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História O anjo caído - Berserk - A metade do meu coração ferido


Escrita por: Kanae_Noona

Notas do Autor


OLÁ...Quanto tempo não é? Rs
Trouxe um capitulo grandinho, já que ficarei sem postar por um tempo, por que darei uma atenção á minha história de Naruto. Mas pode deixar que vai ter mais capítulos aqui sim, até terminarmos.

Espero que vocês não estejam enjoados com a minha história. Rs Sei que todos querem lemon e sei que está demorando, mas vai valer a pena.

Agora Boa leitura...

Capítulo 12 - A metade do meu coração ferido


Fanfic / Fanfiction O anjo caído - Berserk - A metade do meu coração ferido

 

Ainda naquele dia, á tarde, após a refeição. Griffith adormeceu de exaustão. Guts por hora havia retornado ao quarto e fechado a janela para que o falcão pudesse ter um melhor descanso e ficou ali por algum tempo, o observando naquele sono agitado, tendo breves momentos de quietude e os mais longos eram os momentos de tremedeira e suor frio. E Guts nada fazia a não ser ficar presenciando aquele terror noturno, que não era tão noturno assim; acontecia a qualquer hora do dia, bastava apenas o prateado cair no sono.

Mas o ronco de seu estomago atraiu sua atenção e em sua cabeça, tentou se lembrar de quando fora a ultima vez que tinha se alimentado. A situação estava um caos em todos os sentidos e o seu único foco desde que tinha resgatado o falcão era ajuda-lo. E com isso esqueceu- se de si mesmo, a prioridade foi Griffith desde sempre. Mas ponderou, e certamente percebeu que, do que adiantaria um homem fraco que não pode proteger a quem ama dos perigos á espreita? Para ajudar Griffith, ele deveria estar o mais focado possível, deveria continuar treinando, deveria se fortalecer e ficar mais forte do que nunca e nutrir seu ódio exorbitante pelo Rei, para que quando chegasse a hora, suas expectativas de devastar as tropas e de destroçar o corpo do tirano, não fossem frustradas. Logo, aproveitou que bem ou mal, o outro ainda dormia e saiu do quarto.

E enquanto se alimentava na cozinha, foi surpreendido pelo velho Godo adentrando à mesma e prontamente começaram a conversar. O velho não estava no casebre antes, segundo o senhor, ele tinha ido para sua mina a alguma distancia dali, mas antes tinha levado a Érika para outro local. Lógico que Guts não se sentiu bem em ter tomado o espaço deles, tampouco por ter quebrado a paz daquele lar, mas era uma emergência e ele não sabia mais para onde poderia ir.

O ferreiro sempre fora um homem firme e trabalhador. Forjando armamentos para quase todo o ocidente. Não era alguém que exibia simpatia, talvez por isso se entendesse tão bem com ele, mas era alguém com quem o guerreiro poderia contar.

Godo deixou claro que ajudaria a Guts, mas lhe disse que cada homem antes de entrar numa guerra, tinha que saber pelo o que iria lutar. Ele e a Érika não poderiam se envolver com a batalha de Guts e o bando. Portanto ficariam longe deles. Avisou que todos poderiam ficar o tempo que quisessem na casa, mas que ficassem atentos, pois boatos corriam a respeito do bando; de que Griffith ainda estava vivo e de que eles ainda estavam próximos ao território de Midland. Muitos já sabiam da informação e que seria apenas questão de tempo até os mercenários, cobiçados pela recompensa o encontrarem ali, porque o Rei havia decretado que pagaria o valor de ouro em peso para quem capturasse o falcão, vivo ou morto.

O velho na sua mais humilde aparência estendeu a mão direita para Guts, a fim de se despedir do rapaz e atadas às mãos num balançar lento, se despediu com um olhar de quem não sabia se veria novamente a pessoa a sua frente. E no meio daquele cumprimento amigável, usou de sua sabedoria e disse a Guts _Se você busca muito alguma coisa, é de certo que deixará outras no meio do caminho. Não deixe que seu ódio te cegue e te desvie do seu verdadeiro sonho. Porque agora sim, diferente do dia que você saiu daqui... Eu vejo em seus olhos que você encontrou o que tanto sua alma ansiava._ E os mesmos olhos que o velho citou agora tremiam querendo derramar lágrimas pelo conselho que tinha recebido, mas ele apenas ficou parado, enquanto via o ferreiro deixar o local e partir para longe. Percebeu que não tinha agradecido como deveria, mas o homem já estava longe á aquela altura e prometeu para ele mesmo que um dia retribuiria a bondade que recebeu.

