História Nymphomaniac - 14

Dias depois...

O branco do teto a tornava calma e talvez seja este o motivo que a fazia fita-lo por tanto tempo; sua mente estava uma bagunça e seu coração parecia participar deste conflito de forma secundária, mas não menos importante. Sentia-se uma tola por estar passando por isso, entretanto, apesar de todo o martírio, aquele sentimento que insistia em florescer com todos os empecilhos continuava a lhe causar algo bom (?).

Seus ouvidos submersos na água morna podiam presenciar o som da hidromassagem e as consequentes bolhas que eram formadas, deixando-a tão relaxada que seu corpo tornou-se rígido assim que pequenas mãos agarraram-lhe uma das pernas nuas, massageando seu tornozelo e fazendo-a “despertar” daquele transe, recuando os quadris e sentando-se na banheira de forma súbita, ato que fizera a outra mulher rir.

— O que estava pensando, princesa? Estava tão distante daqui que tive que acordá-la. — A loira beijou-lhe o pé que segurava e continuou com o sorriso estampado no rosto ao ver seu colo despido sendo coberto pelos cabelos avermelhados e agora, úmidos.

— Ah, não era nada. E você? — Observou-a, acabando por dar uma pequena gargalhada ao sentir cócegas devido ao carinho sensível.

Ambas já sentiam-se extremamente confortáveis naquele banheiro de hotel, uma vez que, aquele quarto era o ponto de encontro das mesmas, as quais começaram a se relacionar todos os dias desde que Taeyeon voltara de viagem.

Tiffany, por sua vez, caíra em sua própria armadilha e estava totalmente dependente da companhia daquela mulher, acabando por se conscientizar que havia perdido tal batalha. Entretanto, por mais que desejasse expor-se e quem sabe, constituir uma relação com a mais velha, tinha a consciência de que aquilo era impossível; seus segredos eram muito complicados para alguém aceitar e, além do mais, Taeyeon ainda causava-lhe dúvidas; uma certa pontada de desconfiança, o que de certa forma soava-lhe cômico. Como exigir exclusividade de alguém se nem mesmo ela conseguiria exercer tal compromisso?

— Estava te observando e percebendo o quão adoro você, babydoll. — Repousou sua perna na banheira novamente e observou-a sentar-se, encaixando-se em seu corpo enquanto suas mãos frias tocavam-lhe as madeixas douradas e logo em seguida, o pescoço alvo e delicado.

— Eu também adoro você, Tae. — A ruiva sussurrou, mordendo o lóbulo de sua orelha e distribuindo beijos até o ombro da mesma, onde mordeu-o e sentiu-a estremecer.

Taeyeon alargou os lábios em um sorriso maroto e envolveu os dedos atrás da cabeça da garota, puxando-lhe os cabelos molhados e dando-lhe uma mordida no queixo antes de finalmente capturar seus lábios em um beijo urgente, distraindo-a com o contato enquanto sua outra mão livre emergia e encontrava o meio de suas pernas, apertando-lhe a feminilidade e pressionando o dedo médio em sua entrada de forma rigorosa a fim de superar a pressão que a água fazia, ouvindo-a gemer quase que instantaneamente.

Na tentativa de excitá-la ainda mais, a ruiva beijou-lhe a região do maxilar e ascendeu o próprio rosto, encostando sua bochecha com a dela e assim, permitindo-se gemer mais alto para que os tímpanos da mais velha captassem cada ondulatória que ela produzia. Seus sons saíam de forma comprida e aquilo deixava a mulher tão tensa a ponto de tremer os próprios lábios e rapidamente penetrá-la com firmeza.

Tiffany agarrou-lhe as costas e fincou a extremidade das unhas na pele sensível da menor, sentindo seu íntimo receber estocadas um tanto quanto vorazes mesmo com toda a dificuldade que a água realizava. Sua boca logo procurou a de sua amante e ambas iniciaram um contato mais carinhoso, contradizendo o movimento frenético dos quadris que a ruiva iniciara assim que a sensação de prazer aumentara a partir do momento em que a mais velha esfregara-lhe o clitóris de forma circular.

