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História O acordo - Sasunaru - Capítulo 26


Escrita por: 4St44fd4 e Bolinho_atrevido

Capítulo 26 - Capítulo 26


Fanfic / Fanfiction O acordo - Sasunaru - Capítulo 26

Sasuke pov

Nunca senti tanto ranço de um despertador como hoje pela manhã. Aquele som deixava claro que mais um dia cansativo estava para começar e além do fato de ter que acordar para aturar as consequências tinha uma coisa faltando. Ele. A falta de ter os fios loiros logo abaixo do meu queixo, ou na minha frente, o calor dele, o aperto daqueles bracinhos bronzeados em volta da minha cintura. Não pensei que iria me fazer tanta falta assim, mas eu me apeguei demais aquilo… A ele. 

Soltei um suspiro descontente mas me mantive firme ao levantar na cama, movendo-me com uma única motivação, poder ir para o colégio e encontrá-lo, encontrar meus amigos e sair desse ambiente entediante. Saber que quando eu chegasse lá e o encontrasse depararia com seu sorriso gentil e nos olhos incrivelmente azuis. Era uma ótima motivação para se começar o dia. 

Fui em direção ao banheiro, focando em escovar meus dentes e pentear o cabelo antes de sair, e, quando ergui o olhar avistei o pingente pendurado no meu pescoço, nem dando conta do sorriso que me apareceu. Recusei tirar o colar para dormir, ou qualquer outra coisa, não tinha necessidade e era bom estar com ele, não incomodava, não tinha como incomodar. 

Com uma última olhada no pequeno pingente, terminei o que tinha que fazer e deixei o banheiro. 

••• 

O dia estava quente, mas também tinha suas brisas confortáveis, estava um clima agradável… que se dissipou totalmente quando eu coloquei meus pés na cozinha. Como sempre, meu pai estava bebendo café com sua face inexpressiva, Itachi comia tranquilamente e minha mãe cantarolava com sua voz suave enquanto lavava alguns pratos na pia. 

– Bom dia, Sas. – Itachi cumprimentou com um pequeno sorriso no rosto. 

– Bom dia nii-san – Retribuí o sorriso. Deixei minha mochila pendurada na cadeira e me sentei.  

– Já estou levando o seu café da manhã, meu amor. – Minha mãe avisou com um sorriso agradável. Seria perfeito viver sobre aqueles dois sorrisos, o do meu irmão e o dela, sem precisar me preocupar com mais nada… no entanto, a presença do meu pai conseguiu estragar esse sentimento, o ambiente tornava-se cada dia mais insuportável. 

– Obrigado mãe – Agradeci. Poderia arrumar meu café, mas ela sempre deixou claro que gosta de fazer, deixando tudo do jeito dela sem bagunça, então não tinha como negar. 

Fugaku como sempre nem se deu o trabalho de olhar para mim, continuava bebendo seu café como se nada nem ninguém além do meu irmão ou ele mesmo estivesse ali. Era incrível sua ignorância… ele não conseguia nos dar nem mesmo um café da manhã armonico… 

Minha mãe colocou meu café na minha frente, chamando minha atenção. Ela sentou no seu lugar e perguntou: 

– Você nem contou como foi os seus dias com o Naruto enquanto estávamos fora! Pode tratar de nos informar, eu quero saber se você se divertiu. 

Meu corpo gelou na mesma hora, mas eu não deixei que percebessem, não podia. Se meu pai ao menos desconfiasse de qualquer sombra de mentira, dúvida, ou vergonha, eu estaria fodido. 

– Foi divertido – respondi com a face inexpressiva, tentando amenizar as emoções que queriam sair e manifestar. Dizer o quanto foi bom, o quanto eu gostei, o que eu fiz… – Nós estudamos como sempre e ele até que é um bom cozinheiro, não tenho o porque reclamar. – dei de ombros. 

– Kushina me contou que você passou o seu aniversário em um parque aquático com os seus amigos – Seu olhar estava atento a mim, ela suspirou, falando tristonha – Eu sinto muito por não estar aqui nesta data meu filho… 

O aniversário de Itachi e o meu são duas coisas preciosas para minha mãe, ela sempre levou e planejou tudo com carinho, visando ao máximo nos agradar. É tão importante para ela quanto pra gente. Já o meu pai… bem, ele não gosta de comemorar nem o dele, imagina o nosso, mas… houve uma época em que ele fez uma festa para gente, isso foi quando eu tinha quatro anos, depois disso não me lembro de mais nada. 