Após se recompor, saiu da casa e foi até a parte detrás onde estavam os poucos soldados acampados. Como Caska e os outros ainda não haviam retornado avisou aos que estavam ali conforme as informações que recebeu de Godo. E naquela noite nenhum deles conseguiu dormir, temerosos por serem atacados com a guarda baixa. Ficaram como corujas, escondidas entre os galhos, atentas com seus grandes olhos, esperando pelo pior.

Era lua cheia naquela noite e conseguia se ouvir os lobos uivando para a grande e linda esfera prateada no céu. A quantidade de estrelas numerosas, indicando que o dia seguinte seria ensolarado e o leve vento que sacudia com as tendas do lado de fora, avisava o frio chegando na madrugada. Nessa mesma noite Guts precisou dar banho em Griffith. Desde que sairá da masmorra não havia se lavado adequadamente e se não o fizesse o mais rápido possível poderia desencadear mais infecções, o que não seria nada bom.

Sem saber como iria prosseguir foi ao quarto e para sua sorte Griffith estava acordado. Ele entrou e foi direto ao armário pegar a toalha e alguma roupa que servisse no rapaz e sem nada falar saiu do quarto rapidamente levando as peças.

Após alguns minutos voltou de novo e Griffith o olhou estranho. Não era difícil perceber o nervosismo daquele grande homem, agora parado a frente da cama, abrindo a boca para falar e desistindo em seguida. Estava impaciente.

_Água quente? _ o falcão percebendo o que Guts pretendia, perguntou.

_ S-sim _ respondeu de súbito, pela surpresa da inesperada pergunta de Griffith e aliviado pelo outro ter estranhamente percebido o que ele queria.

Então como confirmação, Griffith começa a desenrolar as suas ataduras, enfrentando dificuldades por causa de seus músculos fracos, incapacitando seus movimentos. E o moreno vai ao auxilio do mesmo, mas antes de conseguir tocar nas faixas, Griffith o encara sério.

_Eu retiro. Você não precisa sentir esse cheiro. Se afaste!

E Guts acata o pedido e aguarda encostado na porta.

Como havia escurecido dentro do quarto, pela chegada da noite, Guts não conseguia ver claramente, mas permanecia olhando na direção da cama.  E num breve momento de distração, se assusta ao ouvir um barulho abafado, seco se chocar contra o chão e percebe logo em seguida o corpo do falcão caído na beira da cama; totalmente nu, com o peito colado no solo frio.

Na hora o mercenário se apressa, mas vai com calma até o outro para não assusta-lo. Ajoelha-se perto dele e o vê levantar a cabeça cambaleando.

_Eu apenas esqueci que não posso mais andar_ ele sussurra para Guts e o moreno o segura pelo braço.

_Não me afaste. Ok? Deixe-me te ajudar. Se preferir feche os olhos até chegarmos ao banheiro. _ e como teve o silêncio de Griffith como resposta, tomou aquilo como consentimento e o suspendeu do chão, ajeitando o no colo facilmente e partiu rápido para o banheiro, mas para seu espanto ao olhar o corpo magrelo em seu colo. O falcão não estava com os olhos fechados, pelo contrario, os orbes azuis brilhavam fixas em seu rosto. Como um tigre olha para sua pressa à surdina, pronto para ataca-la. Se um olhar fosse uma arma de batalha, Guts estaria terrivelmente ferido.

O banheiro era simples e humilde, com apenas o que se tinha em toda e qualquer casa de um servo ou plebeu. Uma banheira feita de madeira, alguns baldes e um banquinho, além de um baú também talhado em madeira, no chão.  Para muitos a vida era difícil e destinada à pobreza. Muito pouco se era oferecido aos plebeus, onde muitos que não aprendiam um ofício sucumbiam à miséria e por consequência acabavam morrendo de fome ou doença. Enquanto príncipes e reis nascidos em berços de ouro, destinados e apoiados pela a igreja a reinarem, viviam regados a luxo e pompa.

 

Guts após depositar o rapaz dentro da banheira de água quente, se afasta, mas não sai do cômodo e permanece calado, observando Griffith.

