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História Nurarihyon no Mago: After Story - Conhecendo o outro lado


Escrita por: kagome95ingrid

Notas do Autor


caraca... alguns anos que não posto eim? foi mal. as ideias tavam secas, a empolgação diminuiu e a memória falhou. tentarei não repetir isso. principalmente agora que as ideias surgiram. mil perdões e... de certa forma... obrigada à ~Niias pelos incontáveis comentários no primeiro capítulo pois foram eles que me deram susto e fizeram eu voltar.

esse cap é mais pra pegar os trilhos de novo. a treta vai começando aos poucos à partir do próximo

as notas referentes aos números, (1*) por exemplo, estão no final do cap

Capítulo 2 - Conhecendo o outro lado


Um tanto quanto letárgico, Rikuo se levantou do cantinho onde estava. Sua cabeça estava o matando, talvez tenha bebido uma ou duas taças de saquê durante à noite em sua forma noturna. Às vezes... ou mais do que só as vezes, na verdade... passava pela cabeça dele o quanto era estranho sua forma noturna já ter idade para beber (e fazer isso com muito gosto) enquanto a forma humana dele não. Até seus amigos da escola tinham se surpreendido com esse detalhe. Era claro que a forma noturna era mais velha, mas depois que seu segredo foi revelado, tantas batalhas aconteceram uma depois da outra e, consequentemente, seus amigos ainda estavam conhecendo seu outro lado, seu lado youkai, seu lado líder de um clã yakuza. Tais pensamentos deixavam o garoto com dor de cabeça. Quantas taças seu outro eu tinha bebido?

— Argh... talvez mais do que duas taças... – resmungou ele para ele mesmo com a mão na cabeça. Às vezes queria dar uns puxões de orelha em sua forma youkai. Incrível como a mesma pessoa podia mudar tanto por fora como por dentro de forma tão rápida.

O jovem decidiu ir se arrastando até a cozinha para, quem sabe, arranjar algo para fazer essa sua dor de cabeça passar. Não parecia muito sábio ficar de ressaca quando os ferimentos da batalha contra Abe no Seimei ainda estavam sarando. Inclusive, queria que os ferimentos se curassem logo. Parte da esperança dele estava no fato de a forma youkai ter uma regeneração melhor que a humana. Dessa forma, quem sabe, se ficando mais tempo na forma youkai, ele poderia se curar mais rápido.

No meio do caminho, Rikuo encontrou seu avô. Pela cara dele, ele provavelmente estava com quase tanta ressaca quanto seu único neto. Eles apenas se encararam, palavras não precisariam ser ditas para o que Nurarihyon queria dizer ao seu neto, o olhar dele já falava “precisamos conversar”.  Ainda sem nada falar, Nurarihyon sentou-se na beirada do corredor já que a casa, por ser de estilo japonês, tinha o piso um tanto elevado em comparação com o chão, de forma que Nurarihyon podia ficar com os pés na boa e fresquinha grama. Também sem falar nada, Rikuo o seguiu e sentou-se ao lado de seu avô.

Nurarihyon, algumas centenas de anos antes tinha sido ele à criar o clã Nura. O clã começara pequeno, era formado apenas por youkais fracos e apenas um ou outro forte. Um dos fortes, era o próprio líder, Nurarihyon, que protegia os mais fracos. 400 anos atrás, Nurarihyon se apaixonou por uma humana e com ela teve um filho, Rihan, o pai de Rikuo. Rihan sucedeu o pai na liderança do clã que esse formara, se casou com uma youkai, mas nunca geraram herdeiros. Décadas depois do casamento ruir, o coração de Rihan se abriu mais uma vez e ele se apaixonou por uma humana e teve Rikuo. A vida de Rihan foi ceifada mais cedo do que o esperado. Com Rikuo ainda muito novo, o manto da liderança voltou para Nurarihyon que, agora, anos depois da morte do filho, havia passado-o finalmente para o neto.

Depois de alguns minutos, Nurarihyon quebrou o silêncio.

— Sabe que só porquê derrotou Abe no Seimei, não quer dizer que suas dores de cabeça como Sandaime(1*) acabaram não é? – Disse Nurarihyon

— No momento o que mais tenho é dor de cabeça de saquê. – respondeu Rikuo fazendo com que o avô desse uma pequena risada.

— Realmente espero que lide bem com o posto de Sandaime, Rikuo. Estou velho, mesmo para padrões youkai, terá que liderar o clã sozinho.

