História Nymphomaniac - 05

As nuvens carregadas apareceram sem cerimônia e cobriram o sol daquela manhã, que já começara com pontadas de chuvas e assustara os cidadãos de Seul devido à intensidade que as gotas de água caíam sob o chão cinza da cidade corriqueira.

Não muito distante do centro, Tiffany dormia tranquilamente envolta em apenas um fino lençol branco, o qual ela abraçou delicadamente antes de se espreguiçar e finalmente abrir os olhos, acabando por virar-se e encontrar o outro lado da cama vazio.

— Bom dia. Aceita um café? Está bastante frio lá fora.  — Antes que pudesse pronunciar qualquer palavra, avistara Taeyeon encostada à porta do quarto segurando uma xícara de porcelana enquanto vestia apenas uma camiseta xadrez azul e um tanto quanto transparente, logo chamando a atenção da ruiva.

— Bom dia, não parece-me frio já que você está vestida assim. — Sentou-se na cama, soltando um pequeno gemido assim que seus glúteos encostaram no colchão, fazendo a mais velha rir de forma marota.

— Eu não queria te acordar mais cedo pois vi que estava bastante cansada, por acaso fiz algum mal? Você terá trabalho hoje? — A expressão preocupada da loira enquanto se aproximava chamou sua atenção, visto que, era totalmente diferente da garota com quem dormira.

— Oh, trabalho? Não, não. Mas e você? Parece tarde, não quero te atrapalhar. — Tiffany pegou a xícara de suas mãos e bebericou do líquido, ainda fitando-a.

— Tenho plantão só daqui há algumas horas, não se preocupe. — Taeyeon sentou-se ao seu lado e retirou algumas madeixas ruivas que cobriam uma parte de seu pescoço, depositando um pequeno beijo em sua pele marcada, deixando-a sensível.

— Você é complexa. — Tiffany disparou.

— Considerarei isto como um elogio.

Taeyeon viu o ombro desnudo da garota e tentou beijá-lo, no entanto, ela bruscamente levantou-se e começou a pegar suas roupas do chão enquanto era observada pela menor, que sorriu com a atitude inesperada e acreditou tratar-se de uma provocação. No entanto, para Tiffany, era o cumprimento da simples regra de não repetir a dose com os estranhos que realizaram seu desejo para no fim não acabar dando-lhes a esperança de uma relação.

Tentava acreditar que tudo aquilo fora como das outras vezes que tivera o mesmo tesão com alguém que mal acabara de conhecer: Nada mais que uma noite para saciar sua adição. O outro dia seria seu recomeço e, tendo seu objetivo alcançado, sua mente doentia procuraria outro ser humano para ser considerado sua presa.

Poderia ter sido uma das melhores experiências que tivera, entretanto, se fosse necessário dormir com mil pessoas para martirizar-se de querer deitar-se com ela novamente, faria. Seu corpo às ordens de sua mente não permitiria uma vida a dois, apesar de seu coração sentir falta disto algumas vezes.

— Eu estou indo. — Pegou sua bolsa na cômoda e Taeyeon levantou-se bruscamente, acabando por puxar o objeto e deixa-lo cair no chão, revelando todo o seu conteúdo espalhado pelo piso branco do quarto.

— O que é isso? Por que você toma anticoncepcionais? — A loira abaixou-se e perguntou rudemente ao pegar o medicamento, logo corrigindo o tom após um breve suspiro.

Tiffany tentou rir inicialmente ao pensar que a carranca da loira fosse apenas uma brincadeira, no entanto, assim que a viu relaxar a postura e forçar um pequeno sorriso, acabara de atribuir mais um adjetivo para ela em sua lista imaginária:

Possesiva

— Tenho problemas hormonais. Mas, por que o interesse? — Mentiu, curiosa sobre seu comportamento estranho.

— Nada, desculpe-me. Às vezes passo dos limites. Vamos tomar café da manhã? Está uma tempestade lá fora e você não poderá sair tão cedo, então, não custa nada me dar mais um pouco da sua boa companhia. — Sorriu, aproximando e dando-lhe um pequeno beijo nos lábios, fazendo-a assentir.

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Após muita insistência por parte da loira, Tiffany aceitou a sua carona para casa naquela manhã chuvosa. E, por mais que quisesse logo estar distante da garota para finalizar mais uma de suas aventuras sexuais, parecera que o tempo não quis ajuda-la, visto que, ambas ficaram presas em um forte engarrafamento durante o trajeto.