– Como foi? – perguntou buscando uma resposta positiva, e eu a dei uma. 

 – Foi muito bom – sorri vendo ela se confortar – Tinha várias coisas lá e estar com meus amigos deixou tudo mais animado. 

– Fico feliz em saber que você se divertiu, meu bem.

Os olhos dela, os mesmos que eu herdei, desceram o suficiente para se depararem com o meu colar.

– Que pingente lindo Sasuke! – exclamou admirada e eu agradeci a Kami por ser apenas um colar simples aos olhos dos outros, porque minha mãe é observadora demais, se eu tivesse um anel no dedo ela não demoraria menos que minutos para perceber. 

 – É… Obrigado mãe – sorri. O pingente era lindo mesmo, não tinha como negar.  

– Onde você comprou? —perguntou animada.

– Em uma pequena loja de antiguidade perto do shopping. – Lembrar daquele lugar me deu calafrios. 

– Sério? Eu não sabia que você gostava de lojas de antiguidades – Itachi me encarou com um olhar sugestivo. Senti vontade de socá-lo por sua carina debochada. 

– Foi o Nar- – Engoli em seco e tratei de me corrigir – a Hinata que ficou insistindo para compramos, ela consegue ser muito irritante quando quer. – Merda, merda merda! Eu sou tão burro ao ponto de quase nos entregar! 

Decidi ignorar o olhar do meu pai quando me corrigi às pressas. 

– Ela está com a outra metade? – minha mãe nem pareceu se importar. 

– Sim – menti. 

– Que fofo! Ela é uma menina preciosa, não fale assim dela – repreendeu e eu ri.

– A Hinata é a sua única amizade que vale a pena, diferente daqueles vagabundos que você anda. – Meu pai falou, a essa altura ele já encarava o jornal novamente.

Minha risada se dissipou. Ele fica a manhã inteira calado e quando abre a boca tende a falar merda. Como ele tem a audácia de falar de pessoas que sequer tem interesse em conhecer? 

– Meus amigos não são vagabundos. – Rangi os dentes. 

Ele ignorou. 

– Hinata sim é uma boa pessoa para você conversar. Boa moça, vem de uma ótima família… é uma ótima pretendente – Seu olhar ainda estava fixo no jornal. 

– O que o senhor quer dizer com isso? – Eu sabia o rumo daquela conversa… e estava odiando com todas as minhas forças m 

– Quero dizer que você pode levar essa amizade de vocês para outro patamar e dar um jeito na sua vida – Ele fechou o jornal e passou a me encarar. Não tinha nada nos olhos dele a não ser uma seriedade irritante. 

– Eu e a Hinata somos amigos há muito tempo. Vejo ela como uma irmã mais nova, nada mais. – Tentei ao máximo ser claro sem perder a paciência, a manhã estava com rumo para ser boa, não queria que uma briga com ele acabasse com isso. 

– A gente não se casa com inimigos, Sasuke. 

Casamento? Eu só tenho 18 anos e esse abutre já está planejando o meu casamento? Ele sequer planeja uma festa de aniversário, quer se intrometer na minha amorosa?!

– E essa coisa de você vê-la como uma "irmã mais nova" – fez aspas com os dedos – Não passa de uma equivocação da sua cabeça, vocês não são irmãos de verdade. Um casamento entre vocês seria uma ótima ideia. 

Meu punho à essa altura já estava fechado embaixo da mesa. Ele não quer saber de nada sobre mim, nunca quis, e agora acha que tem o mínimo direito de opinar sobre isso? O meu futuro? 

– Pai – Itachi me olhou rapidamente antes de se direcionar ao mais velho – Eu acho que está muito cedo para discutirmos esse assunto… Sasuke ainda é muito novo. – tentou amenizar. 

 – Itachi, eu não acho que esteja tão cedo assim assim, Sasuke já fez 18 anos, ele não pode continuar vagabundando para sempre. 

Fugaku realmente não mede as suas palavras antes de latir, ele simplesmente joga na cara das pessoas e nem liga qual será a reação delas. Nunca na minha vida eu vi alguém tão insensível a esse ponto, um homem frio que nem com os próprios filhos consegue ter uma postura no mínimo gentil ou materna… e eu sinto pena da minha mãe por ter tido que se casar com ele.

