tomando o máximo cuidado para não acordá-lo eu delicadamente subi em cima da cama e a depositei no meio, puxei o edredom e a cobri até os ombros.

Eu me sentei na cama e fiquei olhando para Jackson. Deveria voltar para sala e me deitar no sofá, já estava muito tarde e eu devia dormir, mas eu não queria sair dali, eu só queria admira-lo mais um pouco. Senti meus olhos começarem a se fechar e meu corpo começou a ficar cansado, então eu resolvi me deitar apenas um pouco e acabei adormecendo.

***

A luz forte estava me incomodando, um pouco irritado eu abri os olhos. A luz que invadira sem licença meu sono provinha da cortina que apesar de encontrar-se tampando a janela, não impedia a iluminação solar. Minha irritação por ter acordado foi embora e foi tomada pela vergonha, eu não podia acreditar que havia adormecido na cama com Jackson e o fato de estar sozinho me mostrou que ele havia me visto ali e isso claramente me colocava numa posição bem constrangedora.

Levantei-me e fui para o banheiro, escovei os dentes e tomei uma ducha rápida. Fui até a minha mala que tinha deixado ao lado do criado mudo e peguei uma boxer, uma calça Jens e uma camiseta branca. Vesti-me e dei uma ajeitada rápida no cabelo, confesso que não estava disposto a encarar Jackson , não tinha ideia de qual seria sua reação e se os meninos tivessem visto a gente juntos, o que pensariam? Minha cabeça estava começando a doer.

Sai do quarto, desci as escadas e fui para a cozinha. Jackson estava de costas, ele usava uma regata preta e uma calça de moletom cinza.

_Bom dia!

Eu disse tentando fingir calma, nunca fui o tipo de cara que fica nervoso porque acordou na cama que não devia, mas era um homem e ainda mais um agente da UWSA, eu com certeza estava encrencado. Ele  se virou para mim.

_Bom dia Detetive! Dormiu bem?

_Diga logo Jackson-ssi, eu sou um cara morto?

_Bem, você me colocou na cama e dormiu ao me lado, meus filhos poderiam ter nos visto e entendido tudo errado, mas felizmente eu acordei primeiro e eles já saíram para escola, então acho que você não tem com que se preocupar. Mas confesso você não parece o tipo que se assusta porque dormiu com um cara, está mais para o tipo que tentaria seduzi-lo.

_Eu não estou assustado, eu só não quero que seus filhos pensem que não podem confiar em mim e não quero que ache que estou me aproveitando de alguma forma, eu fui coloca-lo na cama e acabei pegando no sono.

_Imaginei. E Mark-ssi, eu sei que você não é um babaca. Então, gostaria de me ajudar a fazer panquecas, os garotos comeram ceral e eu prefiro algo mais substancial.

Ele sorriu me fazendo sorrir de volta, eu então me aproximei para ajudá-lo. Jackson estava indo separar os ingredientes para as panquecas, ele tinha subido na pequena escada de três degraus que ficava na cozinha para facilitar o acesso à parte alta do armário e então ia me passando os ingredientes.

Aos poucos Jackson preparou a massa para as panquecas enquanto eu preparava o café. Eu tentava agir normal, mas era difícil não ficar olhando-o pelo canto do olho, então em um momento ele se virou para mim.

_Mark-ssi prove isso.

Ele tinha uma colher de calda de chocolate na mão e me oferecia, eu então deixei que ele colocasse em minha boca. Juro que tentei agir normal. Dar comida na boca um do outro é algo bem normal no meu país, é só que Jackson mexia comigo e eu não resisti a olha-lo nos olhos enquanto saboreava o doce, fazendo o chocolate chocar-se sensualmente com minha língua.

O gosto de chocolate era muito bom, iria ficar delicioso sobre as panquecas, mas isso não me interessava no momento, eu sinceramente não estava pensando e quando dei por mim tinha Jackson preso entre mim e a bancada. Sua respiração saiu falha, eu o havia assustado, mas eu também fiquei nervoso, eu não estava pensando direito, nosso mundo parecia ter ficado menor restando apenas eu e ele.

_O que... O que pensa que está fazendo Detetive Tuan?

Ele queria parecer firme, mas sua voz saiu falha e seus olhos não deixavam os meus.

_Eu não sei, mas também não quero achar uma resposta, eu só preciso fazer isso, você pode me matar se quiser Jackson Wang.

Desistindo de qualquer pingo de amor próprio, aceitando que eu poderia ser um cara morto, eu me aproximei de Jackson e o beijei. Se me dissessem á um tempo atrás que eu estaria beijando Jackson no meio da sua cozinha, eu com certeza mandaria Wonho fazer um teste de drogas nessa pessoa, mas agora, tudo que eu queria era aprofundar o beijo.

Jackson pareceu surpreso no começo, mas depois retribuiu. Eu não saberia como descrever o beijo, eu só precisava de mais, como se ele fosse uma droga muito potente e eu fosse um viciado irrecuperável. Nosso beijo parecia evoluir, então soltei minhas mãos da bancada e coloquei em seu quadril segurando firme com um único impulso eu o ergui e o coloquei sentado em cima da bancada me colocando entre suas pernas.