— Finalmente chegamos. — Taeyeon exclamou assim que estacionou o veículo na frente do prédio onde Tiffany morava, observando-a de soslaio.

Tudo o que a garota queria era abrir a porta daquele carro e adentrar em sua casa para então, jogar-se em sua cama e tentar esquecer mais uma das vezes que deixou-se ser levada pela ninfomania. Mas, realmente parecia não ser mais um dia comum.

Odiava este tipo de despedidas, onde a maioria das pessoas com quem passava a noite insistiam em marcar outro encontro ou algum dia para vê-la novamente. E, quando já estava preparada para começar a ouvir súplicas de Taeyeon do tipo “posso te ver amanhã?” ou outra qualquer, assustara-se ao ouvir a simples afirmação:

— Eu irei te ver mais vezes.

Foi tudo o que ela dissera antes de puxá-la para um beijo repentino enquanto segurava sua nuca em um carinho que mais assemelhava-se à uma tortura, a qual Tiffany achara bastante excitante e logo sentira sua intimidade clamar pelos toques quentes da garota novamente.

— E-eu..tenho que ir. — Abriu a porta rapidamente e saiu do carro, virando-se para dar mais uma olhada para Taeyeon, que deu-lhe uma piscadela antes de acelerar o veículo pelas ruas da cidade.

Andou apressadamente até o portão do prédio para fugir da chuva e observou pequenas poças d’água sob seus sapatos ao passar pelos corredores, sorrindo enquanto subia as escadas ao imaginar que sua calcinha deveria estar tão molhada quanto o chão por onde pisava.

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— Soo, eu preciso que venha aqui. É caso de vida ou morte. — Falou enquanto saboreava seu almoço em frente à TV.

— Não posso agora, estou no shopping com o Kyung. Vai estar em casa durante a tarde?

— Sim! Se puder passe aqui, por favor. E ah, já que você está no shopping, não admito que venha me visitar e não traga um presente!

— Está bem, boba. Tenho que desligar agora, beijos!

— Beijos!

Tiffany jogou o celular no sofá e levantou-se, carregando a louça até a pia e soltando um suspiro ao olhar para o relógio e ver que o tempo passara devagar desde que chegara da casa de Taeyeon. E por pensar nela, logo acabara fechando os olhos e lembrando da noite anterior, sentindo seu corpo esquentar em uma fração de segundos.

— Você poderia ter sido como todos os outros...mas não foi e isto está me consumindo. — Desceu uma das mãos até a sua saia, passando o indicador entre sua peça íntima e soltando um arquejo.

— Se controle, Tiffany. Hora de tomar um banho frio. — Repreendeu a si mesma, caminhando até o banheiro do seu quarto e despindo-se logo em seguida.

A água gelada bateu em sua epiderme de forma brusca, fazendo-a dar um gritinho assustado com a sensação de frescor intenso, porém, ao começar a tatear seu corpo enquanto passava o sabão delicadamente em suas curvas, acabou soltando um gemido de dor involuntário assim que suas nádegas encostaram na parede gélida do banheiro, fazendo-a tocar em uma delas e logo perceber o relevo da precisa marca dos dedos de Taeyeon.

— Oh, mas que droga! — Acariciou o local, lembrando-se do prazer que sentira no momento em que ganhara aquele tapa da loira.

Cansada de resistir a si mesma e seus pensamentos, Tiffany envolveu seus dois braços em seu próprio corpo como estivesse abraçando a si mesma, sentindo seus seios rígidos em contato com a água fria e seu íntimo pulsar tão rápido quanto as batidas de seu coração. Seu corpo precisava sentir-se satisfeito e ela lutou o quanto conseguiu para não se deixar levar pelo transtorno que tanto lhe afetava, contudo, tudo parecia estar contra ela naquele momento e Taeyeon tornou-se a melhor amiga da sua doença.

Lentamente, desceu uma das mãos até sua região enquanto a outra continuava próxima aos seus seios, desta vez agora massageando seus mamilos com a palma da mão de forma lenta e gradual enquanto seus dedos faziam um caminho já conhecido, começando a esfregar sua vulva delicadamente e logo em seguida ganhando mais acesso à parte interior, realizando fortes movimentos em seu clitóris, ato que a fez soltar um gemido ao sentir o músculo rígido e delicado em contato com a água de temperatura extremamente oposta.

— Não, não, ah.. — Murmurava de forma desconexa na tentativa de que seus pensamentos obscenos esvaíssem com o tempo.

A estimulação tornou-se mais intensa e a ruiva mordeu o lábio inferior para controlar o grito ao sentir a dor aguda e intensa contornar seu sexo, evidenciando sua falta de resistência diante de tal contato tão prazeroso.

