História Nukenin is back - Capítulo Único

O mundo dos sonhos é algo realmente confuso, como uma bomba de emoções e vivências. Quem nunca sonhou que estava comendo uma pizza quentinha e sentiu fome? Mas a questão é que eu não sonhei com uma pizza gostosa da porra.

Eu simplesmente sonhei com mais de 10 anos da minha vida.

Foi mais que um sonho, eu vivi todas aquelas merdas. No início eu achei que iria esquecer, que estava enlouquecendo ao acordar em meu covil.

Mas os dias que se seguiram tão iguais, os testes que fiz. Eu tive certeza que aquele sonho foi uma miragem do futuro.

E percebi: eu tô fazendo merda!

Não, não, eu não acredito que pude me deixar levar tanto para o lado do mal, o que eu estava fazendo da minha vida?

Como eu podia estar sendo manipulado tão na cara dura e não perceber?

Por minha culpa, por ter libertado a raposa de nove caudas aquela época meu sensei e a Kushina morreram. Aquele era só o começo para a minha desgraça!

Tudo por causa da Rin? Um mundo de sonhos? Onde eu tenho certeza que se ela tivesse vendo aquilo repudiaria todas as minhas atitudes?

Rin se sacrificou em prol de Konoha, como uma heroína, e eu estava planejando levar todo o seu sacrifício abaixo não me importando de destruir tudo que ela lutou para proteger?

Madara parecia que estava me ajudando, mas só me queria para ser a sua marionete.

O pior que eu acordei tarde demais para salvar o meu sensei. Na verdade o planejado era eu ajudar o Itachi a matar o clã dele. Como ele só tem 13 anos eu ficaria encarregado de matar a elite e os policiais. Enquanto ele cuidaria dos civis. O pirralho nem sabia tudo que estava acontecendo,  apesar de ter uma ideia. Assim como Madara me manipulou eu o manipulei. Que grande merda. Mas essa merda eu vou consertar. 

Vesti a minha máscara laranja, mas não coloquei o manto da Akatsuki. Seria o fim dessa organização. Eu iria me redimir,  a minha existência agora era pagar meus erros, enquanto ainda tinha tempo.

— Tobi, aonde vai? — Zetsu branco  questionou.

Não deixe pra amanhã o que você pode fazer hoje.

Segurei em Zetsu que estava esperando meus comandos  e os levei para a minha dimensão. 

Matar eles era bem difícil por serem que nem baratas, mas presos ali não teriam como encostar em ninguém.

— Obito... — Zetsu preto falou de uma forma grave.

 

— Eu vi tudo. — Foi o que falei.

— Viu o que? — questionou me encarando.

— Isso não interessa para você agora. Só sei que vou concertar esses erros  — respondi, e então me teletransportei voltando ao mundo normal.

Com Zetsu preso lá eu não teria que me preocupar, ao menos não por enquanto.

Sai do covil, e então fui para o lugar que tanto odiei por esses anos. Estava voltando para Konoha, para não deixar que aqueles erros se acontecessem. Eu ia salvar o meu clã.

Me teletransportei para Konoha, primeiro de tudo eu precisava encontrar Itachi e ver a que ponto tudo aquilo estava. Se ele ia havia recebido as ordens ou não. 

Procurei Itachi por toda parte até que o rastreie.  Mas quando o encontrei eu vi um garoto se jogando de um precipício,  enquanto Itachi esticava a mão tentando o pegar.

Então foi assim que Itachi conseguiu seu Mangekyou? 

Desculpa Itachi, mas dessa vez você não vai ser tão forte assim.

Me teletransportei e peguei aquele homem em meu colo. Seus olhos estavam sangrando e mesmo que não desse pra ver seu rosto direito eu o reconheci. Até mesmo no meu tempo esse Uchiha era forte e reconhecido por seu talento.

— Shisui, você não precisa morrer agora — falei pulando ao lado de Itachi que estava assustado, surpreso e aliviado. 

— O que está acontecendo? — Shisui perguntou.

— Danzou que está com seus olhos? Eu vou tentar os recuperar — falei o pondo no chão.

— Um deles está no corvo. — Itachi me mostrou. 

— Quem é você? 

— Alguém que veio pra ajudar. Pegue seu olho de volta Shisui, não dê a sua vida em em vão pra proteger Konoha e o seu Clã.

— Em vão? — questionou.

— Não tenho muito tempo para explicações agora, apenas pegue seu olho de volta, eu vou dar um jeito de acabar com Danzou! — falei. — Pode cuidar dele? — questionei a Itachi, entregando o corpo de seu primo, e o garoto apenas assentiu. — Certo, coloque o olho de volta nele.

Eu saí de lá e me teletransportei até onde sabia que estava Danzou arquitetando seu plano contra o meu clã.

Entrei em seu esconderijo, o meu Kamui era indetectável. Danzou nem viu da onde veio o ataque, nem se ele quisesse conseguiria usar o olho do Shisui para fazer um izanagi.

Atravessei com a minha mão em seu peito usando meu chakra. Não era um Chidori, apenas uma técnica de me materializar com o braço dentro dele. Puxei o matando ao esmagar seu coração  e enquanto ele cuspia sangue eu tirei seu olho com a minha mão. 

Peguei o corpo de Danzou e sumi com ele o jogando em minha dimensão para depois eu me livrar dele apropriadamente. 

Depois voltei para onde estava Itachi e quando ele me notou eu entreguei o outro olho de Shisui em sua mão. 

— Vou colocar os Uchihas no genjutsu, os fazer esquecerem todos os boatos. Não contém sobre Danzou, para o desaparecimento deles não caírem sobre vocês — avisei. 

— Não é  qualquer genjutsu que poderá fazer isso! — Shisui falou com os olhos fechados.

— Eu sei.

— Você só conseguiria se tivesse o Mangekyou — falou. — De preferência o meu.

— É, eu sei! Está tudo sobre controle.

— Você tem mesmo um Mangekyou? — Itachi perguntou parecendo surpreso.

— Sim — respondi, ativando o meu olho.

E ao invés de um massacre, hoje eu iria visitar o chefe no clã e o colocar nesse Genjutsu, arrumando toda essa confusão.

Deixei Shisui com Itachi, e então usei o meu teletransporte aparecendo na casa de Fugaku.

Ele estava dormindo, então eu fui até o seu lado em sua cama, e o cutuquei o fazendo acordar e olhar diretamente no meu olho, onde prendi em um genjutsu que seria impossível escapar com o poder do meu olho.

Eu o coloquei em um genjutsu tirando aquela ideia absurda de rebelião da sua cabeça.

Só aquilo talvez não funcionasse, afinal o orgulho dos Uchihas e sua ambição de fazer merda nunca pode ser subestimada.

Eu precisava ficar mais tempo na Vila,  de olho em tudo. Mas como fazer isso sem chamar atenção? Ou melhor, como chamar a atenção da forma certa? Mostrar que os Uchihas e nem Konoha poderão fazer o que quiserem.

Como Tobi ou Madara eu não podia entrar em Konoha. Mas como Obito eu podia retornar. 

Uma desculpa? Simples, eu fiquei sabendo do Sensei e vim para cuidar do Naruto eu mesmo.

Nada que eu faça vai consertar aquele erro. Porém eu ainda precisaria usar Naruto pra ter uma desculpa pra retornar. Hoje em dia ele só tem 8 anos, ainda é uma criança eu posso exigir sua tutela. 

Eu saí de Konoha e durante aquela madrugada me livrei do corpo de Danzou. Rezei por sua alma para que fosse perdoado por seus pecados e que me perdoasse também. Eu não era um herói, não confiava nas mudanças de todos e não pude deixar Danzou atrapalhar as coisas. Sua ambição por olhos de Uchihas não seria justificado para proteger Konoha. Ele errou e foi absolvido por seus pecados.

Um dia eu também seria e espero direcionar o mundo para um caminho melhor que o plano da lua.

Quando o dia nasceu eu comprei roupas de um mercador. Entrar de máscara seria suspeito. Por isso apenas tampei o olho que me faltava.

Andei normalmente pela entrada da vila e logo os dois guardas ficaram em alertas e pararam em minha frente.

— Quem é você? Nunca te vimos na aldeia antes! — Um deles disse.

— Ah, eu estive durante um tempo sumido, mas sou dessa aldeia sim — garanti. — Meu nome é Uchiha Obito — expliquei.

— Uchiha Obito? — questionaram.

