Em outro universo
Em outro lugar
Em outro tempo
Em outro dia
Isso tudo poderia acontecer
Mas não aconteceu
Seja pelo destino ou o que quer que fosse
Mas como não aconteceu
Só basta para nós fantasiarmos mesmo...
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Era um belo dia, uma bela manhã
De um belo dia de sábado
O despertador tocou às 9h da manhã
Acordando a pequena Sayu no auge dos seus 15 anos
Ela parecia animada
Acho que por estar em um novo ambiente
Ela não estava em sua casa
Na sua terra natal
Estava muito distante de lá
Numa viagem com a sua família
Eles todos foram para a Inglaterra durante 2 semanas
E hoje era o último dia
Para a infelicidade de Sayu
Ela acordou animada para poder ao máximo aproveitar o último dia
Mas também triste por saber que de noite teria que partir de novo
Ela gostou do clima britânico
Não queria se despedir dele
Levantou-se da cama
Atravessou o corredor
E foi para o banheiro
Eles ficaram hospedados numa bela casinha
Simples, mas bela
A beleza das coisas está na sua simplicidade
Sayu tomou seu banho
Fez sua higiene matinal
Trocou de roupas
E foi até a cozinha onde encontrou sua mãe, preparando o café
- Já acordou minha filha? – perguntava a senhora Sachiko à filha – Seu pai e seu irmão ainda estão dormindo – falava sorrindo ela, colocando um prato na mesa para sua filha
- É sempre assim mesmo. Eles são sempre os últimos a levantar – disse Sayu à mãe – Poxa, hoje é o último dia que vamos ficar aqui. Eles podiam acordar mais cedo e aproveitá-lo – dizia Sayu, se sentando na mesa
- É, podiam. – concordava Sachiko – Mas acho difícil – disse, rindo junto com a filha
- É... – falava Sayu, enquanto a mãe colocava seu café da manhã no prato
- Então filha, quais são seus planos para hoje? – disse Sachiko, enquanto sentava na mesa junto à filha – Vai fazer o que?
- Vou dar uma volta pela cidade, quem sabe – falava, dando a primeira garfada – Ou visitar algum ponto turístico que ainda não fomos – concluiu, antes que dar outra mordida no café da manhã
- Parece ser uma boa opção. – concordava Sachiko – Poderia ir com seus irmão, não é? – perguntou-lhe
- Até poderia, mas ele vai acordar com certeza tarde de novo e eu queria ir cedo para aproveitar ao máximo o dia e... – pausou Sayu – também estava a fim de sair sozinha um pouco. Sabe, conhecer por conta própria.
- Mas você conheceria por conta própria, só que junto ao seu irmão. – retrucou dona Sachiko à filha
- Mãe, você conhece o Light. Se saíssemos juntos teríamos que ir aos lugares que ele quer! – falava Sayu, terminando seu café e se levantando para lavar o prato – Só queria sair um pouco...
- Bom isso que você falou sobre seu irmão é verdade... – concordava dona Sachiko, olhando a filha lavando o prato – Ah, ok. Você pode sair mais tem que voltar até de tarde para poder arrumar suas coisas, em? E não quero que vá muito longe. – disse, enquanto se levantava
- Valeu mãe! – apenas agradeceu a mãe Sayu, e lhe deu um singelo beijo na bochecha como gratidão já que as mãos no momento estavam ocupadas – Deixa eu terminar isso aqui que já vou sair – falava, alegremente
- Ok, minha filha – disse Sachiko, se retirando da cozinha
Parece que uma aventurinha guardava Sayu
E mais alguém
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- Ah, que chatice tudo isso! – resmungava o louro, deitado folgadamente em sua cama
- Pensei que já tivesse se acostumado com isso – ironizava o outro garoto, quem dividia o quarto com o louro – Afinal, aqui é sempre assim né, Mello? – falava o garoto ruivo, jogando seu DS
- É, mas nunca vou me acostumar com isso Matt! – retrucou Mello – Isso é muito chato!
- Bom eu acho que se isso fosse legal não seria uma chatice, né? – comentava Matt, ainda sem tirar os olhos do jogo, mas eles logo desviaram sua atenção para a cara de bravo do seu amigo – O que foi? Não posso fazer uma piadinha – falava Matt, rindo por dentro da situação do amigo
- Não! Não quando eu estou nesse estado! – dizia Mello – Por que a gente não faz alguma coisa nova? – perguntou Mello, sentando-se na cama
- Acho que já fizemos tudo o que podíamos fazer aqui dentro. Cara isso é injusto. – falava Matt, pausando o seu jogo e se virando ao louro – O Roger bem podia fazer coisas conosco fora desse lugar! Tô cansado de viver sobre essas quatro paredes! – desabafou Matt com seu amigo
- Então por que não saímos daqui hoje? – disse Mello, falando baixinho como se para ninguém ouvir, mesmo só tendo os dois ali
- Quer dizer fugir? – perguntou Matt, ficando curioso com a ideia do amigo
- É. Tipo, a gente podia sair e voltar antes do jantar, o que acha? – disse Mello, já empolgado com o seu plano
- Seria uma boa, mas não acha que sentiriam nossa falta? – perguntava Matt
- Bom, poderíamos pedir a alguns garotos para nos ajudarem nessa parte – Mello concluiu
- Verdade, é uma boa ideia. É parece que a nossa tarde não vai ser mais uma chatice! – ironizava Matt, como sempre
- Melhor, ela vai ser histórica!
