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História O amor é Épico - O dragão e o Tigre-dente-de-sabre


Escrita por: MarteloDeAssis

Notas do Autor


Aqui começa a história envolvendo os personagens de Fairy Tail.

Capítulo 2 - O dragão e o Tigre-dente-de-sabre


Era uma era em que dragões e tigres-dente-de-sabre ainda não haviam galgado completamente os degraus que ascendiam da Terra para o imaginário humano. Muitos passavam suas vidas jurando tê-los visto para angariar seguidores sedentos de detalhes e histórias proféticas, outros abandonavam suas famílias em busca dessas criaturas míticas descritas nas líricas de bardos que viajavam pelas terras do continente de Fiore.

            Em uma pacata cidade dessa grande massa de terra que ainda se aventurava nos primórdios da civilização com tecnologias rudimentares voltadas à agricultura, com edificações de pedra e madeira e com habitantes entogados que viviam do comércio de suas manufaturas e serviços, aconteceu um milagre.

            Numa cálida tarde de verão, o céu rasgou-se por uma figura escarlate que perfurava majestosamente as grandes nuvens que passeavam pela imensidão azul do firmamento, desvirginando uma trilha de azul em meio às tenras massas brancas. As cornetas dos Arcanjos e Querubins poderiam ser ouvidas não fosse o furor e o brado vitorioso do povo que viu com os próprios olhos um dragão de verdade. Na parte mais elevada da cidade, habitada pela nobreza, o grito de dor de um parto ressoou com o primeiro rugido do dragão ouvido naquele dia, o segundo, no entanto, foi correspondido pelo desespero dos médicos ao ver a mãe desfalecida na maca enquanto a criança chorava. O dragão se aproximou da janela e fitou a criança, que cessou o choro. Mais rápido do que se podia acompanhar com os olhos, o dragão sumiu.

            Assim nasceu Natsu Dragneel.

            Os anos se passaram e até os doze anos, Natsu não havia jamais proferido uma palavra sequer, muitos especialistas haviam tentado fazê-lo falar das mais diversas formas, por meio da fome, do medo, da dor, do amor... mas todas foram em vão. Eis que Natsu, acompanhado de seus tutores sentados em um banco sob uma árvore que lhes protegia da claridade impiedosa do meio-dia, soltou um assovio ao que passava um menino de sua idade, mostrando seu torso esculpido pelo labor diário e reluzindo a claridade do dia com o suor que o encharcava. O menino assediado virou-se como que se um furacão lhe conduzisse e por um momento as folhas da arvore chacoalhavam imitando uma salva de palmas que Natsu dava ao moleque olhando-o da cabeça aos pés. Nesse momento, Natsu soltou suas primeiras palavras:

- Rosas são vermelhas, violetas são azuis

Seria, pois, eu um tarado ao admirar

Tão belas as espaldas, cuja luz

Me atrai e cuja carne faz pulsar

Meu ser com o desejo que conduz

A sublimar a dor de não tocar

Esse seu corpo todinho e colher seus

Gemidos de amor com os dedos meus?

            Esse momento entrara para a história da cidade, todos em volta pararam em estupor ao ouvir a recitação de Natsu, pedreiros, comerciantes, guardas, transeuntes e em especial, os tutores que choravam um misto de lágrimas de alegria e terror. Pode-se dizer que nesse dia o menino de 12 anos conseguiu duas coisas: parar o mercado da cidade e conquistar o coração de seu muso inspirador, que por acaso se chamava Gray Fullbuster.

            A história daquela cidade, entretanto, não reservou a data apenas para Natsu. Sob o escrutínio impiedoso de cada raio de sol emanando daquele firmamento refulgente, um batalhão de guardas se alinharam formando um corredor do centro do mercado ao portão principal da cidade. Tocavam os sinos sinais de uma nova sina para aquela cidade, sobretudo para Natsu.

            As badaladas preconizavam o crescente ranger da abertura dos portões, as partes metálicas das armaduras tilintavam com a inquietude dos guardas, o gelo que cobria as montanhas no horizonte longínquo, que se abria junto com os portões, derretia com o calor escaldante e formava uma figura que se assemelhava a um felino com duas presas sobressalentes que desciam de sua arcada dentária ao queixo. Muitos consideraram um augúrio.

            Entre os virgens capins esmeraldinos que se estendiam ao redor da cidade, apenas uma trilha nua de barro ligava os portões da cidade à grande floresta que isolava a cidade de suas vizinhas. Uma mancha branca se formara longe, e saindo da floresta crescia, à medida que seguia a trilha, ganhava forma e brilho. Os níveos cavalos que conduziam a alva carruagem pareciam deslizar sobre a estrada levemente lamacenta com tamanha delicadeza e velocidade que nem seus cascos sujaram-se.

            Esse era senão um preparativo para que a população não ficasse tão extasiada com a beleza da figura que que descia da carruagem. As vestes volumosas e os tecidos luxuosos denunciavam a origem do jovem que era acompanhado de dois servos que ostentavam roupas mais caras que a nobreza local. O trio desfilou pela passarela aberta entre os guardas até a praça central, onde um dos homens que acompanhava o jovem nobre se pronunciou.

            - Em nome da família Eucliffe, venho declarar que estas terras pertencem ao jovem Sting Eucliffe, que tomou a liberdade de fazer sua residência aqui. De agora em diante, ele será o responsável pelas questões políticas e econômicas da cidade.

            O menino de cerca de quinze anos que se apresentava como o novo líder político da cidade despertou insatisfação em uns e orgulho em outros, afinal, a família Eucliffe era uma das mais poderosas do continente.

            Natsu estava com Gray à frente da multidão, haviam conseguido fugir dos tutores do jovem Dragneel. Embora Natsu tivesse Gray à sua frente, não conseguiu desviar o olhar de Sting, não sabia se o que sentia era inveja, admiração, medo ou desejo. O menino de cabelos roseados só conseguiu desviar o olhar quando recebeu uma fitada recíproca daquele que admirava. Sting começou a caminhar calmamente em direção a Natsu com um sorriso malicioso.

            -Ora, ora, não sabia que aqui se desperdiçava tanta beleza deixando-a solta assim na rua para qualquer um pegar... Ahh isso aqui lá em casa....

            Sting segurava o queixo de Natsu, ignorando a presença de Gray.



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