— Sim... Se quiserem podem conferir o meu nome no memorial, provavelmente todo mundo pensava que eu estava morto... Mas é, eu voltei — falei.

— Chame o Hokage! — Um dos guardas mandou ao outro.

Eu fiquei esperando paciente a chegada do Hokage que não demorou a chegar com um batalhão de Anbus. 

Konoha estava mesmo levando a sério esse lance de segurança. Ou talvez fosse só por eu estar me declarando ser um ninja morto.

Eu reconheço duas cabeleiras ali. A do Itachi e do Kakashi. 

— Bakakashi quanto tempo — falei sorrindo abertamente.

Percebi ele ficar receoso, na verdade ele travou no lugar parecendo chocado demais para dizer alguma palavra.

Eu sei que devia sentir raiva do Kakashi naquele momento.

Mas honestamente? Não.

Depois de tudo que eu vi, e do meu final, eu me sentia feliz por ver meu amigo novamente, e por fazer as coisas certas dessa vez novamente.

— Qual é? Parece que viu um fantasma? — brinquei. — Já sei! Está preocupado com olho? Não se preocupa, não vou querer ele de volta.

— Obito... É você mesmo...?! — Ele finalmente disse algo.

— Com a cara um pouco mais amassada, mas é a vida... Sou eu mesmo Bakakashi — respondi.

— Mas... Como? — questionou, e então me pegou de surpresa quando me deu um abraço.

Bakakashi abraçando alguém? Essa era nova.

— Longa história. — Dei tapinhas em suas costas. Eu percebi que um dos anbus tirou a máscara,  reconheci o Shisui que estava me encarando.

— Uchiha Obito... — falou provavelmente juntando os pontos que foi eu que o salvei.

— Jovem Uchiha o seu aparecimento no mesmo dia que o sumiço de Danzou é algo que vamos precisar investigar. Acompanhe-nos ao interrogatório. — O Hokage falou fazendo Kakashi ter que soltar o abraço que ele estava me dando. 

Eu não sabia a expressão do rosto dele por causa da máscara, mas não importava muito.

— Sumiço? Bom eu não sei nada a respeito,  mas espero poder ajudar.

— Nenhuma técnica de tortura será usada... certo Hokage-sama? — Kakashi perguntou segurando meu punho.

— Kakashi o jounin responsável pelo interrogatório que vai decidir se precisará chegar a tento. — Foi a resposta que ele deu.— Entenda que o retorno de Obito é no mínimo suspeito. 

— Sobre isso, na verdade eu fiquei sabendo que meu sensei foi morto e deixou um filho. Eu queria o conhecer... Descobri tarde sobre isso, mas queria pedir permissão para visitá-lo. Com quem ele está morando agora? Jiraiya-san? Kakashi? Você?

E naquela hora todo mundo travou, e o próprio Hokage me encarou como se eu tivesse cometido algum pecado capital.

— Os assuntos pertinentes ao filho de Minato não serão tratados agora, e você não possui o direito de vê-lo. — Hiruzen disse.

O que? Mas que velho desgraçado!

— Olha, eu sei que fiquei afastado por todos esses anos, mas eu realmente estou a fim de reerguer a minha vida aqui depois de tudo que passei, não sei se o senhor sabe, mas eu fui esmagado por uma pedra, aconteceram muitas coisas durante esse tempo que eu não pude voltar antes  — respondi tentando achar um motivo para passar tantos anos fora. — Eu realmente só quero conhecer o garoto e sei lá, bater um papo com o Kakashi e com a Rin como nos velhos tempos para matar a saudade — falei.

Para eles não teria como eu saber que a Rin estava morta. Se eu dissesse isso provavelmente pioraria a minha situação, e eu precisaria arranjar alguma explicação.

— Ai meu Deus, o Obito vai surtar — escutei algum dos mascarados comentarem entre si.

— Alguém pode me falar o que está acontecendo? — perguntei. 

— Primeiro nos digam como você está vivo. — O Hokage mandou.

— Uma pessoa me salvou, mas eu não lembrava de nada — menti  algumas partes para não contar sobre Madara. —  Eu comecei a recordar as memórias esse ano,  foi bem aleatório e no começo nada fazia sentido. Eu não sabia se devia voltar, eu estava um pouco com medo, mas então eu soube do Minato e de seu filho. 

— E como soube? 

— Orochimaru me falou, disse que eu devia voltar o quanto antes e aqui estou eu. Ele disse que viria na frente pra explicar tudo. Ele não contou sobre o meu retorno?

Eu sabia que Orochimaru era um nukenin procurado e o melhor de tudo era jogar a culpa do sumiço de Danzou em cima dele.

— Orochimaru? O que você estava fazendo com o Orochimaru? — Começaram a questionar querendo saber.

— Ele me achou depois de um tempo e ajudou a explicar melhor quem eu era, já que as minhas memórias estavam confusas ainda — respondi. — Mas por quê? Qual o problema?

— O Orochimaru é um Nukenin, Obito. — Kakashi me explicou.

— Oh... Sério? — questionei fingindo estar chocado. — Mas então... Por que ele me ajudou? — Encarei confuso. — Por que ele me fez voltar para aldeia? — joguei no ar me fazendo de bem coitadinho que estava perdido quanto aquilo, para eles sacarem que foi apenas um plano de Orochimaru para me incriminar.

— Orochimaru de novo. — Hokage falou parecendo cair naquela minha conversa. — Obito, acredito que ele te usou pra levar a culpa do desaparecimento de Danzou.

— Meu Deus... — pasmei. — Mas eu posso ver a Rin? O filho do sensei?

— Sobre a Rin ela morreu em uma missão eu sinto muito.

— O que! KAKASHI! Você prometeu que cuidaria dela onde você estava?! — perguntei com raiva o pegando pela camisa. 

 

— E-Eu... — gaguejou todo nervoso.

— Obito calma — O velhote pediu. — Por enquanto vou pedir apenas que ande acompanhado com um anbu, vou dispensar o interrogatório visto as circunstâncias.

— Eu posso cuidar de ficar de olho no Obito, como somos do mesmo clã eu o levarei até o líder e arrumaremos uma nova casa. — Shisui se prontificou.

— Não, eu sou seu antigo companheiro de equipe, eu ficarei de olho nele. — Kakashi disse. — Temos muito que conversar, Obito.

— Bom, vocês que se decidam. — O Hokage disse e então deu as costas.

Esse velho... Ele realmente não se importava com nada!

— Me diga que é mentira Kakashi... — Eu olhei para ele encarando de forma mais séria. — Eu te dei meu Sharingan para você proteger a Rin... Você jurou que a ia...

— Obito eu não sei como contar isso...

— Então Obito venha comigo, vou te falar sobre a lei que foi imposta depois que o Minato-san e Kushina-san faleceram. — Shisui passou o braço pelos meus ombros me puxando para andar com ele.

— Eu já disse que eu vou ficar encarregado dele. — Kakashi segurou o meu braço.

— Por que não vamos os dois? — perguntei  sentindo um suor escorrer da minha testa em nervosismo.

— Eu quero falar a sós com você Obito. — Shisui falou e  provavelmente ele só queria me perguntar sobre ontem.

— Eu que quero falar com ele a sós! 

— Kakashi você pode contar ao seu amigo que matou a Rin depois.

Oh... Shisui pegou pesado nisso.

Eu já sabia que Kakashi havia matado a Rin. De certa forma aquilo ainda machucava em meu coração, porém depois de tanto tempo e com toda a reflexão que eu tive, encarei a vida de melhor forma, e estava superando aquilo.

Porém, eu ainda tinha que fingir que não sabia de nada.

Se eu ficasse muito calmo poderiam desconfiar.

Então sinto muito Kakashi, mas infelizmente não tem como o nosso reencontro ser mais calmo agora.

Não tem supera agora, só um Obito chocado por descobrir a verdade.

Você matou a mulher que eu amava, então eu estava puto.

— V-Você... Você... Você... Matou a Rin? — questionei totalmente perplexo, umas lágrimas até ameaçavam sair dos meus olhos. 

Podem me trazer o Oscar de ator do ano, tô merecendo.

Mas na verdade fingir estar com raiva do Kakashi por isso não era tão difícil, bastava eu me lembrar daquela imagem que eu vi com meus próprios olhos em minha memória.

— Obito calma, eu posso explicar tudo! 

Espero que você já seja bom Kakashi, por que eu preciso te dar uma surra, mas não quero que você morra.