– Você realmente não tem noção do que fala. – apertei mais o punho e me levatei da mesa em um movimento rápido, fala sério, quantas vezes vou precisar fugir dessa cozinha para não ter um dia deprimente. 

– Sasuke! Filho, venha cá! - Minha mãe como sempre tentou consertar a situação, mas eu já estava na sala e não voltei atrás. 

De todas as pessoas do mundo eu tinha mesmo que ser filho de Fugaku Uchiha… a pior merda da minha vida! 

•••

Fui para o colégio ignorando as mensagens de Itachi, ele tentava me mostrar o outro lado da história, ridículo. Ele nunca fica do lado do meu pai, longe dele fazer isso, Itachi apenas tenta amenizar a situação para que não piore, porque ele mais do que eu sabe como aquele velho pode ser nas piores das hipóteses… ou talvez nem saiba. Itachi sempre foi o preferido, o idolatrado pelos meu pai, nunca sequer levou um tapa dele, um soco, foi praticamente agredido… não ele não sabe mesmo. 

Mesmo com esses mil pensamentos horríveis em mente, quando eu cheguei no colégio tratei de procurar meu loiro. Sabia que ele já estaria ali, Naruto é pontual, um aluno exemplar, só precisava achá-lo. 

Ele nem ninguém que eu conhecia estavam na entrada, nem no pátio, então apressei em ir para os corredores, tendo que desviar de algumas meninas no caminho. Sério, não sei como até hoje elas pegam no meu pé, depois dos mil fora que eu dei nelas… persistência do caralho.  

Quando o encontrei o loiro estava mexendo no seu armário, pegando um livro e revirando algumas coisas dais quais eu não fazia ideia. Abri um sorriso ao vê-lo ali, então falei mais alto:

 – Ei, Naruto! 

Ele olhou na minha direção e logo seus olhinhos se arregalaram e ele sorriu abertamente. 

– Sasuke! – Ele largou o livro no mesmo instante deixando-o cair no chão e veio correndo ao meu encontro. 

Perto o suficiente de mim, Naruto pulou entrelaçando suas pernas em volta da minha cintura. Eu ri de toda aquela euforia, mas retribui o abraço, ainda mais forte. 

Era até irônico em um certo ponto estarmos com tanta saudades assim, basicamente nos vimos ontem, mas eu acho que a convivência entre a gente nessas duas semanas, nossa necessidade e proximidade só deixou isso mais claro. Tê-lo ali, sentindo seu calor era a sensação mais gostosa do mundo. 

– Eu estava com saudade, Suke. – Ouvi ele dizer, apertando os braços em volta do meu pescoço e eu sorri ainda mais. 

– Eu não sabia que você estava tão apaixonado assim por mim Nerd… é bom saber – Provoquei com um risinho. 

Ele nem me olhou, mas sentia ardência do tapa nas minhas costas e resmunguei. 

– Ai! Idiota! – Xinguei e ele me olhou, sorria de lado. 

– Não vai dizer que estava com saudades de mim também? – reclamou fazendo uma careta e eu deixei meu mau humor de lado, só ele conseguia tirar aqueles problemas da minha cabeça… 

– Eu também estava com saudades… – encarei todos os detalhes do seu rosto, principalmente aquele sorriso caloroso que conseguia deixar qualquer um num bom dia – Foi muito deprimente acordar sem ter você agarrado a mim, sabia? – soltei uma risadinha. 

– Até onde eu me lembre era você que ficava me agarrando, não me deixava levantar da cama – Lançou um olhar acusar, apontando para o meu peito. 

Algumas pessoas nos olhavam, mas acho que nem mesmo ele percebeu isso, e eu também não estava ligando, não queria ligar. 

Afastei nossos rostos um pouco para que eu pudesse ter visão de seus olhos azuis, os fios loiros, a pele bronzeada… os lábios rosados e as lindas marquinhas em suas bochechas, tudo se unia para criar a bela perfeição que era Naruto Uzumaki. 

– Que macumba você fez para que eu me apaixonasse por você? 

Ele riu e revirou os olhos. Deixei que ele descesse do meu colo mas não que se afastasse. 

– Na verdade eu não fiz nada, você mesmo diz que eu sou uma tentação – Zombou. Tá, eu não podia negar que adorava quando ele era sincero e confiante… também amo meu loiro tímido que cora com as coisas que eu faço, mas tê-lo ali tão solto era melhor ainda. Acho que nós dois queríamos aproveitar, tentando fazer tudo da maneira mais suave e normal possível. 