O espaço em seus corpos tornou-se tão ínfimo que os seios de ambas atritavam-se quase que incansavelmente; a mais nova esforçava-se ao máximo para remexer-se e prolongar seu deleite enquanto a outra era responsável por penetrá-la ainda mais forte e segurar aquele corpo extasiado praticamente sentado sobre o seu. Por mais cansativo que fosse, elas realizavam tudo com uma sintonia impecável, envolvidas pela luxúria e sentimentos até então estritamente omitidos em seus corações.

Taeyeon deixou um grito agudo escapar assim que seu sexo pulsante encontrava-se à beira da satisfação apenas por presenciar tal imagem em seus olhos: aquela garota praticamente rebolando sobre si era demais para a garantia de uma resistência ou controle de emoções. E, quando a mais nova abaixou o rosto repentinamente, mordeu-lhe o ombro e soltara um gemido longo e rouco, fora inevitável segurar o frenesi que concentrava-se interiormente; acabara chegando ao ápice junto com ela e ambas relaxaram a postura, fitando uma a outra com um sorriso cansado enquanto a água borbulhante da banheira carregava seus fluidos quentes.

Tiffany mal tivera tempo de recompor a respiração; piscara os olhos e ao retomar o foco de visão, observou Taeyeon levantar-se e sair, pegando um roupão ao lado da banheira e seguindo em direção ao quarto de forma silenciosa. Aquela alteração de humor e comportamento era o que mais deixava-lhe confusa ao seu respeito.

Decidiu ignorar tal situação e deitou-se confortavelmente perto do local onde era feita a hidromassagem, esticando o braço até onde seu roupão estava e tirando do bolso do mesmo um maço de cigarros e um isqueiro, guardando-os assim que conseguira pegar um e acendê-lo, levando-o aos lábios suavemente.

— Não sabia que iria trabalhar hoje. — Disse de forma dura ao ver a loira voltar para o banheiro, trazendo consigo novas roupas e cosméticos próprios para banho.

— Eu não irei. Preciso estar no tribunal ao meio dia e estou atrasada. — Respondeu, retirando a veste única e seguindo em direção ao chuveiro ali próximo.

— Tribunal? O que você irá fazer lá? — A curiosidade lhe fora tanta que acabara dizendo sem pensar; havia lembrado da conversa com Amber alguns dias atrás e quem sabe aquilo poderia ter alguma ligação (?).

Taeyeon fitou-a por alguns segundos de forma séria, suprimindo os lábios e logo depois deu-lhe um sorriso estranho e um tanto quanto persuasivo, meticuloso.

— Não paguei algumas multas de trânsito e devo perder alguns pontos na habilitação. — Tentou parecer convincente e a ruiva percebera seu esforço, acabando por fingir que havia compreendido quando, na verdade, aquilo só a deixava ainda mais temerosa.

Kim Taeyeon continuava a ser um mistério.

XXXXXX

— Será que ela é uma serial killer?

— Uma policial disfarçada?

— Uma terrorista do Estado Islâmico?

— Chefe da AL-Qaeda?

— Uma fugitiva de um hospício?

— E se ela for todos eles?

— Cala essa boca, Sooyoung. Por favor. — Tiffany massageou as têmporas, já nervosa.

Após passar a manhã com Taeyeon, a ruiva decidira sair do hotel e ir direto para a casa de sua melhor amiga, uma vez que, precisava desabafar com alguém confiável sobre tudo o que estava incomodando-lhe. Muitas coisas haviam mudado desde que conhecera a baixinha e sua cabeça estava um caos, tanto em relação a sua amante quanto a si mesma; o fato de estar tão presa a alguém fazia-lhe não se conhecer mais, a caçadora havia caído em uma armadilha maior do que imaginara.