Na verdade será um prazer porque nunca bater em você por ter matado a Rin será pouco.

Eu meti o soco no Kakashi que nem tentou desviar. Ele pedia pra eu ficar calmo, mas teve que revidar pra não acabar morrendo a base de porrada. 

A luta só não continuou porque Shisui se meteu me segurando. Eu podia me soltar facilmente, mas fingi que estava fazendo força pra tentar me soltar.

— KAKASHI! — berrei.

— Obito eu juro, não tive escolhas. Sequestraram a  Rin e colocaram algo dentro dela, como a raposa de 9 caudas. Ela iria soltar na Vila e matar as pessoas. 

— Tinha que ter outro jeito! Você é  um idiota! Eu... Eu não acredito que você a matou.

— Desculpa por ter contado assim, mas eu realmente preciso falar com você Obito! — Kakashi tentou mais uma vez, mas Shisui me carregou de lá subindo em árvores  e indo  para bem longe. Mas não chegamos a ir para o Clã.

— Seria pretensão minha dizer que acredito que saiba da Rin? — Foi o que ele perguntou quando me  soltou. — Julgando que até mesmo saia sobre Danzou. Espero que tenha te ajudado com o teatro. Uma explosão de raiva é  sempre mais realista que uma conversa a sós.

— Não sei do que você está falando, Shisui — respondi me fazendo de desentendido.

— Você sabe sim — disse. — Foi você quem me salvou ontem, não foi? — questionou.

— Eu realmente não faço ideia do que está falando. — Me fiz de sonso.

— Não precisa sentir medo, eu não vou contar para ninguém seja lá o porquê você está escondendo essas coisas, pode confiar em mim... — Shisui disse.

— Shisui você não sabe o que está falando... — O cara nem teve como ver o meu rosto, como ele sabia que era eu?

— Obito, eu reconheceria meu salvador em qualquer situação — disse.

— Você deve apenas estar se confundindo, cara.

— Não tem como confundir sua voz. Eu a escutei bem ela — falou sorrindo abertamente.  — Eu fiquei me perguntando quem havia me salvado. Qual Uchiha havia despertado o mesmo sharingan que eu. Mas eu nunca esperei que fosse você.

— Claro eu estava morto, eu teria medo se tivesse suspeitado de mim.

— O que quero dizer é que eu lembro quando éramos mais jovens e nos esbarrávamos pelo clã. Você tinha apenas 13 anos, e vivia causando problema ao clã e dizendo que iria ser Hokage.

— Ah sim... — Sorri envergonhado. Shisui era um prodígio, enquanto eu? Apenas a decepção  clã Uchiha. — Eu também me lembro de você... Sempre foi muito bonito e talentoso...

Confesso que eu tinha um pouquinho de inveja dele naquela época.

— Então Obito... Você é meu salvador, não é?

— Você é muito cabeça dura, sabia? — questionei.

— Mal de Uchiha — disse sorrindo e piscando um olho. — Ontem nem deu tempo de agradecer por tudo que você fez por mim… Agora que tenho ambos os meus olhos vou me certificar de manter o clã sobre controle também.

— Ainda não é hora para comemorar, não sei se somente controlar o líder vai resolver,  por isso voltei para a vila.

— Vamos continuar de olho. Agora me sinto um pouco aliviado de não deixar tudo para Itachi. Ele ainda é só um garoto. Nós dois podemos dar conta disso — comentou.

— Sem dúvida, é a nossa responsabilidade livrar os Uchihas do caminho da escuridão. 

— Você já sabe das leis de Konoha sobre Naruto? 

— Eu estou ligado, mas não vou obedecer essa merda. Já que tenho que voltar vou cuidar do pirralho.

— Não acho que o Hokage vá permitir. — Shisui disse.

— Eu quero que se dane o Hokage e essa lei, Shisui — respondi. — O que fizeram com o menino é uma covardia, ele é só uma criança que não tem culpa de nada, querem o deixar vivendo sozinho e o ignorando por quê? Minato nunca admitiria uma coisa dessas, e eu como seu aluno quero honrar sua memória. Eu também fui uma criança que cresceu sozinha, não quero que Naruto passe o mesmo que sofri — respondi.

— Mas como você quer voltar a Konoha isso pode te trazer problemas nesse momento...

— A paz é legal Shisui, mas nenhuma paz vale a pena quando é a custa de dor de outras pessoas. 

— O que pretende fazer então? 

— Por enquanto vou acertar as coisas com o Clã e o Kakashi, depois vou falar mais com o Hokage. Quero conseguir o consentimento numa boa. Mas dificilmente vou conseguir isso.

— Só se controla um pouco Obito, tem que ter paciência. Você já sumiu com Danzou.

— Sim,  eu sei. Então vamos? — perguntei.

— Vamos! — respondeu.

Shisui e eu então fomos andando até onde ficava a minha antiga casa no clã, pelo visto ela continuava do mesmo jeito, dava até saudades...

Do mesmo jeito, tirando a visão que eu tive de Kakashi me esperando ali no portão.

— E agora? — perguntei para Shisui.

— Eu te seguro qualquer coisa, finge que vai bater nele — disse.

— Mas eu quero bater nele de verdade... — falei.

Perdoar o Kakashi a gente perdoa, mas a vontade de dar uma surra é sempre inegável.

— Melhor ainda vai ficar ainda mais fácil — respondeu.

Fui todo empolgado para acertar Kakashi,  Shisui não tentou me segurar,  acho que vai me deixar bater um pouco no Kakashi. Mas dessa vez Hatake me bloqueou.

— Obito... — falou puxando a bandana dele levando realmente a sério meus ataques.

Ora que ousadia usar o sharingan que dei para ele contra mim de novo. Eu nem sou mal agora. 

Dessa forma a nossa briga ficou bem pau a pau. Eu Ativei o mangekyou e o prendi em um genjutsu.

— Obito o que está fazendo? — perguntou.

— Você vai pagar pelo que fez  Rin!

— Obito você... Vai mesmo me matar? — questionou.

Ele sem a máscara de anbu com aquela cara depressiva ficava difícil conseguir fingir que queria mesmo o matar.

— Não — respondi desfazendo o genjutsu. — Mas eu não quero falar com você Kakashi.  Eu não consigo te perdoar.

Eu havia sim perdoado e entendido o que aconteceu naquele dia. Mas eu precisava que ele não desconfiasse de nada.

— Por favor, vamos conversar — disse.

— Você não entende? Eu não quero conversar com você — respondi me mantendo sério.

— Não Obito, quem não entende é você, sabe o quanto eu senti a sua falta? Agora você aparece vivo na minha frente, me mostrando que está bem... Tudo isso parece um sonho, por favor, eu só quero conversar direito com o meu velho amigo.

— Para que? Para me matar também igual fez com a Rin? — Joguei na cara.

— Eu sei que o que eu fiz foi imperdoável, mas...

— Sem "mas" Kakashi — disse. — Eu só te fiz um único pedido, um único pedido que era proteger ela. Você sabia o quanto eu a amava por acaso? Eu amava aquela menina demais e você a tirou de mim… Honestamente eu nem sei por que voltei. Preferia ter continuado sem saber disso... Preferia ter continuado sem me lembrar quem era você.

— Não fala isso! — Segurou em meu braço com força e eu tentei me soltar.

Eu ia bater nele, mas Kakashi surtou porque ele me deu uma testada tão forte que eu fiquei até tonto sentindo sangue escorrer pelo meu rosto.

Abri os olhos e vi que a testa do Kakashi sangrava bem mais que a minha.

— Não diga nunca mais isso — gritou se agarrando a minha roupa.

Mas o que realmente me chocou foi que Kakashi estava chorando. 

E se não tivesse como piorar o Shisui simplesmente sumiu. Não senti mais o chakra dele. O cara me deixou com Kakashi sozinho como se o culpado nem tivesse sido ele dessa treta toda.

— Eu que devia estar chorando — acusei.

— Eu sinto muito todos os dias. Acha que eu queria matar a Rin? Ter o peso que não protegi o mais importante da vida do meu melhor amigo? — perguntou  apertando minha roupa ainda mais a puxando a fazendo rasgar um pouco. —  Você estar vivo é a melhor coisa que aconteceu em minha vida e eu não vou deixar que você diga nenhuma besteira!

— Kakashi... — Droga, pior que naquele momento eu também queria o abraçar, mas não podia dar o braço a torcer. — Vai embora, por favor — respirei fundo.

