Capítulo Final - Família Uchiha.
Ao longe já se podia visualizar as silhuetas dos dois shinobis mais importantes da Vila, o casal imaginou que eles fossem recebê-los após lhes enviar um gavião anunciando sobre o seu retorno. Embora Sasuke tivesse falado sobre a data de regresso, não falara sobre a principal novidade, decidiu junto da esposa que preferiam contar a notícia pessoalmente.
Naruto já acenava fervorosamente, rindo com alegria por ver os amigos após um ano. O futuro Hokage e o atual Hokage esperavam o casal Uchiha bem no portão principal de Konoha.
- Ei, Sasuke! Ei, Sakura! - berrava o loiro efusivamente.
- Eles realmente vieram nos receber - disse Sakura ao marido, acenando de volta.
Quando os dois enfim chegaram à entrada da Aldeia da Folha a passos lentos, Naruto foi o primeiro a estranhar, mas a animação o distraiu.
- Sejam bem vindos de volta!
- Obrigada, Naruto. Como estão? - disse a kunoichi sorridente.
- Espero que tenham feito uma boa viagem de regresso. Bem vindos - Kakashi os saudou.
- Por que demoraram tanto para voltar? O que estavam aprontando, hein? - o Uzumaki ergueu uma sobrancelha para os dois amigos.
- Não podíamos correr tanto - apenas disse Sasuke.
- Ué. Por que não? Aconteceu alguma coisa?
De repente, um choro infantil soou entre eles e tanto Kakashi quanto Naruto tomaram um verdadeiro susto.
- Não me digam que… - o loiro apontou para a direção do peito de Sakura que estava coberta por uma longa capa branca. - Isso é? Isso é…?
- Naruto e Kakashi-sensei, quero que conheçam a nossa filha - ela então descobriu o bebê que carregava no colo - Sarada Haruno Uchiha.
Os dois homens ficaram pasmos.
- Filha? Mas quem diria, hein? - Kakashi riu e se aproximou para melhor olhar a pequena Sarada. - Olá, Sarada. Nossa, ela se parece demais com você, Sasuke. Meus parabéns aos dois. É uma menina muito adorável.
A garotinha chorou mais alto por se assustar com o Sexto Hokage.
- Shúú. Calma, minha filha - Sakura a consolou, porém nada adiantou. - Ela ainda não está acostumada com muitas pessoas.
- Oi, Sarada - Naruto também se aproximou e brincou com a mãozinha dela. - É um grande prazer conhecê-la, seus pais são grandes amigos meus - ele conversava com a garotinha que logo parou de chorar e riu.
- Parece que a Sarada gostou de você, Naruto - observou o rokudaime.
- É porque você tem cara de palhaço e crianças gostam disso - Sasuke retrucou nitidamente enciumado.
- A verdade é que eu sou bom com os bebês também - Naruto se gabava para o eterno rival e grande amigo.
- Como assim, Naruto? - Sakura perguntou com curiosidade. - Desde quando você é bom com bebês?
- Vocês não são os únicos que têm uma grande novidade por aqui - Kakashi disse tranquilamente.
- Isso mesmo. Tenho certeza que a Sarada e o Boruto serão bons amigos também - o herói shinobi abriu um largo sorriso.
- Boruto? - Sasuke agora parecia intrigado.
- Sim, Boruto é o meu filho que nasceu há dois meses.
- Ó nossa! - Sakura exclamou surpresa. - Você e a Hinata também tiveram um filho?! Que maravilhoso. Meus parabéns, Naruto. Adoraria conhecer o Boruto.
- Você vai ver que ele nasceu bonitão igual ao papai aqui - estufando o peito, Naruto realmente estava orgulhoso.
- Coitado - emendou Sasuke, revirando os olhos.
- Bom, pelo visto, terei que instituir uma lei de natalidade em Konoha, pois parece que todos os casais decidiram ter descendentes ao mesmo tempo - comentou o Sexto Hokage de modo pensativo.
- Quem mais teve filho? - Sakura olhou para os dois bem interessada em saber.
- É melhor vocês descansarem primeiro da viagem e marcamos de tomar um chá para contarmos as novidades - disse seu ex-sensei.
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Voltar para Konoha depois de uma jornada de aventuras e descobertas foi significativo tanto para Sakura como Sasuke, principalmente porque agora ambos tinham uma filha e sabiam que deveriam cuidá-la e protegê-la para sempre. Eles voltaram para a casa que deixaram há um ano e logo se organizaram, acomodando-se sem problemas. Sarada também pareceu entender que aquele lugar seria o seu lar e por isso não estranhou o novo ambiente e aos poucos ela foi se adaptando.
Logo Sakura descobriu que Shikamaru e Temari esperavam o seu primeiro filho, assim como Ino e Sai, que haviam se casado no último ano. Aparentemente, o pós-guerra trouxe recomeços não somente para o casal Uchiha, mas para todos na Aldeia.
