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História O amor não está perdido - Tudo pode mudar...


Escrita por: _s_urvival

Notas do Autor


Olá meus amores! Peço desculpa pela demora, os trabalhos engoliram todo meu tempo essa semana, me sobrou tempo pra começar a escrever tranquilamente agora, prometo me empenhar mais.

Capítulo 2 - Tudo pode mudar...


Fanfic / Fanfiction O amor não está perdido - Tudo pode mudar...

Pegando o celular na mão, me aconcheguei no banco de trás do táxi, confesso que aquele ar condicionado estava me deixando um tanto quanto nervosa, abaixei a pressão do ar me deixando relaxar no banco, que por sinal era bem confortável, voltei a focar no celular, abrindo a mensagem por muitas vezes e saindo ao mesmo tempo, a mensagem vinha e voltava da minha cabeça, eu não conseguia mesmo correr atrás, e nem sei como faria isso, será que eu devo? será que ela merece as minhas desculpas? sem pensar duas vezes abri a mensagem novamente, a luz do celular me deixava em uma transe total. 

 "Não deveria estar mandando essa mensagem, pois você não merece nem um segundo da minha atenção, mas, eu aceito suas desculpas." Ao mesmo tempo que eu digitava a mensagem, eu respirava fundo, chamando a atenção do motorista, minhas mãos soavam entre o teclado e eu realmente não sabia qual seria a resposta, meus olhos vibravam de uma maneira assustadora, eu não sabia se era o certo, mas até quando vou me perguntar isso? Me deixei relaxar no banco fechando meus olhos logo em seguida.

POV Camila

Depois de sair da Perini, andei pensando pelo caminho de volta à casa, o som do carro estava baixo, os vidros meio que fechados soltavam um vento em meu rosto bagunçando os fios do cabelo. Os pensamentos purificavam a minha alma de algum jeito, eu lembrava de mamãe, ela era tão querida, tudo o que ela fazia por mim era mera gratidão, eu com certeza não reclamaria se ela estivesse ao meu lado agora, por mais que ela reclamasse tanto do meu estilo de vida, eu não deixava de admira-lá, ela dizia que eu ficava o tempo todo na escola e nunca tinha um tempo pra mim, mas como eu teria? Aquela escola é tudo o que eu tenho e eu não vou poupar os meus esforços, mas da mesma forma que eu fico interligada sempre ao jazz e as meninas, às vezes me vem um pensamento "por que não sair? Não pensar um pouco mais em mim? Faz tento tempo que não me arrumo e me olho no espelho tendo orgulho de quem eu sou. " 

Depois de ter tropicado em várias lombadas pelo caminho de casa, por pensar tanto, eu finalmente tinha chego. Peguei minha bolsa rapidamente do carro e sai, dando um empurrãozinho na porta, entrei em casa como quem não queria nada e me joguei na cama. Da pra acreditar que daqui aproximadamente 3 horas eu tenho que voltar para escola pra cobrir o turno da noite? Eu estava bem exausta, não tinha tempo pra mais nada. Depois de tanto chegar à uma conclusão, me peguei de olhos fechados dormindo o que me fez perder 15 minutos da aula.

Depois de ter levantado correndo para o banheiro, passando uma água por todo meu corpo, me enxuguei com a toalha que estava pendurada sobre o box, me troquei com toda pressa que eu pude e fui para a garagem. A noite estava linda em Chicago, as estrelas davam um grande indício perfeito de que a noite seria cheia de boas vibrações. Depois de estacionar o carro na Perini e descer batendo o ponto, fui para a sala, cumprimentei todas as meninas que me devolviam a gentileza com um lindo sorriso no rosto. Todas estavam com seus uniformes, collants pretos acompanhado com uma saia rodada da mesma cor tornando-os um conjunto, as sapatilhas rosas que pulavam para lá e para cá. Elas realmente eram bem animadas, depois de quase uma hora de ensaio, resolvi deixa-las à vontade e aproveitei para tomar um ar do lado de fora. Saindo pelos corredores encontrei Sofia, uma das professoras da Perini que eu mais confio e que faz um trabalho tanto como incrível, mas o que ela estava fazendo à essa hora aqui? 

 - Sofia? 

Me aproximei dela dando um leve sorriso no rosto, seus olhos se viraram para os meus e a expressão do seu rosto parecia assustada.