O albino ansiava por um banho mais do que ele mesmo podia pensar e a principio pelo primeiro contato da água com as feridas, soltou alguns gemidos de incomodo, mas depois se acostumou e sentiu seu corpo se acalmar ali dentro. Seus dedos percorriam pelo pescoço esguio, pelos mamilos ainda marcados e como se flutuasse, deixou seu corpo pender-se para trás na água e afundou para que pudesse lavar seu rosto e seu enorme cabelo.

Sentado agora na banheira seus cabelos boiavam, e Guts pode ver a antiga cor reaparecer, a cor tão sem cor, mas tão bela e brilhante. A água estava escura, meio avermelhada pelo sangue que estava escondido e agarrado no corpo. O banho tão agradável e quente fez com que Griffith nem percebesse a presença insistente e observadora de Guts ali. Mas a voz do guerreiro o tirou de sua tranquilidade, quando ofereceu um emplasto de ervas para que ele mesmo espalhasse pelo corpo para amenizar as dores e o falcão aceitou, espalhando o remédio no corpo em seguida.

A parte mais difícil para Guts viria a seguir. Tinha que seca-lo e vesti-lo, mas foi difícil, porque ele não sabia como fazer aquilo, não sabia se deixava o falcão sentado ao banco ou se iria tentar mantê-lo de pé. Não sabia como iria disfarçar o incomodo ou até mesmo a vergonha. Claro que não era a primeira vez que veria aquele homem nu, já haviam tomado banho juntos incontáveis vezes e não ligavam para a nudez um do outro. Mas agora era tudo diferente, as circunstâncias, os sentimentos e sua pele começou a esquentar estranhamente só de olhar para o corpo rosado pela temperatura da água, quase sem gordura nenhuma, as extremidades finas e frágeis, que era impossível dizer que aquele fora um capitão, que lutava e comandava no campo de guerra. A magreza não era bonita, muito menos sensual, mas atraía Guts estranhamente. A pele ferida, os músculos flácidos e os ossos a mostra.

Decidiu deixa-lo sentado e começou a secar seu corpo e durante o processo ao tocar na pele quente, imaginou como havia sido para Griffith ter dormido com a princesa. Quais as expressões que ele havia feito naquele momento e como sua voz soava aos ouvidos de Charlotte e quais eram os pensamentos dele naquela hora? Será que ao menos se conseguia pensar durante o sexo?  E sua mente foi além se lembrando do Lorde Gennon, que comprava aquele corpo masculino, mas delicado á sua frente para satisfazer seus desejos sujos. Conhecia os motivos do falcão e nunca o julgou. Mas imaginava o que realmente aquele homem fazia com o prateado quando o tinha em seu leito. E como sua voz soava, suas expressões eram de dor? Será que Griffith gemia como no seu pesadelo? Será que ele chorava depois? Questionou-se, olhando pensativo e um misto de curiosidade e aflição recaiu sobre ele.

Percebeu que terminara de secar o corpo e então partiu para secar os cabelos. Enrolava a toalha nos fios e espremia-os para retirar toda a umidade. E cuidadosamente em seguida, vestiu ele com uma de suas blusas que ficavam parecidas com um vestido pelo tamanho.

_Infelizmente eu não tenho nada decente para você vestir, mas providenciarei algo apropriado e quente com um mercador próximo. _ Guts disse desconfortável. E o albino deu de ombros, perguntando se teria algum pente pelo lugar para que pudesse se pentear.

Guts não sabia, mas procurou assim mesmo e acabou encontrando no baú um pente feito de osso na cor clara, simples e feminino, que não deixava duvidas ser de Érika e deu o objeto nas mãos de Griffith.

E enquanto olhava o outro se pentear serenamente, como num ritual, pegando mechas por mechas daquele cabelo imenso. Começou a falar, para deixar Griffith á par de tudo que acontecia.

_ Não sei quanto tempo ainda poderemos ficar por aqui. Fui informado que o Rei já sabe que você ainda está vivo e colocou sua cabeça a prêmio. Além de que já estão nos caçando e logo, logo chegarão até essa colina.

_Fuja! _ Griffith exclama terminando de se pentear.