Uma de suas mãos agarrava fortemente em meu cabelo e a outra se encontrava em meu ombro.  Em busca de ar nos separamos, mas eu continuei a beijá-lo no canto de seus lábios, no queixo, descendo até encontra-se com seu pescoço sentindo seu suave perfume amadeirado e voltando novamente para sua boca.

Novamente o ar se fez necessário, nós então nos separamos, mas mantivemos nossas testas unidas, eu não queria abrir os olhos, sua respiração misturando-se a minha deixava tudo muito intimo. Enchendo-me de coragem eu perguntei:

_Sou um cara morto?

Pude sentir Jackson sorrir, então eu abri os olhos e me afastei um pouco, mais continuei com as mãos firmemente em sua cintura. Wang respondeu:

_Não, você não é um cara morto, mas é melhor começar a preparar o café, antes que a água que você colocou para ferver evapore completamente.

Suas palavras me fizeram rir, então eu me aproximei e lhe dei um selinho, antes de segurá-lo e desse-lo da bancada. Aquilo deveria nos deixar constrangido, deveria fazer a situação desconfortável, mas simplesmente voltamos a preparar nosso café da manhã e enquanto fazíamos e trocávamos olhares e sorrisos, sem dizer nada, tudo parecia tão certo.

Eu gostei daquela situação, de beijá-lo e cozinhar juntos, tudo me deixava com um sentimento de certeza, como se eu fosse digno de me apaixonar e poder amar alguém, como se o fato de eu estar agindo como um idiota com meus amigos e família e colegas de trabalho pudesse ser perdoado. Pela primeira vez, eu queria não ser eu, porque mais do que tudo eu queria Jackson e constatar isso não foi apenas assustador, mas fez meu peito aperta-se com a possibilidade de que eu nunca poderia tê-lo.

Eu havia amado muito e perdido, porque eu fui um imbecil imaturo que não via a verdade, que achava que estava sempre certo e era orgulhoso de mais para admitir que estivesse errado e quando as coisas se tornaram incontroláveis eu me afoguei no superfulo e me afastei de todos que me amavam e apoiavam.

_Você parece perdido, está arrependido Mark ?

Jackson perguntou, nos estávamos sentados nos bancos da bancada dividindo uma panqueca cheia de chocolate. Eu respondi:

_Não. Não sou o tipo de cara que se arrepende e sinceramente adoraria fazer isso de novo.

_Ual! Você é bem direto Detetive, mas eu não sei se devíamos.

_Então você se arrepende?

_Não, eu queria na verdade. Eu só não sei como lidar com isso. Mark-ssi eu não sou bem o tipo de homem para relacionamentos, eu só sei focar no trabalho e nos meninos, eu aprendi que as pessoas estão sempre esperando alguma coisa e eu não quero ter que lidar com as expectativas de ninguém, eu sou assim, mas por alguma razão eu me sinto bem com você. As pessoas tendem a achar que eu sou frio ou intenso de mais, mas você não aceita só esse lado de mim, você me desafia, me contesta, me faz se importar e isso me assusta um pouco.

Eu não sabia o que dizer, Jackson  estava sendo completamente sincero, estava colocando as cartas na mesa. Tudo que eu queria naquele momento era pedir que ele me desse uma chance, mas meu lado racional e meu passado estavam impedindo.

Não podia pedir por uma chance quando sabia que teria que revelar meu lado sombrio, mas isso não significava que eu estava desistindo, eu precisava de tempo, precisa colocar minha cabeça no lugar e só assim eu poderia deixar Jackson ver todas as minhas cicatrizes e decidir se eu merecia ou não uma chance, afinal não era só sobre nós, Chan, Minho, Jisung e Seungmin estavam inclusos no pacote.

Eu soltei o garfo com o pequeno pedaço de panqueca que segurava sem colocar na boca e me virei para Jackson. Ele olhou para mim com expectativa então eu disse:

_Jackson-ssi eu quero muito, muito mesmo que me de uma chance, mas não posso e não vou te pedir isso. No passado aconteceram coisas que me deixaram perdido e eu ainda não estou bem. As coisas que você me falou, eu posso entender, eu sei que também estou assustado e isso que está acontecendo entre a gente é algo muito forte. Mas eu não estou pronto para falar sobre o que aconteceu e sobre como estou me sentindo agora, eu sei que estamos confusos e que precisamos de tempo para colocar as ideias no lugar e por mais egoísta que eu esteja sendo, você acha que pode esperar?

_Esperar? Eu não sei se posso esperar alguma coisa Mark Tuan, eu nem sei o que estou sentindo e estar assustado não ajuda. Não posso te prometer nada, mas também não me arrependo. Vamos só deixar as coisas fluírem.

Jackson estava certo, precisávamos deixar fluir, mesmo que não houvesse uma certeza, eu sabia bem no fundo que o que existia entre a gente não poderia ser parado, era como um rio fluindo até o oceano.



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