- CAMILA! QUE SUSTO

Ela gritou de pressa, sem ter consciência de que todos estavam centrados nas salas ensaiando, confesso que não aguentei e soltei um riso frouxo.

- Desculpa se eu te assustei, vim para Perini cobrir o ensaio do turno da noite para Amélia, e você, o que faz por aqui?

Ela assentiu com a cabeça.

- Vim buscar a minha irmã, ela faz aula aqui nesse turno e aproveitei para...

Os olhos de Sofia viraram para uma mulher com mais ou menos 1,68 de altura, ela usava um arranje bem solto, um shorts jeans apertado mostrando perfeitamente suas curvas, uma regata solta de mangas claras, seu cabelo longo e moreno estava totalmente solto, dando leveza para a maquiagem que ela usava em seu rosto. Confesso que me surpeendi junto com Sofia, que mulher era aquela? Suspirei fundo voltando minha atenção para a conversa que não havia acabado.

- Sofia, Sofia

A mulher falava repetidamente chamando Sofia por muitas vezes e eu mais uma vez, desviei a minha atenção para ela.

- O que foi criatura? Até parece que viu um fantasma

Sofia dizia enquanto eu dava leves risadas olhando a cara de espanto da moça.

- Por um deslize achei que tinha te perdido

- Pois achou errado. Deixa eu te apresentar, essa aqui é a Camila.

Ela concedeu sua mão e eu fiz o mesmo ato de gentileza, sorrindo entre os dentes.

- E você, como se chama?

Ela me olhava sem piscar franzindo a testa.

- Lau...Lauren 

- Prazer, Lauren. Estava perdida pela escola? 

Ela me olhava assustada agora, parecia que tinha feito algo de muito grave.

- Eu estava andando pelos corredores e parei para observar um ensaio de umas meninas.

Depois dela ter dito o nome da sala, e eu ter ressentido que a sala era minha e que as meninas eram alunas de Amélia, que no caso eu que cobria, eu me revoltei, é claro que não tinha problema nenhum conhecer a perini, mas as meninas apresentariam daqui duas semanas no teatro mais conhecido de Chicago, e ninguém podia assistir antes do dia. Depois de ter respondido brutalmente Lauren, eu sai do ambiente em que elas estavam e fui para a sala dando continuação ao ensaio, empurrando com a barriga, pelo stress que eu havia passado, que não era bem um stress.

Depois de ter passado e repassado para as meninas os passos da grande coreografia, eu finalmente dei fim. Abanando as mãos com um gesto de até logo para todas as alunas, elas eram tão esforçadas que me deu um orgulho tremendo pelo trabalho que Amélia fazia com elas. Elas não paravam um segundo, cada uma mostrava sua habilidade em dançar, o que me alegrava calada só me fazendo olhar.

Depois de me despedir de todas elas, me arrastei pela parede daquela sala oca, dando um acento perfeito no piso gelado, me tornei a pensar em algo bem repetitivo. Nós nascemos, propagamos à nossa vida, fazendo uma tal faculdade e depois indo atrás de um bom emprego, mas, e no final? Todos nós vamos embora e o mérito vai embora conosco também. Fico me perguntando o por que das pessoas terem tanto rancor umas das outras? O desespero, a fraqueza e a tristeza moram juntos sempre. Lembro que mamãe havia pego depressão durante uma fase de nossas vidas, que era tanto como complicada. Mamãe não levantava da cama, não dormia direito e mal comia, seu cheiro era desagradável, nem levantar para tomar uma ducha ela levantava, agora eu me pergunto o por que de ser tão complicado assim? Mas, confesso que sempre tive em mentes que quem complica somos nós mesmas. Sim, nós complicamos tudo, pra que entrar em conflitos? Pra que brigar? Pra que derrubar uma lágrima atoa? Nós somos capazes de mudar tudo, se corrermos atrás. 

Me levantei rapidamente do chão, dando duas voltas com a chave para fechar a sala, bati meu ponto, e por um momento achei que não conseguiria sair de lá, meus dedos soavam e a digital não saía de jeito nenhum. Depois de tanto tentar, eu havia conseguido, dei duas voltas na catraca e fui direto para o carro. Entrando no carro, tentei não pensar tanto, segui o meu rumo e pode apostar que o destino era tanto como louco. As vezes tomamos atitudes impulsivas, mas pra falar a verdade, eu precisava fazer isso, ou então, eu ficaria presa em minha cabeça, tentando achar uma solução pra esse "probleminha".