Os meses não demoram a passar e Sakura precisou voltar para o seu trabalho no hospital e isso lhe deixou um pouco apreensiva, pois seria primeira vez que deixaria Sarada sozinha com o pai.
- Você tem certeza que não prefere que eu peça para a minha mãe para ficar com a Sarada? - ela perguntou ao marido novamente. - Ela não vai se importar.
- Sakura, se eu não for capaz de cuidar da minha própria filha, vou me sentir um inútil - Sasuke reclamou impacientemente. - Nós decidimos que até que a Sarada complete um ano, eu vou ficar com ela enquanto você está nos plantões e não aceitarei missões distantes.
- Tudo bem, mas se precisar de qualquer coisa, qualquer coisa, não hesite em me chamar - a ninja médica falava sentindo o coração apertar por ter que se afastar da sua pequenina por horas. - Mesmo se eu estiver no meio de uma cirurgia importante, eu venho correndo e…
- Sakura! - a voz de Sasuke foi mais firme, mas ele se aproximou da esposa e a beijou carinhosamente. - Vamos ficar bem, tsuma. Não precisa se preocupar tanto, eu vou cuidar muito bem da nossa menina.
- Está bem. Você tem razão, querido.
- É melhor ir logo ou vai se atrasar.
- Sim.
Sakura foi até o pequeno berço onde Sarada dormia serenamente e a cobriu com uma manta.
- Meu amor, mamãe estará de volta a noite. Eu te amo.
Assim, ela fez um gesto de cabeça para o marido e saiu sem olhar para trás, pois não queria chorar.
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Ele fez o possível para estar presente a maior parte do tempo no primeiro ano de idade da Sarada, quis crescendo aos poucos, quis vê-la sentar, engatinhar e quis ajudá-la a aprender a andar. Quando tinha missões, não ficava longe de casa por mais de uma semana e quando retornava, ficava sabendo o quanto a sua garotinha sentira sua falta, chegando a adoecer de saudade. E Sasuke sabia que chegaria o momento o qual não poderia mais se dar o luxo de continuar vivendo calmamente na Aldeia junto de sua família, por isso buscava aproveitar ao máximo cada instante ao lado das pessoas que mais amava. Ele sempre apoiava sua esposa em seu trabalho e juntos construíram um lar muito próspero pelos anos que viriam a seguir.
No ano que Sarada completou três anos de idade, Sasuke não pode chegar a tempo para a festinha que Sakura organizara para a filha junto dos amiguinhos, mas ao regressar da missão no meio da madrugada fez questão de ir até ao quarto da menina e lhe deixar um presente, um enorme urso de pelúcia.
- Papai? - ela acabou despertando com a presença dele.
- Estou aqui.
- Papai voltou? - Sarada se sentou no colchão e coçou os olhos sonolentos.
- Sim.
Sasuke então se aproximou da filha e se agachou ao lado da cama.
- Acabei me atrasando para a sua festa, mas trouxe um presente para você - o shinobi mostrou o urso e a entregou em seguida.
- Um urso? - exultante por receber um presente do pai, Sarada agarrou a pelúcia com os bracinhos. - Meu urso é lindo. Obrigada, papai.
Vê-la daquela forma tão dócil, inocente e tão pura trazia lembranças do amor que recebera do seu irmão mais velho. Apesar de tudo, Itachi sempre amou Sasuke incondicionalmente e ele não conseguia entender isso até sentir o mesmo tipo de sentimento pela filha. Sarada não era somente a continuidade do seu clã, era também a prova de que o ninja amava Sakura e que ainda possuía um coração.
Sasuke queria poder eternizar aquele momento, pois a felicidade era tão enorme que era quase palpável e mais parecia um lindo genjutsu, porém era tudo bastante real.
- Papai, está chorando? - Sarada notou as pequenas lágrimas escorrendo pelo rosto do pai e passou a mão pelas bochechas dele. - Tá dodói? Mamãe cura o senhor.
- Não, não estou doente, minha filha - rindo, Sasuke a abraçou e a tocou na testa com dois dedos. - É melhor voltar a dormir, amanhã vamos brincar com os brinquedos que você ganhou. Está bem?
- Está bem, papai - a garotinha de olhos escuros se deitou e bocejou. - Eu te amo, papai.
- Eu também - ele a cobriu com o lençol e saiu do quarto de Sarada.
Alguns minutos depois, Sasuke deitou-se ao lado da esposa, após tomar um banho, pois sabia como ela gostava dele limpo e cheiroso.
- Hmm - Sakura gemeu manhosamente e sorriu. - Você voltou.
- Sim.
- Que bom - ela se virou e o abraçou, beijando-o calorosamente. - Senti sua falta.
- Desculpa por não chegar a tempo.
- Tudo bem, o importante é que está aqui agora.