Uma garota buscando entretenimento
Dois garotos buscando diversão
Aonde é que isso vai dar?
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Sayu esperava no ponto de ônibus perto das 11h
Ela tinha decidido dar uma volta pelo centro
Ela precisava pegar um ônibus para assim chegar lá mais depressa
Um ônibus para no ponto e ela sobe
Ah, uma dica:
Quando for pegar um ônibus
Confira depois se pegou o certo
Não façam como Sayu
O ônibus que ela pegara a levaria mais para o subúrbio
Ops!
Mas mesmo assim ela foi
Não sabia do seu erro
Ela sentou-se num banco ao lado de alguém em frente ao corredor
Colocou seus fones e entrou numa viagem na sua cabeça
Pena que do lado de fora
Estava viajando errado
Ah, esse destino...
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- Cara, tem certeza que é por aqui? – perguntava Matt, ainda tirando terra de suas calças
Consequência do pequeno plano de sair da Wammy’s
Que não tem necessidade de ser contado
- Bom eu acho que sim – respondeu Mello
- Você acha?! Como assim você acha? – esbravejou Matt – Caraca Mello!
- Você queria o quê? Eu não sou um GPS. E se é para culpar alguém culpe o Roger! Afinal foi ele que nos deixou trancado na Wammy’s sem acesso ao mundo livre! – dramatizava Mello
- Olha, eu só não te bato porque isso não iria resolver nada! – disse um estressado Matt
- Bom, mas agora se estressar não vai adiantar nada! Nós queremos ir pro centro, não queremos? – dizia Mello
- Sim, né? Esse era o objetivo! – debochava Matt, ninguém gostava de se perder.
- Tá, bom aquele ônibus – falava, apontando para um ônibus parado no ponto – vai para o centro! Podemos pegar ele! – dizia Mello, já indo em direção ao ônibus em questão
- Ok, então vamos! – respondeu Matt
Matt subiu no ônibus e pagou a sua passagem
Mas não reparou que nesse momento estava sozinho
Já que Mello estava do lado de fora ainda
Contando o dinheiro para a passagem
- Pronto, já tenho tudo – falava Mello, no mesmo momento em que o ônibus deu a partida e foi
Com o Matt dentro
- Espera! Matt! – correu e gritou Mello, mas de nada adiantou
O ônibus já tinha ido com o seu amigo dentro
- Eu não acredito nisso! - Falou Mello, se desesperando – Que raiva!
Ele estava com raiva
E não estava acreditando
Mas ele não era o único...
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O ônibus de Sayu chegou ao seu destino
Despertando a garota
Porém ela reparou que não estava no centro
Aí, surgiu a dúvida:
Aonde estava?
Perguntou a alguém que estava no ônibus junto com ela
A pessoa lhe responde que estão numa das áreas do subúrbio
E depois vem o desespero:
- Não pode ser! Não acredito! – exclamava Sayu – Moço! – chamou a mesma pessoa que tinha lhe respondido – Como vou para o centro daqui?
- Você só precisa seguir reto aqui que vai encontrar um ponto. Lá só tem ônibus que vai para o centro – respondeu o tal homem
- Obrigada – agradeceu Sayu, que não tardou e já seguiu a dica do moço
Mas eu acho que esse cara estava mais perdido que ela
Porque ela seguia reto sempre
E nunca encontrava esse bendito ponto de ônibus
- Ah meu Deus! – desesperou-se Sayu – O que eu vou fazer?
Não tinha ninguém na rua
Para lhe dar outra informação
Seja ela que iria ajudar ou não
Então ela resolveu virar a esquina para ver se encontrava alguém
Mas do outro lado do quarteirão
Também tinha uma pessoa
Perdida
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Mello não sabia o que fazer
Esperou mais seu amigo não aparecia
Teria Matt deixado Mello e ido para o centro sozinho?
Mello não queria acreditar, mas
Era uma possibilidade que não podia ser descartada
Ele até esperou no ponto
Mas não aparecia nenhum outro ônibus
E já era quase 2h da tarde
Então resolveu andar para ver se encontrava outro ponto
Ele andava e sua cabeça estava a mil
O que será que vai acontecer?
Não acredito que o Matt faria algo assim?
O que ele não sabia é que também vinha outra pessoa na sua direção
Com a cabeça a mil também
Como posso ter me perdido?
E se eu ligasse para casa?
Mas do que adiantaria se eu não seu aonde estou?
Bom, não se é preciso ser um gênio para saber o que houve depois
Duas pessoas por um mesmo caminho
Ambas distraídas
O que aconteceu?