— Não, eu não vou embora Obito! — disse e ainda continuava a chorar, confesso que aquela cena partiu meu coração.

Logo ele que sempre dizia que ninjas não choram… 

— Eu não tô aguentando olhar para a sua cara — menti.

— Eu sei que o que fiz foi imperdoável, eu carrego essa culpa todos os dias da minha vida. Mas eu já te perdi uma vez Obito, não quero te perder novamente, eu só tenho você agora — disse.

— Eu sou muito mole — reclamei.

Aquilo era arriscado demais,  Kakashi podia perceber que eu cedi fácil demais. 

Eu estava preparado para tudo, mas ver aquele cara chorando por minha causa naquela situação me deixou sem palavras. Eu nunca imaginei ele fazendo isso até porque quando nos encontramos na guerra éramos inimigos.

— Isso quer dizer que? — Kakashi me olhou com esperança.

— Para de chorar! Você está patético assim não dá. Como vou bater em você com essa cara ridícula — falei levantando o cabelo branco dele manchando de sangue para cima e limpei colocando a manga da minha blusa pra fazer parar de sangrar.

— Obito...! — Então ele voltou a me abraçar, e me abraçou tão forte que eu senti nossos corpos quase se fundirem.

Há quanto tempo eu não recebia um abraço desses?

E quem um dia pensou que Hatake Kakashi fosse demonstrar sentimentos assim?

— Chega, chega... Tá bom... Ok... Pode chorar... Céus isso é ridículo Kakashi — falei dando tapinhas em suas costas enquanto ele parecia uma criança chorando ali e repetindo que não ia me deixar nunca mais. — Tudo bem, eu não vou sair do seu lado mas será que agora podemos entrar na minha casa? O pessoal do clã já tá começando a olhar.

— Uh... — resmungou me soltando a contra gosto.

Entrei na casa que Shisui me levou e estava tudo arrumado apesar de não ter mais as minhas coisas ali.  

—Você é  mesmo um idiota agora vamos ficar com dor de cabeça, está feliz?— perguntei.

— Você não queria me escutar...

— Você precisa me ajudar com o Hokage. Tente falar com ele — pedi tirando a minha blusa toda suja do sangue do Kakashi.

— P-por que? — questionou.

— Eu vou cuidar do filho do sensei — respondi.

— Obito você não pode fazer isso... — Kakashi disse.

— Eu sei que existe uma droga de regra em toda essa vila, mas eu não ligo Kakashi. Qual é? Minato foi nosso sensei, acha que ele estaria feliz vendo que todo mundo abandonou o filho dele?

— Mas não podemos contar a ele sobe os pais. Nem a raposa. Ele é muito novo pra entender isso tudo. Não sei se aquele Uchiha te explicou tudo.

— Shisui me falou sim — respondi. — Mas você não acha que dá pra convencer ele disser que sou algum padrinho ou tio que veio pra ficar com ele? O garoto já viveu 8 anos sem uma família. Por que continuar o fazendo sofrer assim

— Bom... Podemos tentar. — Kakashi disse.

— Você nunca foi ver como ele está, Kakashi? — questionei.

— Não... Eu fui mandado pra anbu.

— Tudo bem... Imagino que deve ter muitas coisas se passando na sua cabeça para isso... Mas como eu estou aqui agora, você podia me ajudar a cuidar dele também.

— Sim, seria legal — concordou. — Posso pedir para voltar a ser um jounin normal.

— Não precisa.

—Não quero correr tantos riscos, agora eu tenho para onde voltar. 

E aquilo me deu um baita solavanco. Nunca esperei ouvir de Kakashi que eu era um lugar para voltar.

Mas ignorei isso, vesti outra blusa e apenas fui com Kakashi até o hospital pra gente dar um jeito em nossas testas. 

Depois fomos até o Hokage, eu já previa ter que usar o sharingan pra o manipular,  mas a conversa teve um rumo que eu não esperava.

— Hokage-sama, então é isso, se Obito fingir ser um padrinho do Naruto ele poderia cuidar dele sem revelar nada sobre os pais. Porque alguém tem até cuidar dele — Kakashi.

— É, alguém.

— Eu posso? — perguntei. 

— Desde que não cite o nome de Minato e Kushina. Também não pode falar sobre a Kyuubi.

— Ok, me parece um bom acordo — respondi, incrivelmente tinha sido mais fácil do que eu pensava.

— Então está decidido, você é o responsável de Uzumaki Naruto. — O velho respondeu.

— Muito obrigado Hokage — agradeci, e então me preparei para sair daquela sala com o Kakashi.

Fomos andando até sair de seu escritório, e eu estava bastante feliz.

— Sabe Obito... — Kakashi me chamou.

— Uh? Sim? — questionei.

— Você pretende morar com o moleque?

— Mas é claro, ele ainda é só uma criança.

— Mas você vai se mudar pra casa dele ou vai levá-lo até a sua casa?

Eu precisava sim vigiar o Clã, mas eu tinha Shisui como parceiro nesse quesito. Por isso não fazia tanta diferença.

— Vou o deixar escolher.

— Sabe o Clã Uchiha não deve ser um lugar agradável para ele, mas o apartamento dele é  pequeno. Eu não me importaria se vocês viessem para a minha casa.

— O que? Mas Kakashi... — Tentei reclamar.

— Você disse para eu te ajudar a cuidar dele, não é? Podemos fazer isso juntos...

— Eu não quero te incomodar Kakashi — respondi.

— Não seria incomodo nenhum... Na verdade eu ia ficar muito feliz se você viesse morar comigo — disse. — Minha casa tem dois quartos, um fica com ele e o outro eu não me importo de dividir com você...

— Tem certeza disso, a gente sempre brigou bastante,  não quero fazer a sua vida um inferno discutindo comigo na hora de acordar até a hora de dormir.

— Inferno? Parece um sonho. Sempre amei te deixar com raiva — debochou.

— Bakakashi!— O olhei sério. — Bom, por mim tudo bem, agora vamos ver o nosso afilhado! Será que ele vai querer? Viveu 8 anos sozinho pode ter raiva de mim ao saber que nunca vim antes.

— Ele vai entender quando você contar que estava sem memória.

— Sim, ele é filho do Minato, deve ser uma boa pessoa... Mas espero que não tenha puxado a personalidade da Kushina.

— Coitada — respondeu. — Mas espero que mesmo não, se não quem terá trabalho será a gente.

— Oh não, isso não, ele não deve ser tão ruim assim — respondi e então fomos caminhando em direção até a casa do Naruto.

Que bom momento para eu usar meu teletransporte agora... Mas não sei se é uma boa mostrar meus poderes ao Kakashi, melhor guardar segredo.

Fomos andando lado a lado,  ainda era  cedo e o garoto devia estar dormindo. Quando chegamos até a porta do apartamento pequeno que ele morava o Kakashi bateu na porta.

A porta se abriu rapidamente. Havia um garotinho loiro dos olhos azuis que segurava um copo de ramen instantâneo. Ele usava uma touca na cabeça. Ver o Naruto criança foi uma surpresa,  ele era bem pequeno e parecia um mini sensei com risquinho fofos nas bochechas.

— Quem são? — perguntou. 

— Err... —  Eu me senti um pouco travado,  mas Kakashi colocou a mão no meu ombro me apoiando. — Eu sou Uchiha Obito, sei que deve ter muitas perguntas e eu irei responder todas elas. Sou seu padrinho — disse a mentira.

— Meu padrinho? — perguntou. — Que mentira... Eu não tenho família...

Poxa, o ouvir dizer aquilo partiu meu coração.

— Agora você tem, eu sou responsável por cuidar de você! — falei.

— Eu já cuido muito bem de mim sozinho... — disse orgulhoso, mas percebi que ele estava receoso ainda.

— Hm... Mas não sente vontade de ter alguém que te ama? Para poder conversar? Não gostaria de ter um amigo?

— Ninguém aqui é meu amigo, por que eu confiaria em você?

— Você não teria por que confiar, mas não custa tentar, não é? O que você tem a perder? — perguntei. 

— Você não se parece nada comigo! 

— Não temos o mesmo sangue — respondi. 

— Então? Por que está aqui?

— Ele perdeu a memória, antes mesmo de seu nascimento na guerra. Ele conheceu seus pais, quando recobrou a suas memórias ele voltou, dê uma chance — Kakashi falou.

— Conheceu meus pais? — perguntou. 