- Queria poder ficar mais tempo perto de vocês.
- O que quer dizer, Sasuke?
Ele hesitou por alguns segundos.
- Tem uma missão muito importante para mim - disse sem rodeios - surgiram pistas que podem levar a Kaguya e somente eu posso ir.
Surpresa, mas nem tanto, Sakura se sentou e o encarou com tristeza.
- Eu sabia que esse dia iria chegar e que você teria de partir de Konoha outra vez.
- Eu sou a única pessoa que pode fazer isso e, mesmo, essa é a única forma que posso ajudar a nossa Aldeia, você sabe que não conseguiria me encaixar direito em outro função como o Naruto.
- Eu sei disso, não estou chateada, pela primeira vez eu entendo perfeitamente que precisará partir de novo - ela abaixou o olhar.
- Sinto muito por ter que deixá-la sozinha com a Sarada - Sasuke também se pôs sentado e segurou o queixo da esposa com ternura. - Mas vocês são a minha família e é perigoso eu continuar muito tempo aqui, meus olhos ainda são de grande ambição para muitos, preciso protegê-las acima de tudo.
- Eu sei - Sakura o abraçou. - Quando você vai?
- Dentro de alguns meses, até lá preciso me preparar junto de Kakashi, pois talvez essa missão dure muito tempo.
- Quanto tempo?
- Anos, talvez.
- Anos? - ao saber daquilo, ela o apertou mais forte.
- Tsuma, você quer quebrar os meus ossos?
- Desculpe.
Sakura o soltou e o encarou de modo sério.
- Eu queria que você pudesse passar mais tempo na vida da Sarada.
- Também queria, mas ela é forte, é determinada, vai ser uma garota excepcional, não tenho dúvidas.. Às vezes, esqueço como ela é tão inteligente e como está falando tão bem, espero que possa lembrar de mim - o semblante de Sasuke ficou triste.
- Farei de tudo para que ela saiba o grande shinobi que você é e de como é importante para nós e para a Aldeia - segurando o rosto do marido, ela sorriu.
- Obrigado por tudo. Precisamos nos organizar para quando eu partir, não pretendo deixá-las tão desamparadas.
- Não se preocupe, querido, nós temos grandes amigos que não nos deixarão sozinhas. Sabe? Eu acho que o Boruto e a Sarada serão bons amigos, talvez no futuro possam até ser companheiros de time.
- Isso seria um pesadelo - Sasuke fez uma careta.
- Sasuke, o menino é filho do Naruto.
- Por isso mesmo. Quem sabe possa ser um cabeça oca como pai.
- E quem sabe a Sarada puxe o seu mau humor.
- Ok. Podemos para de falar das nossas crianças? - ele levantou a sobrancelha e a jogou de costas sobre a cama. - Eu tenho algo melhor em mente e mais divertido.
- Hmmm. Gosto disso - Sakura mordeu o lábio quando sentiu a boca do esposo percorrer seu pescoço.
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O dia da partida para a longa missão chegara e agora a família Uchiha se encontrava no portão principal de Konoha para a despedida.
Quantas vezes mais Sakura teria de vê-lo partir?
Quantas vezes mais Sasuke seria obrigado a deixar a mulher que amava?
Todas as vezes foram dolorosas, entretanto aquela parecia quase insuportável, pois havia Sarada e havia um amor construídos entre os três.
- Então… chegou o momento, preciso ir.
- Sim… - Sakura já não conseguia conter as lágrimas e Sarada os olhava confusa.
- Creio que não poderei escrever, pois não é seguro.
- Eu compreendo, querido. Tome cuidado.
- Papai - disse a menina, pressentindo algo.
- Procure se alimentar direito e não se machucar tanto - dizia Sakura fungando. - Por favor, volte para nós.
- Sim, eu vou voltar. Isso é uma promessa - ele sustentava um olhar contido, embora sofrido.
- Papai? - a pequena Uchiha queria chorar.
- Sarada, minha filha - Sasuke pousou a mão no rostinho dela - seja uma boa menina e obedeça a sua mãe. Se um dia você quiser ser uma ninja, treine duro e não desista nunca de alcançar os seus objetivos. Faça o que quiser fazer, mas faça com orgulho e faça para o bem da Aldeia. Eu sempre vou acreditar em você, assim como sempre vou amar você e sua mãe.
Após dizer tais palavras, ele as abraçou demoradamente e antes de ir, deu o emblemático toque na testa de Sakura com os dois dedos.
- Até logo, tsuma.
Sasuke então se virou e passou a caminhar para longe de Konoha. As recordações de todas as suas partidas vieram à sua mente e ele simplesmente não conseguiu controlar a vontade de chorar. Doía demais ter que deixá-las, mas não importava o que viesse pela frente, ele faria de tudo para retornar o quanto antes para a sua família, para o seu lar onde ficara o seu coração.
FIM!
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