Lembrou-se de Taeyeon, do jeito que seus corpos suados combinaram-se perfeitamente e principalmente da sua maneira áspera de trata-la como uma boneca sem o mínimo cuidado de não rasga-la em pedaços. Aquela selvageria a encantava, deixava-a em chamas e nada mais poderia controlar suas vontades e desejos pois seu corpo respondia apenas à sua mente e agora ela só clamava por todo o prazer que lhe fosse proporcionado.

— Aah, T-a-.. — Introduziu dois dedos, bombeando-os freneticamente a fim de cessar aquela sensação que, por mais deliciosa que estava sendo, a dominava descontroladamente.

Minutos passaram-se e os movimentos tornaram-se cada vez mais fortes porém sem sucesso nenhum. Será que aumentara sua resistência ao orgasmo de um dia para o outro ou seu corpo precisava ser domado novamente? Pensou.

— Vamos..a-ah, por favor, eu quero algo mais... — Não tinha o mínimo de pena em forçar seus dedos dentro de suas paredes, arranhando-as com a extremidade das unhas.

Exausta das tentativas de prolongar seu prazer, Tiffany retirou seus dedos da intimidade e levou-os até os lábios, deixando que a água do chuveiro limpasse-os enquanto ela observava cada objeto ali presente a fim de procurar uma solução para sua satisfação completa.

— Vamos ver se você serve. — Sorriu e beijou o frasco de shampoo de forma alegre, virando-o de forma que ela pudesse segurar a tampa enquanto a parte superior fosse lentamente de encontro ao seu corpo.

Tiffany encostou o objeto em seu sexo, soltando um arquejo com o contato do plástico frio em sua entrada e então, introduzindo-o com cuidado enquanto controlava-se para não gritar, alcançando o que tanto necessitava.

— Isso, oh. — Arfou ao movimentar o shampoo dentro de si em estocadas médias, preocupando-se em não introduzi-lo demais de tal forma que ferisse seu interior e então, logo chegou ao seu clímax, retirando-o e jogando-o no chão enquanto apoiou-se em outra parede, ofegante.

— Isso é para você aprender a não me desobedecer mais, mente maldita. — Falou consigo mesma enquanto via o líquido de suas investidas escorrer entre suas pernas.

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A tarde já estava chegando ao seu fim e Tiffany começara a arrumar-se para ir trabalhar, visto que, não gostava de faltar muito durante a semana e acabar perdendo o respeito com Thunder, que foi quem a acolheu quando ninguém mais poderia dar-lhe emprego devido ao seu atestado psicológico. Os dois tinham uma parceria que envolvia sexo, dinheiro e exclusividade da ruiva em sua casa de prostituição.

Optou por usar um short jeans e camiseta justa a fim de esconder algumas marcas que Taeyeon causara-lhe no corpo, porém, nem todas elas foram cobertas e ao olhar-se no espelho, a garota sorriu ao lembrar-se do que a menor falara de forma sensual na noite passada.

— Isso é para você não se esquecer de mim.

— Tiffany? Você foi assaltada ou algo assim? — Sooyoung exclamou ao entrar no quarto, fazendo-a pular de susto.

— Ai meu deus! Da próxima vez pode avisar que está dentro da minha casa? Quase enfartei agora. Não, não fui assaltada e queria falar sobre isso com você, mas antes, cadê o meu presente? — A ruiva correu para abraça-la e depois pegou a sacola rosa em suas mãos, abrindo-a afoitamente.

— OH MEU DEUS, um par de Loubotin? Obrigada, obrigada! — Gritou ao ver os sapatos pretos, fazendo-a sorrir ao ver os olhos de sua amiga brilharem.

— Já que você é uma putinha, tem que ser uma putinha de luxo. — A mais alta aproximou-se e puxou-a pela cintura, recebendo um beijo da mesma logo depois.

— Vou estreia-los hoje! — Sorriu, colocando o calçado nos pés e dando uma voltinha para a garota, que bateu palmas ao ver quão bonito a peça ficou em seus pés.

— E então, me conta. Foi a tal da Taeyeon que te deixou toda machucada assim? Que safadinhas vocês, hm. — Sooyoung brincou enquanto sentava na cama junto com a garota.

— Sim, ontem saímos para jantar e foi tudo muito rápido, acabamos transando durante toda a noite e sabe o que é pior, Soo? — Deu um suspiro triste.

— O que? Por que essa cara?

