História O Acordo - Capítulo 16

Se eu pudesse, teria congelado meu final de semana e aproveitado mais da companhia de Sasuke. Porém, como ainda não inventaram nenhuma máquina própria para parar a vida em nossos momentos mais felizes, apenas tive que me contentar com mais uma semana de trabalho árduo.

Além do mais, no próximo sábado teríamos a inauguração da mais nova clínica dos Senju e tanto eu quanto Kakashi havíamos sido convidados e confirmado nossa presença.

Senti um frio na espinha imaginando que seria o primeiro evento em que eu e Sasuke realmente iríamos como um casal, ou pelo menos algo próximo disso. Claro que eu não havia comentado com o Uchiha sobre ter ouvido sua conversa com meu pai, e ele também sequer mencionou o ocorrido. Mas eu já não tinha dúvidas de que suas palavras eram sinceras, assim como meus sentimentos.

Imaginava como seria a reação de Mikoto, Itachi e até mesmo de Fugaku. Será que aprovariam o relacionamento? Ou será que compartilhavam do mesmo pensamento de Tayuya? Acreditava fielmente que a matriarca e o irmão mais velho me aprovariam, mas já o o pai de Sasuke ainda era um mistério para mim, apesar de sempre me tratar bem e com educação.

Tentei não pensar muito sobre o assunto, pois a ansiedade poderia me causar uma gastrite ou crise de asma. A gente nunca sabe! Eu só sei que precisava estar 100% para sábado.

Na quarta-feira recebemos a confirmação dos tios de Mei. Danzo Shimura havia os contatado para fechar uma possível parceria, e ao chegar lá, claro que era o mesmo contrato falso que havíamos feito para pegar Sai no flagra.

Kakashi chamou a mim e os sócios no segundo seguinte em que a ligação fora desligada.

- Agora só nos resta demiti-lo. – Assuma falou convicto e Guy concordou de imediato.

- Deveríamos questioná-lo sobre o caso primeiro, não?! – Kakashi perguntou e eu achei sensato. Ao menos, Sai saberia que não nos havia feito de bobo no final das contas e que toda a mentira fora desvendada.

Os dois sócios deixaram que eu e Kakashi conversássemos com Sai, visto que era nosso funcionário direto, e se retiraram da sala a fim de nos dar privacidade. Pedi para que Anko chamasse o funcionário e sentei-me na ponta da mesa de meu chefe, que por sua vez ocupava sua cadeira presidencial.

Três batidas na porta foram ouvidas antes que Sai entrasse, com seu costumeiro sorriso estranho.

- Mandaram me chamar? – Perguntou cínico e tive vontade de quebra-lo a cara.

- Sim, Sai. Sente-se por favor. – A voz calma de Kakashi respondeu e assim o fez.

- Qual é a sua relação com Danzo Shimura?  - Questionei na lata esperando que o mesmo tivesse qualquer reação de arrependimento em seu rosto, mas só vi algo mais parecido com cansaço.

- É o meu pai de criação. Mas não temos contato há anos. Algum problema?

- Sim, Sai. Um grande problema, na verdade. – Expliquei e suspirei fundo para continuar. – Há algumas semanas descobrimos o vazamento de informações sigilosas da empresa para os Shimura.

- Se está pensando que eu tenho algo a ver com isso está muito enganada, senhorita Sakura! – Rebateu me interrompendo e senti uma veia saltar em minha testa.

- E por que não nos contou sobre seu pai antes? – Kakashi questionou. – Não acha que era uma informação importante a ser compartilhada?

- Não sabia que minha vida pessoal determinaria se eu seria contratado ou não.

- Quando se é parente do maior concorrente da empresa, com certeza é algo que devia ter sido contato. – Meu chefe explicou e Sai comprimiu os lábios em uma linha reta.

- Continuando... descobrimos nesse meio tempo sua relação com Danzo, e ainda assim demos uma chance para que nos provasse que nossas suspeitas estavam erradas. – Falei e vi seu rosto contorcer-se.

