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História O acordo - Sasunaru - Capítulo 29


Escrita por: 4St44fd4 e Bolinho_atrevido

Notas do Autor


Oiii genteeeee tudo bem????

Nesse cap vocês tem duas opções... Amar a gente por uma coisa leve e odiar o final KKKKKKKKKKKK

Bora na fanfic nova pra ajudar: https://www.spiritfanfiction.com/historia/sem-coroa-por-voce--sasunaru-abo-22718970

espero que gostem e tá grandinho pra recompensar a demora 💞


Boa leitura 🌻

Capítulo 29 - Capítulo 29


Fanfic / Fanfiction O acordo - Sasunaru - Capítulo 29

Sasuke pov


Abri os meus olhos lentamente, fiquei meio desnorteado ao olhar e não reconhecer o quarto que estava, mas foram questão de segundos para que eu recordasse de tudo. Meus olhos se focaram no relógio pendurado na parede. 1:20h da manhã. 

Soltei um suspiro cansado. Várias imagens começaram a passar pela minha mente, e aos poucos fui lembrando do monte de coisas que aconteceram horas antes.

Não tinha passado tanto tempo, e meu sono foi praticamente embora. Tentei me levantar, mas fui impedido. Olhei para baixo, captando os sons mais agradáveis da face da Terra... o fofo resmungo de um Naruto sonolento. 

Sorri ao ver que ele estava com o rosto afundado no meu peito enquanto seus braços estavam em volta da minha cintura; as bochechas levemente ruborizadas e a respiração indo e vindo lentamente contra a minha blusa. Quase ia me esquecendo de como era bom acordar com ele ao meu lado.

Me dei a liberdade de uma leve carícia em seus cabelos. Os fios loiros espetados, que embora estivessem bagunçados conseguia deixá-lo ainda mais atraente e fofo. 

Minha carícia levou ele a se mexer e resmungar.

– Oi – sussurrei, logo rindo da cara sonolenta que ele estava. Afastei um pouco do seu cabelo para trás e deixei um beijo na sua testa, recebendo um sorriso lindo como resposta. – Eu vou sair rapidinho, ok? – avisei, tentando me desvencilhar do seu abraço. Minha boca estava seca e eu precisava de água.

– Não amor… fica aqui… – Naruto me abraçou mais forte ainda. 

Abri a boca sem saber o que dizer exatamente. Ele tinha muitos apelidos para mim, aquela tarde foi mais do que o suficiente para saber, mas… amor? Ele estava com tanto sono que aparentemente nem se tocou do que me chamava. 

Mas eu sorri, abri meu maior sorriso. Podia até provocá-lo por está sendo manhoso, porém eu estava alheio a tudo com aquela sensação boba por ser chamado de "amor" por ele.

– Vou beber água, agorinha eu volto para ficar com você, ok? – depositei mais um beijo no topo da cabeça do loiro, só então ele cedeu para que eu pudesse levantar. 

Saí da cama e cobri melhor ele. Saí do quarto e deixei as luzes apagadas. 

Cheguei na sala e as luzes estavam ligadas. Emiti um som surpreso quando vi minha mãe e Itachi ali, conversando calmamente. No que minha mãe me viu, ela abaixou a xícara de chá e sorriu. 

– O que vocês estão fazendo acordados até agora? – Minha voz fez Itachi me olhar.

O clima ali sem o meu pai era muito melhor, com certeza. Minha mãe sorria na presença de Fugaku, mas sempre soube que era forçado, ela sorria somente para tentar amenizar um pouco do clima tenso no qual vivíamos. Mas, esse sorriso agora é de livre e espontânea vontade, ela parece mais aliviada… o que dê certo deve ser já que não precisa mais aturar a cara de Fugaku.

– Itachi e eu não conseguimos dormir depois da janta, então ficamos aqui conversando. – Minha mãe respondeu tomando mais um gole do que eu supus ser chá de camomila, como ela sempre gostou. 

– Dormiu bem? – Itachi perguntou. 

– Sim, o quarto é bem confortável. – E a pessoa dormindo ao meu lado é mais ainda. 

– Que bom – Itachi sorriu – E o Naruto? Ele está melhor? – tinha um pouco de preocupação na sua voz. Apesar de ele não conhecer o loiro muito bem, sei que ele gosta do Naruto o suficiente para ter esse tipo de preocupação. A prova disso é ele ter me xingado por pensar que eu faria o loiro mais uma das minhas peguetes, demonstrando ficar bem frustrado com a ideia de eu só estar brincando com ele.

– Ele está um pouco melhor já – Foi horrível ter que ver ele naquele estado, tão abalado… nem imagino o terço do que deve ter escutado daquele idiota… – Está dormindo que nem pedra. – sorri levemente. Amor… quem diria? 

– Que bom… – Itachi suspirou aliviado e sorriu também. 

– Falando do Naruto filho… como isso aconteceu? – Minha mãe perguntou, visivelmente curiosa para saber de toda a história. 

– Como assim? – No fundo eu sabia o que ela queria dizer, mas optei por outro caminho mais uma vez. 

