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História O Acordo - Capítulo 10


Escrita por: DebStr

Notas do Autor


Aháaa, surpresa!! Consegui postar agora rapidinho e espero que gostem ;)

Capítulo 10 - Capítulo 10


- Acho melhor vocês dormirem aqui hoje, queridos.  – Mikoto sugeriu.

 

- Como nos velhos tempos, heim irmãozinho tolo? – Itachi disse se levantando e passando a mão pelos cabelos do Uchiha mais novo, que apenas estalou a língua descontente.

 

- Eu não sei, melhor eu tentar ir pra casa. Amanhã é segunda e... 

 

- Nada disso, Sakura. Não existe a menor possibilidade de você sair nessa chuva e nesse breu. É suicídio. – Itachi brigou, não me permitindo terminar a frase.

 

- Mas eu preciso ir pro trabalho cedo amanhã e... – Tentei justificar, mas Mikoto logo me interrompeu.

 

- Eu posso te emprestar algumas roupas e você vai direto daqui. Mas de jeito nenhum que vou deixar você sair dessa casa enquanto estiver chovendo e sem luz, ok?

 

Olhei para Sasuke buscando nele algum apoio em minha decisão, mas o mesmo apenas se manteve quieto e impassível, e pude também perceber um repuxar de lábios tão breve que questionei se não era algo da minha cabeça.

 

Vendo que não teria jeito, apenas suspirei fundo aceitando minha derrota e aceitando meu destino para aquela noite. Agradeci da forma mais gentil que pude e deixei que Mikoto me mostrasse o resto da casa que eu ainda não conhecia.

 

Nos distribuímos para deixar algumas velas na casa, a fim de que pudéssemos enxergar pelo menos alguma coisa durante a noite sem precisar ficar andando com a lanterna do celular na mão.

 

Fui com Mikoto deixar as velas perfumadas nos quartos, enquanto Itachi e Tayuya se ocupavam com a sala e cozinha e Sasuke tentava mexer no disjuntor, porém, sem sucesso.

 

Em um longo corredor, a matriarca apontou para a última porta, onde se encontrava seu quarto junto do marido e mostrou que os antigos quartos de Sasuke e Itachi ficavam um de frente para o outro um pouco antes.

 

Abriu a porta de um cômodo ao lado do que pertencia ao filho mais novo e me informou ser o quarto de hóspedes onde eu ficaria. Era enorme e claramente bem equipado e decorado. Uma cama grande de casal me chamou atenção por aparentar ser ainda mais macia e confortável que a minha. Uma porta ao lado direito levava para um banheiro que complementava a suíte com tudo o que uma visita dos Uchiha tinha direito.

 

E se eu estava me sentindo desconfortável em passar a noite lá, minhas objeções foram embora pelo ralo da grande banheira onde eu tomaria um banho bem demorado.

 

A matriarca logo me deixou sozinha enquanto dizia ir buscar algumas toalhas e roupas para que eu ficasse mais à vontade. Adentrei o banheiro e observei minuciosamente cada detalhe, desde o mármore da pia até os azulejos brancos com flores azuis.

 

- Sakura. – A voz rouca de Sasuke me assustou e eu dei um pequeno pulo, levando uma mão ao peito.

 

- Não me assusta assim! – Ralhei. – Você ainda vai me dar um ataque cardíaco desse jeito. – Falei de uma forma mais cômica enquanto acalmava meus batimentos.

 

Sasuke pareceu achar minha reação divertida e se permitiu uma risada nasalada discreta, a qual eu acompanhei em seguida.

 

- Aconteceu alguma coisa? – Perguntei ao perceber sua feição se fechando e se mostrando incômoda.

 

Sasuke se aproximou de leve, fazendo o ar ficar mais pesado que o normal. Meus músculos travaram no momento em que sua mão tocou o pingente de algemas que emolduravam meu pescoço.

 

- Preciso que use nossas algemas hoje também. – Sussurrou pensativo, como se estivesse me contando um segredo e fazendo uma confissão.