- O documento da clínica de Osaka que Sakura te entregou era falso. Só você teve acesso a esse contrato e o mesmo caiu nas mãos dos Shimura. Como explica isso, filho? – Kakashi disse sério e até mesmo eu senti medo de seu tom de voz.

- Juro que não fui eu, senhor. Fui embora aos 18 anos de casa somente para me ver livre daquele homem. Jamais entregaria nada para ele, ainda mais algo que pudesse me prejudicar com vocês. – Respondeu de forma persuasiva e por um segundo pensei que o mesmo poderia estar sendo sincero.

Porém, as provas eram irrefutáveis e não poderíamos nos arriscar.

- Sinto muito, Sai. Mas as provas são claras e evidentes. A partir de hoje seus serviços não são mais necessários. Ainda assim, você receberá todos os seus direitos. Agora, peço que junte suas coisas e se despeça de seus colegas. – Falei com certo aperto no coração, mas me mantive firme ainda assim.

Seu rosto foi diretamente para seu colo e ele apenas se levantou em seguida.

- Certo. Mas espero que um dia encontrem o verdadeiro responsável. Estarei aguardando um pedido de desculpas. Com licença. – Pediu com um meio sorriso cabisbaixo ao se retirar da sala.

Meu coração apertou e tive vontade de chorar sem saber direito o porquê. Tudo indicava que Sai era o culpado pelo vazamento de informações, mas porque algo dentro de mim apitava de forma histérica pedindo para que eu investigasse mais a fundo?

Pedi licença para Kakashi, que se ofereceu para cuidar do desligamento de Sai junto ao RH, e fui diretamente para minha sala. Minha cabeça doía e percebi que aquela enxaqueca não iria embora tão cedo.

Mergulhei em uma planilha a fim de passar as horas que ainda restavam daquele dia estranho. Eu só queria esquecer tudo e dar o problema como resolvido. Mas eu não sentia a menor paz dentro de mim, muito pelo contrário.

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Sábado chegou e eu estava eufórica, ansiosa, nervosa, tensa e um mix de emoções que eu nem era capaz de identificar. Sabia que o evento não seria nada requintado, mas ainda assim precisava ir arrumada. Principalmente por querer causar uma boa impressão ao lado de Sasuke, que sempre se vestia incrivelmente bem.

Pedi para que Ino fosse até minha casa me ajudar com a maquiagem e cabelo, visto que a loira era expert nessas coisas. Porém, a mesma disse que sairia de novo com o tal homem misterioso, que eu teimava de chamar de “louco do telessexo” e Ino apenas se divertia com o apelido, entrando na brincadeira e o chamando da mesma forma.

Pelas minhas contas, este seria o terceiro ou quarto encontro deles. Pelo telefone, a Yamanaka contou que estavam indo devagar, sem pressa, deixando as coisas fluírem naturalmente. E isso definitivamente não era do feitio da loira, já que com ela as coisas sempre foram rápidas e intensas. Porém, nunca duradouras. Então, talvez, ir devagar fosse uma maneira dela mostrar que ele era diferente e importante em sua vida.

Sorri contente por ela, pois Ino, mais do que ninguém, merecia encontrar o amor e eu torcia para que ela o achasse ao lado deste ser completamente esquisito, porém, capaz de fazê-la feliz verdadeiramente.

Após colocar um vestido vinho um pouco acima dos joelhos, passei boas horas tentando fazer uma maquiagem mais elaborada. Foi uma luta demorada, mas eu venci a guerra no final das contas e fiquei mais do que satisfeita com o resultado dos meus esforços. Principalmente porque meus olhos verdes estavam incrivelmente destacados e chamativos pela fina linha do delineador preto.

Sasuke insistiu em me buscar, mesmo sendo um caminho completamente contrário para si. Claro que agradeci a gentileza com um beijo carinhoso e um “obrigada” manhosa. Chegamos até o evento de mãos dadas, sem nos importar com os milhares de olhares curiosos e os flashes que nos cercavam na entrada do local.