– Não se faça de bobo – Ela e Itachi riram – Perdi muita coisa… quero saber como ficaram juntos, quando aconteceu…

O fato de ter um sorriso doce nos lábios dela, ainda permitiu minha vergonha (que é bem rara) sobressair. Falar com o Itachi era uma coisa, era meu irmão, falamos sobre muitas coisas, mas por ser a minha mãe… já era um pouco mais diferente. 

– Mãe… – Sabia que essa conversa iria chegar, e me amaldiçoei internamente por querer beber água em plena madrugada. 

– Nos privamos de muitas conversas por causa do pai de vocês... – A feição dela foi se suavizando, até soltar um suspiro que eu não soube dizer o que significava, mas rezei que fosse bom. – Infelizmente isso criou uma distância entre nós – Ela intercalou o olhar entre Itachi e eu – Eu sou sua mãe e nem sabia da sua orientação sexual… isso é bem importante para mim. Eu quero me aproximar de vocês de novo, consertar o tempo que perdemos dentro daquela casa.

Algumas lágrimas já se acumulavam no canto de seus olhos e no fundo eu me sentia culpado, sabia que ela estava afetada… todos estávamos na verdade, mas tentei afundar aquela sensação. As coisas vão ser diferentes agora. 

– Então – Ela retomou o fôlego, me encarando com tranquilidade – Se não quiser conversar sobre isso comigo ainda, eu enten…

– Tudo bem, mãe – Interrompi calmamente, indo a seu encontro no sofá e lhe dando um abraço. Era a pior sensação do mundo ver ela daquele jeito, com lágrimas nos olhos, com tanta coisa presa dentro de si… Mesmo com o próprio marido sendo uma pessoa horrível e tentando reprimir seus passos ainda sim ela conseguiu ser uma mãe maravilhosa e era incrível saber que ela apoiava Itachi e eu em qualquer coisa. Ela com certeza é a mulher mais forte que eu já conheci. 

  – Você não tem culpa de nada que aconteceu mãe – Reconfortei. Naquela altura Itachi já estava mais próximo da gente também. – E só pra constar eu te vejo como a melhor mãe do mundo, é claro que eu vou te contar. 

Ela sorriu emocionada. 

– Sasuke tem razão mãe. – Itachi também sorriu. 

– Ah, como eu te amo filho! – Ela depositou um beijo na minha testa e abraçou o Itachi. 

– Também te amamos, mãe. – Sorri, me sentindo pela primeira vez leve naquele dia. 

– E você senhor Itachi, não pense que vai escapar! – Apontou para o meu irmão de olhos semicerrados – Quero saber como conseguiu esse apartamento chique, todos os detalhes! 

– Sim senhora. – Itachi riu, batendo continência como um soldado pressionado. 

Minha mãe voltou a me olhar, como se esperasse a explicação. 

– Eu só vim tomar uma água, quer que eu conte agora? – Foi impossível não rir diante da sua pressão pra cima de mim com aquele assunto. Era tão bom saber que ela estava feliz com aquilo… 

– É claro que sim! Estou sem sono nenhum e você também parece bem acordado, não vou conseguir colocar a cabeça no travesseiro se não saber direitinho dessa história! – Exclamou como se eu tivesse falado a coisa mais errada do mundo. – Então quando quiser começar, estarei esperando. 

Itachi e eu rimos com toda a animação da morena. Não queria estragar aquele sentimento, então comecei a contar. 

– Na verdade eu procurei o Naruto para me ajudar com minhas notas no colégio e em troca disso ele queria se tornar popular – Sorri ao lembrar de todos os perrengues que eu passei para tornar aquele loirinho o centro das atenções – Acabou que muita coisa aconteceu… e a Hinata teve que me dar um bom sermão pra mim acreditar que eu gostava dele. 

– Hinata… sempre depositei toda a minha confiança para ela te alertar das burradas que fazia. Enfim deu certo.

Me surpreendi com o comentário da minha mãe. 

– Você fala como se a Hinata fosse a mais santa e responsável do grupo! – Ironizei, revirando os olhos. Minha mãe não sabe de nada mesmo.

– Enfim – continuei – Acabei percebendo meus sentimentos por ele e aquelas duas semanas só serviram para nos aproximar mais ainda. – É, sem dúvidas eu nunca vou conseguir esquecer das duas semanas, as únicas que Naruto e eu nos sentimos bem e livres de qualquer pressão. – E não é como se eu gostasse de garotos… – comecei a dizer, mas a risada irritante e debochada de Itachi me interrompeu. 

– É, não gosta de garotos, só de dormir com eles. – Sorriu de lado. 

– Cala a boca! – Grunhi. Itachi sempre tinha que estragar qualquer situação né? Ele é louco de falar uma coisa dessas na frente da nossa mãe ainda, só pode! Se Naruto estivesse aqui já estaria morto de vergonha. 

– Não atrapalhe o seu irmão! – Minha mãe me fez o favor de dar um tapa na nuca dele. 

– Ai mãe! – Itachi reclamou massagendo o lugar – Tá desculpa, continua Sasuke. – revirou os olhos. 

– Pode continuar querido. 

Sorri vitorioso em rumo ao meu irmão, que tinha um bico formado em seus lábios. Voltei a falar, rezando para que Itachi não soltasse nenhuma merda. 

– Não é que eu goste de garotos… _ voltei a dizer, tentando ao máximo não me intimidar com o olhar fixo da minha mãe em mim – Eu gosto do Naruto. 

