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História O Acaso - Capítulo 10


Escrita por: Kataryn

Notas do Autor


Olá!

Desculpem, mais uma vez, demorar a responder aos comentários! Prometo tentar ser rápida!

Negrito marca os pensamentos das personagens.

*** marca uma mudança de cenário/foco

Nas notas finais, tem imagens com as roupas que descrevi, para quem quiser visualizar melhor. Também tem algumas músicas que me inspiraram.

Capítulo 10 - Capítulo 10


Fanfic / Fanfiction O Acaso - Capítulo 10

O Uzumaki esfregou o rosto ao recordar o momento de algumas noites atrás. Ainda não acreditava que tivera sentido vontade experimentar o sabor da paciente. Era impossível existir um relacionamento entre eles. E era uma loucura ainda maior ponderar essa hipótese. Durante toda a sua vida, fez tudo certo. Ingressou em medicina mais cedo, devido à sua inteligência e esforço. Seu currículo era invejável, quase perfeito e seu emprego era estável e seguro.

Ela é sua paciente, é completamente proibido!

Mas seu corpo agia de forma totalmente oposta… era como se estivesse ausente de qualquer noção emocional. Sentia-se atraído por ela. O cheiro da Haruno lhe embriagava. Por vezes, as enxaquecas que perturbavam seu físico apenas desapareciam quando o aroma doce da paciente invadia o mesmo espaço. A personalidade forte alimentava seu sentido de humor, achava demasiado natural analisar o comportamento da universitária. E a beleza. Haruno Sakura era bela demais e sabia como realçar todos os seus melhores ângulos. Era impossível não se perder na menina, uma verdadeira obra de arte.

Acorde!

- A folha não tem culpa. – A voz do melhor amigo quebrou seus dilemas pessoais. Encarou o homem, franzindo o cenho. – Está quase rasgando o documento. Algum problema?

Atrapalhadamente, o Uzumaki largou o papel amachucado, suspirando fundo. – Estou endoidecendo.

A risada repleta de ironia preencheu o consultório. – Isso você está. Como é que pode levar sua paciente para uma boate e ainda apresentar ela como sua namorada?

- C-Como você sabe?

- Eles estavam bêbedos, não cegos. Que merda você está fazendo, Naruto? – O tom acusatório estava presente em todas as palavras do moreno.

- Antes de começar a me julgar… eu encontrei a Sakura e… apenas tentei lhe animar. O namorado é conflituoso, ela está sozinha, terminando a universidade. Acho que qualquer pessoa ira sentir empatia.

- E porque falou que ela era sua namorada?

- Sabe como o Kiba fica quando vê uma garota bonita. Ela estava ansiosa demais, não me pareceu correto piorar a situação.

O Nara esfregou o rosto, bufando forte. – Não arruíne sua carreira por uma garota problemática. – O loiro lançou um olhar repreendedor. – Ela é a namorada do rebento do Uchiha. Caso sua cabeça oca tenha esquecido, esse homem tem dinheiro suficiente para comprar sua vida, cinco vezes. – O médico engoliu em seco. – Você acha que uma universitária tem dinheiro para recorrer a nossos serviços? É o papai Fugaku que deve estar cobrindo qualquer despesa. Fiquei longe dela, seu idiota.

- Eu estou agindo como se fosse outra paciente qualquer! – Falou, visivelmente alterado com o discurso do amigo.

- Isso está ficando pessoal, Naruto! Se a Hinata sabe… ou a Tsunade, você está brincando com o fogo.

- Não tem nada de pessoal, ela e o bebé são meus pacientes, é minha função zelar pelo bem-estar dos dois! – Naruto e Shikamaru guerreavam silenciosamente, as orbes refletiam a frustração que percorria suas veias.

- Naruto… - A voz da Hyuga adentrou o espaço. Ao analisar a cena, a morena sentiu o rosto queimar, envergonhada por ter interrompido algo importante. – D-Desculpem, volto mais tarde.

Antes de fechar a porta, o moreno se manifestou, colocando um cigarro entre os lábios. – Já estava de saída, Hinata. Pare de tentar ignorar a verdade, idiota. – Shikamaru bateu a porta com força, deixando o casal sozinho. A médica se aproximou lentamente do loiro, que suspirava fundo, ainda irritado com o comportamento do melhor amigo.