_Eu não sou de recuar. E porque eu largaria você e os outros aqui? Já é tarde demais para isso, não acha? Esperarei Caska retornar e sairemos daqui juntos. Claro que isso não quer dizer que fugiremos para sempre. Seguirei o conselho de um amigo e atacaremos quando tivermos certeza da vitória.

_Como você quiser então. Agora preciso deitar._Griffith resmunga, com os olhos finos e Guts ergue os braços para pegá-lo, mas ele o olha torto e fala rapidamente.

_Não me leve como uma donzela._ pede e o mercenário retribui o olhar, só que confuso. _é o jeito mais fácil, se eu não te carregar assim, como chegaremos ao quarto?

Então o albino agarrou a lateral do banco e impulsionou seu corpo para cima e na subida, segurou rapidamente nos tríceps de Guts para manter-se de pé.

A sua feição de dor ao fazer aquilo era incontrolável, suas pernas tremiam e onde ficavam suas cicatrizes, causadas pelos cortes em seus tendões, estava dolorido demais. Sentia que suas pernas fossem desmontar a qualquer momento.

_Apenas segure minha cintura e suspenda um pouco meu corpo. Eu vou me apoiar ao redor do seu pescoço. Assim será menos humilhante. _ ele diz e em seguida enlaçou seus braços ao pescoço largo como avisou e Guts o segurou pela cintura e puxou um pouquinho para cima, o suficiente para que ele tirasse os pés do chão.

De inicio a volta para o quarto estava dando certo naquela nova forma de carregar, mas quase na entrada do simples aposento, o corpo do albino escorregou um pouco para baixo por causa do tecido da blusa e Guts instintivamente com medo do outro cair e se machucar, espalmou com a sua mão nas nádegas nuas, achando que ele estava vestido e na mesma hora pode ouvir Griffith reclamar pelo tapa forte em seu traseiro. Lógico que ele não queria ter feito aquilo, a ação havia sido automática e deveras constrangedora.

 E ainda com a mão espalmada nas nádegas, amassando-as sem querer, pela pressa de chegar logo na cama sem que o outro escorregasse mais, Guts pedia desculpas a todo instante, a cada passo dado. Já Griffith forçava o enlace para subir seu corpo, mas a tentativa era em vão, por lhe faltar forças suficientes. Seu corpo ainda estava quente do banho, seu rosto entrava em contato com a pele do pescoço de Guts e o cheiro era bom demais para ele, que poderia adormecer ali mesmo, pois tinha certeza de que não existia no mundo lugar melhor e para piorar, aquele pequeno acidente havia acontecido e o espadachim o segurava tão firme naquela área tão lasciva. Uma breve vontade de que aquela grande mão escorregasse e o tocasse bem ao meio de suas nádegas, se acendeu em seu corpo. A temperatura se elevou e ele abriu os lábios preparado e sedento para morder o pescoço de Guts. A situação era sufocante para ele que sempre quis ter aquela proximidade com o mercenário, mas lembrou-se de sua condição e então tratou de se acalmar.

  E além das desculpas por perceber o desconforto mutuo, o espadachim sussurrava para que ele mantivesse a calma, acreditando que a temperatura elevada, seria uma nova febre se aproximando.

Guts olha pelo canto do olho para Griffith. As bochechas vermelhas do rapaz atraem sua atenção, a respiração pesada saindo da boca entreaberta e soprando em seu pescoço o deixa arrepiado. Também consegue ouvir os sons que falhamente o outro tentava conter e tudo aquilo misturado com a situação vergonhosa, desperta um sentimento de euforia nele, como se a última barreira do autocontrole houvesse sido quebrada e com isso liberado um animal faminto.

De repente a cintura do albino é apertada com mais força e Guts para bruscamente ao meio do corredor, deixando o outro atento.

Griffith vira um pouco o rosto para olha-lo _O que aconteceu? Continue._ ele fala com os olhos trêmulos. Queria chegar o mais rápido ao quarto, porque já não aguentava mais o calor tão gostoso que emanava daquele corpo. Estava sendo tortuoso para ele.

O mercenário então aperta um pouco mais a cintura dele e a mão espalmada nas nádegas se torna mais firme na área e o falcão percebe que algo estranho se passava ali.

_Eu. Sinto. Muito. _ diz Guts, enfatizando cada palavra, com a cabeça baixa. Ele levanta o rosto para encarar o outro em seus braços, e Griffith pôde ver o brilho nos olhos daquele guerreiro. E naturalmente ele fica espantado, eram olhos determinados, queimando em chamas, olhos perigosos demais para que ele pudesse enfrentar na sua atual situação.