Adentramos a Clínica que seria inaugurada e fomos diretamente prestigiar Hashirama e sua filha Tsunade que estavam recebendo os convidados com largos sorrisos em seus rostos.

- Sasuke, Sakura! Que maravilha vê-los aqui, e bom, ainda mais juntos. – Insinuou travessa olhando nossas mãos entrelaçadas. – Quem diria que o coração de gelo aqui não era tão gelado assim. – Cutucou o Uchiha, que apenas estalou a língua e deu um sorriso torto.

Em seguida, Tsunade me abraçou e sussurrou:

- Cuide dele, querida. Pois sei que ele cuidará bem de você.

Assenti e a ofereci meu melhor sorriso, cumprimentando Hashirama com um aperto de mão polido. Sasuke fez o mesmo em seguida, felicitando pela nova clínica e elogiando o local.

Pedimos licença aos dois e Sasuke mais uma vez entrelaçou nossas mãos e nos levou para o outro lado do salão. Paramos em frente ao bar para nos servir de uma bebida e enquanto aguardávamos, So Uchiha roubou-me um beijo rápido e terno, que automaticamente gerou um sorriso imenso em meu rosto.

Tudo o que pudemos ouvir em seguida era o gritinho feminino atrás de nós. Mikoto, como sempre, veio em nossa direção com uma felicidade estampada em seu rosto, levando os braços finos em meu pescoço e dizendo o quanto estava contente em me ver e o quão surpresa estava pelo o que acabara de presenciar.

Se afastou e segurou minhas mãos junto às suas. No mesmo instante, Itachi e Tayuya se aproximaram. Enquanto a ruiva nos olhava com cara de tédio, o olhar do moreno era completamente divertido.

- “Somos só amigos”. – Forçou uma voz mais grossa tentando imitar Sasuke e todos rimos, apesar de eu sentir meu rosto esquentar pela leve vergonha.

- Oh, meu querido, você realmente achou que seria capaz de não se encantar por esses olhos verdes? Já estava fadado no momento em que a conheceu. - Mikoto disse de forma sonhadora e apertou ainda mais minhas mãos. – Fico feliz por vocês. – Admitiu sincera olhando para mim.

Assenti com a cabeça com um sorriso constrangedor por termos sido pegos em flagrante e fitei Sasuke em busca de algum apoio. Porém, o mesmo se mantinha austero e apenas concordou levemente com a cabeça com um furtivo repuxar de lábios que talvez só eu tenha reparado.

Me sentia um pouco envergonhada, mas completamente feliz e satisfeita por estar ao lado dele e daquela família que me acolhia tão bem. E, por isso, me permiti me aconchegar em seu braço coberto pela blusa social preta, sentindo seus músculos firmes que eu tanto adorava tocar.

- Não é como se fosse algo tão importante assim... – Tayuya resmungou e fechei a cara, desejando afundar meu punho em seu nariz empinado.

- Dessa forma pensaremos que está com inveja, Tayuya. – Fugaku disse se aproximando. – Sasuke sempre foi um rapaz íntegro que leva as coisas bem a sério, e com Sakura não será diferente. – Pegou minha mão e deu um beijo cálido na mesma. - É um prazer revê-la.

- Obrigada, senhor. Mas o prazer com certeza é meu. – Respondi simpática, adorando o fato de que o patriarca havia dado um baita fora na ruiva desgostosa, além de me tratar com tamanha educação e até mesmo carinho.

- TEME! – Uma voz estridente se fez presente e todos nos viramos para ver Naruto se aproximar com sua esposa Hinata.

- Não grita, baka. – Sasuke respondeu e acenou com a cabeça para a Hyuga.

Todos cumprimentamos o casal e logo a Mikoto e Fugaku pediram licença para falarem com uma mulher ruiva e um homem loiro muito parecido com o Uzumaki. Ficamos assim, nós seis conversando sobre o evento e coisas do dia a dia.