- Está tudo bem? – As orbes cinza transbordavam de preocupação.

Após alguns segundos de silêncio, o médico forçou um sorriso, encarando a amiga. – Sim.

- Não parecia. – Murmurou, se aproximando um pouco mais.

- Shikamaru é complicado demais.

A morena sorriu timidamente. – Isso ele é. Dramático, também. Mas nós queremos o melhor para você. – A Hyuga entrelaçou uma das mãos com a do homem enquanto fitava o rosto bronzeado. – Eu quero o melhor para você… porque eu te amo.

O Uzumaki sentiu a respiração travar. Para além de tudo o que estava acontecendo em sua mente, também sabia que Hinata, sua amiga desde a adolescência, estava apaixonada por ele. Era demasiada informação para assimilar de forma correta e eficaz. E ficara mais confuso quando, por um milésimo de segundo, imaginou o rosto da rosada.

Engoliu em seco. – Eu… - O som do celular quebrou o momento. Já começava a ser uma tradição. O médico fitou o ecrã onde o nome da Haruno piscava intensamente. Melancolicamente encarou a mulher, quase como procurasse uma desculpa.

- É a universitária, outra vez? – A ausência de uma resposta confirmou as suspeitas da médica. Frustrada e entristecida, girou os calcanhares, se retirando do consultório. E Naruto, num curto espaço de tempo, acabara de ganhar dois amigos irritados com suas atitudes.

***

Sakura apertou o casaco jeans contra o corpo enquanto fitava o loiro analisando um catálogo de produtos de bebé. Tivera recorrido à experiência do médico, uma vez que não sabia o que deveria comprar, nem quanto é que deveria comprar. Uma ligação e após duas horas, estavam nos corredores extensos da terceira loja de vestuário. Agradeceu pelo apoio incondicional que o Uzumaki fornecia.

- Acho que você não precisa de comprar muitos bodies para recém-nascido. O bebé pode ser grande demais e não irá vestir as peças.

- Sério? – A Haruno se aproximou. O médico sentiu o rosto queimar com a pouca distância que os separava. Suspirou fundo, procurando acalmar os batimentos intensos do coração.

- S-Sim. – Forçou a voz. – E o feijão vai nascer no início do verão, portanto é melhor se focar em tudo o que contenha algodão, na totalidade. – O rosto feminino iluminou-se com um sorriso enorme. O homem franziu o cenho, sendo contaminado pela alegria espontânea da jovem. – Tem alguma coisa no meu rosto?

A garota negou, sorrindo. – Você chamou ele de feijão.

- É o nome dele, por agora, certo?  - A grávida assentiu, acariciando o ventre.

Num silêncio agradável, prosseguiram com o objetivo principal daquela tarde. A Haruno seguia todas as orientações do médico, tal como se estivesse sendo orientada numa matéria desconhecida. Não conseguia disfarçar a alegria que se apoderava a cada segundo. Estava oficializando a chegada do filho a sua casa. Dentro de meses, estaria iria finalmente encarar o rosto de quem já amava, com todas as suas forças.

- Obrigada por me ajudar. – Sakura falou enquanto lia as instruções da embalagem da mamadeira. – A madrinha da criança era para estar aqui, mas surgiu um imprevisto. – Recordou-se da Yamanaka implorando por perdão, mas Gaara tivera lhe prendido em seu escritório. Sentiu o rosto queimar com o pensamento indecente. Ou talvez seria porque o médico estava, novamente, a poucos centímetros de distância.

- Espero que isso não seja um hábito. – O homem murmurou, analisando o mesmo objeto que a grávida.

- N-Não será… - A respiração pesada do loiro provocava arrepios em todo o seu corpo, incendiando cada célula que possuía. Sentia sua racionalidade escapando lentamente entre seus dedos, como se estivesse perdendo a consciência. – Ele deve beber quanta água, por dia? – A tonalidade era baixa, suave.

- Os bebés não bebem água antes dos seis meses. O leite materno terá tudo o que ele precisar, incluindo água.

- É oficial, sou uma mãe terrível. – A rosada bufou, cruzando os braços sobre o busto. O Uzumaki sorriu melancolicamente, se relembrando de todas as vezes que tivera escutado suas pacientes pronunciarem aquela exata frase. – Vou arruinar a vida dessa criança.