 

Demorei alguns bons minutos para entender o que ele queria e, quando a ficha caiu, um grande ponto de interrogação se fez presente em minha cabeça. Por que eu precisaria me manter ao lado dele naquela noite? Na casa dos seus pais, onde só havíamos eu e sua família? Não saber seus motivos já começava a me dar agonia.

 

- Por que? – Questionei vendo-o se afastar. – Quando é que você vai me explicar melhor as coisas? - Murmurei me aproximando, tentando não deixá-lo fugir de minhas perguntas.

 

- Sakura. – Me repreendeu, mas não me intimidei.

 

- Me conta, Sasuke. Eu preciso entender, eu não consigo mais ficar no escuro. Você não me fala nada. – Fiz um pequeno bico, que não sei se ele reparou por conta da pouca luz das velas. - Como você quer que eu te ajude se eu não sei nem o que devo fazer? – Implorei com os olhos mais pidões possíveis e o moreno apenas segurou-me pelos braços e juntou nossas testas, me deixando estática de surpresa pelo contato inesperado.

 

- Isso não estava no acordo. – Ciciou de olhos fechados, roçando seu nariz levemente no meu.

 

Prendi o ar instantaneamente.

 

A tensão do momento era tão exorbitante que eu sequer me senti envergonhada pela forma íntima em que estávamos. Nossas peles em contato quase nos queimando pelo toque, as respirações tão próximas que batiam em meu rosto com um frescor de menta que me agradava. A sensação de estar tão próxima de Sasuke era incrivelmente viciante, maravilhosa. Eu estava em outro mundo, fora de mim, em um lugar onde havíamos somente nós dois.

 

E naquele instante, eu desejei que o tempo parasse.

 

- Por favor. – Pedi baixinho, mas já não sabia exatamente o que estava pedindo. Era a verdade? Era mais dele?

 

Talvez eu estivesse pedindo tudo, e até mesmo um pouco mais.

 

Meus olhos imediatamente se fecharam e parecia que todo o meu corpo havia decidido por mim que aqueles míseros centímetros que nos distanciavam deveriam ser findados de uma vez por toda. Minha mente já estava fora de órbita, completamente à mercê de minhas vontades escondidas, minha vontade de Sasuke.

 

Mas assim que nossos lábios finalmente se tocaram em um leve roçar, fomos acordados pelos passos e um chamado de Dona Mikoto, que se fizeram presentes perto da porta do quarto. Segurei a respiração e me afastei de Sasuke, retomando a consciência e percebendo o quão louca eu deveria estar. Mas o que diabos quase aconteceu? O que diabos eu estava fazendo? Íamos mesmo nos beijar? Eu só poderia ter ficado doida de vez!

 

Percebi que Sasuke se encontrava completamente rígido e seus olhos demonstravam certo desconforto. Mikoto entrou no cômodo do banheiro e pareceu não perceber o clima estranho, e logo tratei de ignorar o ocorrido para que a mesma não captasse qualquer situação constrangedora que pairava no ar.

 

Entregou-me uma toalha para o banho, um pijama e uma roupa para o dia seguinte. Para a minha sorte, ela tinha algumas roupas debaixo ainda com etiqueta, jamais usadas e que me foram dadas com muito carinho. Só pude agradecer com toda a sinceridade que havia em mim, e logo a matriarca puxou o filho pelo braço dizendo que deveriam me dar alguma privacidade.

 

Soltei o ar que ainda estava preso em mim e tentei não surtar com a minha atual situação: presa na casa dos Uchiha em pleno domingo à noite, sem eletricidade, quase tendo beijado o homem que derruba todas as minhas estruturas e quase sendo pega pela mãe dele.

 

Céus, aquilo só podia ser alguma brincadeira de mau gosto.

 

Fui diretamente para o banheiro e deixei que a água da banheira acalmasse meus pensamentos e emoções, mas minha cabeça estava repleta de um turbilhão de perguntas.

