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História O Amor de Fim de Festa. - O Bicho Papão.


Escrita por: RompanteSecreto

Notas do Autor


Notas da autora: Olá! Aqui quem fala é a autora, a Jubbie.

E bem, temos um aviso de atenção. O capítulo extra tem gatilho e gatilho pesado. Não tem muito que dizer. Esse capítulo foi colocado separadamente justamente por isso. As cenas são pesadas e eu não sabia como descrever sem descrever de fato. Então, caso não queiram ler, não tem problema, porque nos próximos capítulos eu vou descrever mais ou menos o que aconteceu de forma leve, apenas com diálogos entre nossos personagens principais.

Me desculpem. Sei que é chato, mas não quero que vocês leiam se forem a sensíveis a - Abuso doméstico.

Para pular a cena, procurem apenas os * e eles separarão onde começa e onde termina o gatilho. Também tudo estará em itálico, novamente, para que vocês pulem sob a hipótese de não querer, não estar no clima ou simplesmente porque acham a cena desnecessária.

Boa leitura!

Capítulo 6 - O Bicho Papão.


 

Evan tentou enrolar o máximo possível na editora. Tinha medo de ir para casa, mas não havia mais o que fazer ali. Tinha revisado tudo, escrito tudo, até mesmo limpou a sala em que estava na busca de mais tempo ali. Mas, com a caixa com seus pertencentes nos braços, ele precisava ir para o seu apartamento.

Respirava fundo, tentando ignorar o aperto no seu peito e a falta de ar que sentia. Era só ligar para seu pai. Poderia pedir para que mandasse alguns homens até lá e dormiria na casa de Eliott por aquele dia. Mas aí, poderia dar adeus a viagem. Seu pai nunca permitiria que ele saísse do país sob a ameaça de Barty.

Por que tinha que ser assim?

Barthemius poderia ter feito aquela parte nas suas vidas ser apenas algumas memórias boas com ferimentos cicatrizados. Mas não. Barty era o mau caminho que ele teve que percorrer em sua carreira e vida. Entre seu sonho de se tornar um grande jornalista, conheceu Barthemius Junior Crouch. E havia sido em uma noite como aquela.

Se lembrava de sair animado do escritório da NNC. Tinha arranjado um crachá exclusivo para entrevistar alguns recém chegados na política americana, dentre eles, a família Crouch. Foi uma festa, todos os convidados estavam mais do que bêbados quando deram seus parecer para o jovem jornalista Cass, menos Barty, o mais novo da família, estava sóbrio, e além de falar sobre o legado de seu pai como deputado americano, o Crouch convidou o jornalista para dançar.

Evan inicialmente acreditou que ele era um idiota. Um filhinho de papai que acredita ou sabia que teria uma carreira dada em suas mãos mais cedo ou mais tarde. Independente disso, teria sempre tudo ao seu dispor, inclusive, pessoas.  Porém, na festa, depois de algumas danças e bebidas, ele pensou que tinha se enganado. Barty era divertido, o fazia rir e sabia conversar muito bem sobre tudo que ele gostava, afinal, por ter dinheiro, havia viajado pelo mundo todo. E essa liberdade de Barty encantou-o, a forma de falar que fazia qualquer coisa em qualquer hora e lugar. E que era feliz. Nossa, Evan sonhava em viajar e escrever sobre os lugares que tanto lia. E Barty prometeu isso, como também prometeu flores, jantar, carinho e beijos. Evan nunca soube se havia sido isso que tinha o encantado, ou só o fato dele se sentir querido foi o suficiente. 

No entanto, o tempo passou, e o que dizia se ser amor, Remus fez o ver que era apenas tolerância. Barty apenas o tolerava, o queria, o possuía. Nos jantares, Crouch o fazia ficar quieto no jantar com os amigos dele. Nas festas, era apresentado para grandes políticos, mas não podia falar sobre seu trabalho. E se queria sair com seus amigos da NNC ou com Remus, Barty não gostava, dizia que Evan estava o ignorando ou tratando o relacionamento deles com pouco interesse. Mas era o contrário. Enquanto Evan o tratava como se Barty fosse seu bem mais precioso, Barthemius o tratava como se o relacionamento dos dois apenas fosse notas de rodapé. E não, ele não acreditou em Remus, embora no canto de sua mente, também soubesse daquilo. Talvez fosse o seu maior erro, acreditar que a tolerância se tornaria amor, que entre os sussurros de vanglorio, haveria beijos. 
O silêncio e as palavras duras, se tornaram físicas.*

