Ana Paula fechou a porta do quarto de hóspedes e voltou à sala de visitas. Paola já havia misturado cachaça com Whisky, então sua situação não estava tão boa.
- Certo, vamos pro quarto. - Ana disse após trancar a porta da casa.
- Cadê a minha filha? - Paola perguntou enquanto tentava se concentrar em ficar em pé sozinha, sem tropeçar.
- Já está no quarto dormindo, coloquei ela no quarto de hóspedes, você vai dormir na minha cama, porque é mais próximo do banheiro.
Paola assentiu, mas estava tão bêbada que quase não entendia o que a amiga lhe falava. Com certa dificuldade, chegou a suíte de Ana, retirou a roupa ficando só de lingerie e correu pro banheiro, deixando tudo que havia consumido na noite no aparelho sanitário.
- Olha, nunca pensei ver Paola Carosella no meu banheiro, colocando até o rim pra fora. - Ana brincou enquanto Paola sentava na cama com uma cara péssima. - Veste essa camisola.
- Eu não quero vestir nada... - A argentina disse e deitou na cama. - Ana, você me ama?
A apresentadora riu e assentiu. Paola sorriu e agarrou o travesseiro.
- Você é a única pessoa que me ama, além da Francesca. - Ana assentiu, trocou de roupa e deitou ao lado da amiga. - Ana, cadê seu namorado?
- Ele está viajando, e não moramos juntos, então pode ficar tranquila e dormir. - Paola recusou e voltou a falar.
- Ana, você me ama, porque não casa comigo?! - Ana acabou rindo e levando um tapa no braço da argentina. - Não ria, é verdade, eu... - A mulher soluçou e fechou os olhos. - Eu quero casar contigo.
- Ok, Paola. Então amanhã decidimos o buffet, certo? Agora dorme, por favor.
Após alguns minutos com Paola reclamando de Fogaça e falando do casamento com Ana, acabou dormindo.
***
- Cadê a minha mãe? - Fran perguntou assim que viu Ana na cozinha, cozinhando algo no fogão.
- Está dormindo, não acorde-a. Está cansada. - A loirinha assentiu e sentou em uma dos bancos da bancada. - Dormiu bem?
- Sim, sua cama é muito boa, tia. - A mulher riu e serviu suco com pães para a pequena. - Tia, você sabe cozinhar que nem a mamãe?
- Claro que não, sua mãe é chef de cozinha, renomada, tem prêmios, restaurantes ótimos, comida maravilhosa, então eu não chego nem aos pés dela. - Ana sentou ao lado da menina e serviu-se.
- Mas mamãe não cozinha muito bem. O bolo de fubá dela é bom, mas já comi melhores. - Ana riu. - Você precisa experimentar o brigadeiro, ela acha que sabe fazer, mas...
- Bom dia. - Paola chegou na cozinha com uma cara inchada de dormir. - Já está falando de mim?
- Não, imagina, mamãe! - A menina disse voltando a comer.
- Ana, você tem remédio pra ressaca, dor de cabeça?
- Sim, ali. - Ana apontou uma caixa de farmácia no armário.
- Tia Ana, o que é ressaca?
- Ressaca é quando uma pessoa se diverte muito numa noite e no dia seguinte, fica cansada e não consegue fazer quase nada com dor de cabeça, enjoada.
- Ah, então eu também estou de ressaca, mamãe. Brinquei muito no apartamento da tia Ana. - Paola olhou pra filha e riu.
Assim que se juntou à mesa com as duas para tomar algo, o seu celular tocou. Paola levantou, pegou o celular na mesa de centro da sala e retornou à mesa, deixando o celular de lado.
- É ele?
- Aham. - Paola deu de ombros.
- É o tio Jason? - Paola e Ana olharam pra menina.
- Não, uma pessoa do trabalho da mamãe. - Paola lhe respondeu. - Hoje é domingo, né? Tenho uma proposta pra fazer.