 

Por que Sasuke precisa que eu fique perto dele aqui? Do que ele tem medo? E agora ele estava sozinho na sala de estar com a mãe. Será que estava irritado por eu tê-lo deixado sair? Como devo agir depois daquela catástrofe?

 

Para a minha desgraça, se Sasuke não queria se abrir comigo e explicar suas razões, eu nada poderia fazer a não ser aceitar e tentar não fazer grande caso. Torcia para que em algum momento ele sentisse confiança em mim para me explicar seus reais motivos de precisar da minha companhia, mas isso eu só conseguiria com o tempo.

 

Me convenci de que eu estava levando as coisas muito a sério, a intimidade que construímos, as brincadeiras, as piadas, as pessoas questionando nosso envolvimento. Eu simplesmente me deixei levar pelo momento e quase me joguei em cima de Sasuke. Aliás, quase não, eu de fato fiz isso quando acabei com os centímetros que nos afastavam de forma manhosa e pedinte. Eu realmente tentei beijá-lo.  Eu só poderia estar louca de vez!

 

Mas tudo o que me restava fazer era culpar o fogo que aquele homem despertava em mim. Por que Sasuke não podia ser como Ino imaginava no início? Um homem feio, bem feio. E chato, insuportável...

 

Mas não, ele é simplesmente maravilhoso, interessante, um enigma que me atrai. Maldito! O que ele estava fazendo comigo?

 

Suspirei cansada, desejando nunca precisar sair daquele quarto. De repente me afogar naquela banheira parecia mais atrativo do que me juntar aos Uchiha para o jantar que seria servido em breve.

 

Toquei em meus lábios, lembrando da maciez dos de Sasuke no exato e breve momento em que eles se encostaram. Foi tão rápido e tão sutil que eu poderia dizer que fora um mero sonho. Um que eu não desejava acordar. Mas foi real, e eu sabia. O calor que eu sentia ao lembrar de seu agarre firme em meus braços me mostrava que aquilo realmente acontecera.

 

E agora eu precisava encarar as consequência de um contato tão íntimo quando tudo não deveria passar de apenas negócios. Era pra ser somente um contrato, uma troca de favores profissionais. Mas agora tudo está confuso e embaralhado e eu já não sei o que esperar disso tudo.

 

Concentrei o máximo de coragem possível e me retirei daquela água, enrolando-me em uma toalha felpuda e macia e indo até a cama de casal onde estavam as roupas emprestadas. Coloquei a calça de moletom e a blusa preta que compunha o pijama emprestado. Era perfeito para aquela noite levemente fria.

 

Sequei um pouco meus cabelos com a toalha apenas para que não ficassem totalmente encharcados e olhei as horas. Eram quase 20h e provavelmente Mikoto já estava juntando as sobras do almoço para que não morressemos de fome.

 

Atravessei o corredor comprido e quando cheguei até a sala de jantar, a mesa estava posta com todos sentados em seus respectivos lugares. Pedi desculpas pela demora e me sentei ao lado de Sasuke, que estava com os cabelos molhados do banho recente e mal me olhava.

 

Não sabia se era por vergonha, irritação ou arrependimento. Apenas torcia para que não fosse a última opção.

 

Fomos nos servindo um a um e dessa vez jantamos em um silêncio confortável. A comida não estava fria, mas tampouco estava quente já que não tínhamos eletricidade. Ainda assim, estava uma delícia, sem sombra de dúvidas.

 

Em algum momento, Itachi sugeriu que jogássemos algo. Como não tínhamos muitas opções, aproveitamos as próximas horas para jogar Truco na mesa em frente ao sofá e poltronas da sala de estar. A iluminação das velas era precária, mas era o suficiente.

 

Em meio àquele clima familiar e agradável, mesmo com Tayuya resmungando que sempre perdia ou que alguém estava roubando, eu me senti mais leve e pude esquecer o ocorrido de pouco tempo atrás.