Sem qualquer reação, ele é empurrado e tem seu corpo magro prensado com força contra a parede e ao abrir os lábios num gemido inevitável, pelo impacto, Guts investe rapidamente sua boca contra a dele.

Está o beijando violentamente, na verdade era um beijo desajeitado, de um rapaz inexperiente e bruto. Claro que não por vontade própria, mas pela vida sanguinária tê-lo forjado assim. Os dentes se batendo por alguns instantes, em seguida, a língua entrando na boca do albino, fazendo movimentos desesperados como se fosse um tentáculo monstruosamente grande entupindo a pequena cavidade de Griffith, enquanto lambuzava os cantos com saliva e por vezes mordendo os lábios, totalmente fora de si.

Griffith não reage ao beijo, está perplexo pela ousadia do conhecido espadachim negro, do homem corpulento que quase o esmaga contra a parede, mas que ao mesmo tempo demonstrava ser um simples garoto por dentro, uma criança enjaulada, que precisou se privar assim como ele de coisas de criança e foram pressionados pelo mundo a virarem adultos antes da hora.

O desejo explode dentro do falcão feito dinamite. Se antes já não suportava a proximidade, agora estava a ponto de chorar pelo que acontecia. Ele o beija de volta com o mesmo fervor, os dedos massageando a nuca, passando as mãos por entre seus cabelos, puxando-os com força. Guts geme, um som baixo e sexy que vem do fundo de sua garganta e reverbera em Griffith. Os lábios melados escorregando de um lado para o outro, produzindo barulhos de sucção pelas chupadas que Guts dá e puxando entre os dentes o lábio inferior do albino, saboreando aquela área. Assemelhava-se a um viajante sedento que quando encontra um Oasis se esbanja para saciar sua sede.

A mão espalmada move-se sobre a bunda do prateado, os dedos cravando a carne com força, marcando a pele branca, faz ambos gemerem nasalados.

Eles derramam toda a angústia e sofrimento dos últimos dias naquele beijo. Atados pelos lábios, Griffith se dá conta _ No meio daquele momento de paixão repentina _ que Guts sentia o mesmo que ele.

Logo, quase desmaiando pela falta de ar, o prateado deposita as mãos nas bochechas ferventes do moreno e começa acaricia-lo ali suavemente, como se pedisse para que o mesmo se acalmasse e então Guts interrompe o beijo, ofegante.

Com seus olhos ainda inundados de desejo, ele olha para o rapaz ao qual quase havia destroncado o maxilar há pouco. Seus olhos atraídos para a boca do outro, que está entreaberta, tentando levar um pouco de ar para os pulmões e ao subir os olhos percebe a expressão suave naquele rosto pálido, quase como se fosse sorrir.

A feição do falcão foi tão surpreendente e consentida, que ele não pode ficar parado, apenas olhando. Iniciou uma nova aproximação, fascinado, fitando os lábios inchados e avermelhados do outro. Ele queria mais, queria sentir um pouco mais daquela carne labial estranhamente macia e molhada. Mas num suspiro pesado, o falcão desmaia totalmente exausto e então o guerreiro se afasta alguns centímetros.

A desordem incontrolável dentro dele, toma conta de todo seu corpo, porém ele exige a sim mesmo que retomasse o controle de suas ações.  A testa franzida em desgosto pelo fato de não conseguir se controlar, a pele suando e um desconforto terrível em suas calças o deixa aflito. Agradeceu por Griffith ter desmaiado e não ter percebido a sua ereção.

Poucos segundos se passa e mais calmo, ele acolhe o corpo leve em seus braços como de costume. Evita olha-lo durante o resto do corredor para que não caísse em tentação novamente e ao chegar ao quarto, coloca-o na cama. Claramente incomodado.

De pé ao lado da cama, ele toca em seus lábios, lembrando-se da sensação e do gosto de seu primeiro beijo.

Passei toda a minha vida evitando emoções extremas. Mas você... Você desperta sentimentos em mim que me são completamente desconhecidos. É tão perturbador. _ ele pensa, analisando sua última ação e balança a cabeça em negativa.

