Lauren POV
Não acredito que aquela infeliz deixou meu braço marcado, agora vou ter que falar pros meus pais que me machuquei durante um treino. Além de doente é agressora, pena do que a minha Camz passou nas mãos dela.
Cheguei em casa era quase meio-dia, foi praticamente a hora que chegamos em Miami, só demos uma passada na escola primeiro e depois cada uma foi deixada em sua residência, é o minímo que a escola poderia fazer depois de termos passado pela segunda fase. Bati na porta e ninguém me atendeu, agora ficaria plantada até chegarem do trabalho ou Taylor chegar da escola. Fiquei sentada na varanda de casa até ver o carro do papai estacionando.
— Filha! — meu pai me abraçou — Como foi?
— Perfeito. Conseguimos nos classificar — sorri
— Que maravilha — falou animado — Já contou para sua mãe? Podemos fazer uma programação em família mais tarde para comemorar, aí você chama a Camila, faz tempo que ela não vem aqui.
— Não, não contei para a mamãe porque cheguei agora e não tem ninguém em casa — falei rindo — Você é o meu salvador!
Ele abriu a porta e foi jogando a pasta em cima do sofá, afrouxando a gravata e foi direto para a cozinha. Era sempre assim, o primeiro a chegar em casa fazia o almoço.
— Você escolhe para onde vamos — falou
— Podemos ficar em casa e assistir filmes, não há nada melhor
Assentiu e não tocou mais no nome da Camila, pelo menos acho que ele esqueceu.
(...)
A escolha do filme foi feita através de votação e o que ganhou foi "O menino do pijama listrado", resumidamente, chegou no final do filme e estava todo mundo chorando. Descobri que era melhor ter marcado um jantar no shopping ou em algum restaurante. E se querem saber da Camila, minha mãe ligou para ela a convidando, mas curiosamente o convite foi aceito. Só que ela não sentou perto da gente, estava isolada em um canto da sala. A única insensível que não chorou durante o filme. Meu celular notificou mensagem e abri
WhatsApp ON
Camz: conta pra eles ou eu conto
Me: O que?
Camz: você não contou que terminamos
Camz: só aceitei vim aqui fazer cena porque gosto dos seus pais
Camz: mas não quero ficar passando por esse tipo de coisa
Camz: dê o seu jeito, já tenho que ir
WhatsApp OFF
— Tchau, Sr e Sra Jauregui — acenou para os meus pais — Tchau Taylor
— Você já vai, querida? — minha mãe perguntou limpando o rosto
— Sim, me mudei para longe do colégio e agora tenho que acordar uma hora mais cedo — explicou — Vem cá, Chewie — pegou o cachorrinho no colo — mamãe ama você, bolinha de pelos
— Dorme aqui, cunhada! — Taylor falou e preferia que ela tivesse continuado com a boca fechada
E ele era só festa, chorava e balançava o rabinho para ela. Mas colocou Chewie no chão, pegou seu capacete e foi até a porta. Fingiu nem ouvir o que minha irmã havia proposto.
— Lauren, vai deixar ela lá. Que falta de educação — meu pai sussurrou
Me levantei indo até ela e abri a porta, a deixei perto da moto, não trocamos um "a" durante o pequeno trajeto. Essa foi a única vez que me olhou nos olhos desde que chegou.
— Vai lá dentro e conta pra eles, não sou sua namorada de aluguel. — falou irritada
— Se você esfriar a cabeça podemos conversar. — falei
Balançou a cabeça rindo, colocou o capacete e ligou a moto.
— Não temos nada para conversar, Olhos Verdes. Você só precisa dizer que terminamos, é simples. — acelerou a moto e em segundos já tinha sumido
Entrei em casa e meus pais já tinham subido, a bagunça ficaria comigo e com a Tay Tay.
— Despedida sem graça, não rolou nem um beijinho — falou rindo
— Você espiou? — concordou — Mal educada. Agora arruma isso sozinha pra parar de ser intrometida.
Camila POV
— KEANA, PARA DE SER CRIANÇA! — grunhi com dor no braço
— Desculpa, não achei que isso aconteceria — deu de ombros — Você já foi mais esperta
Mal entrei e fui recebida com uma bela tortada na cara e um grito de "fatality", tentei tirar o chantily dos meus olhos enquanto caminhava para o banheiro e acabei tropeçando em alguma coisa no caminho.
— Não vai ficar assim! — alertei
— Tem visita pra você — falou ignorando a minha ameaça — Tá lá no seu quarto
— Certo — fui limpando do rosto o que dava — Oi Shawnzinho, o que deseja?
— Não tinha nada pra fazer e vim aqui conhecer seu novo lar — riu — Dorme lá em casa com a gente, as meninas estão fazendo maior festa.
— Amanhã preciso levar a Keana no nutricionista, ela quer mudar a alimentação, pra ter mais proteinas por causa do bebê — falei
— Vamos lá em casa e depois você volta. Sem bebidas, só conversa e música — fez uma carinha de cachorro abandonado
— Você volta comigo? Preciso de alguém para conversar — pedi
— Humm... volto! O que não faço por você?
— Deixe só eu lavar o rosto e já vamos lá!
Mal coloquei um pé no banheiro e já pudia ouvir Shawn mexendo no meu violão, esse vício dele por música acabou me afetando. Com meu rosto já limpinho, passei maquiagem e me sentia maravilhosa, maravilhosamente com a pele oleosa graças aquela merda que a Keana jogou em mim.
Segui com Shawn para o estacionamento e peguei a moto, sei quando tem algo incomodando ele e tratei logo de perguntar o que era.
— Põe pra fora, Mendes — sorri e ele me acompanhou
— Verdade que você voltou com a empresária do tráfico? — ri com o jeito que ele falou da Nina
— Não, ela só queria conversar...
Merda que eu nunca consigo esconder nada do Shawn e da Mani.
— Vai ter uma corrida mês que vem, e ela quer que eu participe. Ninguém topou porque o cara que vai correr é bom — completei — Não sei o que responder, se aceito ou não
— Coloque as mãos no volante do carro, mas verifique tudo antes. Nem sei como reagiria se algo acontecesse com você — falou triste
— Nada acontecerá. Vai ser a minha última corrida e dessa vez é sério
(...)
O resto da minha noite se resumiu em contar para o Shawn o que estava acontecendo comigo e com a Lauren, se bem que eu nem sabia o que acontecia entre nós duas. Mas sei que as coisas não estão do jeito que imaginei que estariam, e como tenho um ótimo conselheiro, já sabia o que fazer. Esperar para saber se ela me ama do mesmo jeito que amo ela, e se não acontecer...
O amor é formado de uma só alma, habitando em dois corpos.
- Aristóteles
É porque não fomos feitas uma para a outra.
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