Não deixei que ele se afastasse antes de colar a minha boca na dele. Aquele gostinho que ele tinha era realmente incrível, ter a minha língua explorando aquele lugar, cruzando com a dele… almejei por isso a noite toda. 

Como a gente estava no colégio eu não poderia prolongar aquilo por muito mais tempo, tinha medo do que aquela sensação podia nos levar, então logo findei o nosso beijo selinho. 

Naruto estava corado, levemente, mas estava. Ele olhou em volta e abaixou a cabeça, as pessoas nos encaravam surpresas, algumas de boca aberta e outras até comemorando como se já soubessem daquilo. Eu não liguei, apenas puxei ele para a sala. 

– Quem te ensinou a beijar tão bem assim? – perguntei com um sorriso travesso, sem soltar sua mão enquanto andávamos pelo corredor. 

Ele levantou a cabeça e sorriu. 

– Um certo Uchiha pervertido… 

•••

As três primeiras aulas tinham passado em um sopro, quando chegamos na sala ainda tivemos um tempinho para colocar o papo em dia com nossos amigos e eu não quis me desgrudar do loiro. Podia estar sendo meloso, uma coisa que eu nunca fui com ninguém, mas naquele momento eu não me importei com nada e Naruto pareceu entrar na mesma onda, para a minha felicidade.

Já estava na hora do do intervalo quando eu e o pessoal fomos até o refeitório e pegamos uma mesa só para a gente, como de costume. 

– E esses colares? – Sakura perguntou olhando para mim e para o loiro do meu lado. 

– Verdade, eles são idênticos, a única diferença é a cor e a direção deles. Não sabia que já estavam nesse nível… – Ino comentou com um sorriso divertido. 

– Nós compramos para usar juntos, são bem bonitos, né? – Naruto sorriu. 

– Achei fofo —Hinata que estava à minha direita me olhou – Me admira que Sasuke Uchiha use essas coisas – provocou e eu revirei os olhos. 

– Nós compramos para usar no lugar das alianças. – Expliquei melhor. 

– Assim vocês não correm risco do pai de vocês descobrirem, né? – Shikamaru nos olhou com um sorriso de canto. Assenti rindo junto aos outros, era bem óbvio o motivo dos colares – Até que foi inteligente… 

– Pretendem contar ao pai de vocês um dia? – Lee perguntou. 

– Eu não sei se meus pais levariam isso muito bem… – Naruto suspirou. 

– Não precisa ser agora – Ino abanou as mãos, despreocupada – Enfim, eles são tão lindos… onde compraram? . 

– Em uma loja de antiguidades. – respondi. 

– Aquela perto do shopping? – Suigetsu perguntou. Já tínhamos passado por ali antes. 

– Essa mesma – Naruto afirmou. 

– Aquele lugar me dá arrepios, eles vendem umas coisas bem bizarras lá. – Suigetsu balançou a cabeça, afastando algum pensamento que nos fez rir. 

– Bizarro é o dono daquela loja – Não quero nem lembrar daquele nome estranho. 

– Eu achei ele bem simpático na verdade… – Naruto deu de ombros e eu o olhei indignado. 

Qual é o problema desse nerd? Também já era de se esperar isso de um amante de filmes de terror.

– Simpático só se for para você – Balancei a cabeça – Pelo amor de deus a gente não tinha falado nada e ele praticamente já sabia da nossa vida toda. Sai fora. 

– Talvez ele fosse um vidente. – Os olhos do loiro brilharam com a expectativa – Ah eu queria que ele sondasse meu futuro!

– Agora você acredita em videntes Naruto? – Kiba riu. 

– Ué, sim, porque eu não acreditaria? – Naruto pareceu confuso com a pergunta e todos da mesa começaram a rir. 

– Meu deus do céu… – Sakura balançou a cabeça em negação, rindo. 

– Você precisa dar uma maneirada nos livros de fantasia que você anda lendo, Naru. – Shikamaru deu duas batidinhas no ombro do loiro e eu ri. Este fez um biquinho e me olhou furioso.

– Para que você presta mesmo em Sasuke? – Xingou e eu ergui as sobrancelhas, surpreso – Prefere rir mais alto do que me defender, Uchiha besta! – ralhou com as bochechas infladas, uma falsa raiva, isso só causou mais gargalhadas entre os outros. 