— Que tal pesquisarmos algo sobre ela na internet? — A morena levantou do sofá e pegou seu notebook em uma mesa ali próxima, entregando-o para a garota, que o colocou sobre o colo.

— É uma boa ideia. Quem sabe tudo isso pode ser apenas uma coincidência... — Digitou o nome da mulher em um site de busca, começando a ler os resultados um a um junto com a mais alta.

Após longos minutos checando, ambas só acharam apenas alguns trabalhos de faculdade e artigos médicos conceituados, os quais causaram uma sensação de alívio em Tiffany. Por mais que Taeyeon fosse alguém muito discreto e introvertido, acreditava que no fundo ela não seria nada do que havia indagado.

— Nada de estranho por enquanto. Contudo, seria interessante você pegar a identidade dela e anotar as informações, poderíamos checar os antecedentes online. — Sooyoung sugeriu, vendo-a franzir o cenho.

— Isso seria errado... — Hesitou.

— Vai me dizer que você tem moral agora? —  A morena gargalhou, recebendo um tapa no ombro logo em seguida.

— Argh! Certo, eu farei! Acho que nos veremos amanhã, então, pegarei os documentos enquanto ela dorme e te mandarei todas as informações pelo celular. — Tiffany colocou o notebook na mesinha de centro e fez menção de levantar, no entanto, sentiu seu pulso ser puxado pela mais alta.

— Não quer ficar para almoçar? — Sorriu de forma marota a fim de convencê-la.

— Está bem. — A ruiva deitou-se no sofá e repousou a cabeça no colo da amiga, que começou a afagar seus cabelos.

— Ah, nem te contei. Achei o Facebook daquela sua amiga chapada. — Sooyoung riu ao vê-la arquear a sobrancelha.

— Yoona?

— Sim, adicionei ela e marcamos de jantar essa noite, na verdade, eu farei a comida aqui mesmo. — Suas bochechas coraram e tal cena fizera a ruiva rir.

— E seu noivo? — Indagou, confusa.

— Ele viajou. Acho que vai ter que pagar um extra no avião por causa do excesso de peso causado pelos chifres. — Retrucou, gargalhando ainda mais alto.

— Vai devagar com a Yoona, hm? Não queira fazê-la ser o prato principal logo no primeiro jantar. — Disparou, vendo-a revirar os olhos de forma sarcástica.

— Você está com a loirinha agora e já que não podemos ter mais nada, preciso procurar amizades coloridas novas para constituir meu arco íris. Pode deixar que sua amiga chapada está em boas mãos. — Sooyoung beijou sua testa de forma carinhosa, vendo-a dar um eye-smile.

XXXXXX

Já era noite quando Tiffany saíra da casa de Sooyoung e voltara para seu apartamento, acabando por descansar durante algumas horas. Fizera questão de checar seu celular ao acordar do cochilo e não havia mensagem nenhuma de Taeyeon, mas sim, de Thunder, o qual tinha lotado sua caixa postal há alguns dias devido à sua ausência no trabalho. Havia dedicado seu tempo máximo para a mais velha e esquecido das outras coisas que lhe eram importantes. E pensar que talvez ela nem a priorize tanto acabou sendo o estopim daquela reação contra a inércia.

O que está acontecendo com você, Tiffany? Nunca tivemos este tipo de problema durante o tempo em que estamos juntos nessa. Espero você hoje, sem falta.

Thunder

Sem mais delongas, a ruiva levantou-se do colchão e começou a se preparar apressadamente a fim de não atrasar-se. Todos da boate sempre foram muitos simpáticos com ela e, por mais que existissem pessoas que quisessem ver o seu declínio como é o caso de Sunny, ela considerava-os como uma parte de sua família; teria que começar a conciliar seu torto relacionamento com a rotina que já tinha antes.

Ao terminar de se arrumar, a ruiva saiu do apartamento e pediu para que o porteiro chamasse-lhe um táxi rapidamente, o qual logo apareceu em poucos minutos. Para sua sorte, já havia se passado o horário de pico e o trânsito fluiu tranquilamente, sobrando um intervalo de tempo para que ela pudesse comer alguma coisa em um estabelecimento próximo ao clube.

