História O amor e a ilusão - Livro 03 - Uma atitude impulsiva

Capítulo 2

Ao entrar na escola é possível observar as reformas feitas durante as férias, pintaram as paredes, trocaram as portas e o piso da secretaria foi trocado.

-Gi! Olha aquele menino lá! – diz Sofia.

-Que menino? – lhe pergunto, tentando olhar na direção que ela está olhando.

-Aquele que está na porta da sala do segundo ano!

Direcionei meu olhar para a sala do segundo ano e na porta da sala havia um garoto loiro, olhos verdes azulados e com um corpo um pouco malhado, ele é realidade muito lindo.

-Nossa, finalmente tem algum garoto interessante nesta escola. Ele é bem o seu estilo mesmo Sofia. – diz Júlia.

-Meu estilo? Eu só te mostrei o aluno novo, não é nada disso que você tá pensando não. – diz ela fingindo estar ofendida.

-Sei... você pensa que me engana! Você sempre diz que o garoto dos seus sonhos é loiro, olhos claros e possui um corpo atlético, parece até que nós não te conhecemos! – digo ironicamente.

-Eu achei ele bonitinho, mas dizer que ele é o garoto dos meus sonhos já é exagero.

-A negação é o primeiro sinal da paixão... – diz Chris sarcasticamente.

-Vamos para a sala? Daqui a pouco o sinal vai tocar e não quero levar falta no primeiro dia de aula. – diz ela andando rapidamente, em uma tentativa desesperada de fugir do assunto.

Chegamos na sala e havia vários alunos novos, um garoto de cabelos e olhos negros fazendo um lindo contraste com sua pele clara, o outro novato ao seu lado possui cabelos crespos e castanhos possuindo olhos da mesma cor, sua pele é negra, fazendo uma bela sincronia com seus olhos e cabelos, eles estavam conversando, mas param de falar assim que as garotas e eu chegamos, posso até dizer que estão boquiabertos.

Procuro o meu lugar no fundo, mas já estava ocupado por uma garota nova.

Fui para outro lugar, mas Júlia segurou meu braço e sussurrou em meu ouvido.

-Ela é aluna nova, tem que saber as “normas do colégio”.

-Júlia, não precisa fazer confusão, podemos muito bem ir para outro lugar este ano, já estou até cansada de ficar sempre no mesmo lugar. – diz Sofia.

-Concordo com a Sofia, justamente por ela ser novata não podemos tirar- lá do lugar dela! – lhe digo e ela bufa.

-O.K. – diz ela hesitante.

-Que tal sentarmos naquele canto? – aponto para o canto que fica próximo a janela.

-Gostei! – Sofia diz empolga enquanto caminha até a carteira.

O sinal toca e o professor entra na sala, aula de matemática, eu particularmente amo, é a matéria que mais tenho facilidade, também é a que mais presto atenção, pois a aula de literatura por exemplo, para mim é hora da soneca.

O intervalo chegou e quando sai da sala, Jonathan já estava na porta.

-Jonathan? – digo lhe dando um abraço.

-A Júlia está aí? – ele e Júlia são irmãos, mas são completamente diferentes, o Jonathan é o meu melhor amigo, ele é inteligente, engraçado e carinhoso; já a Júlia não é do tipo que gosta de estudar, mas também não admite ficar a baixo da média, ela é bastante popular aqui no colégio, mas como não poderia ser? Ela é líder do clube de dança, já participou do grêmio estudantil, também não posso deixar de falar de sua beleza, loira cabelos longos e ondulados e olhos azuis, ela sempre fala sobre suas dietas e rotina de malhação.

Jonathan também é bastante popular, as meninas vivem suspirando por ele, tenho que confessar que antes de tornarmos amigos, eu era apaixonada por ele, as vezes sinto que este sentimento não se foi completamente, mas quem não gostaria dele? Os olhos dele também são azuis, mas são mais claros que o de Júlia, seu cabelo é encaracolado e loiro, ele sempre se interessou por esportes, tentei levá-lo para o muay Thai, mas ele prefere jogar futebol, por isso possui um corpo atlético.

-Não, Júlia foi para o refeitório.

-Ótimo, vem comigo. -ele diz pegando a minha mão.

Ele vai me puxando pelo corredor e me leva até o vestiário masculino. Pode parecer estranho, mas gosto do toque da sua mão na minha.

-Bem, preciso te contar algo. – ele diz nervosamente.

-Pode falar. – digo ansiosa.

-Ontem eu estava andando de skate pelo condomínio, e eu conheci uma das pessoas que se mudaram para lá.

-Eles já chegaram! Quem você viu?

-Uma garota, o nome dela é Rafaella, você não tem noção do quão bonita ela é! Eu até cai quando a vi, passei uma das maiores vergonhas da minha vida! – quando ele diz acabo tendo uma crise de risos – ótima amiga você é, ao invés de me dar apoio, fica rindo de mim!

-D-Desculpa Jonathan, mas foi muito engraçado – digo ainda rindo – e como ela é?

-Ela parece um anjo, ela é ruiva e quando foi ver se eu estava bem o sol ficou entre os cabelos e deu um contraste tão lindo que só foi ofuscado pelos olhos dela, são azuis esverdeados.

-Não a conheceu e já está até apaixonado.

-Não estou apaixonado!

-Não? Jonathan você tá falando da garota como se ela fosse uma divindade!

-Mas é verdade! E não é só a aparência dela que é maravilhosa, ontem mesmo minha família foi jantar com a dela e...

-E?...

-E eu a beijei.- senti meu coração diminuir os batimentos.

-O que?! Mas vocês acabaram de se conhecer!

-Eu sei! É que bateu aquela química sabe? E eu a beijei, mas ela o aceitou. – uma lágrima ameaçou descer pelo meu rosto.

-Nossa, eu fico muito feliz por você... – digo ficando de costas para ele, não quero que ele me veja chorar, Jonathan já ficou com outras garotas, mas ele nunca falou desse jeito sobre nenhuma delas, nem mesmo enquanto namorava com a Vitória

-Gi, você tá bem?

-Eu? Claro que estou, na verdade estou até feliz por você estar alegre assim.

-Eu te conheço Giovanna, sei quando você está mentindo, você sabe que pode confiar em mim! – ele diz me fazendo virar para encara-lo, ao ver minha lágrima ele a seca com as costas da mão – não gosto de te ver triste.

-São lágrimas de felicidade John. – digo lhe chamando pelo apelido.

-Não, não são. Se eu souber quem te fez sofrer vai se arrepender.

-Já falei que estou bem! – digo o empurrando.

Ele se aproxima de mim e me abraça, e eu o aceito. Eu amo o abraço dele é sempre tão caloroso, sincero...

Ele se afasta de mim e olha em meus olhos.

-Você é tão linda Gi, não devia chorar assim, apesar de que até assim você fica fofinha. – ele diz apertando minha bochecha esquerda.

Me aproximo e faço a atitude mais inesperada e impulsiva que já pensei em fazer, eu o beijei.

Ele se assustou e se separou, isso foi como um soco em meu estômago.

-Gi, eu... – ele diz e quando olhamos para a porta do vestiário havia várias pessoas nos olhando e dois deles estavam gravando com o celular.

Ai meu Deus! Não...não!

Sai correndo do vestiário, empurrando as pessoas que estavam na minha frente.

-Giovanna espere! – escuto a voz de John, mas continuo correndo.