BAM!
As duas se trombaram!
- Desculpe-me! – falava Sayu, já tentando se levantar e ajudar o garoto que derrubara – Eu estava distraída e... – ela perdeu a fala
Ela perdeu a fala no momento que viu aqueles olhos
Aqueles olhos azuis
Ela se deixou perder naqueles olhos
Mas do que já estava perdida
- Não, tudo bem. Eu...- falava Mello, não conseguindo agora se desviar do rosto da garota – Eu também estava distraído porque eu estou meio perdido – completou Mello, ainda encantado com a garota
- Sério, eu também. Acabei pegando o ônibus errado – disse ela, pegando suas coisas do chão
- Deixa que eu te ajudo – e como um cavaleiro, Mello ajudou-a a recolher suas coisas – Aqui
- Muito obrigada – disse Sayu, ainda não conseguindo desviar-se daqueles olhos
- Bom, já que você também está perdida porque não tentamos nos achar? Quero dizer, dois perdidos deve ser melhor do que um haha – disse Mello, tirando uma risada da garota e estendendo a mão para a garota
- Ok. – disse a menina, apertando a mão do garoto
E seguiram o caminho juntos
Conversando e se descobrindo um pouco
Claro que Mello não falou que estudava na Wammy’s, um lugar para formar sucessores de L
Nem Sayu falou que seu pai trabalhava na polícia, junto com L
Tão distantes e tão próximos ao mesmo tempo
É a vida
Ou uma simples coincidência mesmo
Eles andaram e conversaram muito
O tempo parecia não passar
Mas ele estava passando sim
Já era quase 6h
- Ah meu Deus, achei você! – gritou um garoto ruivo, vindo em direção ao “casal” – Cara, eu não deixei você! Eu voltei ao ponto mais não te encontrei – falava Matt a Mello, ignorando a garota ali presente – Ah, quem é ela?
- É uma garota perdida também – falava Mello, olhando para Sayu, fazendo-a ficar vermelha
- Bom, eu não queria atrapalhar nem nada – falava Matt, com aquele seu sutil sorrisinho – Mas já são 6h Mello! Temos que voltar
- O que? Já são 6h? Ah Meus Deus! Eu tenho que ir para a casa e não tenho ideia de como voltar! – esbravejou Sayu, não sabendo o que fazer
- Olha, eu sei que tem um ponto atrás dessa rua. – comunicou Matt, já puxando o braço de seu amigo
- Tem certeza? Já recebi informação enganosa antes...
- Tenho sim! Pode confiar! – falava Matt, fazendo um ‘joinha’ com a mão – Bom agora temos que ir!
- Verdade, temos sim! – disse Mello, já andando junto com o Matt – Ah, foi um prazer!
- Foi um prazer também – disse Sayu, dando tchau com o braço
Ela observou os dois virarem a esquina
E só depois reparou que não sabia o nome do garoto
E nem ele o seu
Ou seja, ainda eram desconhecidos
Estranhos
A menina virou e seguiu o caminho direcionado pelo ruivo
Que dessa vez acertou porque tinha um ponto de ônibus
Ela agradeceu mentalmente
E subiu no ônibus ali parado
Conferindo se era o ônibus certo
Não podia se dar ao luxo de se perder de novo
Mas no fundo ela queria isso
Se perder de novo
Para ver se conseguiria de novo encontrar aquelas perdições azuis que eram os olhos daquele garoto
Intitulado desconhecido
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Quando chegou em casa
Claro que teve que ouvir aqueles mesmo sermões que tanto conhecemos
“Aonde você estava?”
“Vai ficar de castigo!”
“Eu estava quase chamando a polícia”
Mas ela foi simplesmente para o seu quarto terminar de arrumar suas coisas
É mesmo
Ela iria embora
Sem saber o dono daquelas imensidões azuis
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No caminho de volta a Wammy’s surgia as perguntas:
- Quem era aquela garota com você – perguntava Matt, reparando que seu amigo estava todo bobo ainda
- Não era ninguém, nem a conhecia e nem sem nome eu sei – respondeu Mello, olhando para baixo
- Nossa, uma paixão desconhecida... – ironizava Matt, como sempre fazia
- Ah, vai te catar Matt! – debochava Mello, empurrando o seu amigo
- Ava, eu sei que você bem queria sim – concluía Matt
Ele estava certo
Mello queria saber mais sobre ela
E não simplesmente a lembrar como a garota que ele esbarrou na rua
Não queria que a historia se resumisse a isso
Mas foi o que houve
E o que sempre será
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Já dentro do avião Sayu olhava pela janela
Se lembrando de todas as emoções que viveu hoje
Sabendo que nunca mais encontraria aqueles olhos de novo
Aquele azul de novo
Aquele azul que fazia com que ela quisesse se perde
Uma perdição sem volta
Um garoto desconhecido
Que a mexeu por dentro
E um pedaço do seu coração que tinha ficado lá
Simples coisas que acontecem num dia de sábado
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