— Boa noite, desaparecida. — Um dos seguranças cumprimentou-a e ela respondeu-lhe com um sorriso, passando pelo corredor escuro e estreito até finalmente chegar no salão, onde todos se encontravam e davam os últimos retoques em tudo antes de liberarem as entradas.

— Olha só quem chegou! — Hyuna exclamou enquanto organizava as bebidas na prateleira e era auxiliada por Gayoon, que enfileirava os copos de tequila no balcão.

— Já estava feliz ao pensar que finalmente você teve noção de que eu sou a melhor daqui. — Sunny aproximou-se e tocou em seu queixo com o indicador, fitando-a.

— Só se eu estivesse louca. — Deu-lhe uma piscadela e logo em seguida aproximou-se de Thunder, abraçando-o fortemente.

— As meninas estavam me contando que durante esses dias de ausência, duas mulheres vieram aqui para procurar você. Pareciam ser de alto nível! Sunny até tentou seduzi-las, mas, elas não abriram a mão.. — O dono do clube exclamou e a garota virou-se, gargalhando para a baixinha, que cruzou os braços de forma birrenta.

— Acho que sei quem são... — Sorriu, já sentindo suas mãos suarem.

Os seguranças liberaram a passagem dos clientes e não demorou muito para todas as poltronas e mesas estarem ocupadas com pessoas das mais diversas classes, tons de pele e sotaques. Tiffany sentou-se em frente ao bar e ficou conversando com Hyuna por alguns minutos até que Gayoon aproximou-se e chamou sua atenção, apontando para duas clientes que acabaram de entrar.

— Ali, são elas!

A ruiva não pode deixar de sorrir. Estava certa, tratavam-se de Kwon Yuri e Jessica Jung.

— Pode deixar que eu irei lá. — Terminou de beber sua dose de whisky e levantou-se, caminhando vagarosamente até o casal, o qual estava sentado em um sofá na área mais escura.

Yuri mordeu o próprio lábio e fez um sinal convidativo com o dedo indicador, tomando distância de sua esposa para que a garota se sentasse entre as duas. E assim ela fez, inclinando-se vagarosamente e repousando a mão em uma das coxas de Jessica, que sorriu.

— É um prazer te ver novamente. — Sussurrou para a loira, que arrepiou ao sentir aquele hálito quente tão próximo de seu pescoço.

— Essa é a minha esposa, Kwon Yuri. — Murmurou, piscando rapidamente para a morena, que segurou o rosto da prostituta pelo queixo, obrigando-a a encará-la e mal sabendo que toda aquela tensão já estava deixando-a excitada.

— Acho que não fomos devidamente apresentadas aquele dia. Gostaríamos de você essa noite toda, não importa o valor. — Beijou-lhe o maxilar, puxando a pele com os dentes e sorrindo ao vê-la atritar as próprias coxas na mesma hora.

Jessica lambeu-lhe a lateral do pescoço e fora sua vez de segurar seu rosto, apertando sua mandíbula entre os dedos.

— Sabe, nós gostamos de experimentar coisas novas em nossa relação...

— Pessoas novas... — Yuri sussurrou e firmou as mãos no rosto da outra novamente, tomando-lhe a boca em um beijo quente.

Jessica aproximou-se do rosto de Tiffany e agarrou um de seus seios cobertos, aproveitando-se da vulnerabilidade da garota para misturar-se ao contato que Yuri começara, iniciando-se assim um beijo triplo. O ar tornava-se quase inacessível devido a pressão que a boca do casal fazia sobre a da ruiva, explorando-a ao mesmo tempo em que suas línguas tocavam-se entre si; ela já não sabia mais quem lhe sugava o lábio, mordia-o, tocava-lhe o céu da boca com a papila e agora, desabotoava sua saia a fim de acaricia-la.

Estava ansiosa sobre o que a aguardava na companhia daquele casal peculiar.