— Que conversa um tanto deprimente para se começar pela manhã. – reclamou Rikuo.

— Na verdade já passou de meio dia. Não me surpreenda que tenha acordado só agora dado o tamanho da festa de boas vindas que teve.

— Sabe melhor do que eu que festas são especialidades dos youkai.

— Sei também que provavelmente será um bom líder, Rikuo.

— “Provavelmente”? – repetiu Rikuo olhando para o avô.

— Sim. Liderar um clã não é tarefa fácil. Embora o inimigo que derrotou tenha sido muito forte, tenho que admitir, ainda faz pouco tempo que se tornou de fato o Sandaime. Ainda tem muito caminho pela frente e muito poderá acontecer. Mas creio que tudo dará certo no final. – disse Nurarihyon se levantando – Agora, vá aproveitar seu retorno. Podemos falar disso mais tarde.

— Sim

— Estou feliz que tenha voltado bem. – completou ele antes de ir embora deixando o neto para trás.

Com isso, Rikuo continuou seu percurso até a cozinha onde não só comeu e bebeu algo para ressaca, como também prosseguiu posteriormente para o banheiro onde tomou um bom e merecido banho. Esse percurso foi um tanto demorado pois vira e mexe, entre onde conversou com o avô, cozinha e então banheiro, ele teve que parar pois alguém queria falar com ele para comemorar sua volta para casa embora ainda estivesse com alguns ferimentos para serem curados. Dessa forma, quando ele saiu do banheiro, ficou um pouco surpreso por ver os seus amigos sentados no chão de seu quarto ao redor de seu kotatsu(2*) conversando alegremente.

— Olha só, a sensação do momento! – disse Maki olhando para o amigo.

— Acho que chamar de “sensação do momento” seria um pequeno exagero – reclamou Rikuo um tanto sem graça por tal holoforte vindo dos amigos.

— Ah... já eu acho que não. – disse Torii. – Um festão desse pra você. Ainda acho difícil acreditar em tudo isso mesmo tendo visto com meus próprios olhos.

— Imagina eu que só ví aqueles vídeos ruins pela internet – reclamou Shima dando uma pequena bufada enquanto Rikuo se sentava junto com os amigos no kotatsu embora não estivesse tão frio à ponto de precisar ligar o kotatsu. Kiyotsugu parecia que tinha formiga na bunda e provavelmente meio mundo de perguntas e comentários para fazer ao amigo mas provavelmente estava muito sem graça de o fazer. Quanto à Kana, parecia num misto de maravilhada e sem graça e Tsurara não parecia gostar da parte de Kana parecer maravilhada.

— Você realmente vai ter que explicar pra gente direito. Só recebemos pedaços de informações e ainda mais de terceiros! – reclamou Maki, a jovem de cabelos dourados e fartos seios ainda achava difícil acreditar em tudo aquilo.

- Sim... - disse Torii, a menina de cabelos negros e olhos cujo formato lembrava olhos de gato se lembrava das vezes que foi salva por youkais e, agora, notava surpresa que sempre fora Rikuo por trás de todos os salvamentos.

— SIM! QUEREMOS SABER MAIS! – exclamou finalmente Kiyotsugu. O maior fanático por youkais do grupo. O garoto ainda estava surpreso diante da irônia que o líder, o youkai, o herói que sempre quis conhecer, estava na sua frente o tempo todo e indo para a mesma escola que ele desde sempre – Nós investigando youkai por tanto tempo e logo um estava assim tão embaixo do nosso nariz?!

— Ainda mais essa casa... dezenas de youkai. E viemos aqui tantas vezes... – disse Kana soltando um suspiro – acho que nós é que devemos ser bem distraídos.

— Um pouco talvez – disse Rikuo com uma risada sem graça lembrando-se muito bem da dificuldade que era pra todos se esconderem quando os amigos vinham visitar – teve várias vezes que fiquei preocupado de vocês descobrirem. Principalmente quando estavam aqui em casa.

— Ei Nura-kun, eu ouvi um dos youkais falando na festa... vários na verdade. Sobre... erm... – começou Kiyotsugu um tanto sem graça – sobre você ser o Novo Lorde do Pandemônio?

— Parece legal e um tanto assustador ao mesmo tempo – reclamou Torii.

— Bem... acho que sou né? – disse Rikuo olhando para Tsurara.

— Claro que é Waka! – respondeu Tsurara - Supremo Comandante, Terceiro Herdeiro do clã Nura, governante de Kanto[3] e...Lorde do Pandemônio. – disse a garota com orgulho.