— Kakashi não era pra gente falar — comentei.

— Não disse o nome de ninguém, não estou quebrando lei nenhuma. Esse homem aqui conheceu os seus pais e quer cuidar de você Uzumaki Naruto.

— Mas... 

— Eu sei que é tudo novo para você entender, mas que tal irmos comer um dango, hein? — questionei tentando agradá-lo.

Afinal dizem que conquistamos as pessoas pelo estômago, e o Uzumaki não parecia ser diferente.

— Comer dango? Hm... Tudo bem, posso aceitar, mas isso não significa que eu ainda confie em você — falou. — Só estou indo pelo Dango...

Naruto entrou para se arrumar e fechou a porta em nossa cara, mas estava tudo bem até que ele não estava tão negativo como pensei.

— Kakashi você não tem que trabalhar não? — perguntei. 

— Quer me excluir? — questionou.

— Você que disse que iria pedir para voltar a ser jounin. Melhor ir atrás disso antes que tenha que sair em missão — comentei.

— Você acha que consegue lidar com ele sozinho? — questionou.

— Uh, mas é claro, eu sou ótimo com crianças — respondi.  — Eu era muito igualzinho ao Naruto quando criança, sei exatamente o que fazer para conquistá-lo. — Pisquei um olho.

— Então tá... Eu vou resolver as minhas coisas, te espero na minha casa depois pra gente organizar as coisas.

— Ok, compra umas roupas para mim por que eu não tenho como voltar pra pegar mais, essa é a última camiseta que tinha — falei me lembrando da que eu vesti depois que tirei aquela suja de sangue. — Depois eu te pago. 

— Pode deixar e não precisa me pagar nada. Eu já vou indo.

Kakashi foi embora eu fiquei esperando Naruto que apareceu de bermuda e uma camiseta branca com o símbolo do clã dele. 

— Cadê o mascarado? — perguntou  confuso.

— Ele teve que voltar para o trabalho. Quer ver um truque pra gente chegar rapidinho na loja? — questionei querendo conquistar o garoto com alguns "truques" por isso precisava que Kakashi fosse embora.

— Truque? Eu gosto de truques, me mostre — pediu, e então eu toquei em seu ombro, usando a minha chupada dimensional nos teletransportando até em frente a barraquinha de dango.

— Então, o que achou? — questionei dando um sorriso, vendo que a sua cara estava maravilhada.

— Isso foi incrível! Nós estávamos na minha casa e agora estamos aqui, como você fez isso? — perguntou.

— Haha quem sabe um dia eu te conte — respondi rindo indo na frente dele comparando dango para o garoto e para mim.

— Se eu aprendesse eu seria Hokage  mais rápido dattebayo! — falou todo animado enfiando o dango na boca.

— Quer ser Hokage é? — fingir estar surpreso.

— Pode rir, eu não ligo.

— Rir? Esse foi meu sonho também. Eu cresci sozinho, sem pais como você. Eu queria provar a minha força e ser Hokage reconhecido por todos — comentei.

— Então por que desistiu? Por que não é Hokage ainda?

— Kakashi mencionou que eu pedi a memória não foi? Quando eu tinha 13 anos para salvar ele eu fui esmagados por perdas  e fui tido como morto. Mas agora estou de volta. Voltei quando lembrei e soube de você.

— Você foi esmagado por uma pedra? — perguntou me olhando atento.

— Sim, por isso meu rosto é feio assim desse jeito, mas eu juro que sou uma pessoa legal! — garanti.

Ao menos agora eu seria legal.

— Você não é feio... — Naruto disse. — Essas cicatrizes são bem legais, mostra que você é um ninja de verdade dattebayo!

— Eu amo dango, fazia tanto tempo que não comia os de Konoha — falei enfiando na boca e já comendo uns três de uma vez ficando com a boca cheia.

— Você saiu da vila então? Viajou o mundo? Como é? 

— Um dia quando for ninja vai descobrir. Tem que ter calma, Naruto-kun.

— Eu estou da escola para me tornar um ninja, mas lá é tão chato — disse.

— Ah sei como é, mas infelizmente é necessário — respondi. — Quando eu era criança Kakashi vivia me importunando jogando bolinhas de papel em mim, era um saco.

— E vocês são amigos ainda?!

— A gente foi do mesmo time ninja, mesmo brigando bastante nos tornamos muito próximos. 

— Ah... eu ainda não tenho nenhum amigo. Talvez só o Shikamaru que só dorme na aula. Ele é o único que fala comigo normal. Não sei porque as pessoas me tratam tão mal.

— Garanto que no futuro você terá muitos amigos, Naruto — respondi.

— Sério mesmo? — questionou.

— Sério! — respondi. — Você não precisa mais se sentir sozinho, eu voltei para a vila agora e pretendo ficar com você — respondi.

— Hm... Isso parece ser legal — disse meio tímido. — Você vai me levar para comer ramen? 

— Posso levar sim, conhece o Ichiraku? Lá é ótimo, eu vivia indo lá quando era jovem.

— Claro que eu conheço,  melhor ramén do mundo! — falou alto e eu acabei rindo.

— Então quer  se mudar para onde vou morar? — perguntei.  — Você vai ter um quarto só pra você.

— Eu quero, eu já tinha desistido de esperar ter alguém assim... Mas eu nunca mais vou perder a esperança! Eu sempre quis ter alguém me esperando quando eu chegasse em casa. Ou que fosse estar lá na minha graduação como gennin.

— Eu prometo que vou estar em todas as suas graduações Naruto — respondi.

— Vai ser como ter um pai... Eu sempre vi as outras crianças com os delas, sempre fiquei me imaginando tendo um... Mas nunca pensei que um dia esse sonho se realizaria —  disse e então começou a fungar parecendo emocionado.

— Não chore... Eu não sou seu pai, mas prometo cuidar de você como se fosse meu filho. — Meu sensei merecia isso.

Naruto foi até fácil demais, porém combinava perfeitamente com ele. Foi esse garoto que me fez acordar na guerra e nenhuma palavra conseguiria expressar o quão grato eu era. 

Depois fui para casa com Naruto. Levamos as coisas para a casa do Kakashi andando mesmo porque não queria ser descoberto com o Kamui. 

Kakashi chegou em casa com umas sacolas e veio com a gente ajudando a arrumar as coisas no quarto que seria do Naruto. Pelo visto era o antigo quarto do pai do Kakashi. 

Naruto era bem hiperativo e eu já previa Kakashi surtando a qualquer momento. Ainda mais que eu não estava lá sendo o adulto responsável que se espera.

— Ahhh! Isso é tão legal, essa cama é ainda melhor do que a que eu tinha na minha casa, aqui é tão grande! — Naruto dizia pulando na cama enquanto arrumávamos suas roupas no guarda-roupa.

— Cuidado Naruto, se acalme se não o Kakashi fica bravo — pedi.

— É que eu tô muito feliz! — disse. — Eu sempre quis ter um pai, e agora vou ter dois! 

E então eu olhei para Kakashi, e Kakashi me olhou... 

— O único pai vai ser só eu Naruto, Kakashi é apenas um amigo — respondi.

— Eu não me importo! — Kakashi disse. — Posso ser o pai dele também.

— Você vai querer roubar o Naruto com esse seu jeito Kakkoii — reclamei. 

— Para de ser ciumento, Obito. Claro que Naruto vai me preferir com o tempo afinal você é meio idiota — provocou.

— Está vendo Naruto,  esse é  o tipo de cara que você não pode ser amigo no futuro — falei.

Se bem que você não vai me escutar já que se tornou amigo do Sasuke.

— Parem com isso, eu gosto dos dois. — Naruto disse e quem diria que na altura do campeonato Uchiha Obito estaria tendo um surto de fofura.

Desculpa sensei, mas peguei seu filho para mim. E foi mal aí o lance da Kurama.

— Aish Naruto, você é muito fofo! — disse sem conseguir resistir e então o abracei, começando a fazer cosquinhas enquanto ele contorcia na cama tentando escapar.

— Haha você é  mau! — gritou me fazendo rir ainda mais.

E estaria tudo perfeito se não fosse Kakashi se juntar, mas ao invés de fazer casquinha no pirralho veio em mim me fazendo gargalhar também.

Ficamos nisso até eu desisti caindo no chão junto de Naruto.

No almoço Kakashi mostrou seus dotes culinários.  Eu nunca aprendi cozinhar então só aproveitei. 