Depois de passar pelas ruas de Chicago, minha cabeça estava ocupada com algo bom, as estrelas davam um brilho extremamente incrível, as pessoas passeavam com seus cachorros e as crianças corriam com seus doces na mão acompanhadas de seus pais. Podia estar melhor essa noite? Eu creio que não. Depois de ter chego ao meu destino, soltei os cintos e desci do carro correndo para apertar a campainha daquele grande apartamento.

- Boa noite, senhora! Veio visitar quem?

O porteiro dizia em voz aguda, sendo super simpático comigo.

- Apartamento 9, bloco D

Depois de ter esperado exatos três minutos, ele abriu a porta me dando passagem para entrar, acenei com a mão dando um leve sorriso, e em seguida dando um breve " boa noite ". Apertei o botão do elevador esperando chegar a minha vez, depois de esperar ansiosamente. Lá estava eu, na porta de Sofia, apertei levemente duas vezes a campainha o que à fez correr para atender. 

- Ca...Camila?

Depois de ter gaguejado, e ter me olhado com curiosidade, finalmente caiu a ficha de que era eu mesma que estava na porta de seu apartamento.

- Boa noite, Sofia. Me desculpa incomodar, é que eu preciso te pedir algo importante

Ela me olhou com mais curiosidade do que quando me viu ao abrir a porta. Depois de tanto me olhar e cruzar os braços com um ponto de interrogação enorme no rosto, ela me deu passagem para entrar em seu aconchego. O apartamento era maravilhado, tinha mais espelhos que o normal, as cores eram vintages, e ela tinha um lindo poodle que me olhava também com curiosidade. 

- Pode pedir, Camila

Eu olhava Sofia e pensava, será que eu pergunto? Será que eu devo? Respirei fundo engolindo a seco. Depois de tanto ficar presa em meus pensamentos, observei Sofia me olhando ansiosa para saber o que tanto eu tinha pra dizer. Confesso que por um minuto, me peguei observando ela de outra maneira. Sofia usava um vestido longo com um tom de creme, seus sapatos altos davam a ela uma sensualidade única, seus cabelos cobriam as orelhas e seus olhos eram claríssimos.

- Camila?

Pulei no sofá, o que fez o pequeno poodle latir e Sofia olhar assustada para os meus olhos.

- Me desculpa, estava distraída. O que eu tenho pra te pedir é simples, só não sei se você concordaria

Ela me olhava e assentia com a cabeça.

- Sabe o que é, eu queria pedir o número de Lauren, queria pedir minhas devidas desculpas, fui muito bruta na forma de falar com ela

Depois de tanto insistir para Sofia me dar o número, ela havia anotado no papel e entregado na minha mão, eu olhava os números de telefone de Lauren, e o coração apertava querendo explodir. Pensei por mais alguns minutos, e eu achava melhor mandar aquela mensagem ali mesmo, se eu saísse de lá e pensasse por mais um minuto, eu não faria nada disso.

Depois de digitar com as mãos tremulas, eu enviei a mensagem, o que me fez corroer de desespero. Olhei nos olhos de Sofia e fui abordada com um grande sorriso me dando um alívio e um indício que o que eu tinha feito era o certo. Depois de passar mais alguns minutos no apartamento dela, resolvi seguir destino a minha casa, já que estava tarde. Sai do apartamento dela, agradecendo repetidamente e dando um leve beijo em seu rosto, o que fez com que ela parasse e fizesse o mesmo ato de afeto.

Depois de sair do apartamento de Sofia, pensei por mais alguns momentos, um certo dia estava mexendo na internet, vendo textos e poemas, e certamente um me marcou em cheio, o texto se expressava tanto, era tudo tão intenso, que toda vez que eu lia ele era como se eu entrasse dentro de cada palavra dita. 