Já falei o quão fofo ele é assim?

– Desculpa amor, mas é porque você tem pensamentos bem aleatórios às vezes, não tem como eu te defender. – passei a mão pelos fios loiros, mas ele rejeitou meu toque e bufou. 

– "Amor"? Quanto tempo eu dormi gente? – Suigetsu brincou. 

– Quem diria que esses dois iam acabar assim um dia... – Gaara tinha um pequeno sorriso nos lábios. 

– Assim como? – perguntei. 

– Apaixonados – todo mundo respondeu junto, fazendo Naruto corar. 

– Verdade, antigamente vocês eram como água e óleo, nem se bicavam – Hinata concordou com o ruivo. Rindo da nossa cara.

– Eles crescem tão rápido! – Sakura dramatizou, limpando uma lágrima falsa. 

– Né? Alguns dias atrás Naruto era só um garoto tímido que vivia atrás de um livro e agora está está aqui sendo corrompido por esse emo safado – Ino me encarou de olhos cerrados. Embora eu tenha percebido sua risada contida de longe. 

– Eu não sou safado. – Rebati desviando o olhar. 

Naruto que bebia um suco de caixinha se engasgou assustando todo mundo. 

– Que?! – Loiro idiota, fala de mim mas também não ajuda – Você não é safado?! – Ele riu ainda mais – Sabia que mentir é feio, né?  

Abri a boca completamente indignado. 

– Pobre Naruto... – Kiba zombou – Não sei como você consegue aguentar esse safado. 

Por acaso hoje é o dia da ironia e eu não estou sabendo? 

– Não é fácil, mas não é nada que eu não possa lidar – Naruto respondeu como se não fosse nada demais, surpreendendo todos ali até mesmo eu. 

– Vamos abaixar o fogo, minha gente! – Hinata mexeu as mãos, como se estivesse realmente apagando um fogo e riu. 

– Sasuke olha o que você fez com o meu bebê! – Sakura xingou. 

[...]

Ficamos mais um tempo naquela mesa antes de eu conseguir puxar o Naruto para fora dali. O loiro não ajudou em nada me expondo ainda mais, e eu sabia que era parte da sua vingança besta por não o ter defendido quando ele quis.

Porém, antes do sinal tocar eu consegui fazer ele vir até o banheiro comigo, deixando os outros no refeitório. 

– Você anda bem ousado hoje, né nerd? – Comecei. 

– Não sei do que você está falando. – Ele estava encostado na parede, perto da porta, fazendo-se de desentendido. 

– A não sabe? – Terminei de lavar minhas mãos e me aproximei – Não pareceu quando falou horrores lá na mesa. – A cada passo meu era um dele para os lados, até que não houvesse mais saída. 

– Apenas falei a verdade que você não conta – Naruto fingiu desinteresse, mas eu percebi o sorriso contido e as bochechas rubras. 

Já estava próximo o suficiente para sentir sua respiração, sentir seu calor. 

– Você acabou com toda a minha reputação lá, isso sim. – Cerrei os olhos e ele sorriu. 

– Reputação? Pensei que todos já soubessem o seu tipo. – Ele estava me provocando, sabia disso só pelo seu olhar e o sorriso petulante traçado nos lábios. 

– Meu tipo? 

– Sim – afirmou. Eu me via cada vez mais impressionado com sua atitude, sem vergonha de falar o que quer. 

– E qual seria o meu tipo, hm? – Entrei no jogo, me aproximando tanto ao ponto de quase encostar nossos lábios, vontade não faltava. 

– Um pervert... – Interrompi sua fala tomando seus lábios com volúpia. Não queria mais esperar, não podia esperar. Estávamos sozinhos, longe das preocupações… e eu não tinha saciado a minha saudades dele, acho que se continuasse assim eu nunca ficaria satisfeito, porque só de vê-lo ali eu já tinha uma imensa vontade de beijá-lo. Talvez Naruto fosse uma droga que eu me viciei, mas não ligava. 

– Viu só? Um pervertido – Mesmo com o rosto para lá de corado, ele zombou. 

– O que deu em você? – Questionei curioso, embora estivesse adorando aquele jeitinho confiante. 

– Eu passei a noite pensando em muita coisa… decidi aproveitar esses momentos com você, sem me privar muito das sensações. – Ele sorriu, mais suave. – Porque? 