— Pensei que acordaria hoje e esqueceria dela assim como os outros. O sexo foi ótimo, ela parece ser uma boa pessoa apesar de ser um pouco misteriosa mas, você sabe que tenho que parar com isso antes que as coisas se agravem. Não tenho estruturas para me fixar a ninguém nem mesmo em pensamento, não posso mais vê-la, mesmo querendo bater na porta dela agora e dar para ela tudo o que restou de mim.

— Sabe o que eu acho? Você só está impressionada porque foi um sexo memorável, apenas isso. Ela é uma pessoa que não deve se prender a ninguém também, amanhã já te esquece assim como você vai achar outra estranha para ficar toda molhada. — Falou, fazendo-a rir com o comentário.

— É, vai ver você está certa. Só estou impressionada porque ela foi deliciosa na cama. Obrigada. — Abraçou-a delicadamente, encostando o rosto na curva do seu pescoço.

— E então, quer uma carona? Não vou deixar uma putinha tão linda ir de metrô. — Disparou, recebendo um tapa da ruiva.

— Não me chama de putinha! Aish. — Fez birra, levantando-se da cama e pegando sua bolsa, sendo acompanhada pela morena em direção à saída.

— Por que?

— Porque me deixa excitada! — Gritou, logo repreendendo-se ao ver um casal de velhinhos no corredor do prédio e arrancando uma gargalhada da sua melhor amiga.

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— Tchau Soo! — Tiffany acenou assim que o veículo de sua amiga misturou-se com os demais no trânsito.

A boate parecia estar começando a lotar, uma vez que, várias filas já se formavam pelo quarteirão e os seguranças tiveram que se duplicarem para agilizarem as entradas e a fiscalização das identidades. Como já era um rosto conhecido pelos funcionários dali, a ruiva não precisou enfrentar toda a burocracia e passou ligeiramente entre o público, caminhando entre o corredor escuro e chegando à casa noturna, logo deparando-se com Thunder.

— Minha rainha! Sentimos sua falta ontem e a clientela perguntou por você! — Abraçou-a calorosamente.

— Sentiu minha falta porque o faturamento da noite caiu. Você não me engana, Thunder. — Deu-lhe uma piscadela e andou até o bar, sentando em uma das cadeiras e observando Hyuna limpando o balcão atenciosamente.

— Olá Fany-ah! — Sorriu de forma boba ao vê-la, sendo retribuída com um eye-smile.

— Olá Hyuna. Parece que vai dar bastante movimento hoje, não acha? — Cruzou as pernas suavemente, fitando-a.

— É verdade! E olha que nem é final de semana! Quer uma bebida? — A garota perguntou, fazendo-a assentir.

— Vodka, por favor.

Um grupo de cinco universitárias adentrou ao clube e sentaram-se em uma mesa próxima ao bar, o que fez com que Tiffany rapidamente notasse alguns olhares sobre ela e então, percebesse que entre as garotas, estava Narsha, uma de suas clientes tradicionais e que acenara assim que a viu, fazendo um gesto para que ela se juntasse à elas e assim a mesma fez, aproximando-se do local.

— Boa noite princesa, quero que conheça algumas amigas minhas. — Narsha levantou-se e cumprimentou-a com um beijo no rosto, fazendo-a sorrir.

— Claro.

— Estas são Jihyun, Krystal, Gain e Seohyun. Aliás, hoje é aniversário de 18 anos da última e estamos aqui para oferecer um grande presente para ela! — A morena exclamou com entusiasmo, apontando para a tímida Seohyun, que deu um pequeno sorriso.

— Mas que ótimo! Qual será o presente? — Tiffany indagou enquanto abraçava a cintura de Narsha, dando-lhe uma risadinha.

— Você. Queremos que tire a virgindade dela. E aí, topa? — Krystal interviu e abraçou Seohyun, que corou.

— Claro, será um prazer. Venha, Seohyun, cuidarei muito bem de você. — Estendeu-lhe a mão em uma mistura de doçura e sensualidade que só ela sabia como fazer.

Seohyun levantou-se e segurou a mão da garota, que puxou-a e fitou-a por alguns minutos, admirando sua face alva extremamente linda. Tiffany viu pureza em suas íris e lembrou-se da época, por mais que curta, em que era assim, dando um suspiro triste ao pensar que tudo era mais fácil antes de sofrer com as consequências de seu distúrbio.

— Você é um anjo. E eu sou quem adora mostrar o pecado para eles. — Tocou seus lábios com o indicador e sorriu, puxando-a pelo braço até um dos quartos logo em seguida.