“Ela sorria com os olhos. E quando sorria com a boca, tudo em volta parava. Eu sentia como se aquele sorriso me beijasse a alma. Eu me lembro da sensação de frio na barriga toda vez que eu chegava em frente à casa dela, e de me olhar no espelho do retrovisor pra checar se tava tudo ok comigo. E aí quando finalmente eu entrava, dava um beijo tímido no rosto, e o abraço… O abraço que poderia me manter ali facilmente por longas horas. Eu gostava de a olhar fazer tudo, pelo prazer de achar lindo qualquer ato cotidiano vindo dela, e por ver sua pele ruborizar quando notava meu olhar direcionado a ela. Era sempre o mesmo ritual: ela notava, sorria sem graça, baixava a cabeça e a balançava negativamente. Nesse ponto, ela já estava vermelha, e eu sorria. Sorria feito criança com brinquedo novo. Sorria sem conseguir me desfazer daquele sorriso. Eu gostava de tentar notar cada detalhe nela. Quando ela colocava os óculos, e ficava com aquele ar intelectual, eu sentia vontade de nunca mais parar de beijá-la. Quando ela não conseguia deixar seu cabelo quieto, e o colocava por cima do ombro esquerdo. Quando ela bebia água a cada meia hora… E me oferecia todas as vezes. Quando deixava seu pescoço à mostra, e eu ia lá e beijava um monte de vezes, até ela olhar pra mim e rir. Quando ela me beijava de olho aberto, e eu me fingia ofendida, pra gente rir depois…Eu dizia o quanto ela era bonita sempre que tinha oportunidade. Sempre que a olhava. E por algumas vezes, muito a contragosto dela, dizia também pras pessoas ao nosso redor. Porque eu queria que o mundo todo a visse com os meus olhos. Com o vislumbre que eu tinha por ela. Eu me lembro do dia que ela cozinhou pra mim… Foi um dos dias mais bonitos que a gente teve. Ela estava toda preocupada se o ponto da carne estava bom, e se a quantidade de sal e tempero era a certa.  Quando eu fiquei doente, nós estávamos brigadas. Ela me pediu pra ficar com ela, me deu massagem no peito, e só dormiu depois que dormi. Eu soube das suas histórias do passado. Eu ri com elas, senti ciúmes de outras. Desejei ter estado lá em boa parte delas. Eu soube dos seus desejos pro futuro. Eu quis estar ao lado dela pra ver todos aqueles sonhos se realizando. Eu quis assaltar bancos, viajar pra longe, fugir com ela. Meu corpo ainda está marcado da última vez que nos amamos. E toda vez que tiro a roupa, me encho de lembranças. Da respiração, do cheiro, do gosto, da voz, de sua expressão facial. Da forma como me apertou nessa última vez, e como ficou deitada em meu peito, enquanto fumávamos aquele cigarro. Foi cena de filme. Parecia que sabíamos que seria a última vez. Eu queria ter sido pra ela um terço do que ela foi pra mim. Mas não é assim. O meu amor, a minha paixão, o meu seja-lá-o-que-isso-for não foi forte o bastante pra fazer durar. Não foi maior que a dor, que o medo, que o amor que ela tinha por outra pessoa. Ela se assustou por gostar de mim. Quis se afastar por sentir demais. Mas essa é a vida. Amar quem não tá preparado pro nosso amor.”

Quer dizer, é como você dar o mundo pra alguém que não está preparado para receber tudo aquilo que você propõe, ou então, a pessoa não quer mesmo aquilo que você tem de tão bom pra dar, as pessoas perdem oportunidades á todo momento, parece até que elas gostam do que é ruim e do que não é valorizado. Depois de pensar naquele texto, naquelas palavras que possivelmente me deixavam alerta de tudo, voltei a caminhar pra fora do apartamento até chegar no carro, atravessei a rua com precisão abrindo a porta do carro em seguida e entrando confortavelmente nele. Depois de dirigir por diversas ruas em Chicago, eu finalmente estava em casa, e adivinha só? nenhuma mensagem de Lauren, será que ela vai me perdoar? Ou será que ela vai me ignorar? eu ficaria com a segunda opção.

Depois de ter chego em casa e ter tomado um belo de um banho bem quente para aquecer o que eu chamo de "minha alma" nesses últimos dias, eu estava finalmente deitada em minha cama, os lençóis de verniz fazia com que meu corpo todo relaxasse, o pijama de seda vermelho que mamãe me deu, me ajudou nessas noites de calor, que mal consigo dormir, posso dizer assim. Depois de tanto me revirar pela cama, eu finalmente consegui pegar no sono.