Naruto contava para Sasuke algo sobre onde ele e a esposa passariam as próximas férias. O Uchiha mais novo não parecia muito interessado, mas Itachi, por sua vez, estava adorando participar do assunto. Tayuya, que provavelmente se sentira excluída da conversa, aproximou-se de mim e Hinata, fazendo-me entortar os lábios por sua presença.

- Tsunade nos contou que você e Sasuke chegaram de mãos dadas. Por que não me conta como isso aconteceu? – Hinata cochichou e eu achei graça de sua curiosidade e o fato de que a Senju já deveria ter espalhado a novidade aos quatro ventos.

Olhei para a ruiva que nos observava calada e fiquei na dúvida se deveria entrar neste assunto ou não. Portanto, decidi ser a mais discreta e sucinta possível para agradar Hinata e não receber mais olhares reprovadores de Tayuya.

- Acho que não há muito mistério. – Dei de ombros. – Passamos muito tempo juntos nas últimas semanas e nos conhecendo melhor. Sasuke é muito gentil e carinhoso, além de incrivelmente bonito e sedutor. Foi praticamente impossível não me sentir atraída por ele. – Ri cúmplice enquanto Hinata me acompanhava no bom-humor.

- Sasuke é um amigo de muitos anos e muito querido por mim e Naruto, claro. É a primeira vez que o vejo assumir algo com alguém, e fico feliz que seja você, Sakura. – Ofereceu-me um sorriso verdadeiro.

- Obrigada, Hinata. Também estou muito feliz, não posso negar. – Sorri abertamente em resposta.

- Você deveria abrir os olhos, Sakura. – Tayuya se pronunciou pela primeira vez com um tom de nojo. – Sasuke nunca foi de se apegar a algo ou muito menos a alguém.

- Ainda bem que pra tudo tem uma primeira vez. – Falei convencida e a mesma entortou o rosto. – Estou muito segura de meu relacionamento com Sasuke, mas talvez você não esteja tão convicta assim do seu próprio e insiste em dar pitaco no dos outros.

- Você não sabe de nada! Itachi é louco por mim, se quer saber. Somos muito felizes. – Rosnou.

- Então porque não vá ficar perto de seu namorado e aproveita para manter seus pensamentos e opiniões para si própria, hum?! Afinal, ninguém te perguntou nada. – Debochei e Hinata mal pôde controlar sua gargalhada, me puxando para longe da ruiva que parecia que iria explodir a qualquer momento.

- Sakura! Você é terrível! – Hinata afirmou rindo. – Essa mulher é o demônio, não sei como Itachi a aguenta. Mas finalmente alguém chegou para coloca-la em seu lugar. – Piscou de forma cúmplice.

- Apenas tento não me deixar afetar pelo veneno dessa naja. – Dei de ombros e sorri divertida.

- Aposto que é apenas inveja. Ela diz que Itachi a ama loucamente, mas já percebeu que ele sequer demonstra qualquer carinho em público por ela? – Comentou baixinho.

- Realmente nunca os vi em clima de intimidade, mas acreditava que era por serem um casal mais discreto de repente. – Respondi pensativa. – Talvez, um dia, eu possa perguntar diretamente a ele.

Hinata concordou com a cabeça e antes que pudesse falar mais alguma coisa, Naruto e Sasuke se aproximaram de nós, enquanto loiro beijava a bochecha da morena e a abraçava pelos ombros. Sasuke, por sua vez, apenas me lançou um olhar carinhoso e levou a mão discretamente até minha cintura, aproximando nossos corpos.

- Estava falando com o Teme aqui de marcarmos um encontro de casais qualquer dia.  – O loiro comentou e a Hyuga concordou dizendo que era uma ótima ideia.

Assenti com a cabeça e ofereci um sorriso gentil e animado.

Sasuke se mantinha quieto enquanto o Uzumaki citava ansioso alguns restaurantes que poderíamos ir e deixava claro o quanto era impressionante ver o Uchiha acompanhado com alguém que durasse mais do que apenas uma noite.