 

- Bom, queridos, acho que já está na minha hora. Boa noite apra vocês, tentem não dormir tão tarde já que amanhã é segunda. – Mikoto aconselhou como qualquer boa mãe.

 

Todos nós a desejamos uma boa noite, e um sentimento engraçado se apossou de mim não evitando uma risada contida assim que a matriarca se retirou do recinto.

 

- O que é tão engraçado, Sakura? – Itachi perguntou curioso e Tayuya me olhou com cara de tédio.

 

- Me sinto uma adolescente de 15 anos dormindo na casa das amigas para uma festa do pijama sendo que tem escola no dia seguinte. – Admiti ainda me divertindo de como aquilo tudo era cômico.

 

Itachi me acompanhou na risada e Sasuke apenas concordou com um leve manear de cabeça enquanto dava um sorriso mais discreto.

 

- Talvez você e meu irmão possam aproveitar uma festa do pijama, hum?! – O Uchiha mais velho sugeriu em um tom claramente sugestivo e debochado, fazendo minha risada cessar as bochechas corarem.

 

- Cala a boca, Itachi. – Sasuke mandou.

 

- Ah, qual é! Até quando vocês vão ficar nessa de “somos só amigos”? Sasuke, desde quando você traz amigas pra almoçar com a nossa mãe? – Perguntou com as sobrancelhas arqueadas em pose de desafio.

 

- Querido, assim você deixa a Sakura sem graça. Olha como está vermelha, tadinha. – Tayuya interviu. – Se eles dizem ser só amigos, é porque deve ser verdade.

 

Minha cara de vergonha tornou-se completamente de surpresa. Desde quando a ruiva mal-humorada me defendia ? Será que ela era bipolar? Bom, talvez fosse apenas geminiana, sabe-se lá.

 

- Pelo jeito que se porta, talvez ela nem goste da fruta. – Sussurrou sarcástica para Itachi, mas em um tom alto o suficiente para que eu e Sasuke ouvissemos.

 

A desgraçada estava apenas preparando o veneno antes de despejar da forma mais inusitada possível. Minha bochechas inflaram e eu bufei de raiva, completamente sem paciência para lidar com aquela mulher ridícula.

 

- Querida, pode ficar tranquila que da fruta eu gosto até demais. – Ouvi Sasuke e Itachi engasgarem, provavelmente de surpresa. - Talvez quem não goste é você, já que não tira essa cara de enfezada nem do lado do seu namorado.

 

- Ah, sua... – Rosnou enquanto se levantava, mas Itachi logo a puxou para o chão.

 

- Você começou. Mas agora chega. – Ele advertiu e eu não pude deixar de sorrir vitoriosa.

 

- Acho que todos estamos cansados e dizem que o sono causa mau-humor. Melhor eu me retirar. Boa noite. – Desejei e sorri gentil para o Uchiha mais velho, que me devolveu com a mesma feição simpática de sempre.

 

Tayuya apenas me fitava com o cenho franzido e um olhar assassino. Dei de ombros e me voltei para Sasuke, que se levantava ao meu lado.

 

- Também já vou. Boa noite. – Disse e me seguiu pelo corredor onde ficavam os quartos.

 

Paramos em frente a porta de onde eu ficaria e senti o ar faltar assim que me lembrei do nosso último momento juntos.

 

- Tayuya vai remoer isso até amanhã. – Comentou com um meio sorriso.

 

- Sei que ela é sua cunhada, mas, me desculpe, eu simplesmente não entendo como seu irmão a aguenta. – Confessei.

 

- Somos dois. – Respondeu sincero e eu lhe ofereci um sorriso cúmplice.

 

- Eles estão juntos há muito tempo? – Perguntei tentando estender a conversa.

 

- Um ano mais ou menos. Ela é filha de um amigo do meu pai. – Respondeu dando de ombros.

 

- E vão juntos para os Estados Unidos?

 

- Sim. Eles vão se mudar para Chicago em dois meses, onde Itachi irá coordenar uma nova filial que estamos abrindo lá. – Explicou calmamente e até me surpreendi com a quantidade de palavras que Sasuke falou de uma só vez.