O médico se aproximou da jovem e colocou as mãos sobre os braços da mesma, massajando suavemente. – Você não é a primeira, nem a última. Ninguém nasce ensinado e todos os pais tem de enfrentar dilemas diferentes. O que você está fazendo agora… - Verde encontrou azul. – O que você está fazendo desde que decidiu prosseguir com a gravidez… é preciso coragem. Mas também é normal ter medo. Não tenha vergonha de suas dúvidas, estou aqui para lhe acompanhar e ajudar em tudo o que conseguir. – Uma lágrima solitária escapou das orbes verdes, acompanhada por uma soluço leve. – Lembre-se que acredito em você, Sakura.

A Haruno não refutou, consumida pelas emoções que sentia. As palavras de Naruto sempre tinham aquele efeito sobre a sua pessoa, por mais que tentasse negar. Era como se regressasse a casa, um ambiente acolhedor e quente. Era assim que sentia quando estava na presença do loiro. Limpou as lágrimas em movimentos bruscos e suspirou fundo, sorrindo. De seguida, continuou se movimentando pelos corredores da loja, agradecendo sua sorte.

***

Horas depois, o médico e a paciente fitavam as ondas se enrolando numa dança violenta. As risadas ecoavam pela praia, completamente deserta, enquanto tentavam recuperar o fôlego. A caixa plastificada de cajus estava completamente desfigurada com alguns frutos secos perdidos entre os grãos de areia. Cada vez que os olhos do casal se encontravam, não conseguiam evitar cair em gargalhadas estridentes e quase dolorosas (os rins de Sakura estavam sofrendo com as contrações abdominais excessivas).

- Isso é real? – As palavras transbordavam de alegria.

- Sim. – Mastigou um caju. – Estava esperando que ela terminasse sua ida ao cabeleireiro quando o sinal de incêndio ecoou pelo centro comercial. Fomos obrigados a evacuar e Mei saiu com o cabelo repleto de papel de alumínio. Apareceu na televisão.

- E o cabelo dela?

- Teve de cortar… ficou demasiado danificado.

- Deus! – A rosada agarrou os próprios fios, tentando imaginar a dor. Amava seu cabelo. – Sinto muito por ela.

- Ela ficou devastada.

A Haruno assentiu e encarou o oceano, ainda sorrindo. A serenidade do momento lhe permitia relaxar, apesar de toda a confusão que estava vivenciando. Sempre adorou observar o mar, recordava-se de implorar aos pais que apenas cidades com praia é que deviriam ser visitadas… ou pelo menos, residências com piscina.

Ironicamente, seu filho poderia ter sido concebido junto do oceano.

Após alguns minutos de silêncio, finalmente se pronunciou. – Foi difícil terminar com ela?

- C-Como assim? – O médico questionou, confuso.

- Sua antiga namorada. Como correu?

- Na verdade… foi ela que terminou. Doeu. Dói sempre, sabe. Porque mesmo que você não ame a pessoa, acaba se acostumando com a presença dela na sua vida. – Suspirou. – Acho que o mais complicado é que nós quase esquecemos tudo o que aconteceu. De amantes a desconhecidos, como se nunca tivéssemos trocado qualquer intimidade.

- Você estaria com ela, se pudesse?

O médico encarou o oceano. – Não sei. Acho que não. Ou talvez sim. Mas não foi isso que aconteceu, ela terminou e eu aceitei. Não seria capaz de prender Mei.

- Prender?

- Namorar um médico pode ser complicado. Nós somos dedicados a nossos pacientes. É quase como compartilhar seu namorado com várias pessoas. Não é fácil se adaptar, mas não julgo. Já passou um ano desde o fim do meu relacionamento. Foi bom, enquanto durou.

- Ela também fala assim? – O homem franziu o cenho. – Não é comum falar de uma antiga namorada de forma tão educada.

- Não sei como ela conta nosso capítulo, mas… eu não lhe desejo nada para além de sorte. Não tenho razões para danificar a imagem dela.

Um estrondo intenso interrompeu o momento entre o loiro e a rosada. Atrapalhadamente, ambos se ergueram enquanto a chuva começava caindo de forma violenta e inesperada. O médico entrelaçou sua mão com a da paciente e correram em direção ao veículo, procurando abrigo. Entre risadas e gritos, adentraram o SUV preto, tentando recuperar a respiração.

O bebé!