Senti uma pequena pontada de ciúmes e desconforto ao imaginar Sasuke com outras, mas, ainda assim, sabia que o que tínhamos era completamente diferente e mais real do que tudo o que vivi nesses 27 anos.

Por impulso, e como uma forma de garantir que o mesmo não escaparia, abracei-o pela cintura da mesma forma que fazia comigo. E assim ficamos, completamente encaixados e compartilhando o calor de nossos corpos enquanto adentrávamos cada vez mais em uma conversa divertida com o casal a nossa frente.

E ali, naquele lugar, eu me senti mais completa do que nunca.

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Em certo momento, a Hyuga pediu para que eu a companhasse até o banheiro, fazendo Sasuke entortar o rosto e Naruto questionar porque mulheres sempre vão juntas ao toilet.

- Prometo não demorar. – Sussurrei perto de Sasuke e beijei-lhe o rosto, enquanto o mesmo assentia com um repuxar de lábios.

Porém, Hinata passou uns bons minutos retocando a maquiagem, demorando mais do que o esperado. Ainda assim, não estava preocupada. Afinal, Sasuke acompanhado de Naruto e se não o havia estrangulado nos últimos anos, não o faria agora.
 

Retornamos até onde ambos estavam, mas o loiro encontrava-se conversando com Tsunade e Jiraya apenas. Olhei para os lados e nenhum sinal de Sasuke. Questionei o Uzumaki e o mesmo me informou que Tayuya havia pedido que o mesmo a acompanhasse para procurar por Itachi.

Fiz uma careta não gostando nem um pouco daquilo, mas apenas agradeci e decidi procura-lo.

Passei por diversos cantos da clínica, mas nada. Comecei a busca-lo pelos corredores que não estavam abertos ao evento, porém, não tinham acesso restrito nem nada do tipo. Ao virar numa esquerda qualquer, pude ouvir vozes conhecidas e misturadas por trás de uma porta.

Minha curiosidade se aguçou e senti um mau pressentimento no estômago ao tocar na maçaneta.

- Eu já disse que isso não vai acontecer. Não me encha mais o saco com esse assunto. – Sasuke rosnou e aguardei para ouvir o que viria a seguir, mas nada veio, pois o Uchiha abrira a porta em um rompante, quase me derrubando para trás.

- Sakura? – Falou confuso. – Desde quando está aqui? – Perguntou com o cenho franzido.

- Acabei de chegar. Estava te procurando. – Respondi olhando para dentro da sala, vendo Tayuya com os braços cruzados e um sorriso malicioso. – O que estavam fazendo aqui? – Perguntei desconfiada.

- Vem. – Disse me puxando pela mão até que nos encontrássemos em algum lugar a sós.

- Não, para! – Ordenei fazendo-o parar subitamente ao fixar meu pés no chão. – Por que vocês dois estavam em um sala sozinhos, Sasuke? E o que não vai acontecer? – Questionei batendo o pé enquanto várias coisas nada agradáveis passavam em minha cabeça.

- O aniversário do Itachi é em duas semanas e não estamos concordando com certas coisas sobre a festa surpresa. Não é nada para se preocupar. – Garantiu após suspirar fundo e me trazer para seus braços.

- Não sou tola. Acha que não vejo que ela sempre te procura quando te deixo sozinho? – Acusei e Sasuke suspirou cansado.

- Tayuya é muito insistente. Não gosta quando as pessoas vão contra a ela e desde que nossas opiniões não se batem, ela vem me importunando. Podemos esquecer issoa agora?– Pediu, me apertando ainda mais contra seu corpo.

- Não gosto dela. – Resmunguei colada ao seu peito.

- Eu também não. – Falou sério e se afastou para me ver melhor e logo pude ver sua feição divertida percebendo que eu estava completamente enciumada.

- Hum. – Murmurei inconformada.

- Gosto de uma mulher só, e ela está bem na minha frente. – Admitiu baixinho selando nossos lábios de forma apaixonada e eu logo amoleci com suas palavras, entregando-me a ele e suas carícias.