Nunca senti nenhum tipo de atração por algum garoto, nunca sequer reparei em um dessa maneira. Naruto foi o primeiro e único que me proporcionou muitas dúvidas em relação a minha sexualidade, o único que me fez sentir sensações únicas, coisas novas que eu nunca sequer sonhei que aconteceriam. E não me arrependo de nada. 

– Ele tem uma coisa de especial… – Quando dei por mim já falava horrores sobre nós dois – Amo acordar com ele do meu lado, me faz querer que os dias se prolonguem ainda mais… Muita coisa aconteceu nessas duas semanas, mas foram as mais importantes para mim, ficar só a gente… – Me peguei sorrindo igual um idiota por conta daquele Nerd, mas não me importei, aquela palavra não parava de ecoar pela minha cabeça… amor. 

– Que fofo Sasuke… – Só acordei mesmo quando minha mãe segurou minha mão. Ela tinha um sorriso lindo no rosto. 

– É importante pra mim saber que você apoia isso. – Admiti com um sorriso pequeno, envergonhado na verdade. – Confesso que fiquei com medo no início de Itachi e você não aceitarem…

Itachi riu balançando a cabeça. 

– Impossível otouto. 

– Ah Sasuke… eu jamais iria te julgar por causa disso – Minha mãe passou a mão delicadamente pela a minha bochecha – Você é meu filho e eu sempre irei te amar, seja qual for sua escolha. – Sorriu movendo os dedos macios pela minha bochecha.

Suspirei, aliviado, feliz. Era só isso que faltava para aquele aperto ir embora. 

– Obrigado mãe – Agradeci sincero, aceitando o abraço que ela ofereceu.

Itachi olhava a gente com um sorriso quase discreto no rosto, também era mais do que claro o quão libertado ele se sentia sem as rédeas do nosso pai naquela casa. 

– Agora senhor Itachi… – Minha mãe se afastou de mim passando a encarar meu irmão da mesma forma que fez comigo minutos antes. – Pode me contar tudinho sobre esse lugar – gesticulou com a mão o apartamento inteiro. 

Itachi soltou uma risada nasal, mas assentiu. Meu irmão pode ser fechado, mas isso não quer dizer que ele tenha vergonha ou receio de falar sobre alguma coisa. Comprovei isso quando ele se endireitou no sofá e começou a falar, bem tranquilo:

 – Bom, quando eu estava na faculdade acabei conhecendo um garoto. Nossas profissões eram completamente diferentes mas isso não impediu a gente começar a se falar. – Com o rosto olhando para outro ponto da sala, consegui perceber um mísero resquício de vergonha ali e sorri, mesmo sem entender bem aonde aquela conversa iria chegar. O que um colega de faculdade teria haver com o apartamento? – Ele se formou bem antes, mesmo assim a gente continuou com o contato. Hoje em dia ele trabalha no shopping daqui, como cabeleireiro, um dos melhores na verdade… – Itachi me olhou por alguns segundos. 

– Espera… – Eu conhecia a pessoa da qual ele estava falando… 

– Acabou que a nossa amizade evoluiu bastante e… 

Já era óbvio. Eu soube no mesmo instante o que ele queria dizer só de ver meu irmão com as bochechas vermelhas, uma cena que particularmente pensei nunca ter o privilégio de assistir. 

Mas… meu deus. Ele estava querendo dizer que ele e o Deidara… meus olhos se abriram de abrupto.

– VOCÊ ESTÁ ME DIZENDO QUE É GAY? – Gritei quando meu cérebro juntou todas as peças. 

Gay? Meu irmão? O que? Eu jurava que ele ainda nem tinha beijado uma pessoa na vida! 

– Dá pra parar de gritar e deixar eu terminar, porra?! – Itachi ralhou na minha direção, mas eu estava chocado demais para brigar com ele. 

– Itachi! — Minha mãe olhou para ele em um tom de aviso, ela odiava palavrões – E para de interromper o seu irmão Sasuke, cadê seus modos?

Modos? Eu sabia que ela só queria saber mais e mais da história, e eu a pronto para rir até que perdesse o fôlego. 

– Posso continuar? —Itachi perguntou e logo recebeu a confirmação eufórica da matriarca. 

– Bom, como o Sasuke já fez questão de espalhar para os quatro ventos sobre a minha sexualidade… – Olhou para mim com os olhos fervilhando e eu tive que tapar a boca para não rir alto – Sim, eu estou namorando um garoto. – Suspirou – E sim é quem você está pensando, Sasuke.  

– Caralho. – Soltei junto a uma risadinha que escapou junto. Minha mãe tratou de dar um tapa na minha perna como repreensão. 

– As coisas não estavam indo muito bem na casa dele… então decidimos comprar esse apartamento juntos. Só estávamos esperando um momento certo para vir para cá definitivamente e temos arrumado aqui aos poucos, por isso já tem a maioria das coisas. – Ele sorriu ao olhar em volta. – Já era para eu ter me mudado, mas fiquei com receio de deixar vocês dois sozinhos com o Fugaku lá, então adiamos um pouco mais, mas agora não tem motivos para isso mais. 