Eram 9:30 da manhã certamente eu estava atrasada para o trabalho, depois de pular da cama correndo arrastando o edredom pelo chão, eu finalmente estava no banheiro, me olhei no espelho abrindo um sorriso, hoje o dia dava grande indícios que começaria tudo bem, conforme eu planejava todos os dias, Chicago estava com um sol baixo, o ar fresco, de longe dava pra ouvir as crianças conversarem umas com as outras e rirem das próprias piadas. Me deixei relaxar por um momento enquanto tirava a camisola de seda que descia pelo meu corpo escorrendo bem rápido encontrando o chão gelado, depois de estar livre das roupas, entrei no chuveiro, que aparentemente estava morno, a água escorria pela minha cabeça me fazendo relaxar, á ponto de encostar minha cabeça e viajar nas minhas próprias paranoias, era tão bom ficar ali, embaixo da água, pensando na vida, em possibilidades, em desejos , e até naquele teu sonho que você ainda quer alcançar.

Depois de breves pensamentos contínuos, desliguei o chuveiro pegando a toalha em cima do box, me enrolei nela saindo direto do banheiro para o quarto. Me sequei levemente, pendurado a toalha em cima da arará em seguida colocando as minhas roupas íntimas, coloquei por cima meu collant e a legguing preta pegando os sapatos de jazz em seguida. Sai rapidamente do apartamento, voltando por mais duas vezes por ter esquecido algo, o que me deixou um pouco nervosa.

Depois de ter entrado no carro colocando os meus cintos, eu finalmente podia seguir meu destino. Depois de vagar um pouco pelas ruas de Chicago e ter noção de que o dia estava realmente muito bom, eu tinha chego na Perini. As alunas entravam de pressa, e as que me viam acenavam e davam um sorriso prolongado, o que me deixava alegre para retribuir o carinho. Olhei para os lados do carro procurando a chave da sala de aula, me posicionando direto para os tapetes, aonde eu havia colocado aquela chave agora? Eu estava realmente atrasada, as alunas não vou me perdoar se eu demorar mais que cinco minutos. Depois de tanto procurar, achei a chave puxando-á pela mão, o que me fez pular de um susto, por ter visto que junto com a chave, tinha um carta ao lado dela, o que fez me fez puxar junto também. Fiquei olhando e observando, o que será que tem aqui dentro? Depois de ter visto as iniciais agora eu sabia do que se tratava. 

*          Olá Minha Querida

Não esperava essa carta agora não é? mas olha só, eu não sei que dia da semana você verá essa carta e muito menos o mês, mas espero que preste atenção em cada palavra dita, é claro que pelo que eu te conheço, você vai sentir vontade de jogar essa carta longe agora,  mas eu prometo que tudo o que eu falar aqui, vai ser por  pura sinceridade. Camila, neste exato momento estou sentada na poltrona que vovó Dulce havia me dado, o ar está fresco em Boston, as luzes estão meio que acesas, resumindo, o dia está tão lindo. Daqui 2:30 você vem até minha casa me buscar, e depois que eu já estiver sentada em teu carro com os cintos presos, aí sim eu vou jogar essa carta em baixo do seu banco, para que um dia você possa ler, e lembrar que mesmo que tivemos momentos ruins, nós também tivemos momentos bons, o que pode cobrir o rancor que você vai levar de mim pro resto da tua vida. O dia será bom para nós duas, mas depois de tanto sorrir e estar ao lado uma da outra, eu terei que te revelar algo, que você já sabe no momento. Mas quero deixar um pouco de lado o que eu fiz de ruim pra você. Camila, escrevo isso com os meus olhos escorrendo profundas lágrimas, minha cabeça está ardendo de tanto que dói por fisgar que não te terei mais pra mim, o sol que bate repetidamente em meu rosto me faz enxergar o quão boa você sempre foi pra mim. Quero te agradecer por existir, quero te agradecer por ter me dado a oportunidade de aprender a te conhecer e a te aceitar do jeito que você é, e por mais que eu já tenha me desculpado tanto e ter esperado um sinal afirmativo como resposta, quero te pedir as minhas últimas desculpas, e dizer que, você sempre será a melhor de todas que me apareceu. 

                           Até breve, Jesie, 2016;04;06.