 

- Dois meses? Está bem perto então! Uma pena que ele vai se mudar, sentirei saudades. Apesar de gostar da ideia de ter essa daí longe. – Confessei risonha. - Como um homem tão bonito e divertido assim cai nas garras de uma mulher tão insuportável? – Questionei pensativa.

 

- Você parece interessada demais no meu irmão pro meu gosto. – Sasuke resmungou e logo vi seu cenho franzido e os olhos mais negros do que o habitual.

 

Corei imediatamente, sabendo que ele estava pensando algo completamente errado. Levei as mãos para seus ombros sem pensar muito no que estava fazendo e disse:

 

- Céus, não é nada disso!

 

- Hum. – Murmurou desviando seu olhar do meu, com uma feição ainda desgostosa.

 

- Sasuke, eu só acho seu irmão um cara legal. Não pense besteiras.  – Sibilei e logo tinha toda sua atenção em mim novamente, enquanto eu recolhia minhas mãos para perto do meu próprio corpo.

 

Fitei os orbes ônix me encarando de forma minuciosa, passando por todo o meu rosto e parando em minha boca. Inconscientemente, meus olhos fizeram o mesmo caminho, fazendo-me engolir seco pela tensão que se formava entre nós dois.

 

- Sakura. – Chamou e estremeci com a rouquidão de sua voz tão próxima.

 

Encarei os orbes ônix e aguardei para que ele falasse algo antes que minhas expectativas fizessem algo dentro de mim explodir, provavelmente o meu coração que batia descontroladamente. Pude ouvi-lo arranhar de leve a garganta antes de continuar.

 

- Se precisar de algo, não hesite em me chamar. – Falou sério e dei um sorriso triste sem querer, por não ouvir o que eu realmente queria.

 

Muitas vezes durante o jantar e o Truco, pensei como seria quando estivessemos sozinhos novamente. Será que o clima voltaria? Será que continuaríamos de onde paramos? Mas suas palavras distantes me mostraram que eu estava apenas sonhando com algo impossível, sem fundamentos, sem chance.

 

Ele não queria nada comigo e agora iria fingir que o nosso quase beijo nunca aconteceu, já que não era mesmo para nunca ter acontecido. Ele sabia, eu sabia. Foi apenas um erro em um segundo que nos deixamos levar pela situação. Foi tudo algo do momento, e só. Um erro e nada mais. Um erro que agora seria apagado de nossas mentes.

 

- Obrigada. Durma bem, Sasuke. – Desejei enquanto abria a porta do meu quarto. Só queria sumir de sua visão, enterrar meu rosto no travesseiro e pensar o quão iludida eu fui ao pensar de que talvez, só talvez, algo pudesse rolar entre nós.

 

- Você também. – Ele respondeu me surpreendendo com um pequeno beijo em minha testa, e logo se virando para alcançar a própria porta e sumir de minha visão.

 

Adentrei meu quarto e senti minha garganta se fechando. Era óbvio. Era completamente óbvio. Ele tinha se arrependido do que aconteceu anteriormente e agora vinha com um “beijo na testa” como quem diz “não confunda as coisas, não somos nada”.

 

Me xinguei de tantos palavrões que minha mãe ficaria assustada com a extensão do meu palavreado. Arfei em constatação de que eu era a louca da história no final das contas, me aproximando dele daquele jeito, demonstrando sem querer que eu o queria sem pensar no que aquilo significava.

 

Passei as mãos pelo meu rosto e tive vontade de gritar comigo mesma. O que eu estava pensando pra quase beijá-lo? Pra me aproximar dele daquele jeito? E eu sequer poderia colocar a culpa no álcool, já que não bebi uma gota o dia inteiro. Só poderiam ser or hormônios, meu corpo brincando com minha mente e me obrigando a fazer coisas estúpidas.