Nos separamos quando o ar nos faltou. Sasuke achou melhor voltarmos para o evento e eu assenti sem dizer mais nada. Porém, eu não havia gostado nem um pouco do que acontecera há poucos minutos. Me lembrei instantaneamente da vez que o encontrei em sua sala e um brinco fora achado no cômodo, e posteriormente descobri que o acessório pertencia logo a Tayuya.

Achava estranho a forma com a qual ela se aproximava de Sasuke, como uma cascável pronta para dar o bote. Por que ela sempre dava um jeito de encontrá-lo sozinho? Seria realmente para que ninguém, especialmente Itachi, ouvisse sobre a tal festa surpresa? Ainda achava suspeito, no mínimo.

Pensei em perguntar mais sobre o assunto ao Uchiha, instigá-lo até que eu me sentisse satisfeita e convencida, mas não achava o momento propício. Talvez em uma ocasião em que estivéssemos sozinhos e mais confortáveis, sem o risco de sermos interrompidos por ninguém. Naquele momento eu achei melhor acatar seu pedido, pois o mesmo parecia extremamente cansado e até mesmo irritadiço. E desse jeito, eu sabia que não chegaríamos a lugar nenhum.

Não posso negar que também me deixei levar por suas palavras doces. Meu coração ainda estava aquecido pela confissão inesperada e eu sabia que deveria confiar em Sasuke. Então, mesmo ainda tendo dúvidas se o assunto era realmente referente a festa surpresa de Itachi, preferi acreditar em suas palavras e deixar aquilo de lado.

De qualquer maneira, um envolvimento entre os dois com certeza não era algo que se passava em minha mente, já que nem mesmo Kami devia suportá-la, quanto mais Sasuke com sua paciência limitada.

Além de que, Sasuke e Itachi eram muito ligados e eu jamais poderia cogitar a ideia de uma traição desse nível os rodeando. Não, de jeito nenhum. Sasuke não faria isso, era a certeza que pairava minha mente.

Com isso, deixei o assunto morrer, mesmo com a curiosidade nas alturas sobre se o assunto conversado era somente referente a tal surpresa de aniversário. Assim sendo, permaneceria sem comentar nada mais sobre o caso. Pelo menos por enquanto.

Esquecido o assunto e caminhando com as mãos entrelaçadas, rapidamente encontramos rostos conhecidos. Inclusive o da ruiva que estava mais enfezada do que nunca.

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Quando o relógio marcou quase 23h, percebi que Kakashi e Mei não haviam aparecido e estranhei a ausência dos dois.

Pedi licença ao grupo que era composto pela família Uchiha, Naruto e Hinata e logo peguei meu celular para discar o número de meu chefe.

O mesmo não atendeu e comecei a me preocupar além da conta, achando que algo poderia ter acontecido aos dois. Liguei para Assuma e Guy perguntando se tinham qualquer notícia, mas ambos disseram não saber de nada.

Antes de tentar ligar para Kakashi mais uma vez, percebi que uma mensagem havia chegado.

E, para a minha surpresa, era uma foto.

Kakashi, Mei e Sakumo, que estava adormecido no colo da mãe.

Deixei uma lágrima escapar e Sasuke se aproximou.

- Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – Perguntou preocupado e eu lhe mostrei a foto.

Ri contente enquanto mais algumas lágrimas caíam de meus olhos e Sasuke me abraçou.

De repente, uma nova mensagem vibrou em minhas mãos:

Kakashi Hatake: Estamos no hospital de Konoha. Sakumo está ansioso para conhecer a madrinha, então não demore para chegar.

Solucei chorosa e risonha, fazendo Sasuke rir de minha reação.

- Vamos. – Falou firme e informou para todos de nossa partida e o motivo.

Mikoto ficou extasiada, pedindo para que eu enviasse fotos assim que possível e eu assenti ainda controlando o choro emocionado.

Fomos diretamente para o hospital e passei a madrugada babando pelo meu mais novo afilhado, enquanto Sasuke me observava com um sorriso misterioso.