Ele podia negar o quanto fosse com palavras, gestos e caras. Porém era incontestável a sensação que agora crescia dentro dele, como se o imenso buraco em seu peito começasse a criar pequenas raízes da mais rara árvore existente.

 

 

 

Beirando a meia noite o espadachim deita sobre um colchão ao lado da cama. Não estava realmente confortável, mas era algo que podia ignorar. Não seria qualquer coisa que o faria sair do quarto.

 Antes precisou acender uma vela para que pudesse encontrar o colchão para dormir e agora se podia enxergar perfeitamente no quarto, pela pequena chama.

A seu ver o outro dormia tranquilamente, não estava tendo tremores, nem resmungava como sempre fazia. Finalmente estava tranquilo.

Ele fita o teto por vários minutos, perdido em pensamentos do passado e em seus sentimentos confusos.

Logo volta seus olhos para a lateral da cama e percebe que Griffith está acordado. _Por que você está deitado no chão? _ o albino quebra o silêncio, pegando o moreno desprevenido.

_Volte a dormir! Eu estou bem aqui.

_Não perguntei como se sente. Perguntei o porquê está ai? Imaginei que agora seria mais fácil para você deitar ao meu lado, já que suportou meu mau cheiro por dias e não se afastou. _ o tom de voz do rapaz sai dormente.

_De novo essa história de cheiro... Eu não ligo, não me importo com isso. Homens não podem ter essa frescura, já que na vida de guerreiros só se encontra corpos e mais corpos apodrecidos pelo caminho. Passa a ser tão natural o aroma da morte que chega uma hora que nem ligamos mais. _ responde encarando o teto e ignora a questão do beijo.

_O cheiro da morte... Mesmo que o meu corpo tenha sido lavado, sinto que estou impregnado com esse cheiro. _ comenta Griffith vagamente.

E vendo que o falcão está um pouco acessível e disposto á manter um diálogo, Guts decide o questionar sobre o que havia acontecido no rio.

_Griffith... Por quê? _ a pergunta soou vazia á principio.

_Porque, o que?

O moreno fica um pouco acuado sem saber se realmente prosseguia com sua curiosidade ou não, mas por fim decidiu continuar, mesmo que aquilo custasse todo o progresso que havia feito na recuperação de Griffith.

_O motivo... O porquê tentou se matar? _ a expressão em seu rosto era de arrependimento, de alguém que continuou com o erro mesmo ciente das consequências.

A profundidade do silêncio o assusta, era cedo demais para ter perguntado aquilo, e sua consciência pesada o repreendia.

_Eu... Poderia te dar mil motivos, mas talvez nenhum deles realmente fosse a causa. Fale-me o que faria se estivesse no meu lugar? _ para a surpresa de Guts, a voz do rapaz demonstrava tranquilidade.

_Eu não sei... Mas definitivamente eu não desistiria fácil. Mesmo que minhas pernas ou meus olhos fossem arrancados, eu ainda lutaria. Afinal não importa quanta dor nos sentimos, ainda queremos viver.

_Realmente sua força é grandiosa... Eu não queria e nem esperava que as coisas fossem terminar assim.

_Terminar? _ Guts repete a palavra, incrédulo pelo desânimo daquele homem.

_ Sim. Não sirvo mais para o mundo no qual me esforcei tanto para alcançar. O que poderia realizar nessas condições? Os sonhos dão sentido à vida de um homem Guts. _ a assustadora tranquilidade permanente ao falar, entristece o mercenário.

Sentado agora sobre o colchão no chão, Guts continua a falar sem olhar na direção de Griffith. Talvez por sentir vergonha de tê-lo atacado antes com o beijo e por estranhar o mesmo não tocar no assunto, como se o momento não tivesse existido.

_Você me disse uma vez que os sonhos nos sustentam, que sofremos, vivemos e morremos por eles e que mesmo os abandonando, eles continuam chamuscando em algum lugar de nossos corações... Então não venha com esse papo de perdedor. _ Griffith o olha desafiador. _ Você não conseguiu ser rei. Tudo bem, mas alguma coisa a ser conquistada, além disso, deve chamuscar em seu coração, certo? _ o espadachim pergunta, tentando firmar a voz e tentando disfarçar sua inquietude.

_Você não está errado. Porém, esse outro sonho, essa outra coisa que eu quero sempre me pareceu mais distante do que tudo.