– Por nada. – desci meu olhar da sua boca para todo o corpo – Só gostei de ver você assim. Sempre soube que no fundo você sabe provocar tanto quanto eu. – me inclinei o suficiente até seu pescoço e beijei ali, vendo-o arrepiar. – Mas isso não muda o fato que você cortou todo o meu barato lá na mesa. 

– E vai fazer o que? – Naruto debochou – Fala sério, está planejando uma vingança contra mim por causa disso? – Riu. 

– Talvez. – subi meus beijos até seu maxilar, queixo e enfim sua boca novamente. – Mas uma vingança diferente, sabe que eu sou legal – Sorri de lado e ele cerrou os olhos. 

– Nesse tom que está usando não acho que seja muito legal… – falou desconfiado. – Qual vai ser a sua vingança, me explanar para todo mundo também? – Um sorriso brincalhão traçou seus lábios. 

– Não, não. – Neguei, rindo baixinho – Minha vingança não tem nada haver com outras pessoas, só eu e você. 

Ele arqueou as sobrancelhas e eu ri do seu jeito lerdinho. 

– Só eu e você… – continuei – Na cama. 

Foi a resposta suficiente para que ele virasse um completo tomate.

– Você é um pervertido mesmo. – Naruto balançou a cabeça em negativa e eu sorri mais ainda. 

– Talvez eu seja… – Deixei um selinho na sua boca, depois outro – Mas não diga que acharia ruim quando eu tirasse cada pecinha de roupa sua e começasse a te beijar… 

– Uhum, e o que você faria depois? – Zombou, mas no fundo eu soube que ele queria escutar, mesmo envergonhado ao extremo como ele quase estava. 

– Ia beijar sua boca, seu corpo… deixando minhas marcas em cada pedacinho que eu quiser. – Apertei a cintura fina, descendo minhas mãos cada vez mais. Naruto tinha o olhar semicerrado, mas a boca estava entreaberta, ofegante, entregando a si mesmo. 

– Sua vingança é beijar todo o meu corpo? – Ele deixou-se rir. – Não acho que isso seja uma vingança eficiente. 

– Não... – Era bom ver que a cada palavra minha mais curioso ele ficava, apesar de não falar isso ele demonstrava muito bem, seu corpo demonstrava muito bem. – Eu te foderia também, bem mais forte que das outras vezes. O que acha? – curvei os lábios em um sorriso indecente, minha mão já apertava ligeiramente seu membro por cima do tecido e ele gemia baixinho.

Nossas palavras não passavam de sussurros em um banheiro afastado, era só nós dois ali, eu podia fazer muita coisa, queria fazer muita coisa. 

– S-sasuke, estamos no colégio… – Naruto tentou tirar a minha mão dali, enquanto olhava em direção a porta. 

Comecei a rir. 

– Acabou toda a sua coragem para me provocar, hm? – debochei, sorrindo ladino. 

Ele estapeou a minha mão e me afastou. As bochechas vermelhas e o bico nos lábios, aquele Naruto tímido tinha voltado. 

– Não acredito que consegue ser safado assim até na escola – Bufou. – Pelo amor de Deus. 

– Acho melhor você levar a sério essa minha vingança. – Aproximei dele na pia e deixei um beijinho na sua nuca. 

Naruto arrepiou e se virou com os olhos repletos de raiva, mas quando ele iria me xingar o sinal tocou. 

– Você tem sorte! – Ralhou. Ele passou na frente e já iria sair, mas eu o impedi. 

– Vai andar nos corredores assim? – Apontei para o volume aparente no meio da sua calça. 

Naruto olhou e arregalou os olhos. 

– Eu vou te matar, Sasuke! – Começou a me bater e eu o impedi rindo, segurando seus pulsos. 

– Está bravo comigo porque eu te deixei excitado?

Ele me olhou furioso mas não fez nada mais do que se soltar e roubar a blusa da minha cintura, amarrando em volta da dele. Tive que rir da vermelhidão do seu rosto. 

– Vamos embora logo. Não vou me atrasar por causa de você. – Resmungou saindo do banheiro em passos pesados.

O segui em meio aos risos. 

•••

Por sorte chegamos na sala antes da professora. Ouvi Sakura perguntar o porquê de toda aquela irritação vinda do loiro e eu ri quando ele olhou na minha direção. Tinha o deixado excitado com poucas palavras, foi maravilhoso ouvir os gemidos contidos dele de novo…

Se o sinal não tivesse tocado eu com certeza levaria aquilo no banheiro adiante, poderíamos ser pegos sim, mas acho que esse fato só deixaria as coisas mais interessantes. 