 

Senti o cansaço emocional me abater com força e o desânimo me atingir em cheio ao lembrar que precisaria trabalhar na manhã seguinte. E o pior, precisar aguentar o clima super esquisito que ficaria quando Sasuke me levasse para o escritório.

 

O que era pra ser um domingo divertido, acabou comigo esparramada numa cama que não era minha, me martirizando sem parar pela falta de sexo dos últimos meses que acarretou em um possível surto em que eu tentei de alguma forma seduzir um cara que me vê apenas como uma peça para seus planos que eu sequer sei.

 

É, eu me sentia um completo desastre e uma confusão ambulante.

 

Me perguntava diversas vezes como fui parar naquela situação e logo me recobrei do acordo que fizera com o Uchiha. Era pra ser algo somente profissional, não era? Somente acompanha-lo em alguns eventos...

 

Quando foi que tudo saiu do controle? No dia do pub? Quando o encontrei após a festa na boate? No dia em que ele me presenteou com o cordão...?

 

Toquei o pingente com a ponta dos dedos e afundei meu rosto no travesseiro macio, buscando qualquer indício de onde eu havia me perdido naqueles olhos negros e intensos. Eu já não saberia dizer, pois aqueles sentimentos que começara a nutrir por Sasuke já estavam muito profundos em minha alma e carne.

 

Olhei para as horas que meu celular marcavam e vi que a madrugada já adentrava à noite. Eu precisava dormir e acordar cedo para o trabalho, e consequentemente esquecer todos aqueles pensamentos tortuosos que me assombravam.

 

E por isso apenas assoprei o fogo da vela na cabeceira da cama e fechei os olhos, deixando que o sono viesse e eu esquecesse aquele dia confuso.

 

---

 


Acordei meio desnorteada com o ranger da porta se abrindo. O completo breu não me permitia enxergar quem adentrava o quarto, mas o cheiro amadeirado que eu conhecia bem comprovou o dono da presença.

 

- Sasuke? - Perguntei sonolenta abrindo somente um filete dos meus olhos. - Aconteceu alguma coisa? Está tudo bem? - Perguntei passando a mão no rosto e vendo pela janela que ainda estava de noite.

 

- Não se preocupe. - Respondeu firme.

 

- Sobre mais cedo... eu... me desculpe se... – Tentei dizer, querendo tirar de mim aquele peso que sentia no meu peito por acreditar que eu quase forcei uma situação perigosa.

 

- Shh. Só volta a dormir. - Sussurrou se aproximando e deitando-se ao meu lado. - Não vamos falar disso agora.

 

- Por que está aqui? E o que está fazendo? - Questionei pelo fato de que agora dividíamos a mesma cama. 

 

- Não seja irritante, não vou fazer nada. Só vamos dormir. - Prometeu se ajeitando e cobrindo-nos com o cobertor.

 

- Mas sua mãe... - Tentei argumentar, mas Sasuke me interrompeu.

 

- Sakura, apenas me deixe ficar. - Falou quase como uma ordem finginda de súplica e eu o fitei buscando alguma resposta para aquilo, mas seus olhos fechados e os lábios comprimidos mostravam que nada mais falaria.

 

- Isso não estava no acordo. - Murmurei de forma manhosa ainda pela sonolência, repetindo as palavras que ele proferira mais cedo.

 

- Muitas coisas não estavam... – Sibilou antes de se entregar ao sono profundo, assim como eu logo em seguida.

 

Talvez, só talvez, aqueles sentimentos não estivessem nascendo somente em mim.


Notas Finais


Não tivemos hentai (ainda), maaaas, tivemos um Sasuke e uma Sakura dormindo de conchinha e um "beijinho".

Sem falar no lindo fora que a ruiva recebeu ehe

Me contem o que acharam! Gostaram? :)
O que esperam pro próximo capítulo?

Obs: queria pedir desculpas pelos errinhos que cometi hahaha isso que dá escrever com sono. Mas já editei tudo o que achei e espero que esteja tudo ok agora :)

Beijocas e nos vemos nos comentários!


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