Eu o beijei... Como assim distante? _ pensa Guts e então responde, rendendo-se. _ Não seja intolerante e tolo ao tentar conquistar algo que você já possui. Que distancia é essa que você fala, se a pouco eu te tomei daquela forma. _ então Griffith arregala os olhos e se assusta com o rosto trêmulo de Guts, encarando-o.

A surpresa de ambos os rapazes era perceptível; um não acreditava no que acabava de falar e o outro imaginava que o beijo havia sido um mero sonho, mais um de muitos que tinha.

Como Guts não recebe nenhuma resposta, ele muito sem jeito se põe a falar novamente. _ Eu soube de sua paixão secreta por mim. A Caska não teve a intenção de me contar, mas acabou fazendo por causa da pressão do momento. Eu sempre escolhi ficar sozinho, seguir com meu caminho sem nutrir e criar laços. Sentimentos, vínculos só trazem dor e traição. Sempre era eu e minha espada... Como uma combinação infalível e fiel. Mas... _ ele pausa, quase sem conseguir respirar, o coração disparado na barriga e na garganta ao mesmo tempo.

_Mas? _ Griffith inesperadamente solta à voz, curioso para entender os sentimentos de seu antigo servo.

Assustadoramente Guts se levanta e vira-se para a parede atrás de si, próxima a cabeceira da cama e começa a desferir socos ali, no barro seco; desnorteado ele colide seu punho uma, duas, três, dez vezes fortemente, até que para com as pancadas ao ver o sangue escorrer de seus dedos.

E o albino nada diz a respeito, apenas observa toda aquela fúria, calado.

_Eu nunca senti tanto medo como naquele eclipse. Nunca me dobrei, mesmo com o vento mais forte, mas lá, presenciando a possibilidade de ver você morrer, eu me sacrificaria se precisasse.

E um momento de tensão quase insuportável os deixa estáticos.

_Eu sou grato. _ Griffith quebra o silêncio e argumenta. _Nunca esperei que você me olhasse de outra forma além de companheiro e líder. Ser meu servo e aliado já me era suficiente, contanto que ficasse ao meu lado, na minha tropa sob minhas ordens, onde eu pudesse usá-lo e protegê-lo. E é correto afirmar que o que Caska te contou, realmente é verdade, mas só tem um detalhe diferente. Ao contrário do que ela sabe, tudo aconteceu quando te vi duelar com o Bazuso. Foi ali que fui acorrentado, foi naquele lugar que eu passei a ter mais um sonho a realizar. _ Guts agora o olha.

_Então porque nunca me disse nada? Sou tão burro e bruto que só sirvo para ser peão, tão deplorável que só presto para matar? Preferiu esconder seu sentimento... Você sentiu vergonha e nojo ao ter esses sentimentos por mim? Está com nojo agora também, por eu ter te beijado? _ as palavras saem como flechas na ânsia de se afundar na carne da vitima. Ele grita apressadamente, com amargura.

E Griffith solta um sorriso sofrido._ Você é tão impaciente _ ele diz em seguida e toca na mão de Guts que está sangrando.

_Se eu confessasse você teria partido muito antes de termos elevado o bando ao patamar nobre. Não haveria volta, entende? Somos homens e as leis católicas abominam esse tipo de relação e mesmo que você correspondesse aos meus sentimentos... Aceitaria ser apenas um amante e não se importaria por ter que tomar um corpo que se prostituía para obter ouro e status em prol da conquista de sonhos? _ o sangue do punho de Guts molha a mão do albino e ambas continuam se tocando.

_Eu não podia te corromper, você era puro, na verdade você é puro. Agora me diga quem realmente é o nojento da história? _ ele olha para o mercenário que mantém um semblante irritado.

A mão agora de Griffith se afasta e o mesmo fica encarando o sangue de Guts entre seus dedos. _ Não se force para retribuir a minha paixão por pena. Você já sangrou demais por mim, deixou sua jornada para me resgatar e se não se lembra ,conquistou sua liberdade. Logo pode fazer o que quiser e partir se desejar voltar a perseguir seu sonho.

Guts se afasta e senta-se na cadeira virada para a cama totalmente descrente. Não acreditava no que ouviu. Estava sendo descartado. É o que ele pensa ao rebobinar todas as palavras em sua mente.