Eu estava em choque ainda. Caramba Itachi… eu nunca imaginaria que ele e Deidara tivessem algo a mais que amizade, ainda mais nesse nível… morar juntos? Meu Deus. 

– Por isso você me indicou ele... – Agora fazia sentido todos os elogios que meu irmão fazia sobre aquela bicha loira. Meu senhor, como eu não percebi antes?! 

– Que bom que você também arrumou um companheiro filho! – Minha mãe era a mais feliz entre a gente, sorria com tanto amor. – Eu posso saber o nome? 

Era até doido de pensar que aquele loiro tão doido e eufórico era namorado do meu irmão, que sempre foi bem calmo e centrado em tudo. 

– Ele se chama Deidara. 

– Nossa… eu nem acredito. – Soltei uma risada indignada. – O Deidara? Sério? – brinquei. Itachi iria retrucar, mas passos e uma voz sonolenta e conhecida falou antes: 

– Eu pensava que os Uchihas eram uma família mais quieta… 

Quando eu me virei, Naruto estava caminhando até a gente, coçando os olhinhos. 

– Desculpa por te acordar. – Sorri meio desconcertado, com certeza foi o meu grito que o fez sair da cama. 

Ele deu de ombros e aceitou o lugar do meu lado do sofá, não perdi tempo pra trazer ele para mais perto. Naruto não se importou muito, afinal o sono ainda o deixava distante. 

– Você está melhor, querido? – Minha mãe perguntou com um sorriso gentil, enquanto passava as mãos pelos fios loirinhos. Naruto pareceu gostar do carinho porque sorriu levemente. 

– Estou sim, senhora Mikoto. – Tranquilizou sem deixar o sorrisinho de lado. 

– A não precisa de tudo isso, só Mikoto está ótimo! – Sabia muito bem que ela odiava formalidades também, principalmente com pessoas que ela considerava próximas. 

Naruto assentiu, então perguntou confuso: 

– Porque você gritou? – Ele estava tão perto, com o rostinho amassado que eu senti uma vontade imensa de beijar ele ali, mas não queria o matar de vergonha então me contive.

– Acabei descobrindo uma coisa beeeeem doida. – Olhei para Itachi que revirava os olhos. – Itachi namora o Deidara já faz tempo. 

Naruto piscou atordoado, ficando imóvel por um tempo até arregalar os olhinhos. 

– Pera, que?! 

[...] 

Itachi explicou brevemente para o loiro aquilo que minha mãe e eu já sabíamos. Naruto fez as mesmas caras que eu, primeiro o choque, depois a vontade de rir e depois o sorriso. Nenhum de nós dois esperava uma revelação dessas a essa altura, não depois de tudo que passamos. 

– Nunca pensei que isso fosse acontecer… – Naruto não conhecia muito o Deidara, mas não é preciso muito esforço para entender a personalidade daquele loiro – Mas fico feliz por você. – Sorriu. 

– Obrigado, Naruto. – Itachi retribuiu o sorriso.

– Vamos voltar a dormir? – Perguntei percebendo que mais um pouco Naruto dormiria ali mesmo. 

– Vão, está tarde e vocês não dormiram nada. – Minha mãe se levantou do sofá e levou a xícara até a cozinha – Não se preocupem com o colégio amanhã, acho que nenhum dos dois está disposto no momento. 

– É, eu não conseguiria estudar, não amanhã. – Naruto bocejou. 

– Melhor levar ele logo. – Itachi riu. 

– É. – Ri também e ajudei o loiro a se levantar, ele estava molinho e o corpo mais pesado que o normal.

Voltamos ao quarto e não demorou muito para ele cair na cama e dormir bem rápido. Tratei de arrumar o cobertor certinho no meio da gente e voltei a abraçá-lo. Ficamos assim pelo resto da noite. 

[...] 

Acordei apenas quando meu corpo inteiro já estava descansado, com um Naruto agarrado a mim de brinde. 

Acho que a conversa de ontem a noite me ajudou a ter uma noite melhor de sono, uma coisa que eu pensei que não teria tão cedo, mas boa parte do meu melhor sono foi por estar mais tranquilo em ter o loiro do meu lado de novo. Consegui ter paz e não fiquei pensando em mil coisas que poderiam separar a gente, não precisava pensar. 

Com cuidado, aproveitei do sono pesado que ele tem e passei a mão pelo seu cabelo, que nem da última vez, suspirando baixinho ao lembrar da forma desolada que eu o encontrei na casa da Sakura. Preciso confessar que fiquei um pouco surpreso com a atitude que os pais dele tomaram. Naruto sempre me avisou que eles não são como aparentam ser e depois dessa confusão só tive a certeza disso, e da pior maneira. 

Todas as vezes que jantei com a família Namikaze, Minato sempre deixava claro o orgulho que tinha do Naruto. É quase impossível pensar que ele falou coisas tão horríveis ao ponto de deixar meu loiro tão desolado assim. Mas… eu sei bem como os pais são, a raiva sempre domina antes de qualquer outro sentimento. Da parte do meu pai eu já sabia que ele iria reagir de um jeito escroto, mesmo assim eu preferi esconder por medo de alguma coisa acontecer e quase aconteceu se não fosse meu irmão. 

Naruto começou a se remexer na cama, me fazendo sair dos pensamentos para encará-lo murmurar palavras desconexas e abrir os olhos segundos depois. 