Os meus olhos estavam cheios de água, eu não aguentei a força que essas palavras tocavam meu coração. Jesie é minha ex mulher, nós tínhamos uma vida, planos e sonhos juntas. Tínhamos uma casa própria e toda mobiliada, tínhamos um carro e até um cachorro, bob, que hoje está morando com a minha mãe. Nós éramos tanto como felizes, nossa vida não era uma rotina, todos os dias nós fazíamos algo de diferente que pudesse mudar totalmente nosso dia, o dia era novo e com ele o aprendizado, ela era tudo pra mim, e de repente ela se tornou o meu nada. Jesie me traiu, ficando com uma de suas "melhores amigas", eu não tive tempo de descobrir sozinha, ela mesmo olhou no fundo de meus olhos e me contou a verdade, o que eu mais admirava nela era o ato de sinceridade, mas pra mim, quem trai deixa de ser uma pessoa sincera e se torna uma pessoa hipócrita e falsa. 

A carta me levou para outro mundo, eu realmente não conseguia processar mais nada, por que tudo tem que ser assim? tudo deveria ser um pouco mais fácil, por que agora, se na minha cabeça faltava uma parte, posso dizer que depois disso, falta todas as peças. Pensei e repensei, e já tinham se passado meia hora, o que me fez cair em um choro contínuo, eu não conseguia me posicionar de nenhum modo, uma perna estava pra fora do carro, me fazendo sair e dar á primeira aula do dia, já a outra queria estar bem longe dali.

Olhei profundamente na frente, me fazendo pensar por mais alguns minutos, o som do celular me fez despertar no mesmo instante, me fazendo procurar ele pela bolsa bagunçada. Eu estava tão distante, não sabia mais o que fazer, o dia parecia muito bom pra mim pela manhã, agora nem sei se vou ter mais um bom dia, por que essa carta despedaçou todo o meu corpo. Abri o celular, e ao ver, tinha um sms recebido. Era de Lauren, ela aceitava as minhas desculpas e dizia que não deveria aceita-las, mas que pensou muito e bom, resolveu mandar a mensagem. Da pra acreditar que depois de ler aquela mensagem eu sorri feito uma criança? uma criança que acabou de ganhar um pirulito. Eu não sei o motivo dessa felicidade, mas por um momento me fez esquecer da carta que Jesie tinha escrito. 

Depois de ler a mensagem por mais três vezes, eu estava de pé, batendo o meu ponto na Perini e indo correndo para a sala, depois de andar pelos corredores e ver de longe a minha sala cheia de alunas, eu alarguei o meu passo. As meninas estavam de braços cruzados com expressões de que estavam ali fazia um tempo. 

- Me desculpa, meninas! me atrasei um pouco.

Elas olhavam pra mim com atenção, assentido a cabeça com um sinal de afirmação, parecia que quando eu estava ali, pra elas não importariam mais nada, além da dança e de ter a mim pra ensinar os passos de jazz.

- Tudo bem tia Camila

Roselie que era a mais nova aluna, com apenas 7 anos sorriu dizendo pra mim. Aquelas alunas tinham uma facilidade imensa de alegrar meu dia, e eu não poderia estar mais grata por isso. Depois de ter aberto a sala e ter em visão as meninas correndo e se posicionando em seus devidos lugares, veio a alegria novamente para dentro de mim, aquela carta me fez enxergar que por mais que passamos por momentos ruins em nossas vidas, nós também passamos por momentos incríveis, por mais que a pessoa te fez mal, ela também te fez bem, e por último, foi bom enquanto durou, e não é por que acabou que nunca deixou de ter dado certo, deu certo á partir do momento em que Jesie pediu minha mão em namoro, depois foi o casamento, mas hoje em dia enxergo que sou melhor que uma mentira e uma traição possível, eu posso conquistar tudo o que eu sonho sem depender de ninguém, por que quem depende de alguém pra se sentir melhor, não tem amor próprio e não é feliz. Pude enxergar com o sms da Lauren, que por mais que eu tenha errado, uma luz no fim daquele poço sombrio, a fez enxergar que o erro foi bobo e que ela podia me dar mais uma chance, para que eu pudesse provar pra ela que eu não era um monstro, e que aquilo foi apenas algo de momento. E sobre mim, eu estou bem, eu vou ficar bem, quem disse que não ficaria?



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