"Você está maluco" -Ele tinha dito para Barty que se sentia muito sozinho.
"Eu não disse isso." -Evan tentou dizer a ele que na verdade ele estava errado sobre alguma coisa de política e Barty gritou com ele, dizendo que estava certo, e que Evan ouvido errado.
"Você não vê que tudo que eu quero é o seu bem?" -Evan tentou ir a uma festa com Remus e Barty o buscou antes que pudessem entrar, dizendo que tinham um jantar para ir.
"Por que você não me escuta? Estou tentando fazer tudo ser mais fácil para você" -Evan retrucou, dizendo que nunca mais podia ir nas eventos que queria e Barty respondeu que apenas estava tentando o ajudar a fazer contatos com outros jornalistas e políticos.
"Mas quando voltar se rastejando, eu não vou querer." -Em uma noite, quando Evan recusou a se deitar com ele, Barty se sentiu ofendido, dizendo que ele nunca fazia quando ele queria.
"Você é muito sensível." -Evan chorou quando Barty ignorou o aniversário dele e ainda impediu que pudesse sair com Remus.
"Está vendo coisa onde não tem. Eu te amo, Evie, você não percebe? Nunca faria nada para te machucar...Nós somos...Especiais. Todo mundo diz isso." -Evan apontou que Barty tinha saído com outro em um evento e tentou terminar com ele.
"Me desculpa, não vai acontecer de novo. Você me deixou nervoso." -Barty bateu nele pela primeira vez, irritado pelas acusações.
"É que eu te amo tanto, que eu não consigo entender porque você não entende. Eu só quero que tudo seja perfeito." -Evan estava com a supercílio machucado por outra briga que ele nem conseguia se lembrar do motivo.
"Eu comprei isso para você...Se lembra que te prometi?...Por favor, me perdoa. Nem deve ter doído tanto. Foi sem querer." -Barty lhe relógio novo com diamantes por causa de outra briga, assim como outros presentes, Evan nunca usou.

*Dia após dia. E ele começou a ter medo de fugir. De pedir socorro. Não confiava mais em abrir a boca, achava que Remus e seu pai acreditariam em Barthemius. Que apenas estava exagerando e o que estava acontecendo era normal.

Então, Remus viu os machucados e não deixou mais que acontecesse. Barty recebeu um acordo para que ficasse longe. Isso porque, pela sua influência, Eliott temia que a editora recebesse alguma represália. Com isso, Barty desapareceu por bons meses, deixando que Evan conseguisse se reerguer e tentar esquecer o que aconteceu.

Agora, lá estava aquele maldito gato de pelúcia.

Ele respirou fundo e saiu do carro que nem lembrava de ter pego. Ao invés de subir normalmente pelo elevador, dentro do prédio, subiu pela escada de incêndio. O ar estava gelado, e sua garganta ardia enquanto alcançava seu andar. Deixou a caixa ali próximo da janela e a abriu com cuidado. As luzes do apartamento estavam desligadas, mas ele conseguia ver que tudo havia remexido, incluindo as caixas que já tinha fechado, estava naquele momento abertas e reviradas. Colocou as pernas para dentro e devagar, enquanto segurava em uma das suas mãos um spray de pimenta, caminhou até a porta de entrada do apartamento, que viu estar aberta. Seu coração estava disparado e o ar faltou completamente ao chegar até a maçaneta.

Lentamente, fechou a porta e virou a chave. Pronto para respirar aliviado, sentiu uma mão gelado em seu ombro.

Com força, se virou e deu um soco na pessoa que estava ali.

A decisão foi correta. Era Barty, que aparentemente tinha aprontando-se para recebê-lo, usando um terno e gravata. Como se nada daquilo fosse bizarro o suficiente.

-Porra! Evan! -Gritou Crouch Jr, segurando o próprio nariz, que agora sangrava. Evan sentiu um leve orgulho daquilo. Barty sempre disse que ele era fraco.
-O que você tá fazendo aqui? -Evan apontou o spray para o rosto dele.

-Vim te ver...-Barty sorriu tirando as mãos do rosto. -Não posso fazer uma surpresa para o meu namorado? 
-Eu não sou o seu namorado. Agora, caí fora. -Evan disse.
Barthemius riu.

-Ou o quê? Vai jogar pimenta nos meus olhos? -Barty perguntou.

-Vou! -Evan disse.

-Eu checaria se o seu spray tem carga. -E ele sorriu, convencido.
Evan arregalou os olhos e tentou apertar, mas nada, o spray estava vazio. Não era a primeira vez que Barthemius estava ali. Quantas vezes ele esteve ali?

De uma vez só, Barty o empurrou contra a parede, segurando seus punhos em cima da cabeça. O de cabelos pretos espetados sorria, com o rosto próximo ao de Evan.
 

-Me solta, Barthemius! Nós não somos nada! -Evan tentava se soltar, sentindo dor em seus punhos, que eram apertados por Barty e arranhados na parede.

-Você é meu, Evie...Só meu. Não importa onde você está ou com quem está, eu sempre vou te achar. -E ele se aproximou dos lábios de Evan, tentando o beijar.

E ao tentar enfiar sua língua dentro da boca de Cass, o jornalista não pensou duas vezes e deu uma joelhada com força no meio das pernas do homem. Barty mordeu com força o lábio inferior de Evan, que lacrimejou pela dor, mas conseguiu empurrá-lo para longe. Barty deu um grito de raiva e tentou se erguer, mas o mais baixo já havia corrido em direção a janela, de onde havia vindo.

Barty pegou uma vaso no chão e jogou na direção da janela, acertando a parede próximo a cabeça de Evan.

O jornalista engoliu seco e correu para o quarto, pegando no caminho sua mochila, que possuía passaporte, passagem e outras coisas importantes para a viagem. Conseguiu puxar uma pequena mala que tinha poucas roupas e seus livros mais importantes. De resto, apenas pulou para a janela que ainda conectava com a escada de incêndio. Nisso, Barty estava tentando passar pela outra janela, que por sorte, pelo impacto com o vaso, havia se fechado e estava emperrada. Não esperando mais, Evan apenas pegou a caixa que estava na escada e a desceu, saindo dali o mais rápido possível.

 



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