- Qual?
- Que tal almoçarmos no Arturito, por conta da casa, - Paola disse olhando pra Ana, - e depois irmos ao cinema assistir algum filme da Disney, que seja.
- Oba! Eu quero, mãe.
- Eu adorei. Então vamos passar o dia juntas novamente, Fran! - Ana e a menina bateram as mãos e riram.
- E como ainda são oito e meia da manhã, - Paola disse colocando sua louça na pia, - vou voltar a dormir mais um pouco porque estou acabada.
Paola deu um beijo na filha e um no rosto de Ana.
- Pensei que fosse me beijar de verdade. - Ana disse e Paola a olhou, confusa. - Depois eu explico, minha futura esposa.
Paola rolou os olhos e voltou para a cama de Ana.
À noite, após a tarde com Ana e a filha, Paola organizava a sua casa. Fran já estava no quinto sono em seu quarto e Paola estava cada vez mais cansada. Ao fim, apagou todas as luzes e entrou no quarto. Retirou sua roupa e a campainha tocou.
- Quem será essa hora? - Checou o celular e viu que já eram quase meia noite. Suspirou, vestiu um roupão que batia nos joelhos e foi ver quem era. - Não creio.
- Oi. - Henrique falou assim que ela abriu a porta. - Posso entrar?
- Eu estou indo dormir. - Paola cruzou os braços, ainda no meio da passagem. - Porque o porteiro não me ligou?
- Porque ele já liberou minha entrada umas vinte vezes, não ia ser hoje que iria me barrar. Podemos conversar?
Paola suspirou e deixou-o entrar. Ela fechou a porta, apontou o sofá pra ele, mas ele ignorou.
- Olha, certamente a Ana falou com você, eu...
- Ela não precisou, eu estava com ela ontem quando ligou. - Fogaça a olhou, ficando nervoso. - Eu ouvi o que pediu a ela. Eu ainda estou com raiva de você, mas não acho que essa situação deva continuar.
- Que bom que pensa assim, eu concordo. - Fogaça se aproximou e segurou suas mãos.
- Eu posso deixar o que me falou pra lá, esquecer, certo? - Ele assentiu, abrindo um sorriso. - E como vamos ter mais um MasterChef, não vou querer ficar brigada com um dos jurados.
- Que bom, meu amor... - Ele tentou beijá-la, mas a morena virou o rosto. - Paola?
- Vamos continuar sendo amigos e jurados do MasterChef. Nada além que isso. Sempre tentávamos terminar e não conseguíamos, mas agora acabou.
Henrique a olhou, incrédulo. Aquilo machucava, ver que ela não queria mais seus toques, seus beijos, seu corpo, sua pele na dela, seu cheiro, seu amor e sua companhia. O homem soltou suas mãos devagar e se afastou, dando voltas pela sala, procurando algo pra dizer.
- Nunca pensei que íamos terminar de verdade. - Por fim ele disse.
- Uma hora ia chegar. Você tem sua namorada, eu tenho o meu. Temos família com outras pessoas e isso... - Ela apontou para ele e pra si, - tem que acabar.
Henrique assentiu, triste. Deu meia volta para sair, mas Paola segurou sua mão, fazendo-o a encarar.
- Que foi?
- Eu te amo. - Ela sussurrou, deixando uma lágrima cair.
Fogaça suspirou e a abraçou.
- Não faz isso com a gente. - Ele pediu ao pé do ouvido, ainda abraçando-a. Sua camisa estava um pouco molhada das inúmeras lágrimas de Paola. Segurou o seu rosto e deixou que a mulher parasse de chorar. - Me desculpa.
Paola enxugou o rosto, ainda com as mãos dele em seu rosto e o olhou, com um meio sorriso.
- Se quer me deixar bem, me beija. - Pediu, quase em um sussurro.
Henrique fechou a porta com o pé e atacou seus lábios, com um beijo apaixonado e, ao mesmo tempo, quente.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.