— É que ainda parece um tanto estranho – justificou Rikuo, era como se a ficha não tivesse caído ainda.

— O que exatamente é esse título? – perguntou Shima – Na verdade, esse bando de título. Tá parecendo até coisa de Game of Thrones daqui à pouco.

— Lorde do Pandemônio é o título dado para aquele considerado como o youkai mais forte. – explicou Tsurara como uma perfeita professora – Embora a passagem dele de youkai para youkai seja um tanto confusa. Anteriormente, “O”... ou melhor... “A” Lorde do Pandemônio era a Hagoromo Gitsune, que eventualmente foi derrotada pelo Nurarihyon-sama. Em sua juventude, ele nunca chegou à perder uma briga, de forma que o título passou para seu filho, Rihan-sama. O título teria passado para o Rikuo-sama mas... coisas aconteceram...

— E então o título voltou para a Hagoromo Gitsune por ela ter matado meu pai, de certa forma. – disse Rikuo suspirando – Pode-se dizer que o título foi para Abe no Seimei quando ele a derrotou. Como eu o derrotei... acho que deu pra entender já.

— Nossa.... que... que incrível – exclamou Kana baixinho como se mal pudesse acreditar em seus ouvidos. Mas logo parou ao notar que ele tinha acabado de mencionar o assassinato do pai. Isso com certeza havia sido um momento difícil na vida de Rikuo. Os outros amigos notaram também e resolveram silenciosamente não perguntar mais sobre isso. Kiyotsugu, no entanto, estava tão empolgado que esse mero detalhe passou batido.

— De fato. Incrível. Ah! Mas, pera! Tem outra coisa que quero perguntar... na verdade, muitas outras coisas – disse Kiyotsugu que havia tirado do bolso bloquinho de notas e estava anotando tudo – Ah, não sei por onde começo... será que divido as perguntas em categorias? Faço quais estou mais curioso? Ou quais acho mais importante?

Rikuo não pode deixar de rir um pouco da reação do amigo mas teve que abrir um sorriso sem graça.

— Não ligo de responder suas perguntas, mas sabe que não posso responder todas. – disse Rikuo com um olhar calmo olhando para o empolgado amigo - Embora eu entenda que não combine com a imagem que tinham de mim até então, ainda sou o atual líder de um clã yakuza. Yakuza youkai ainda mais. Certas coisas são segredo.

De fato, a imagem de líder youkai-yakuza não combinava com a imagem que tinha de Rikuo. Rikuo na escola era gentil, era comportado nas aulas, se oferecia para ajudar de toda forma. Na verdade, se oferecia tanto para ajudar que alguns alunos abusavam da gentileza do garoto. Como consequência, Maki, a mais durona do time, tinha que defender o garoto. Quer dizer... mais durona se fosse com outros seres humanos. Quando se tratava de youkais, era provavelmente a mais covarde. O grupo sempre pensava que, talvez, Kiyotsugu fosse o mais corajoso quando se tratava de youkais, ou talvez não tivesse noção do perigo. Mas agora, notavam que o verdadeiro corajoso era Rikuo. O jovem menino que, na Educação Infantil, foi ridicularizado por acreditar em youkais, era na verdade um youkai de fato. Mesmo que apenas 1/4 youkai. Era um líder, um herdeiro, um yakuza, um lutador.

— Wah! Claro! Sim! Não quero perder o mindinho! Me contentarei com as perguntas que não podem ser respondidas. – disse Kiyotsugu embora parecesse de fato um pouco chateado com isso, mas superando rapidamente. Ele não sabia se a punição de cortar o mindinho, famosa por ser uma prática dos yakuzas humanos, se aplicavam também aos yakuza youkai. O garoto chegou a conclusão de que isso era uma informação que ele não queria saber.

— É.. e quem diria que aquele menino franzino era na verdade um líder yakuza. – disse Maki olhando para Rikuo.


Notas Finais


Sandaime(1*) - ao pé da letra, significa terceira cabeça. é o título dado quando se é o terceiro líder de algo. ou seja, o avô de Rikuo, Nurarihyon, foi o primeiro. o pai de Rikuo, Rihan, o segundo. e Rikuo é o terceiro líder que o clã já teve.

kotatsu(2*) - é uma mesa japonesa com um cobertor elétrico muito legal que usa-se no inverno para se esquentar. Pelo cobertor ser elétrico, ela pode ser ligada na tomada para ficar mais quentinha. desligada, é só uma mesa com um cobertor.


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