Infelizmente tivemos que voltar para a sala e continuar as aulas que hoje pareciam chatas demais, principalmente porque eu não conseguia prestar muita atenção, teria que pedir ajuda ao loiro de tarde, já que mesmo com raiva e duro prestou atenção. 

Na segunda aula, Kurenai tratou de calar todo mundo antes de explicar o que queria, dando vários sermões hora ou outra por conta de alguns alunos que faziam suas atividades de mau jeito. Não estava nem um pouco afim de ouvir os xingos dela, tentei abaixar a cabeça e dormir algumas vezes, mas quem disse que Naruto deixou? Toda vez que ele me via tentar sempre atacava uma bolinha de papel ou me cutucava. Irritante. 

– Como eu já falei esse trabalho é essencial para a nota final de vocês e eu espero que todos façam… – Kurenai ainda tagarelava – Por ser um trabalho complicado eu irei permitir que vocês façam dupla – Ela olhou em volta como uma águia – E não me venham com perguntas bobas como "pode fazer dupla de três? " Não tô com paciência para essas bobagens. 

Alguns alunos resmungaram, principalmente Suigetsu e Kiba que adoravam se juntar aos inteligentes. 

Eu ignorei os sermões da mais velha e olhei para o meu loiro, ele entendeu o que eu queria dizer e riu balançando a cabeça, eu soube que era um sim. Farias dupla. 

Graças a Kami, depois dessa explicação Kurenai passou a matéria mais calma, então as aulas passaram mais rápido. 

– Vocês vão ficar na biblioteca né? – Sakura perguntou aproximando da minha mesa. 

– Sim. – Naruto afirmou. 

– Que bom que até hoje você mantém esse teimoso na linha, Naru. – Hinata que estava ao lado da rosada falou. 

Naruto riu e eu revirei os olhos. 

– Enfim, a gente já vai. Até mais. – Sakura sorriu e seguiu para a porta. Hinata fez o mesmo e nossos amigos também. 

Naruto e eu fomos para a biblioteca, ele teve uma breve conversa com a Rin antes de pegar alguns livros e caminhar para as últimas meses que costumávamos estudar. Graças a ele eu tirei minhas dúvidas e ele me deu um sermão por não ter perguntado para professora, mesmo assim me ajudou, como sempre faz. 

– Entendeu como é que faz para achar a velocidade média? – Ele me olhou, tinha acabado de explicar tudinho.  

– Sim, na sala eu não entendi nada, mas você conseguiu esclarecer como sempre. Obrigado Nerd. – Sorri e ele revirou os olhos pelo apelido. 

– Obrigado, sei que sou incrível. – Sorriu convencido. 

– É sim, em muitas coisas. – Me aproximei deixando um selinho nos seus lábios. Eu iria aprofundar mais aquele beijo se o som de notificação do celular dele não tivesse atrapalhado. 

Naruto se afastou gentilmente e pegou ele em cima da mesa. 

– Pensei que fosse proibido celular nas nossas aulas – Cerrei os olhos e Naruto riu. Nunca vou me esquecer das broncas chatas dele em relação ao celular enquanto estudamos. 

– É minha mãe… –Naruto comentou de cenho franzido, encarando a tela do celular. 

– O que ela quer? – perguntei estranhando aquela feição confusa. 

– Que eu vá mais cedo embora. – Respondeu suspirando – Provavelmente quer a minha ajuda com alguma coisa lá em casa. – ele começou a guardar os materiais. 

– Hum, ok então – Estávamos quase acabando mesmo, então não tinha problema. 

Ajudei ele a guardar tudo e sorri quando ele ficou na ponta dos pés para me dar um beijo antes de sair. 

– Você guarda os livros nas prateleiras para mim? – perguntou apontando para os três livros que usamos. 

– Guardo.

– Então… até amanhã. – Sorriu e deu as costas. 

– Naruto. – chamei apoiando minhas mãos na mesa. 

– Hm? 

– Amo você. – Sorri vendo-o corar e abrir levemente os olhos. 

– Também te amo. – Ele sorriu e foi embora.

Quando me vi sozinho ali soltei um suspiro pesado. Até dois dias atrás poderíamos almoçar juntos, não ficar completamente preocupados se alguém descobriria nosso namoro, principalmente nossos pais…. 