Depois Naruto saiu de casa pra andar por aí,  mas Kakashi bancou o pai chato falando pra ele não chegar tarde.

— Até que está sendo legal! — comentei. — Estamos parecendo uma família de verdade.

— Pois é, numa família com dois papais. — Kakashi provocou. 

— Sua vida deve ter dado uma reviravolta e tanto, do jeito que eu te conheço e sei o quando é chato e careta vai se arrepender disso logo logo.

— Eu tendo você do meu lado não me arrependo de nada, Obito — negou.

— Aham sei, por falar nisso encontrou algum colchão para eu colocar no seu quarto para eu poder dormir? — questionei.

— A minha cama cabe nós dois de boa... — falou sem graça, acho que ele esqueceu de procurar por um colchão. 

— Vai se arrepender disso, talvez eu chute dormindo — comentei.

— Bom talvez eu seja de abraçar dormindo,  mas essas coisas não tem como saber. 

– Se você me abraçar com certeza eu vou chutar. Nem vou precisar estar dormindo para isso.

— Não seja tão maldoso, Obito — disse.

— Tente a sorte para ver — falei.

— Você tem cara de quem gosta de ser abraçado — provocou.

— É, talvez eu goste de abraços, mas não dos seus Kakashi — respondi. — Se me abraçar eu vou te chutar.

— Duvido que vá fazer isso.

— Tenta a sorte já falei. 

— Quando formos dormir eu vou tentar só pra ver — respondeu.

Ele queria me deixar irritado e eu sabia disso. Como sou trouxa mesmo depois de anos a mais que ele eu ainda caia.

Fazer o que, tudo muda menos o fato de eu ser um trouxa completo! 

Tenho até que tomar cuidado em não fazer mais merda ainda.

O papo com o Kakashi teve que acabar quando Hokage mandou um anbu me chamar,  para fazer uma análise para ver qual o rank que eu pertencia já que faziam anos. 

Talvez eu não merecesse mais ser um chunnin. Kakashi ficou ao meu lado até a luta assistida acontecer.

Eu não sabia com quem iria lutar, mas esperava que fosse alguém forte como Kakashi ou Shisui. Ou até mesmo o Gai que durante guerra se mostrou realmente forte.

Mas eles colocaram um anbu genérico com um poder de fogo. 

Eu nem tive que me esforçar,  usei um jutsu de fogo mais forte com mais chakra e o venci. 

Eu sei que os anbus são tido como a elite de Konoha. Mas vamos ser sinceros muitos ali parecem só uns figurantes pra morrer.

Tanto que quando a raposa foi libertada não serviram para absolutamente nada.

É, Konoha estava mesmo ferrada se alguém quisesse atacar ela agora.

— Você venceu, parabéns! — Kakashi disse vindo do meu lado quando saí da arena.

— tsc, isso foi fácil demais — eu disse.

— Como você se tornou tão forte Obito? —  questionou, e vish tinha as parada ai que eu não podia contar.

— Qual é Kakashi, tá me tirando? Eu sempre fui forte — falei brincando.

— Com o sharingan eu confesso que você dava para o gasto, mas você nem o usou — falou.

— A surra que eu te dei não foi o bastante.

— Não quero ver você puto nunca mais — falou.

O Hokage veio até gente Com aquele  papinho de parabéns. Me entregou uma bandana de Konoha e o cargo de jounin como de Kakashi.

Eu agradeci e amarrei em minha testa. Depois fomos dispensados para ir para casa.

— E você dizia que eu nunca seria Jounin. — Joguei na cara de Kakashi quando voltamos para casa.

— Pois é, parece que os tempos mudaram — disse.

— Então, qual vai ser o meu presente hein? — falei brincando para o provocar. — Olha que na minha época eu te dei o meu olho, agora você vai ter que me dar alguma coisa realmente boa Bakakashi! 

— Ah verdade, seu presente... Eu não pensei em nada, o que você vai querer? — questionou.

— Oh... Eu posso escolher? — perguntei com um sorriso sacana.

— Pode... apesar de eu não gostar nada desse seu sorriso — falou desconfiado.

— Eu quero a sua máscara — respondi esticando a mão. — E sem nenhuma pegadinha tem que mostrar o seu rosto.

— TADAIMA!!!! — Naruto chegou gritando em casa nos interrompendo.

Mas bom, Kakashi não iria me dar a máscara dele mesmo então fui até Naruto.

— Bem vindo de volta!

Naruto sorriu todo feliz. A gente jantou juntos ramen lá no Ichiraku. Nem preciso dizer nada, não é? Kakashi sempre dava um jeito de comer sem mostrar o rosto. Eu morri sem saber como era! 

Quando chegamos em casa eu revisei algumas coisas da academia ninja com o Naruto e fiz praticar o controle de chakra com a folha na testa.

Ele apagou em meio ao treinamento e como já estava tarde eu fui tomar banho e colocar uma das roupas que Kakashi comprou para mim.

Dei uma conferida no quarto do Narutinho vendo que ele dormia feito uma pedra.

Ok, eu não devia ter pensado nisso, pedra é pesado demais. Ele dormia profundamente, isso, assim era melhor.

Fechei a porta, e então fui até o quarto de Kakashi vendo que ele já estava na cama.

Tsc, e pensar que teríamos que dividir ali.

— As roupas ficaram boas? — Kakashi questionou.

— Ficaram sim, obrigado.

— Então... O Naruto já dormiu? — questionou.

— Sim, como uma pedra. — Nas que droga porque eu falei isso de novo? — Digo, ele tá dormindo bem.

— Que bom que pedra não é um assunto sensível. — Deu um risinho e sorriu com os olhos.

— Saiu sem querer, fica quieto e chega para lá — mandei deitando na cama dele ao seu lado.

Pra variar Kakashi estava com um livro lendo. Mas ele colocou na cômoda.

— Obito — chamou ficando de lado e eu me virei de frente para ele para o olhar e saber o que queria. — Você ainda quer a minha máscara?

— Quero! — Cheguei mais perto querendo ver seu rosto perfeitamente porque sei que ele não me mostraria novamente.

— Tudo bem então, eu vou mostrar meu rosto para você — disse levando a mão até a máscara se preparando para abaixar, eu estava ansioso, e nem piscava para ver aquilo. — Mas por favor não faça nenhum comentário... — pediu.

— Metade do meu rosto tá todo cheio de cicatriz você acha que eu tenho direito de falar algo de alguém Kakashi? — ri daquela sua ideia. — Só mostra logo — mandei.

— Ok... — E então finalmente ele tirou aquela máscara.

Eu esperava um narigão, uma marca feia ou até um terceiro mamilo no queixo. Mas não, o cara era lindo. Completamente perfeito. Que raiva! Tinha uma pinta fofa perto da boca dele, mas me recuso a acreditar que ele escondia o rosto só por isso.

Levei a minha mão apertando a  bochecha em um beliscão e vi ele franzir a testa se dor.

— Por que fez isso Obito?! 

— Você me deixa com raiva!

— Por que? Sou tão horrível assim? — questionou.

— Não seu filho da puta — respondi. — Muito pelo contrário, você é bonito demais, como pode esconder seu rosto desse jeito hein? — questionei.

— A-ah, quer dizer que você me acha bonito? 

— Eu tava esperando um terceiro mamilo no queixo, ou alguma outra mutação genética rara, mas não, você é bonito para caralho isso me deixa com raiva!

— Para com isso Obito, você nunca foi de me elogiar.

Quem é que elogia o rival também?

Mas agora eu não estava mais competindo com ele para conquistar a Rin. E hoje em dia ser o mais forte não passa de uma trivialidade.

— Porque nunca tinha te visto sem máscara — respondi. — Agora me dá  a máscara.

— Te dar?

— É  claro, eu pedi a sua máscara, ver você sem foi apenas um bônus.

— M-mas... — tentou retrucar, mas eu não deixei.

— Qual é, só estamos nós dois nesse quarto, eu já sei como é o seu rosto, não precisa esconder... Ou vai dizer que vai dormir de máscara? — o provoquei.

— Na verdade eu nunca dormi sem máscara sim... — Ele me olhou sem graça.

— Ah. Mas agora vai dormir — falei. — Imagina se eu acordo no meio da noite e me deparo com um ninja mascarado do lado? Não, de jeito nenhum — neguei.

— Você é  mesmo um medroso. — Tentou me provocar, mas tirou a máscara e deu em minha mão. 