O Uzumaki começou remexendo os assentos traseiros, procurando alguma peça de roupa. Sakura estava grávida e um esfriado não era o mais aconselhado. Sorriu quando agarrou um suéter preto e entregou o vestuário à mulher, que ergueu a sobrancelha, completamente intrigada pelo gesto do homem. – Isso é para que?

- Coloque isso. Você está ensopada. – A mulher encostou a peça de roupa, sentindo o rosto queimar intensamente. Permaneceu estática, encarando o homem robusto, esperando que ele entendesse o verdadeiro motivo para a sua hesitação. – D-Desculpe. – O rosto bronzeado estava ardendo. Cerrou os cílios, deixando a escuridão substituir as cores do ambiente em que se encontrava. Involuntariamente começou imaginando a visão que estaria decorrendo a uns centímetros de seu corpo.

Conseguia escutar o estalar das molas do assento preto, consequência dos movimentos da rosada, que tentava colocar a vestimenta. Podia imaginar as gotas de água escorrendo pelo busto mediano, desenhando as curvas de Sakura. Gostava de ser uma daquelas gotas de água. Focou a sua atenção na respiração ofegante da menina. Havia um suspiro intenso a cada três segundos.

Sorriu.

E sentiu um dedo adentrar seu olho.

- Deus! Naruto, desculpe! – Com dificuldade, o homem esfregou o olho, aliviando a ardência crescente. A mulher já se encontrava totalmente coberta, com os cabelos presos num rabo de cavalo bagunçado. – Me deixa ajudar!

- Estou bem, não se preocupe. – Piscou as orbes azuis várias vezes.

- Não seja teimoso! – A paciente se aproximou, examinando o olho do médico. Seus rostos apenas se encontravam a uns milímetros de distância. Naruto engoliu em seco com a proximidade. O aroma de Sakura era cada vez mais intenso, mas nunca ficava enjoativo. Encarou os lábios carnudos enquanto a mulher permanecia totalmente concentrada no olho atingido. – P-Parece estar tudo bem… – A Haruno forçou as palavras depois de se aperceber o quão próxima estava do médico. Mordeu o lábio inferior, sentindo o seu desejo crescer a cada segundo.

Antes que conseguisse controlar seus movimentos, o loiro desviou os fios rosados que teimavam em se colar sobre a testa da grávida. Estava cada vez mais encantado com a beleza exótica da menina… era quase como se estivesse sobre o efeito de uma poção de amor.

Era totalmente ridículo.

Sakura começou aproximando seus rostos, diminuindo a distância entre os dois indivíduos. Estava ciente do que estava procurando… sabia que era errado desejar seu médico, mas não conseguia controlar o que estava experienciando naquele exato momento. Sua mente apenas conseguia processar uma simples coisa: queria Uzumaki Naruto. Queria provar o sabor dele.

Seus lábios se roçaram suavemente.

Conseguiam sentir a respiração do parceiro queimar a pele alheia.

A Haruno cerrou as orbes verdes, esperando que o médico juntasse suas bocas, num beijo calmo.

- Vou te levar a casa. – As palavras do homem saíram num murmúrio, quebrando o momento. Abriu os olhos. Sentia que o coração ia saltar do peito a qualquer momento. Atrapalhadamente se ajeitou sobre o assento e encarou o exterior. Apertou a vestimenta do médico contra o corpo enquanto sentia seu peito apertar com a rejeição. Esfregou os olhos, procurando evitar que suas frustrações se demonstrassem, sobre a forma de choro.

Assim que o carro parou em frente do seu apartamento, agarrou as sacolas repletas de acessórios para bebés e se retirou, sem pronunciar uma palavra. Quando avistou a mulher entrar no prédio, o Uzumaki apertou o volante, se xingando mentalmente. Estava brincando com o fogo ao se permitir apaixonar por uma paciente.

Não podia deixar que suas emoções controlassem suas ações.

Isto não pode voltar a acontecer!

Nunca!


Notas Finais


Tá ficando complicado demais... o nosso loiro e a nossa rosada são um pouco loucos ^^"

Sakura: https://i.pinimg.com/564x/bf/50/c1/bf50c1574ccb9870773ad50ea75dafc1.jpg

Críticas são aceites de bom agrado.

Músicas:
Ariana Grande, Social House - boyfriend
Lauren Jauregui - Expectations
Cheat Codes, Little Mix - Only You


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