– Bom dia dorminhoco. – Brinquei, continuando com aquelas carícias nos fios loiros que eu sei bem que ele ama. 

– Bom dia Suke —Bocejou, esfregando os olhinhos com as mãos – Que horas são? – perguntou sonolento, não se deu o trabalho de me soltar nem nada. 

Olhei para o mesmo relógio na parede, tendo que levantar um pouco o tronco para enxergar melhor. 

– 11:30 – Respondi até um pouco surpreso. Dormimos por muito tempo, mas ele precisava desse descanso querendo ou não, um dia de falta na ficha do Naruto não vai ser tão grave assim.

– A gente dormiu muito… – Exclamou com os olhinhos azuis mais abertos ainda. – Nem sei se eu conseguiria estudar assim também.

– Dormimos mesmo,mas não tem problema – Sorri – Como você está? – perguntei deixando ele se ajeitar melhor entre a gente. 

Naruto percebeu sobre o que eu me referia e deu um suspiro antes de responder com um sorriso pequeno:

– Não posso dizer que estou 100%, mas eu já estou bem melhor que ontem. 

– Que bom. – puxei ele de volta, vendo que ia se afastando. – Onde acha que vai?

– Precisamos levantar e fazer alguma coisa de útil, já são quase meio dia. – Ele riu daquele meu grude. 

– Não tenho culpa de você ter me acostumado mal. – disse simples e ele estreitou os olhos, mas cedeu por fim ficando mais um tempinho comigo ali.

Infelizmente a fome apunhalou nós dois e tivemos que levantar. Naruto mal deve ter comido ontem, e pelo que ele me contou mais um pouco sobre o que aconteceu nem chegou a encostar na comida direito quando Minato começou a jogar verde para cima dele. 

Já de roupa trocada fomos para a cozinha, e não foi surpresa encontrar a minha mãe ali usando tudo da maneira mais natural possível. 

– Bom dia meninos – Cumprimentou com um sorriso logo que nos viu – Acordaram na hora certa, acabei de terminar o almoço!

– Bom dia, tia Mikoto. – Naruto sorriu com animação da minha mãe e eu agradeci por ele estar saindo daquele climinha ruim – O cheiro está ótimo. 

E estava mesmo, minha mãe sempre amou cozinhar, não é novidade que ela já tenha roubado a cozinha do Itachi, muito menos preparar uma comida gostosa ali. 

– Obrigada.

– Já conquistou a minha mãe, falou que o cheiro da comida dela está ótimo. – Brinquei e o loiro riu, mas minha mãe me lançou um olhar furioso. 

– Deixa de ser besta. – Bateu com o pano de prato contra mim e eu ri – Dormiu bem, querido? – voltou a perguntar ao loiro. Olha só que incrível mudança de humor… 

– Sim. —Naruto respondeu com a voz ainda meio sonolenta. – Tenho que confessar que aquela cama é bem melhor que a minha. 

– Só a cama? – Encarei ele com um sorriso de lado – Você me usou como travesseiro a vontade, não é só a cama. 

Naruto corou. 

– Cala a boca, Sasuke – Deu um tapa no meu ombro. Minha mãe só sabia rir. – Sabe que eu odeio quando faz isso, idiota. – murmurou. 

– Desculpa, mas a carinha que você faz quando fica com vergonha vale a pena provocar. – Se existe alguma sensação melhor do que provocar o Naruto e vê-lo envergonhado eu desconheço.

Ele revirou os olhos e se sentou na mesa com a cara fechada. 

– Vocês realmente não tomam jeito – Minha mãe disse ainda rindo e estendeu dois pratos para a gente – Agora comam logo antes que esfrie.

Naruto começou a se servir, colocando bem pouquinho no prato o que me fez estranhar, como ficamos juntos as duas semanas ele comia normalmente. 

– Não está com fome? 

– Hein? A não, vou comer só isso mesmo. – Sorriu torto. 

– Naruto para de graça, eu sei que você não come só isso. – Se ele está fazendo birra por estar na casa dos outros eu vou matá-lo. 

– Eu não sou sem educação Sasuke. – Grunhiu, as bochechas já estavam voltando ao tom vermelho novamente. 

– Isso não justifica esse pouquinho que você colocou, anda logo, para de graça. – Me dei a liberdade de colocar mais pra ele, ignorando a cara indignada que ele fez. Naruto não podia nem tirar o prato de perto se não a comida que estava na colher caia no chão. Quando eu vi que era o suficiente o encarei com um sorriso de lado. 

– Pronto. Eu sei que você vai comer, então nem adianta me olhar assim. 

Minha mãe que já estava na mesa não olhava com um sorriso brincalhão, pode ser que eu peguei essa mania dela. 

– Você vai me fazer morrer de vergonha um dia. – Murmurou irritado, dando as costas para o fogão e indo até a mesa. 

– Não seja tímido. Sasuke tem razão, você precisa comer até te sustentar. – Minha mãe o tranquilizou. 

– É eu sei, mas às vezes seu filho passa dos limites – Naruto me olhou atravessado e eu fingi que não era comigo. Um suspiro saiu dos lábios dele antes de continuar: – Eu queria te agradecer, tia Mikoto, por está me deixando ficar aqui por enquanto – ele e a encarou meio nervoso. 