Só pra zoar com a cara dele eu vesti aquela máscara que tinha um cheirinho leve de suor do Kakashi.

— Olha pra mim, sou Hatake Kakashi,  o ninja que copia — falei ouvindo a minha voz um pouco abafada pelo tecido.

— Nem tenta, não fica tão bem em você quanto fica em mim.

— Está com ciúmes da sua máscara? — o provoquei.

— Você sabia que acabou de indiretamente me dar um beijo, né? — disse.

— O que? — Arregalei os olhos, como ele podia dizer isso?

— Você colocou minha máscara, sua boca está onde a minha estava antes... — Sorriu me provocando.

— Como você é  irritante! — reclamei puxando a máscara e a tirando do meu pescoço. 

—  Hehe  deu um beijo indireto em mim. Que burrice Obito.

— Calado que você também vai dar quando colocar a máscara de volta. — Joguei na cara dele.

— Eu posso lavar.

— Ah mas você não vai vencer assim não! — neguei beijando a minha mão e antes que ele me impedisse coloquei a minha palma contra seus lábios.

Ele arregalou os olhos e eu pude ver as suas bochechas ficarem vermelhas com aquilo.

Rá, viram só? Eu tinha o pegado! Kakashi não iria me vencer nunca mais!

Só que... Pera ele estreitou o olhar, isso não significava boa coisa.

Pera... Ele está beijando a minha mão? O desgraçado começou a mover os lábios ali e passou língua lambendo como se estivesse me beijando mesmo!

Kakashi não tinha limite,  eu senti como se ele tivesse me chamando de criança por ser o único a ligar e acreditar nessa coisa de beijo indireto ainda.

Afastei a minha mão da boca dele e eu fui impulsivo,  eu só queria mostrar que não ligava mais para beijo indireto também. Fingir que tinha experiência como ele e que não era mais criança.

Mas o meu impulso dez eu beijar a minha mão de volta sentindo a saliva do Kakashi umedecer meus lábios.

E depois de fazer isso eu simplesmente fiquei sem palavras porque eu realmente senti a saliva do Kakashi na minha boca.  Mas tudo bem era só um beijo indireto e eu fui o cara que trouxe a quarta guerra ninja não posso mais ficar com vergonha de beijo indireto.

É, mas o problema é que eu ficava.

Droga... Eu não era tão pervertido como o Kakashi, apesar de ser um beijo indireto eu sentia diretamente a sua saliva ali... Era estranho, Aish!

Espero que o meu rosto não esteja vermelho, eu tinha ao menos que fingir aparentar que não ligava para isso.

— Se quisesse tanto provar a minha saliva era só pedir diretamente, Obito. — Kakashi falou com um sorriso cínico mordendo o lábio enquanto me olhava.

— Eu vou fazer você pagar — falei e mesmo com vergonha lambi a minha mão. Eu não queria ficar esfregando a minha língua como ele. Seria vergonhoso demais. Por isso passei a minha língua pela minha mão.

— Pagar? A única coisa que estou vendo é  você lambendo a minha saliva em sua mão  — respondeu sacana.

— Agora você vai fazer também — respondi tampando a boca dele com a minha mão.

—  Haha não vou não — puxou a minha mão.

Coloquei meu dedo indicador na minha boca chupando. Eu não iria desistir tão fácil assim. Depois enfiei meu dedo na boca dele e ri da cara que ele fez.

— Parece que eu ganhei essa — comentei tirando meu dedo da boca dele escutando um estalo de seus lábios.

— É, mas eu acho que não. — Ele disse, e então o que aconteceu a seguir foi muito rápido, tão rápido que eu fiquei confuso e pensei que ele tinha reencarnado o Minato ali.

Kakashi me jogou para baixo de si, e quando vi lá estava ele me encarando em cima de mim, e antes que eu tivesse tempo de falar algo para perguntar o que estava acontecendo, ele abaixou o seu rosto e encostou aquela boquinha pervertida diretamente na minha.

Kakashi colocou a língua dele dentro da minha boca me beijando de verdade.

Aquilo foi tão aleatório que eu estava até confuso. 

Eu só queria zoar com a cara dele usando sua máscara,  mas do nada veio o papo de beijo indireto, saliva e então se transformou em um beijo de verdade.

Kakashi sabia mesmo beijar e estava se gabando ainda por cima mostrando que sabia sugar  a minha língua como um pervertido. Eu acabei ficando com vergonha e pra mostrar que não ficava atrás dele segurei sua  língua com os dentes e a suguei também.

Aquela era uma batalha mais acirrada do que quando éramos crianças, óbvio que ele estava apenas disputando comigo na intenção de me provocar e me fazer sofrer em meio aos seus jogos sádicos.

Só que eu não ia perder para Hatake Kakashi nunca mais.

Nem que isso signifique eu tenha que beija-lo, mesmo sem nunca ter beijado antes.

E isso me lembrava que na outra vida eu morri bv, oh céus, pedra o que você fez comigo?

Tudo que Kakashi fazia eu retribuía na mesma intensidade, se ele agarrava meu cabelo e eu puxava os seus ainda mais forte, se ele mordia o meu lábio eu mordia o seu de volta e ainda tentava chupar.

Mas quando Kakashi parou de beijar a minha boca e desceu para o meu pescoço dando chupões confesso que fiquei um pouco sem reação novamente.

— Aaa sai daí. — Chutei a coxa dele e o derrubei na cama. Me se sentei segurando em meu pescoço me sentindo todo arrepiado.

Droga não acredito que perdi de novo, mas aquilo me deixou muito estranho e arrepiado.

— Ah, que fofo! Você marca fácil, Obito — disse sorrindo pra mim.

— Não me chama de fofo! — reclamei. — Pera, o que? Marcas?

— E eu nem precisei fazer esforço, seu pescocinho está todo marcado com os meus chupões agora. — Sorriu cínico.

— Eu não acredito nisso Kakashi! — falei me levantando, e então corri até o seu banheiro, liguei a luz e pude olhar no espelho.

Esse desgraçado havia me deixado cheio de marcas vermelhas... E algumas até roxas! Não acredito nisso!

— Isso foi divertido, deveríamos fazer essa competição de saliva mais vezes. — Escutei a sua voz sacana vindo do quarto.

— Ah mas isso não vai ficar barato, Kakashi! Vou devolver isso tudo.

— Haha primeiro vai ter que me pegar.

Estava de cabeça quente por isso me teletransportei para cima dele sentando em seu colo e segurando ele contra a cama para que não lutasse e tentasse fugir agora.

— Como você fez isso? — perguntou  perplexo.

— Isso não importa. — Me abaixei beijando e chupando a pele branquinha do Kakashi.

Se ele pensou que eu ia deixar barato estava muito enganado.

Ia fazer questão de retribuir cada marca que esse idiota fez, até em dobro.

— Obito... — suspirou quando eu chupei seu pescoço, e então o chupei ainda mais forte.

— Fica caladinho Kakashi, chegou a hora de você se arrepender, eu não vou ter piedade! — respondi sorrindo convencido quando vi uma marca bem escura se fazer presente ali.

Kakashi era mesmo um idiota, ele era bem mais branquinho que eu então marcaria muito mais fácil.

— Com você assim em cima de mim eu vou ficar excitado — blefou querendo me enganar. Mas uma ilusão dessas não funcionaria comigo.

—Ah é? Vai ficar excitado? — debochei pressionando meu quadril contra o dele.

— Vou! 

— Se ficar excitado você vai ser tão patético, Bakakashi. — Mordi o pescoço dele criando manchinhas mais fortes.

— Eu não sou patético, Obito... — Se defendeu, e para a minha surpresa deu até mesmo um gemidinhos.

Acho que deixá-lo excitado seria fácil demais, do jeito que ele era um pervertido. Se eu fizesse isso com certeza venceria, e mostraria que ele era ridículo.

— É sim Bakakashi, é muito patético, está pensando coisas pervertidas comigo — falei enquanto trabalhava naquele pescocinho.

— Com você em cima de mim fica difícil não pensar.

— Sim, porque você é bem patético. — Sorri maldoso.

Minha maldade tomou conta de mim por alguns minutos e por isso rebolei em seu colo e ver a sua cara patética ficando ainda mais vermelha e se contorcer foi engraçado. 

Soltei as mãos dele para que tivesse chance de reagir. Mas eu senti ambas as mãos dele irem diretamente em minha bunda apertando com força.

Ok, naquele momento eu me senti estranho, um calorzinho tomou conta do meu corpo.