_Como consegue dizer tudo isso, após se confessar, após o beijo? Eu não quero mais viver assim. Não quero passar o resto dos meus dias vagando, sem rumo, sendo que já encontrei o meu lugar. Ficarei por decisão minha e farei com que você se erga, lutaremos juntos novamente e conquistaremos muito mais do que você sonhou... E não há pureza em mim, carrego pecados e diversas mortes, até de crianças mancham minha alma, então não zombe de mim falando de leis da igreja. _ enquanto fala olha para o chão. Parecia encontrar coragem para falar dali.

_Almas imundas, assim como nossos corpos também são. _ Griffith se mexe na cama e joga suas pernas para o lado. Ele se senta com o apoio das mãos para manter seu corpo e então cai de joelhos ao chão.

A pressão de Guts era tanta que o mesmo permanecia cabisbaixo, sem saber o que fazer naquele momento e inesperadamente seu queixo é tocado pela mão do falcão, que havia engatinhado de joelhos até ele.

_Não será fácil vencermos nossos demônios. Mas se você for leal a mim novamente eu tentarei. _ a voz suave do albino, trouxe cor de volta ao rosto do espadachim pela resposta positiva.

_Você tem minha lealdade, lutarei por você e se precisar morrerei para te proteger.

_Então morreremos os dois. _Griffith rebate com um sorriso mais aberto agora.

E num momento quase que sublime Guts abaixa o rosto próximo ao do falcão e cola sua testa na dele, compenetrado nos olhos do menor ao chão. As mãos de um sobre as bochechas do outro e o sangue que antes fora derramado num ataque de fúria, marcava as peles, como se estivessem ligados. Como se fizessem uma promessa com o olhar de estarem sempre juntos a partir dali.

Depois de se entenderem, ao menos um pouco. Deitaram na cama juntos, mas não houve mais toques íntimos; sobretudo beijos. Por causa da conversa turbulenta e reveladora, os nervos dos rapazes ainda estavam aflorados e então a melhor decisão foi evitar qualquer contato ao restante da noite. Foi difícil para Guts pôr seus sentimentos para fora, mas agora se sentia aliviado e esperançoso de que tudo ficaria mais fácil para á frente. Porém nunca mais iria se expor de tal forma humilhante.

Passados alguns minutos, o tempo lá fora mostrava que a madrugada chegava ao fim e logo amanheceria. E o guerreiro ainda estava acordado.  A curiosidade de saber se o outro já dormiu lhe bate e então o moreno sussurra o nome do falcão.

_Diga! _ o outro exclama, demonstrando também estar com insônia.

_Amanhã quando Caska retornar, vamos organizar um plano para conseguirmos ouro e armas. Depois acharemos uma forma de atacar o reino de Midland.

_Você deseja vingança?

_Sim. Não terei misericórdia. Quero lhe trazer a cabeça do rei como troféu. Posso parecer cruel agora, mas eu só sigo a minha lei e nela eles foram sentenciados a morte. Perecerão por tudo que fizeram á você.

_Cruel agora? _ a pergunta de Griffith sai em tom de deboche. _ Não poderei te seguir nessa emboscada, só atrapalharei, mas meu desejo de vingança é mutuo. A única digna de ser poupada é a princesa Charlotte.

_Hum. _ Guts murmura como resposta, pensativo.

_E se o ataque for bem sucedido, você pode reclamar o trono. Como em um golpe de estado. Viraria o novo rei de Midland, tomando a força.

-Não sirvo para esse titulo e a coroa ficaria melhor em você. Mas se tomarmos o reino, o que faremos com a filha do rei?

_Eu não sei... Ela sempre foi apaixonada por mim e eu aproveitei desse sentimento e tentei usa-lo ao meu favor. É certo que ainda deve me querer como marido e se o pai dela for morto, logo o empecilho sairá de seu caminho. 

_Entendo. _ foi a única coisa que Guts conseguiu dizer.

Então o silêncio se tornou ativo no quarto, indicando para o mercenário que o albino havia dormido.  E como já clareava ao lado de fora, tratou de fechar os olhos e descansar também.


Notas Finais


Me digam se está chato? kkkkk

E pelo que vimos Guts conseguiu por pra fora seus sentimentos e Griffith já está melhorando. Agora vamos ver como planejarão o ataque ao Rei e será que a Charlotte ainda está apaixonada pelo falcão ?

Até o próximo e desculpe a demora.
Beijos.


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