– Não precisa agradecer querido – Minha mãe abanou as mãos e sorriu – Você sempre será bem vindo!

Naruto assentiu feliz. 

– Depois eu também preciso agradecer Itachi também... foi gentil da parte dele me deixar ficar aqui antes mesmo de morar. 

– Falando no Itachi, onde ele está? – perguntei confuso por ele ainda não dar as caras para me zoar. 

– Ele teve que sair hoje cedo para resolver alguma coisa, não me disse o que era. – Mikoto revirou os olhos, ela detesta quando Itachi e eu saímos sem dizer para onde. 

– Ele sempre tem alguma coisa para resolver, pelo amor. – Acompanhei a mais velha no revirar de olhos. 

Às vezes eu pego agradecendo a Kami por não ser o irmão mais velho. Parece que as responsabilidades caem como chuva para cima do Itachi, eu não aguentaria isso como ele aguenta. Quando meu irmão fez 17 anos meu pai já começou a colocar várias obrigações nas costas dele, podia ser sobre qualquer coisa, empresa ou um problema que Fugaku não queria resolver. Sempre via a feição cansada e entediada do meu irmão exercendo todas essas obrigações, mesmo assim ele conseguia e ainda consegue lidar com tudo sem parecer tão abalado. 

Se eu estivesse no lugar dele já teria surtado com toda certeza. 

– Sabe... fico tão feliz em saber que você está namorando o Sasuke, Naruto – Minha mãe quebrou o silêncio de alguns minutos.

– Hum? – Naruto piscou os olhos, sendo pego surpresa. 

Olhei de relance para o prato dele, quase sem nada. Dei um sorriso discreto. Sabia que ele só estava tentando parecer educado em não colocar o que ele realmente queria comer. 

A mais velha riu da carinha confusa que ele fez. 

– Você realmente fez muitas coisas boas para Sasuke e eu sou muito grata a isso. – Olhou para ele com ternura e depois para mim com os olhos semicerrados – Antes o Sasuke só se metia em bagunça e era bem perdido em ao seu futuro. – Minha mãe riu parecendo se lembrar. 

Eu não falei nada, afinal ela estava certa, eu era um burro que só se ferrava no colégio 

– Mas graças a você ele se esforça mais agora, as notas dele estão ótimas e tenho certeza de que vai te um emprego bom que o agrade. – Sorriu com orgulho para mim – Finalmente tomou um rumo. 

– Não sei se isso é um elogio ou uma pequena bronca. – Soltei fazendo os dois rirem. – Muito obrigada, Naruto. – ela sorriu para ele dessa vez. 

Naruto sempre costuma ficar envergonhado e tudo que minha mãe disse seria um belo gatilho para isso, mas acho que essa declaração só o confortou, depois tudo que teve que ouvir, os olhares que deve ter recebido… o que a minha mãe disse ali pareceu valer ouro para ele, o fez muito bem, então ele sorriu, o sorriso iluminado que eu queria ver a dias. 

– Obrigado tia Mikoto... porém todo o desempenho do Sasuke é tudo mérito dele mesmo – Olhou para mim, ainda sorrindo. 

– Aproveite do seu crédito, nerd. – Brinquei ganhando um revirar de olhos do mesmo. 

– Estou falando sério… Para falar a verdade, no começo do nosso acordo eu pensei que ensinar Sasuke seria uma perda de tempo e que essa cabeça dura nunca aprenderia nada.

– Vocês estão me ofendendo de graça para amenizar a situação depois? Que jogo sujo gente. 

– Mais é a verdade, você nem via interesse em estudar antes Sasuke, sabe disso. – É eu sei, mas não quer dizer que irei admitir em voz alta. – Mas…– Deixei um sorriso escapar. – com o passar do tempo ele foi se dedicando cada vez mais, tornando o estudo uma meta que ele conseguiu cumprir. 

– Belas palavras para começar me esculhambando.. – Eu estava feliz por ouvir aquilo sim, só não queria mostrar tão claramente e agarrar ele ali mesmo. 

– Quando eu vi que você tirou 10 pela primeira vez eu fiquei muito orgulhoso, então passei a nunca mais duvidar. 

– Já duvidou que eu conseguiria? – Abri a boca surpreso. 

– Claro que sim né, você abria um livro com uma cara horrível. – Ele não temeu ao falar – Mas seu professor aqui – apontou para ele mesmo como garfo – foi ótimo em te ensinar então de nada. 

Revirei os olhos. 

– Vocês planejam fazer alguma coisa hoje? – Minha mãe perguntou. 

Naruto olhou para mim buscando alguma tipo de resposta. 

– Não sei… se você quiser a gente fica aqui mesmo. – Já tínhamos matado aula mesmo, sair para algum lugar não seria problema. – Você quer sair? 

– Não sei… tanto faz. 

– Acho melhor vocês saírem – minha mãe interrompeu – É melhor vocês se distraírem, ter um tempinho só os com calma. O que acham? 

Olhei para o Naruto dessa vez. 

– É, pode ser. – Ele sorriu. 

•••


Naruto pov 


Tentei o máximo ocultar todos os meus problemas e pensamentos ruins enquanto andava com o Sasuke pela cidade, a minha manhã foi ótima, o jeito que eles ficaram do meu lado mesmo com todas essas coisas acontecendo…Eu devo muito a família Uchiha isso já está mais do que claro. 