Mas eu não tinha com o que me preocupar, né? Eu não era pervertido como o Kakashi.

Eu nunca ficaria excitado em uma situação como aquela, ainda mais com ele pegando na minha bunda... Apertando ela bem forte, minha nossa que pegada ele tinha... E fazendo eu rebolar ainda mais no seu colo como se controlasse os meus movimentos.

— Isso Obito... — gemeu quando eu me esfreguei em seu colo fazendo vai e vem.

— Patético.

— É,  eu me tornei patético, mas ser patético por você é inevitável.

— Acho que você já está bem marcado, completei a minha vingança — respondi fazendo menção de que ia sair de cima dele.

Se eu continuasse por mais um tempo não saberia o que podia acontecer comigo, eu estava com medo de não conseguir me controlar e Kakashi ganhar de mim novamente.

— Então é a minha vez de novo. — Kakashi me derrubou na cama.

Não falei!

O meu medo aconteceu. Ver o rosto de Kakashi por cima daquele jeito me deixava estranho.

Droga, porque ele era tão bonito?

Ou melhor: porque ele causava aquele efeito em mim? Eu não sabia explicar.

Mas estava quase pedindo para ele colocar a sua mascara novamente, pois olhar para aquele seu rosto descoberto era uma total provocação.

Kakashi tirou a própria camiseta e aquilo já estava virando covardia! 

Precisava mesmo mostrar aquele corpo bonitinho dele?

Kakashi é  magro e todo branquinho,  e eu não conseguia desviar meu olhar.

— Kakashi... — Eu até tentei falar que aquilo era exagero, mas as palavras simplesmente não saiam mais.

Eu só sabia ficar o admirando ali.

— Você não devia ter me provocado, Obito — disse com a voz mais rouca que o usual, o cretino estava mesmo excitado.

— A culpa foi sua que é  um pervertido — falei sentindo o meu rosto esquentar em vergonha quando Kakashi levantou a minha blusa se abaixando e lambendo um dos meus mamilos.

Kakashi não me tocou apenas na parte normal do meu corpo. Como também onde eu uma vez fui esmagado.

Aquele safado é tão pervertido que nem meu corpo sendo feio o deixou menos excitado.

Eu me via preso, sem saber como escapar.

Na verdade eu sabia sim, bastava eu usar o Kamui e deixar ele me atravessar, ou me teletransportar para a minha outra dimensão.

A diferença era que: eu não queria. Eu não queria me livrar dele.

As sensações que Kakashi me proporcionava era algo que eu nunca senti na vida, e eu estava curioso quanto aquilo.

Kakashi tirou a minha calça e cueca, segurando em meu pênis o lambendo e eu tive que tampar a minha boca com ambas as mãos para não gemer muito alto.

No meu tempo Kakashi não era assim... 

Será que ele aprendeu a chupar assim copiando alguém com meu sharingan?

Para Obito, não é  hora pra pensar nessas coisas! Deixa as zueras pra depois.

— K-Kakashi... — Olhei para baixo para o encarar, mas a visão que eu tive do seu rosto foi ainda mais pecaminosa.

Ele era tão erótico e provocativo... Seus olhos ainda se encontraram com os meus e possuía aquele brilho intenso.

Sua cabeça subia e descia em um vai e vem gostoso, chegando até mesmo a me engolir por completo esse cretino!

A ousadia de Kakashi não possuía limites porque ele parou e me virou na cama puxando meu quadril para cima. O que me fez ficar de quatro na cama dele.

E ele descontou as minhas brincadeiras de um jeito nada ortodoxo. 

Hatake Kakashi me deu outro beijo.

Colocou aquela sua saliva pervertida em uma área nada ortodoxo.

— Ah, vadio! — gemi apertando os lençóis com força fechando os olhos.

Constrangedor, quente e irresistível. Kakashi chupou a minha cavidade, esfregando aquela língua pecaminosa.

Kakashi deu um risinho abafado enquanto continuava a me chupar ali naquele local.

Eu apertava os meus olhos, e pateticamente acabava me movendo rebolando no seu rosto apenas para sentir mais daquela sensação.

Acho que estou me tornando tão pervertido quanto ele.

Mas então eu senti outra coisa além da sua língua querendo me adentrar.

Dessa vez ele enfiou um dedinho ali, e eu fiquei chocado com a audácia desse filho da puta.

Mas estava tão gostoso que eu fui deixando. Primeiro um dedo em vai e vem. Segundo dois dedos abrindo como tesouras. Por fim três dedinhos brincando de Chidori se enfiando e saindo. 

Quando ele parou eu quase dei uma voadora nele. Mas então Kakashi me virou de frente novamente tirando o restante de suas roupas.

Além do rosto, o corpo daquele desgraçado era muito bonito também, como alguém podia ser tão perfeito em absolutamente tudo? Que cretino, ele tinha coxas tão grossas, depois eu iria mostrar para ele que iria me vingar sim.

Só espero que isso não seja uma desculpa minha para repetirmos tudo... Talvez eu só não queira admitir que quero pegar na bundinha de Kakashi também.

— Está pronto, Obito? — perguntou quando ficou completamente nu.

— Você me deixa com tanta raiva, Kakashi! — respondi o olhando de baixo a cima.

Como um filho da puta desses consegue ter zero defeitos?

Pra completar ver um dos seus olhos com o meu sharingan por não poder desativar o deixava ainda mais sexy.

— Isso é um sim? — perguntou  sacana.

— Vem logo antes que você fique sem chakra.

Kakashi deu um sorrisinho pervertido, e então guiou seu membro até a minha cavidade, onde começou a penetrar lentamente.

E ainda bem que ele me preparou bem antes, porque oh negócio grande.

Mas pra quem já foi esmagado por uma pedra aquilo não era nada.

Eu abracei as suas costas e então fui descontando todo o desconforto lá, aproveitando para arranhar com minhas unhas até ele entrar por completo dentro de mim.

Céus, tão fundo...

Nos beijamos e sua mão foi ao meu pênis masturbando,  por isso não foi tão ruim. Logo eu me acostumei aquela dor nova.

Fala sério rapá!  Eu sou um nukenin acham mesmo que um pau na bunda iria me parar?

Aquilo não era nada. Por isso o puxei com as minhas pernas e mandei ao quebrar o beijo pra ele ir logo.

E quando Kakashi foi eu senti um desejo alucinante.  Kakashi se movia indo bem fundo e forte surrando minha próstata com carinho.

A velocidade ia aumentando gradativamente junto com os seus gemidos, e que gemidos, aquela sua voz rouca era uma verdadeira tentação.

Aquele prazer parecia que ia aumentando cada vez mais, eu ficava viciado naquele vai e vem gostoso que ia dominando cada célula do meu corpo.

Eu não consegui resistir ao meu orgasmo quando Kakashi passou a me masturbar junto dos seus movimentos. 

E enquanto eu experimentava todo aquele prazer eu sentia ele se mover e pulsar dentro de mim.

Kakashi parecia uma fera, sexy e selvagem.

Ah,  era disso mesmo que eu gostava. Sentir ele me preencher e então despencou em cima de mim.

Sorri colocando a minha mão sobre seu olho o tampando porque manter o sharingan ativado podia o esgotar. Mas ele estava tão lindo sem aquela bandana.

— Você é  mesmo um hentai, Bakakashi — falei sentindo ele sair de dentro de mim.

— E você não é mais inocente Obito, agora é um aprendiz de hentai.

— Aprendiz é? Então eu preciso rever algumas coisas,  afinal eu odeio perder para você.

— Vai ter que praticar muito — debochou. 

— Então vamos praticar — o joguei na cama ficando por cima dele.

O sorriso do Kakashi era irritantemente lindo. Seus olhos fechavam e eu nunca pensei que fosse estar ali com aquele idiota daquela forma.

Mas sinceramente seguir pelo caminho da luz mesmo em volta da escuridão é bem mais assustador. 

Eu poderia perder Kakashi a qualquer momento. Tudo poderia acontecer e eu não estava mais disposto a destruir o mundo pelo plano da lua.

Mas mesmo com tanto medo,  havia algo no caminho da luz que a escuridão nunca traria.

Que era a felicidade que poderíamos construir e proteger com nossas próprias mãos.

Kakashi eu prometo a você, vou te proteger com os meus olhos. Mesmo que você não saiba disso e que meu orgulho não me permita dizer. Não foi só pela Rin, foi por você também.