Toda vez que eu me lembro o que meu pai fez só de pensar que eu gostava do Naruto meu corpo congela, e eu sinto raiva, raiva principalmente por não ter muito o que fazer. 

Juntei os três livros, afundando aqueles pensamentos. Não tinha mais o que fazer ali, então só guardei cada livro na sua fileira, me despedi brevemente da Rin e fui embora. 

•••

Cheguei em casa por volta das 17:30h, mandei algumas mensagens para o Naruto mas ele não respondeu, então fui direto para o meu quarto. Minha mãe não estava na cozinha, mas a porta do banheiro estava trancada e eu ouvi o barulho do chuveiro, não demorou muito para ela sair de lá e aparecer no meu quarto já com outra roupa e um sorriso para me avisar sobre o jantar. 

Fugaku e Itachi só chegaram quando a mesa estava sendo servida, eu ajudei a minha mãe com o que eu pude depois de fazer os deveres. Deu 19:20h e nenhuma resposta do loiro, até tentei ligar uma vez mas deu caixa postal, fiquei intrigado mas preferi pensar que aquele dobe esqueceu de carregar o celular. 

Depois de um tempo, minha família já estava reunida na mesa novamente, minha mãe conversava com Itachi animadamente, era os únicos que conseguiam colocar um humor naquela cozinha. No entanto, a partir de um momento eu senti o olhar do meu pai sobre mim, por muito tempo… ele não expressava nada e nem disfarçava ao me encarar. Ficou minutos assim até eu me estressar.

– Lembrou que eu sou seu filho e agora me olha? – Encarei o mais velho de volta, com raiva.

– Sasuke, mais do que… – Itachi me olhou confuso, mas ao perceber o olhar do meu pai ficou em silêncio, um silêncio que eu nunca vi vindo dele. 

– Você não tem nada para contar como faz nos outros dias? – Fugaku perguntou, tão inexpressivo que eu me questionei se ele tinha percebido a minha raiva em cima dele. 

– Está preocupado com isso agora? – grunhi. 

– Sasuke. – Minha mãe repreendeu, mas eu dei ouvidos. 

– Vamos lá, tenho certeza que você tem algo para contar para a gente. – Eu esperava tudo, menos um sorriso naquela boca que só falava merda. 

– O que você quer dizer? – perguntei baixo, mil e umas coisas se passavam na minha mente. Ele não estava tentando interagir comigo, não… pelo amor de deus aquele sorriso era só uma provocação. 

– Sabe, eu me encontrei com a Hinata voltando para a casa. – Comentou voltando a comer normalmente. 

–E o que tem? – aquele assunto estava me irritando, a possibilidade de… 

– O que tem é sua desculpa esfarrapada, Sasuke. – Me olhou sério dessa vez e eu engoli em seco. 

– Querido do que você está falando? – Minha mãe interrompeu confusa. 

– Ele mentiu para você, a Hinata não está com a outra metade desse colar. – Apontou na minha direção junto a um olhar de desprezo. 

Todo meu corpo paralisou. Ele sabia. Ele sabia…. E eu… 

– A Hinata pode ter guardado pai. – Itachi falou e eu rapidamente olhei para ele. Estava de cabeça baixa e não parecia afetado em nada, só queria ajudar. 

– Chega de defender seu irmão Itachi! – Fugaku se sobressaltou batendo a mão na mesa. 

– Ele não está… – eu tentei falar mas ele me calou com outro soco forte na madeira. 

– E você! – apontou para mim e eu me levantei. Não queria queria que ele me batesse de novo… eu não podia… como… como ele sabia? – Porque não assume essa merda?! 

Eu fiquei parado no lugar, sentindo o olhar de todos sobre mim. 

– Assumir? Mas… Sasuke do que seu pai tá falando? – Minha mãe me olhou, confusa e assustada com tudo e pela primeira vez eu me arrependi, arrependi por não ter contado toda a verdade antes. 

– Eu… 

Assume logo esse seu namoro nojento com aquele garoto! – Fugaku gritou e minha mãe arregalou os olhos. 

É, ele sabe.



Notas Finais


Enfim, amo um equilíbrio no cap 😘🥂

Enfim, quantos anos vocês?? Quero saber 💞

Quem quiser fazer um grupo contra o Fugaku estou dentro 😘


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