O que a Mikoto falou para mim na hora do almoço me serviu como um inspiração, aquela tristeza e angústia que tampava alguma coisa dentro de mim foi encoberta por um pouco de felicidade, a qual eu prometi vigiar para que permanecesse assim… intacta. 

Depois que Sasuke e eu almoçamos tomamos um banho e decidimos sair, assim como a mãe dele havia proposto, e confesso que sentir aquela brisa gostosa ajudou a me tirar de órbita por alguns instante, felizmente não durou muito quando senti a mão de Sasuke repousar sobre a minha. 

Outra coisa que tem me ajudado. Ele. Ambos causamos todo esse alvoroço, esse problema. Se esse relacionamento não existisse provavelmente estaríamos do mesmo jeito, eu intalado de segredos e Sasuke preso dentro daquela casa. E apesar de tudo que aconteceu até agora, apesar das coisas horríveis que tive que escutar do meu próprio pai… as coisas estão melhores assim. Comigo em uma distância considerável deles até colocar a cabeça no lugar. 

– Estava pensando… podíamos ir no mercado agora e comprar algumas coisas que a gente gosta pra deixar lá no apartamento, duvido que vai ter alguma besteira naquele armário. – Sasuke fez uma careta e eu ri. 

– Seu irmão não gosta de doces? – Sabia que Sasuke não curtia muito, apesar de comer algumas coisas, doce não lhe chamava a atenção. 

– Não e sim – Ele riu ao ver minha cara de confusão – O único doce que o Itachi gosta é o dango, na verdade é o único que eu vi ele comer até hoje. – aquela careta continuava, deixando bem claro sua opinião sobre o doce. 

– Já comi dango… é muito bom, você não gosta mesmo? – Olhei para ele abismado, aquele doce é delicioso. 

– Não é meu doce preferido. – Ele deu de ombros, então já tinha comido, mas não gostou no fim. 

– Você é fresco demais. – revirei os olhos nem ligando pra cara feia que ele fez para mim, olhando para os lados. – Nunca vim nessa parte da cidade, será que tem um mercado perto? 

– Nunca mesmo? – Ele franziu o cenho, rindo em seguida. – Já já você vai saber onde a gente está. E sim, tem um mercado virando aquela rua. – apontou mais a frente com a sua mão livre, a outra que ainda estava entrelaçada a minha me apertou de leve, indicando para apressar os passos. 

Segui ele até o mercado e quando viramos a rua aí sim eu soube onde estávamos, como ele disse. Não se passava do centro de Konoha, só saímos de uma rua menos movimentada que eu nunca tinha passado. Suspirei bem mais aliviado vendo que o apartamento do Itachi não era longe, uma ótima notícia para o meu espírito sedentário. 

– O que você quer comprar? – Sasuke ainda não tinha soltado minha mão, deixando para passar primeiro na multidão que estava na entrada. Tentei afastar o pensamento de um lugar ligado e a fila enorme. 

– Hum…. – olhei em volta. Tinha muita coisa em mente, principalmente ingredientes, mas não precisaria cozinhar e duvido muito que tia Mikoto sequer deixei eu me aproximar da cozinha com outras intenções a não ser pegar uma água. As coisas que o Sasuke me contou… me assustaram um pouco, eu confesso. 

Quase a ponto de bufar em frustração meus olhos brilharam diante da prateleira gigante no fim do corredor. 

– Ramen! – Quase gritei puxando Sasuke junto comigo, atropelando as pessoas conforme me aproximava cada vez mais do paraíso… 

– Naruto tá doido de me arrastar até aqui assim?! 

Ignorei todas aquelas reclamações, parei de ouvir assim que peguei um sabor exclusivo em mãos. Pelos deuses, a quantos dias eu não como um precioso Lamen?! 

– Podemos levar? – Me virei para ele, finalmente parando de ignorá-lo. Não tinha trago dinheiro, na verdade não tinha nada a não ser alguns trocados que esqueci na mochila no apartamento, então Sasuke teria que ter a boa vontade de pagar para mim. 

– Ramen, Naruto? – Sasuke pegou o pequeno copinho nas mãos, fazendo uma careta. – Tem tanta coisa… – ele suspirou olhando em volta. 

– Por favor, vai, você sabe que eu gosto. – Não é possível que eu teria que implorar ali no meio daquele mercado! – Pensei que tinha deixado claro nos dias que passamos juntos o quanto isso é precioso pra mim. 

– Fala sério. Isso já é exagero, Naru. – Sasuke riu, me devolvendo o Ramen. 

– Não é exagero! – Reclamei. – Vai levar ou não? – voltei a implorar. – Por favor, amor! 

– Isso é golpe baixo... – Sasuke riu balançando a cabeça em negação e eu quase permiti que um riso escapasse também, nunca tinha chamado ele por um apelido tão íntimo e confesso que gostei, talvez usasse outras vezes, mas ali naquele momento eu estava a ponto de implorar por aquele Ramen, jogar sujo, nem que fosse para apelar ao máximo. 

– Sasuke isso é a única coisa que eu gosto, eu prometo pagar você depois! – As pessoas em volta já nos olhavam, na verdade só algumas crianças de cara feia que eu ignorei completamente. 

– Você pode me pagar com um beijo ao invés de dinheiro. – Ele sorriu de lado, só então percebi a sua proximidade. Quando que ele se moveu?! 

– Aqui? – Olhei em volta, já sentindo meu rosto queimar aos poucos. Já tínhamos nos beijado em público, mas foi pela euforia e com bem menos gente em volta. 

– O que tem? – Ele instigou chegar mais perto – Vai desistir do seu precioso Lamen me negando um beijo? – ironizou. 

Ponto. Ele tinha conseguido o que queria. Não deixei ele dizer mais nada e cortei nossa distância, tentando ao máximo ignorar as pessoas à nossa volta. Sasuke sorriu vitorioso quando eu colei nossos lábios, senti isso. Ele também não tardou em entrelaçar nossas línguas, tornando o beijo mais gostoso, aquele que não dávamos a um tempinho. 

Por um momento eu esqueci do Lamen na minha mão, das pessoas em volta, de que estávamos em um mercado e só me deixei levar por aquela boca inebriante, pelo beijo calmo e terno que ele me dava. 

Eu precisava daquilo mais do que eu pensava. 

Porém, aquela sensação só durou alguns segundos. Uma tosse bem perto interrompeu nós dois e tivemos que nos afastar. 

Eu pensei que fosse morrer ali mesmo quando vi a mulher ruiva parada ali na frente. Minha mãe também estava ali, ela tinha nos visto presenciara nosso beijo bem de perto dessa vez. Ela olhou para o Sasuke, e depois para mim novamente, um olhar que eu não soube decifrar. 

– Por onde você esteve?! – Exclamou dando um passo à frente, e eu dei outro, só que para trás. 

Percebi Sasuke endurecer o corpo atrás de mim, e sua expressão? Bom...não era muito agradável.

– Eu tentei ligar para você! Estava prestes a ligar para polícia também! – Eu não sabia o que dizer, apenas ouvia, como sempre, ela jogar as coisas em cima de mim. E no fundo eu queria que aquela preocupação fosse verdade... saudade. O que não era. 

– Meu celular acabou a bateria e eu não fiz questão de carregar. – Arrisquei a dizer, impressionado comigo mesmo por permanecer com aquela mesma expressão de frieza no rosto que ela. 

Se meus pais fossem me tratar como uma pessoa diferente… se eles acham que tem esse direito de exigir alguma coisa de mim depois de tudo que aconteceu… depois do que meu pai falou e minha mãe ficou lá calada, apenas escutando e concordando…

Não ia mais me deixar ser levado por aquela tristeza, não queria mais chorar, não na frente deles porque eu tenho certeza de que eles sabem muito bem as palavras para me acertar. 

Então, com a mesma expressão dura no rosto, esperei por uma resposta, vendo ela me encarar com os olhos levemente arregalados.

– Por onde você esteve? – Aquela surpresa sumiu, dando lugar a uma chama de irritação e desapontamento. E eu senti uma pontada de dor, mas fingi não ligar. 

– Não se preocupe, ele está comigo e com a minha família. Sem o Fugaku para nos atrapalhar. – Sasuke respondeu por mim e não recuou quando a minha mãe deu mais um passo, ameaçando uma coisa que eu sabia que ela não faria. 

– Você não sabe o que está fazendo Naruto. – Ela desviou o olhar e eu soube que buscava palavras para me convencer de alguma forma. – Volte para a casa. Hoje. 

Eu odiei aquilo, a forma como ela ditava as coisas para mim, sempre pareceu tão doce, mas tudo não passava de ordens discretas, que eu seguia sem saber. 

– Não vou. – balancei a cabeça. – Não agora. 

– Naruto, você não vê o quanto isso é… – Ela olhou para o Sasuke por um momento – Errado? 

Dali senti meu sangue fervilhar de novo. 

– Errado? O que tem de errado eu amar um garoto?! – Iria dar um passo para a frente mais Sasuke me segurou, mesmo assim não contive as palavras – Será que não entende que o errado aqui é como você e o meu pai agem?! Eu só ficava estudando, estudando, querendo não decepcionar vocês, fingindo gostar de um futuro que eu detestava! E quando eu me apaixono por alguém vocês praticamente me destruíram e não foi preciso me bater pra isso! Tudo o que ele falou para mim… – Meus olhos começaram a embaçar, mas eu continuei com aquela mesma expressão fria, com o mesmo tom de voz.   

Minha mãe tinha os olhos arregalados e as mãos fechadas tão forte que eu pensei estar doendo. Estava em choque, eu vi. 

– Vocês são os errados, deixando-se levar pelos pensamentos dos outros… tiveram coragem de me olhar com despreza mesmo eu não tendo feito nada além de gostar de alguém do mesmo sexo que eu. 

– Naruto… – a voz dela falhou, mas eu não sabia o que era, porque aquela expressão… tinha voltado novamente – Volta pra casa. – baixou a cabeça. E dessa vez, não foi uma ordem, eu percebi. 

– Vamos Sasuke. Compramos isso em outro lugar. – Deixei aquele lamen de volta na prateleira e puxei o moreno para fora do mercado. 



Notas Finais




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